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Anna e Liam estavam no quarto dela, sentados em cima da cama um de frente para o outro.

- Eu preciso ir amor... – Liam disse com a voz arrastada e dando um beijo rápido na namorada.

- Tudo bem, eu não vou segurar você. – Ela sorriu retribuindo o beijo.

 Ele se levantou e ao pegar a sua mochila de mal jeito deixou seu bloquinho azul cair.

- Ah, esse é o seu famoso bloquinho azul? Você nunca me
deixou ler esse negócio. – Anna se levantou e ficou na frente dele.

- É ele mesmo. – Liam quis guardar o bloquinho.

- Ah qual é? Deixa eu ver! – Anna juntou as mãos pedindo.

- Ah não Anna... Tem músicas bem antigas aqui... Anotações bobas... – Ele disse.

- Por favor? – Ela chegou perto dele, prendendo seu olhar no
dele.

- Tá bem. – Ele entregou o objeto.

  Anna começou a folhear o bloquinho.

- Você escreve muito bem amor... – Ela passou mais algumas
folhas antes de se sentar na cama, perplexa – É isso que você pensa de mim? – Os olhos dela ficaram molhados.

- O que foi? – Liam se sentou ao lado dela, querendo ler o
que a tinha magoado. Ele leu no início da página: “I Want” – Não Anna, eu
escrevi isso logo depois que a gente se conheceu, depois da nossa briga no banheiro lembra?

- Lembro. E foi isso que você achou de mim? Me achou tão fútil assim? – Ela agora estava com um tom de preocupação na voz.

- Pra falar verdade sim...

- Jura?

- É.  Você achou o que de mim? – Ele perguntou.

- Te achei um mauricinho insuportável que se achava o dono da verdade. – Ela olhou pra ele e sorriu.

- Uau. Que gentil! – Ele disse parecendo ofendido.

- Eu acho que eu era mesmo bastante fútil... Mas eu tinha meus motivos...

- Quais? – Ele ficou interessado.

- Não... Deixa pra lá... – Ela tentou desconversar voltando a passear pelas páginas no bloquinho de papel.

Liam se aproximou um pouco mais e lentamente tirou o bloquinho das mãos dela. Isso fez com que o olhar dela se voltasse pra ele.

- Anna meu amor, eu te conheço... Pode começar a falar.

- Liamdo, eu fico sem graça de falar isso com você... – Ela olhava pra baixo.

- Por que? Você sabe que pode me contar qualquer coisa não sabe?

- Eu sei... Mas é que é sobre o meu último relacionamento...

- Ah. – Ele se ajeitou na cama – Realmente esse não é um dos
meus assuntos favoritos.

- Então deixa pra lá. – Ela tentou pegar o bloquinho de volta das mãos dele.

- Não! Agora eu quero saber.

- Tem certeza?

- Tenho. – Ele voltou a chegar mais perto dela – Pode contar.

- Tá. Eu era meio fútil porque foi o jeito que eu encontrei pra me proteger.

- Se proteger de que?

- Sei lá. Da dor, da humilhação...

- Humilhação? Me explica esse negócio direito!

- Quando o Tomas terminou comigo ele me disse algumas coisas
que me machucaram bastante e...

- O que ele disse? – Liam disse sério.

- Na verdade ele não disse. Ele deixou um bilhete dizendo que eu era uma gracinha, mas que eu nunca seria mulher pra ele.

- MAS QUE FILHO DA PUTA! – Liam se levantou da cama sem
saber o que fazer.

- Calma amor, já foi... Eu já não ligo mais pra isso, não me
importa mais. – Anna se manteve sentada na cama – Eu só queria ter esperado mais. Esperado por você.

- Esperado por mim? – Liam voltou a se sentar do lado dela, agora mais calmo.

- É... Queria que fosse você aquela noite. – Anna olhava para suas próprias mãos.

- Você diz... Queria que eu fosse o primeiro?

- Sim.

 Liam abraçou a namorada com todo o carinho.

- Eu fico honrado. – Ele disse ainda abraçando-a.

- Você é maravilhoso sabia? – Ela sorriu depois que eles terminaram o abraço.

- Sabia.

- Mas é muito convencido! – Ela deu um tapa no ombro dele.

- Ai! Doeu ! – Ele passou as mãos no ombro.

- Bem feito! – Anna cruzou os braços e fechou os olhos, brincalhona.

 Liam voltou a abraçar Anna e desta vez os dois caíram na cama.

- Quanto ao seu ex-sei-lá-o-que

- Ele não é nada meu.

- Tá. Quanto ao infeliz, eu acho que você vai entender se algum dia eu quiser quebrar a cara dele.

- Você? – Ela riu – Quebrar a cara de alguém? Eu duvido!

- O que foi? Tá duvidando da minha força? – Ele sorriu, depois se sentou em cima dela pegando seus pulsos e então prendeu as mãos dela
acima da cabeça. Ela estava rendida.

- Ah, é assim? Então vamos fazer o seguinte, se você não me beijar eu vou acreditar na sua força.

Seus rostos estavam a centímetros de distância e Anna mantinha seus olhos fixos nos dele. O olhar dele começou a se revezar entre os lábios e os olhos dela.

- Assim não vale! – Ele disse bravo – Você está testando outra espécie de força...

- Que espécie?

- Da espécie que eu não tenho com você.

- Sei bem o que você ta falando. – Foi Anna quem buscou os lábios dele. Um beijo quente, lento e cheio de desejo.

- Eu só tenho uma pergunta. – Liam começou beijar seu o pescoço.

- Jura? Perguntas agora? – A voz de Anna já falhava.

- Só uma...

- Pergunta logo, Pelo amor de Deus.

 Liam chegou perto do ouvido de Anna e perguntou – com aquela voz que a gente conhece.

- Eu sou melhor que ele?

- Nem se compara... – Foi tudo o que Anna conseguiu dizer.