O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 34
Interrupção Inesperada




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- Alô! Quem fala? - Com quem você quer falar? – indagava a garota do outro lado da linha. - Quem ta falando? - Com quem você quer falar? - AHH, QUE COISA! VAMO FICA NESSA LENGA-LENGA DE QUEM FALA E COM QUE VOCÊ QUER FALAR!! - Nossa, que stress!! Me diga quem é que saímos da lenga-lenga, oras bolas! - Ta, ta. Chama a Magali. PLECISO falar com ela. – respondia Cebola. - Cebolinha? Quem mais poderia chama-lo de Cebolinha, sabendo que ele detestava que o chamassem assim? Só poderia ser uma pessoa, só uma, a última pessoa com quem ele gostaria de falar. - Passa logo o telefone pla Magali!! - Você precisa de maracujina, garoto!! - Ah, fica quieta aí, sua DENTUÇA, GOLDUCHA!! Não plecisa chamar mais ela, tchau. Antes que o telefone fosse para o gancho, uma nova voz surgia do outro lado: - Alô? Cebola? - Magali? - Sim, eu mesma. O que você precisa falar comigo? - Bom...é...dá pra pedir pra dentuça sair de pelto do telefone pla falalmos em palticular? - Ta bom! Mônica – dizia Magali, afastando um ouço do telefone – Dá licença pra eu conversar aqui? Brigada, tchau, a gente se vê – ouvia-se passos do outro lado – Pronto, pode dizer? - Hã, bem...por onde eu começo? - Do começo, oras.... - Ta, ta! (Ai, como eu sou idiota!) - Bom, eu precisava de uma informação sua. Como você é a melhor amiga da Mônica – o nome dela fazia um nó em sua garganta, que ficara entalada, fazendo-o engolir seco – você deve saber boa parte dos segredos dela e de tudo que ela fez ou deixou de fazer. - É, isso mesmo...mas o que quer saber? Se ela o ama depois de tudo? Sim, ela o ama e muito, está muito magoada, mas ainda o sentimento dela é tão forte a ponto de superar os problemas! - Não ELA isso que eu QUELIA PELGUNTAR! Ah, deixa pra lá, pelo visto não adiantou ligar pra você... - Ei, ei, EIII!! Desculpa, ta? Serio, não foi minha intenção... Então me diga o que quer saber que eu direi a resposta! - Ta bom então. É que eu estive pensando e cheguei a conclusão que tem algo mal explicado, pelo menos a mim... - O que seria exatamente Ce? - Naquele dia que ela conversou com o Reinaldo – aquele nome fervilhava as veias, deixava-o irritado – eu...er, não sei a história direito... - Quer que eu conte? - É óbvio Magali! Se liga!! - Ta, ta. Foi assim: A Mônica chegou em casa e tinha uma carta do Reinaldo pra ela, dizendo que queria vê-la. A Mônica se empolgou um pouco, porque tinha uma quedinha por ele, mas não tanto quanto sente por você. Bom, aí no final da aula, na segunda ela foi conversar com ele. - Essa parte eu sei. Me conte o que aconteceu depois dela recusar o convite de andar de moto. - Certo. Bom, depois de ela ter recusado o Reinaldo chegou mais perto dela, tentando beija-la a força e...MINGUAU, SAI DAII!! NÃÃO!! - Magali? - TUTUTUTUTU... – ligação tinha sido encerrada, pois Minguau havia tropeçado no fio, brincando com o mesmo. (Tentando beija-la a força, tentando beija-la a força... Foi isso que a Magali falou? Claro que foi, não banque o idiota... Mas ela aceitou? Sim ou não? Sim ? Não? Talvez?) Ele colocava o telefone no gancho e fora direto para seu quarto, caminhando devagar, as mãos fechadas em punho, as sobrancelhas franzidas e o olhar irritado. Ao entrar no quarto, Cebola fora direto para a cama, pegava o travesseiro, colocava-o contra seu rosto e gritava, berrava, urrava de dor. Seu coração fora totalmente estraçalhado, os pedaços espalhados em todo o seu corpo. O sangramento era intenso, constante. Tentando beija-la a força... A frase estraçalhava cada vez mais toda vez que se recordava dela. Então aquela não fora a primeira que ele havia tentado. Ele não tivera êxito na segunda vez, isso ele tinha certeza, pois fora ele mesmo que havia interrompido. E a primeira vez, como havia sido? Mônica aceitou ou recusou? Isso o intrigava, pois seus devaneios mais pessimistas apontavam à dentuça como culpada e condenada, mas seu coração persistia em acreditar na outra teoria, afirmando que havia mais alguma coisa nessa história mal contada e interpretada. Enquanto isso, na casa da Magali: - MINGUAU! Seu PASTEL!!! Não era para ficar brincando com fio... Ah, vai lá brincar com a Aveia, vai! Você já encheu minha paciência hoje... (Ah, agora eu tenho certeza que o Cebola vai ficar mais confuso ainda e não vai acreditar na Mô!Tudo podia ajuda-lo, mas acho que vai atrapalhar e muito...) - Ah! Vamos parar de lamentações – anunciava Magali, para si mesma – Vou ligar no celular dele e terminar o que comecei... Sem hesitar, colocava o celular nas mãos, procurava nos contatos o número de Cebola e discava. Tocava, tocava, tocava, tocava, tocava...foi para a caixa-postal. Decidida a dizer a verdade, esperava o sinal do início da mensagem de voz e dizia: - Ce, escute, não aceite, não aceite, não, ok? Beijos e me liga qualquer coisa! BEEP. Fim da mensagem. Ela sabia que poderia demorar, porém mais dia menos dia ele escutaria a mensagem e entenderia. Magali não fora completamente clara no que queria dizer, fora estritamente subjetiva, aquilo que falara poderia ter amplos sentidos, mas Cebola saberia qual era o verdadeiro. Sentia-se aliviada por fazer a coisa certa, feliz por deixar a consciência leve. Ela fitava sua mão, a qual havia batido no sujinho. Seus devaneios vieram à tona em uma velocidade impetuosa, invadiam sua mente, tomando conta dela. Tentava bloquear os pensamentos, as idéias, as lembranças, os sentimentos envolvidos. Tudo em vão. Para piorar sua situação crítica, suas narinas notaram um aroma familiar. Sentia em sua bochecha, a qual fora beijada duas vezes. Adagas afiadas golpeavam seu corpo, causando-lhe fortes pontadas no peito. Tal aroma o deixava desnorteada, embaraçada, fazendo-a parar de respirar. A vertigem vinha por conseqüência, sua cabeça girava, rodopiava, fazendo cair de joelhos no chão, a respiração ofegante. Como o aroma de um simples perfume a deixava tão descontrolada, perdida no tempo e no espaço? Por que seus devaneios imploravam pelas lembranças? Como? (O que está acontecendo comigo?) Magali apoiava suas mãos nos joelhos, apoiando sua cabeça neles. Soltava uma lágrima que tentava reprimir com todas as forças, mas ela persistira em sair, como todas as outras, que saiam em disparada, acompanhando a primeira em um ritmo frenético, fazendo-as soluçar. O que deveria fazer para não deixar nenhum deles magoado e frustrado? Apesar de sentir-se diferente perto do sujinho, o carinho que sentia por seu apaixonado Quinzo não podia ser ignorado. Sabia que ele era possessivo e não desistiria dela tão cedo de lutar pelo seu amor, custe o que custar. Mesmo ciumento, ele era um rapaz meigo, carinhoso. Isso levava a comilona namorar com ele durante anos, além, é claro, pelos quitutes que a excitavam. b34; Arerê, um lobby, um hobby, um love com você b34; Assustada com o barulho imediato, Magali levantava num salto. Quem poderia ligar a ela uma hora dessas? Ansiosa pela resposta, pegava-o nas mãos, abria e colocava nos ouvidos: - Alô – a ansiedade era nítida em sua voz. - Olá, que bom ouvir sua voz! - Ah, BESTÃO!! Por que está me ligando?? Não quero falar com você tchau... - Não, não! Pééra aê, pôô! Preciso te perguntar uma coisa... - Depende do que for perguntar! - É sério! - Ok! Pergunte! - É sobre a Mô e o Ce: ele por acaso ligou para você? (Como assim? Como ele adivinhou? “Equismen”? “Oclumência”? ). - Sim, ele ligou! - E aê? - Bom, eu falei uma coisa para ele super importante e...mas, espera um minuto, por que está me perguntando isso? - É que eu vi o Cebola atrás de uma árvore investigando a Denise, pena que era a Carmem que fora sair com ela... aí eu deduzi que ele pediria informações para você ! Questão de lógica, lindeza! - Pára de me chamar assim... - Hmmm, só com uma... - Nem vem... - Ih, qualé... - Não me venha com condições. Já basta a primeira! - Ah, é verdade. Então, o que me diz? - Você não prometeu que não iria ficar insistindo? – devolveu com outra pergunta. - Não, eu disse que não colocaria prazos e não que eu insistiria - Hmph, só você mesmo, bestão! - É por isso que te deixo maluquinha – ouvia-se Cascão dando uma risadinha. - Páára de falar isso!! AHH! Que raiva!! Tchau, beijos não me liga! – Magali fechava brutalmente o aparelho. Cascão havia passado dos limites, deixava-a mais nervosa, atordoada do que nunca. A confusão gerada só a fez chorar mais, as mãos apoiadas no queixo, as lágrimas desabando sobre sua face. Pigarreava, seus devaneios a invadiam com mais intensidade, não podendo ser bloqueadas. Haveria alguma forma dela escapar dessas lembranças, ou melhor, apaga-las definitivamente de sua memória? Não, não se pode esquecer momentos de puro êxtase, de pura adrenalina. As adagas que atingiam seu peito golpeavam com mais força, machucando-a por dentro, fazendo-a chorar sem pausas. Pééééééé! Devido ao susto, a comilona levantava num salto, caminhava em direção à porta, donde surgira o ruído. Seus passos golpeavam o chão, sendo possível ouvir o ruído da batalha. Seus passos eram lentos, vagarosos. Depois de um minuto, colocava sua mão na maçaneta. Girava-a em câmera lenta, sendo possível observar o movimento de seus dedoa, que pareciam dançar. Aos poucos a porta se abria, sendo possível ver que um garoto estava aguardando calmamente por ela. Fim do 34º capítulo.

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Notas finais do capítulo

Espero que gostem...mandem reviews !! :D



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