17 Meses escrita por Aninha Cristal


Capítulo 2
Bônus


Notas iniciais do capítulo

Um bônus pra minha one-shot.



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O 10° esquadrão realmente não estava num dia normal. A mesa estava com uma pilha de documentos e a tenente estava deitada no sofá do escritório, até aí estava tudo como sempre, mas o capitão andava de um lado pro outro. Diferente de seu natural, sério e sereno, ele estava nervoso, preocupado e quase furando o chão com seus passos.

Matsumoto observava seu capitão preocupada. Algo muito grande acontecera, suficientemente grande para ele largar a pilha de relatórios de sua mesa e nem ligar para Matsumoto jogada pelo escritório com um sakê na mão.

- Capitão, o que aconteceu? – perguntou pela décima ou décima primeira vez – O senhor pode confiar em mim.

Hitsugaya continuava andando e Matsumoto continuava seguindo-o com os olhos. A ruiva virou-se de bruços e continuou observando a movimentação no escritório. De repente, enquanto estava distraída, seu capitão parou em sua frente, olhando fixamente para seus olhos azuis claros. Ele ficou um tempo sem falar, sentia o cheiro de álcool vindo de sua subordinada e ela nem se movia.

- Matsumoto... – ele parou um pouco – os poderes de shinigami do Kurosaki voltaram.

- Eu já fiquei sabendo capitão, não é bom? – ela disse animada – É isso que te aflige capitão?

- Isso faz com que ele possa me ver e sentir minha reiatsu de novo não é? – ele se levantou e continuou a andar pela sala.

- S-sim capitão. – Matsumoto estava confusa. Onde seu capitão queria chegar com isso?

- Isso quer dizer que... – sua feição era de desespero – Eu terei que falar com eles.

- Hã? Eles quem capitão? – Matsumoto que já estava confusa só ficou mais ainda.

Hitsugaya sentou-se em sua mesa e apoiou sua cabeça nas mãos, bagunçando seu cabelo enquanto pensava. Aquela imagem era rara, tanto que Matsumoto queria tirar uma foto para a Associação das Mulheres Shinigamis – Os Kurosaki. – Hitsugaya falou.

- Por qu... – Matsumoto então entendeu tudo sem nem mesmo seu capitão se explicar. Sabia que seu capitão ia ao Mundo Humano visitar a irmã mais nova de Ichigo e algumas vezes ela mesma o fez ir visitá-la. Sabia também que os shinigamis não deviam manter contato com o Kurosaki enquanto ele não tinha seus poderes. Ou seja, seu capitão não poderia falar com os Kurosaki sobre seu namoro com a garota de cabelos negros da família, mas uma vez que Ichigo já possuía seus poderes novamente e já havia até mesmo ido a Soul Society, nada o impedia de visitá-los – Capitão! – ela exclamou – Você não sabe como falar com o Ichigo e o pai da Karin-chan não é?

- Eu nunca fiz isso antes Matsumoto e não sei nem como fazer! – ele estava com a cabeça nas mãos ainda – Eu não sei nem se devo fazer isso! Eu preciso fazer isso não é Matsumoto? – ele estava com a cabeça abaixada olhando para a mesa – E não fale tão alto! Não quero que isso circule por toda Soul Society.

- Eu te ajudarei capitão! – Matsumoto disse. Quando Hitsugaya olhou para ela, viu sua subordinada com os cabelos ruivos presos, um bigode negro grosso com as pontas finas e enroladas, um óculos em sua face e acariciando um gato em seu colo.

- O-o que é isso Matsumoto? – o capitão perguntou após se levantar do tombo que levou. Assustara-se tanto que caira da cadeira.

- Vamos fingir que eu sou o pai da Karin-chan e você quer falar comigo. – Matsumoto disse sorrindo. Ela sabia que ele não precisava necessariamente encarar o pai dramático de Karin, mas queria vê-lo fazer isso.

Hitsugaya se negou a fazer aquilo! Em quem Matsumoto se inspirara para criar aquele visual? Era ridículo falar com ela vestida daquele jeito e com aquele gato preto lá. Mas Matsumoto foi mais persistente e puxou seu capitão para o outro sofá, ficando frente-a-frente.

- Quem é você?! – Matsumoto falou grossamente, tentando imitar uma voz de homem, e brava.

- Hi-hitsugaya Toushirou. – ele respondeu espantado ao ver Matsumoto agir daquela forma.

- O que você faz? Tem um trabalho? Tem cara de ser muito novo! É muito baixo, tem cara de estar no primário! – Matsumoto disse rapidamente, mal tendo tempo de respirar.

- Eu sou um estudante do Ensino Médio senhor. – Hitsugaya respondeu. Quando fosse falar com o pai de sua namorada, não poderia falar sobre shinigamis. Ele imaginava que tirando Ichigo, o resto de sua família desconhecia a existência de shinigamis, hollows e etc.

- Mas o senhor é um capitão, capitão! – Matsumoto falou normalmente, saindo de seu personagem carrancudo e bravo, e voltando a ser a Matsumoto que seu capitão conhecia.

- Eu não posso falar que sou um shinigami Matsumoto! – ele disse irritado – O pai dela vai achar que sou louco! (N/A: Ou que assiste muito Death Note)

- Mas capitão... – Rangiku não teve tempo de terminar, a parede do escritório foi explodida e logo a capitã do 2° esquadrão invadiu o local.

- Yoruichi-sama!! – Soi-Fong gritou desesperada tomando o gato negro do colo de Matsumoto – Dessa vez é você, não é Yoruichi-sama? – a morena chorava enquanto abraçava o gato que tentava fugir dos abraços sufocantes.

Hitsugaya saiu de seu escritório tentando fugir da confusão. Andava pela Seireitei enquanto pensava mais calmamente para que todos que passassem por ele não percebessem o nervosismo do capitão. Encontrou com Hinamori pelo caminho. A garota conhecia Hitsugaya muito bem e mesmo que não aparentasse, ela sabia que algo o incomodava.

- Hitsugaya-kun? – ela perguntou, tirando seu amigo de infância de seus pensamentos e fazendo com que ele percebesse sua presença.

- Oi, Hinamori. – cumprimentou-a.

- O que aconteceu? – ela perguntou preocupada.

Hitsugaya não podia contar a verdade para Hinamori. A garota ficaria muito triste e a coisa que menos queria fazer era magoá-la. Apesar de não gostar mais dela, ainda era sua amiga de infância, jurara protegê-la a qualquer custo. Apesar de tudo, ainda era uma pessoa muito importante para ele.

- Não é nada. – ele disse e continuou andando – Provavelmente logo você saberá. – acenou de longe e continuou. Ele confiava em sua tenente, mas estava ainda mais preocupado se ela não falaria nada para a Seireitei toda sobre seu relacionamento.

Continuou andando e traçou seu percurso para o 13° esquadrão. Quando chegou encontrou Juushirou, saindo do esquadrão, que deu alguns doces para o capitão mais jovem para então perguntar o que ele fazia por ali. Hitsugaya perguntou de sua tenente, Kuchiki Rukia. Juushirou o levou até seu escritório onde Rukia arrumava alguns relatórios e se retirou, indo até o 4° esquadrão como fazia antes de Hitsugaya chegar.

- Ah, capitão Hitsugaya. O que deseja? – Rukia perguntou, deixando alguns relatórios que carregava na mesa.

- Eu gostaria de falar com você um pouco. – ele respondeu. Rukia era muito amiga de Ichigo e já havia morado na casa dos Kurosaki. Conhecia as garotas e o pai delas, então ela com certeza poderia lhe dar uns bons conselhos sobre como agir. Além disso, podia confiar na jovem tenente. Conhecia Rukia da academia Shinigami e mesmo não sendo muito próximos sabia que a garota não fofocaria e colocaria na primeira página dos jornais da Soul Society o que ele contasse.

- Sobre o... pai do Ichigo? – ela perguntou confusa. Estavam sentados nos sofás do escritório de Ukitake e Rukia havia lhe trazido uma xícara de chá.

- S-sim. – ele respondeu um pouco vermelho. Rukia não perguntou dos motivos, apesar de querer e só falou.

- Ele é um homem realmente excêntrico, com certeza. – ela disse rindo, lembrando do tempo que morou na casa do shinigami substituto – Ele ama muito sua família, até demais. Todos os dias tenta acertar Ichigo como um treinamento e está sempre fazendo drama com um pôster de sua falecida esposa quando suas filhas o ignoram. Apesar de ser um velho dramático, abusado, infantil e chorão, ele está sempre animado e ama muito seus filhos. – terminou sorrindo.

- O Ichigo... também se importa muito com suas irmãs não é? – ele murmurou.

- Hã? Ah sim! – Rukia exclamou – O Ichigo sempre cuidou muito de suas irmãs por causa do pai. – Hitsugaya permaneceu calado e Rukia voltou a falar – Eu não ia perguntar isso para o senhor, mas... por que das perguntas? – ele continuou em silêncio – Desculp...

- Eu... – o garoto a interrompeu – Posso confiar em você certo?

- Cl-claro, capitão Hitsugaya. – ela ficou surpresa com as palavras do capitão. Não eram próximos nem nada, então por que isso?

- Eu estou namorando a irmã de Ichigo. – ele disse firmemente.

- Eh? – ela se espantou com o que acabara de ouvir. Ele estaria namorando Yuzu? Não, era muito pouco provável, então só restava... – Karin?!

- Sim. – ele respondeu olhando para o lado.

- O Isshin com certeza vai gostar de você. – ela disse sorrindo, mas sua expressão mudou ao continuar – Mas não sei se o Ichigo vai gostar muito disso. – disse brincando.

Hitsugaya agradeceu Rukia e saiu, com um pouco mais de coragem por ouvir que Isshin gostaria dele, mas com mais medo também ao ouvir o quanto ele amava suas filhas de maneira excessiva até. Não importava mais seu medo, tinha que agir como um homem! Iria ao Mundo Humano fazer uma visita surpresa na casa dos Kurosaki.

Rukia permaneceu no escritório do 13° esquadrão e sussurrou para si mesma – Acho que é hora de você também achar uma namorada, não é, Ichigo? – ela continuou arrumando alguns relatórios – Talvez eu também faça uma visita ao Mundo Humano logo.

Era noite na cidade de Karakura. As luzes da casa dos Kurosaki estavam acesas e dentro da sala do local encontravam-se um garoto de cabelos alaranjados sentado em um sofá e um garoto de cabelos prateados do lado de uma garota de cabelos negros no outro. Ichigo encarava Hitsugaya com um olhar mortal e o capitão apenas permanecia sério no sofá. Yuzu via a situação da cozinha e o clima não estava muito agradável.

Quando Hitsugaya chegara na casa, Yuzu fizera a mesma cena da primeira vez que ele aparecera lá. Ichigo o olhou mortalmente novamente, mas depois riu pela cena repetida. Riu até ouvir Hitsugaya falar “Nós somos namorados agora, é por isso que vim”. Aquelas palavras fizeram Ichigo ficar sem expressão. Como? O capitão do 10° esquadrão da Soul Society, um shinigami, estava namorando sua irmãzinha?

Após Ichigo recuperar o ar ligara para seu velho pai, que estava em Deus sabe lá onde para avisar que alguém queria vê-lo. Depois apenas sentaram e ficaram se encarando até cansar.

- Então, você está namorando a Karin de verdade agora Toushirou? – Ichigo perguntou seriamente.

- Sim. – ele respondeu tão sério quanto Ichigo.

- Mesmo sendo o que é? – Ichigo perguntou, deixando Yuzu que espionava da cozinha confusa.

- Sim.

- Mas, Ichi-nii, eu não me importo com...

A porta foi chutada longe por um homem de cabelos negros e lágrimas nos olhos interrompendo a garota de continuar – KARIIIN!! – Isshin gritou entrando e indo até o cômodo onde estavam – O Ichigo ligou dizendo coisas como namorado e Karin e eu vim correndo! Você ainda é muito nova pra isso Kariiin – continuou gritando e chorando, em suma, fazendo um de seus típicos dramas. Quando tentou abraçar sua filha, foi chutado por ela para que sentasse no sofá junto com Ichigo.

- Cale a boca! – ela resmungou sentando-se novamente.

- Hã? – Isshin se recompôs e sentou-se direito no sofá rapidamente – Então você é o namorado da Karin-chan? – perguntou.

- Sim senhor. – ele respondeu.

- E veio aqui para pedir minha permissão? – ele perguntou ficando mais sério e encarando Hitsugaya mais profundamente.

- Isso mesmo senhor. – ele respondeu olhando nos olhos de Isshin.

Isshin virou seu rosto em direção a cozinha, onde Yuzu estava – Yuzu-chan! Karin-chan! O papai saiu tão apressadamente de onde estava que acabou perdendo sua carteira por ai! – Isshin disse com seu típico ar animado e infantil, deixando Hitsugaya espantado – Vocês poderiam ir procurar com o Ichigo?

- Mas pai... – Karin começou, mas foi interrompida por Isshin.

- Eu quero falar com o Shiro-shiro (N/A: Por causa do cabelo de Toushirou ser branco. Shiro=branco) aqui um pouquinho a sós. – ele disse infantilmente empurrando seus filhos para fora da casa – Cuide bem de suas irmãs, filho irresponsável! – Isshin gritou para Ichigo.

Entrou novamente na casa e sentou-se no sofá. O clima não era o melhor. Hitsugaya estava espantado com o pai de Karin, sabia que era dramático e infantil, mas não desse jeito!  Isshin começou a encará-lo e então falou seriamente – Pode sair do seu gigai.

- Eh? – Hitsugaya assustou-se.

- Você é um shinigami, não é capitão? – ele disse indo pegar algo para beber na cozinha.

Hitsugaya assustou-se mais ainda. O pai de Ichigo e Karin sabia da existência de shinigamis e, além disso, sabia que ele era um capitão! Ele não sabia como ainda, mas apenas saiu de seu gigai enquanto Isshin pegava sua bebida. O homem voltou e sentou-se novamente, olhando para Hitsugaya sentado no sofá agora com seus trajes de shinigami e seu haori, junto com sua zanpakutou nas costas.

- Hitsugaya Toushirou, certo? – ele perguntou e tomou um gole do que trouxera – Capitão do 10° esquadrão da Seireitei.

- S-sim. – Ele ainda estava um pouco assustado com o amplo conhecimento do pai de sua namorada.

- Não se assuste. Eu já fui um shinigami e tenho meus contatos. – Isshin falou tomando outro gole – Esquadrão 0.

Se não fosse Hitsugaya, esta informação viria como algo impossível de se entender, mas o capitão do 10° esquadrão tomou apenas um leve susto, mas se recompôs logo. Abriu a boca para falar, mas outra voz foi mais rápida.

- Eu também me apaixonei por uma humana. – ele começou a falar olhando para o pôster de Masaki na parede – Minha ex-esposa. Larguei tudo na Soul Society e vim para o Mundo Humano. Casamos-nos e tivemos três lindos filhos, então um dia ela faleceu nas mãos de um hollow. Tendo tantas pessoas com poderes por perto não era difícil ser atacada. – ele continuou olhando para o pôster e em seus olhos podia-se ver a tristeza. Parou um pouco e logo voltou a falar olhando para Hitsugaya – Eu não devia estar falando isso com você, só quer namorar minha filha, não casar com ela! – ele disse rindo – Mas Hitsugaya, se um dia você precisasse, você abandonaria seu posto de capitão e viria para o Mundo Humano viver como uma pessoa normal? – ele perguntou seriamente - No final, eu ainda sou um pai preocupado se sua filha não se machucará depois.

Hitsugaya olhou para o chão por um momento, pensando. Após alguns segundos começou a falar ainda fitando o chão – Se eu dissesse que estaria disposto a largar qualquer coisa, nesse momento, eu provavelmente estaria mentindo. – parou um pouco – Mas Kurosaki-san... – ele ergueu sua cabeça, olhando o homem nos olhos – Eu nunca machucarei sua filha e nem permitirei que a machuquem em momento algum. Ela é uma das pessoas mais importantes para mim.

- Então, ainda existe dúvida sobre seus sentimentos? – Isshin perguntou.

- Não tenho dúvida em relação aos meus sentimentos por sua filha, mas existem responsabilidades difíceis de serem simplesmente deixadas. – ele respondeu firmemente e Isshin percebeu ao escutar.

Isshin permaneceu em silêncio por algum tempo, o que assustou um pouco Hitsugaya. Talvez tivesse sido melhor não ter sido tão sincero ao responder as perguntas de seu talvez sogro. - Humpf, acho que não tem como não permitir que minha filhinha namore com você. – ele deu um sorriso de canto – Afinal, vai demorar alguns séculos até ela encontrar outro capitão responsável como esse que está na minha frente.

Hitsugaya deu um de seus pequenos sorrisos e agradeceu Isshin. Este permanecia olhando para o pôster de sua falecida esposa. Isshin lembrou-se de quando largara tudo por Masaki. No começo não conseguia largar a Soul Society, havia sido promovido ao Esquadrão 0 há pouco tempo  e deixar tudo sem mais nem menos era difícil para alguém como ele. Apesar de seu jeito, era maduro, forte e responsável, claro, estava no Esquadrão 0 por isso. Na época era jovem e tinha realizado o sonho de todo shinigami! Entendeu perfeitamente quando o garoto disse não ter certeza se abandonaria tudo. Era novo ainda, capitão de um esquadrão e mal conhecia Karin. Exatamente o mesmo. Mas Hitsugaya tinha menos problemas, Karin possuía poderes e Masaki não. Um dia ela poderia se tornar uma shinigami e viver na Seireitei junto com ele. Masaki não pôde.

No final, Isshin estava feliz por sua filha estar em tão boas mãos. Antes que seus filhos voltassem, perguntou algo para Hitsugaya – Aquela pulseira da Karin... você deu para ela?

- Sim. – ele respondeu com medo da próxima pergunta. Mas esta não veio, vieram apenas um sorriso e um sinal de aprovação.

Isshin reparara na pulseira e percebera sua utilidade. Realmente, sua filha estava em excelentes mãos.

Ichigo, Yuzu e Karin chegaram na casa e viram Hitsugaya, que já voltara a seu gigai, sentado num sofá e Isshin sentado no outro com um copo em mãos. Karin olhou para a cozinha e viu uma garrafa sem rótulo na mesa aberta. Arregalou os olhos e virou-se para falar com o garoto sentado – Toushirou, há quanto tempo ele terminou de beber isso? – perguntou nervosa e logo seus irmãos ficaram também, após ver a garrafa.

- Há uns 5 minutos eu acho. – ele respondeu assustado com a reação dos Kurosakis.

- Droga! – Ichigo resmungou e repentinamente Isshin levantou-se gritando.

- Karin-chaaaan!! Eu gosto tanto do seu namorado! – ele disse indo abraçar a garota, que o chutou longe.

- Cale a boca! E vá tomar um banho!

- Toushirou! – Ichigo chamou-o com uma aura negra – Como você quer namorar minha irmã se nem consegue manter seu sogro sóbrio! – ele gritou.

- Eh? – Hitsugaya então percebeu que o homem parecia mais exagerado que o normal. Mais dramático, mais infantil, mais em cima de suas filhas...

- Masakii!! A Karin-chan está crescendo!! – ele começou a falar com o pôster – Ela já tem um namorado e aquele nosso filho imprestável nunca nem trouxe uma mulher para esta casa! – ele falava chorando.

- E a Rukia-chan papai? – Yuzu perguntou inocentemente.

- É verdade! Ichigo seu filho imprestável, traga minha terceira filha de volta para esta casa! – Isshin tentou acertar Ichigo, que o jogou para fora da casa pela janela.

Aquela bebida fazia Isshin perder a cabeça após cinco minutos depois que terminava um copo. Não havia jeito, Hitsugaya teria que se acostumar com aquela bagunça logo. Isshin voltou para dentro da casa e começou a fazer seus dramas novamente. Eram gritos e Isshins sendo chutados de um lado para o outro.

Era quase onze horas e a casa finalmente estava quieta. Hitsugaya já tinha ido embora e Ichigo conseguiu enfiar seu velho debaixo do chuveiro e colocá-lo na cama depois de muito esforço. Após Isshin dormir, os três filhos foram para seus quartos. Fazia tempo que Isshin não ficava daquele jeito. Ele só tomava quando algo o preocupava de verdade.

Yuzu dormiu facilmente e Karin sentiu uma reiatsu conhecida vinda do telhado de sua casa. Saiu de seu quarto e subiu procurando os cabelos prateados, donos da tão conhecida reiatsu. Encontrou-o olhando a lua minguante no céu e sentou-se ao seu lado. Ele percebera que a menina vinha, mas não falou nada.

- Por que está aqui? – ela perguntou assim que sentou e começou a fitar a lua também.

- Queria ter certeza que seu pai não faria nada. – ele respondeu, dando um riso. Ambos ficaram em silêncio novamente até Hitsugaya começar a falar.

- Eu conhecia seus irmãos, mas é a primeira vez que vi seu pai. – ele suspirou – Talvez seja difícil me acostumar com essa casa.

Karin riu e Hitsugaya voltou a falar – Agora eu devo ir. – Karin desmanchou seu sorriso por um momento, sabia que ele era um capitão na Soul Society e sendo assim era muito ocupado, mas ainda era difícil aceitar que depois que atravessasse o senkaimon, não sabia quando Toushirou voltaria – Mas não antes de fazer isso.

Hitsugaya inclinou-se em direção a garota e colocando sua mão na cintura dela, beijou-a. Ela colocou sua mão nos cabelos prateados, afagando-os. Este beijo fora apaixonado, não fora calmo e terno como nas outras vezes, fora profundo e duradouro. Ao se separarem por falta de ar, Hitsugaya depositou um beijo na testa da garota e foi embora, dizendo apenas um “Ittekimasu” antes de partir.

Karin sorriu e uma simples lágrima correu por seu rosto. Murmurou “Itterashai” enquanto via o capitão se distanciar. Não sabia quanto tempo ele levaria para voltar, e se entristecia com isso, mas sabia que voltaria para ela. Entrou em seu quarto e dormiu, pensando em seu capitão, Hitsugaya Toushirou.

Fim... ?


Era manhã na Seireitei, na noite passada o capitão havia visitado a residência dos Kurosaki e havia conseguido a autorização do pai de Karin. Estava muito feliz. Até seu trabalho parecia menos tedioso do que o normal. Nem o fato de Matsumoto ainda não ter aparecido o incomodava.

Entretanto, sua felicidade fora incomodada com um estrondoso barulho vindo de sua porta atualmente derrubada e quatro pessoas entrando desesperadamente em seu escritório com jornais nas mãos.

- O que é isso Hitsugaya-kun?! – Momo perguntou quase enfiando o jornal na cara de seu amigo de cabelos claros. A garota estava aparentemente brava. Após ela, Hisagi, Kira e Renji também mostraram os jornais que tinham em mãos para Hitsugaya.

O capitão do 10° esquadrão pegou um para ler. Assim que viu a primeira página seu rosto avermelhou, um pouco de vergonha, um pouco de raiva e ele não pode evitar gritar. – MATSUMOTO!

Toda Seireitei ouviu e dois colegas que estavam sentados na varando do 13° esquadrão não puderam deixar de ouvir também.

- Pelo jeito o capitão Hitsugaya já leu o jornal de hoje. – Kyouraku disse tomando um pouco de chá.

- Mas quem diria não é? – Ukitake jogou o jornal para o lado e a primeira página podia ser vista.

Havia uma foto de Hitsugaya beijando Karin. Uma foto tirada na noite anterior por uma certa ruiva bisbilhoteira. A manchete era “O capitão gélido finalmente encontrou alguém? Hitsugaya Toushirou está namorando uma garota do Mundo Humano!” Já não era mais segredo para ninguém na Seireitei.

Fim


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Notas finais do capítulo

Olá gente! Então, eu não faço ideia se o Hitsugaya e a Rukia cursaram em algum momento juntos ou não, foi só algo que resolvi colocar já que não sabia quem estudou com o Hitsu-kun na academia.
Bem, fanfic acabada! Espero que tenham gostado do capitulo e do bônus! Espero que me mandem o que acharam também okay? Bye bye!
PS: Gostaram do leve momento IchiRuki? (Eu gostei hahahaha)