In The End escrita por Angel Gomez


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Tava ouvindo o CD do Nick e essa ídeia veio na minha cabeça quando eu ouvi In The End que uma das músicas que mais me deixam meio emo. Desculpe, pra aquelas pessoas que tavam me pedindo Nelena, por fazer algo tão triste e trágico. Eu tava com preguiça de revisar, entçao me deculpe qualquer erro.



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O garoto abriu seus olhos castanhos. Olhou para janela e viu a luz atravessar sua janela. Não era o sol. Não para seus olhos. Ele não conseguia ver o sol, não conseguia ver a felicidade no céu. Era como se apenas ele enxergasse tudo em preto e branco, como se o céu era apenas um teto cinza coberto por nuvems escuras. Mas, ele não ligava. Era sua vida.

Era outro dia normal em sua vida. Mas, qual vida? Sua vida solitária e cinza ou sua vida que vivia em sua cabeça. Aquela que era sua última esperança. Aquela que preenchia sua vida real vazia. Aquela que ele criava a cada dia. Aquela que era a única razão pela qual ele sorria e ria. Onde poderia ter seus amigos, pelo menos viver algo diferente de sua rotina normal e ter suas únicas manifestações de amor, amor verdadeiro.

Tristemente, tudo não passava de palavras escritas em um papel e acordes em seu violão ou em seu piano. Ele esperou tantos anos para que tudo ficasse bem. Estava cansado de todos falarem "só mais um pouquinho e você estará bem." Há um tempo atrás ele até acreditava naquilo e pensava que as pessoas reais ao seu redor estavam certas, que tudo o que ele sofreu, toda a solidão era só uma crise de adolescência, tudo aquilo resultou em sua primeira composição "A Little Bit Longer". Mas ele esperou. Esperou, e viveu toda sua adolescência assim, sozinho. Mas, agora ele não é mais um adolescente. Completou seus 19 anos. E ele ficou bem, como a música dizia? Não.

Então, ele cria todo dia canções. Cada uma delas era uma situação que ele gostaria de ter vivido e vive, dentro de sua cabeça. Se você ouvisse elas, iria achar que ele é uma pessoa que já passou por inúmeras situações amorosas. Umas boas e outras não muito boas. Mas, que nada. Ele nunca conheceu amor real. Nunca pode acariciar o rosto de uma garota ou até beijá-la. O problema é que: ele mal sabe disso. De tanto que ele fantasiava, ele não sabia mais o que era real e o que não era. Era algo que era muito presente na vida dele. Bem lá no fundo ele sabia, mas era muito doloroso quando ele ao menos pensava nisso.

Todo dia o garoto acordava cedo, pegava seu violão e ia para a praça da cidade tocar sua música. Ninguém nunca ligava para ele. Todos estavam ocupados, estressados e com pressa. Ele ligava? Claro que não. Ele só queria tocar sua música, não queria que prestassem atenção nele. Embora, se alguém parasse para apreciar sua música, ele não se importaria.

"She's seductive but she does it well

She'll charge you by the hour for a straight trip down to hell

She'll corect you when you think you know

She's gonna let you go, she's gonna let you go [...]"

O garoto cantava a canção e tocava seu violão. Até que uma garota morena sentaou em um banco que estava ao seu lado. Ela tinha um livro na mão. Mas, ao abrir, ela parou e o fechou novamente observando o garoto cantar.

"[...] See all those familiar faces crowded in my mind

I know that now is not the time

Run around, with someone else

Satisfy yourself, but don't fool me

Don't you let it be

State of [...]"

Ele errou o acorde e parou. A morena ficou olhando meio descepcionada por ele ter parado a música incrível que estava ouvindo.

"Porque parou? Estava ótimo." A garota perguntou.

"Errei o acorde." Ele disse mais interessado em seu violão no que na garota.

"Quem liga? Eu não ligo. A letra estava incrível" O garoto olhou para garota e percebeu o quanto ela era linda. Ela tinha cabelos escuros e olhos castanhos combinando com o cabelo. Ele sorriu para a garota.

"Obrigada."

"Meu nome é Selena. Selena Gomez e o seu?"

"Sou Nicholas. Nicholas Jonas, mas pode me chamar de Nick."

"Ok, Nick. Então... eu imagino quem é essa garota que fez isso com você." O garoto a olhou confuso.

"Como?"

"A garota que você está cantando na música."

"Oh sim... O nome dela era... Annie. Uma ex-namorada minha." Ele inventou sentando ao lado da garota no banco.

Lá o garoto começou a contar histórias de sua vida para a garota. A garota ingênua acreditava em tudo que o garoto falava. Em como ele tinha vários amigos e como teve várias namoradas. Eles também conversaram sobre sua música. A garota também era uma apaixonada por música e segundo ela, também já havia arriscado suas próprias composições.

"Oh, então você poderia me ajudar a escrever essa música." O garoto pegou um pedaço de papel todo escrito de seu bolso e uma caneta. Deu para a garota e pegou seu violão.

"She was brought into this world

Out of a beautiful mistake

When her mom was just a girl

And her daddy didn't stay." O garoto parou de cantar e apontou para a garota que logo já soube qual seria o resto da música.

"She was working at age 9

At the flower shop in town

Working not just to survive

Cause' life was throwing her around." A garota cantou. O garoto ficou tão impressionado com a voz suave da garota que parou de tocar.

A garota perguntou.

"O que foi? Sou tão ruim assim?"

"Não! Você é... incrível! Você é profissional, né?"

"Ah sim, claro. Os pingos de água do meu chuveiro são meu público." Brincou a garota, fazendo o garoto rir.

"Não, sério. Da onde você tira essas ídeias de música tão rápido? Você não fez plágio, né?"

"Não! É que sua música... me lembrou de algo que eu já... vivi." O garoto olhou para a garota surpreso.

"Então, você trabalhava em uma floricultura mesmo assim tão novinha?"

"Sim... Como sua música diz, minha mãe me teve com apenas 15 anos e meu pai era metido com drogas e morreu de overdose quando eu tinha apenas um mês. Nós eramos muito sozinhas e ela estava doente e não podia trabalhar para nos sustentar. Então, eu arrumei um trabalho pra mim mesma. Quando eu tinha uns 11 anos, minha mãe ficou melhor e começou a fazer faculdade de culinária escondida até que um professor descobriu ela e deu uma bolsa para ela. Hoje em dia, ela é uma grande chefe de cozinha." A garota contou a história e sorriu no final. O garoto ficou maravilhado com a história da garota.

"Nossa... isso é lindo. É uma grande história de superação. Sabe, você não acha que as vezes a gente reclama demais da vida quando existe gente pior do que a gente?"

"Com certeza. Olha, depois do que eu passei... Bem, o bom é que minha mãe ajuda diversas instituições e pessoas pobres como nós eramos antes."

"Isso é muito bom." O garoto sorriu radiantemente para a ela.

Um silêncio ficou entre os dois. Os dois se perderam nos olhos castanhos um do outro. Era algo que Nicholas nunca havia sentido antes. Ele achava que sim já havia sentido. Mas, dessa vez era diferente. Pela primeira vez ele sentiu o retorno de alguém real. Mas, afinal o que era aquilo? Apenas uma quedinha talvez? Para ela poderia até ser, mas para ele ele algo que ele vinha procurando desde sua adolescência sofrida: amor verdadeiro, amor a primeira vista. A garota se deu de conta no que estava acontecendo e desviou o olhar. Os dois tinham as bochechas rosadas na hora.

"Ok... Então, Nick, acho que eu vou indo. Foi um prazer conhecê-lo." A garota se levantou e se inclinou e depositou um beijo no rosto do garoto que se sentia no paraíso. A garota virou as costas e saiu sorrindo.

"Selena! Espera!" O garoto voltou pra terra e correu atrás dela. A garota ouviu seu nome e virou para trás.

"Quando eu posso te ver de novo?" O garoto perguntou.

"Pode ser nessa praça aqui mesmo amanhã. Pode ser?"

"Claro. Mesmo horário?" O garoto respondeu. 

A garota afirmou com a cabeça e enroscou os braços em volta do pescoço do garoto e o abraçou. O garoto fechou os olhos aproveitando o momento. A garota olhou nos olhos dele e novamente se perdeu. O garoto desviava o olhar entre os lábios carnudos da garota e seus olhos castanhos. Era a hora? Sim. A garota se inclinou e pressionou seus lábios contra os do garoto. Os lábios se moviam lentamente em conjunto. Não foi um beijo demorado, mas foi um beijo incrível. Haviam faíscas entre os dois, os dois sentiam borboletas no estômago e como se tivesse anjos voando em volta dos dois. Os lábio se desconectaram e os dois sorriram um para o outro.

"Vejo você, amanhã, Nick." A garoa disse sorrindo. Soltou o garoto e foi embora em direção ao restaurante da mãe.

Nicholas ficou paralisado no meio da praça observando a garota ir embora. Ele voltou para o banco, pegou suas coisas e voltou para casa. O rosto da garota estava preso em sua cabeça. E era como se ele ainda sentisse o gosto dos lábios da garota. Assim, ele passou o resto do dia. Jogado na cama, tocando seu violão e escrevendo músicas sobre Selena. Era como se seus pés estivessem de volta na terra. Era realmente uma garota real que ele estava apaixonado. Não era outra de suas fantasias e namoradas imaginárias. Era tudo real e não era tão doloroso se desapegar de seu mundo imaginário como ele pensava que seria.

 No outro dia, ele acordou outra vez. Olhou para a janela e viu pela primeira em anos, o sol. O céu não estava mais preto e branco como sempre, e com isso ele poderia sentir a felicidade e sorrir por uma razão real. Ele pegou seu violão e foi para a praça a espera da garota amada. Ele esperou cerca de 20 minutos, mas nada da garota. Ele pegou o violão e começou a dar um acordes. De repente, ele sentiu duas mãos cubrirem seus olhos por trás. Um sorriso cresceu em seu rosto.

"Quem deve ser?" Ele perguntou rindo. Ele sentiu lábios encostarem em seu rosto.

"A garotinha da floricultura." A voz feminina respondeu. Ele se virou e a deu um selinho.

"Achei que você não vinha, meu amor." Os dois se sentaram do mesmo banco do dia anterior.

"Aww. Você me chamou de seu amor..." A garota disse num tom fofo beijando o rosto do garoto em seguida. Ele riu da fofura da dela.

"É... porque você é meu amor." Ele riu tímido e a garota o abraçou.

"Aww. Isso é tão fofo." Ela encostou a cabeço no ombro do garoto e segurou sua mão.

"Quer ouvir alguma música?" Ele perguntou.

"Quer continuar escrevendo a música de ontem?" A garota respondeu com outra pergunta.

"Bem, eu escrevi uma música para você..." Ela desencostou dele na hora.

"Toca, toca, toca. Eu quero ouvir!" Ela disse animada. Nicholas pegou seu violão, afinou e começou a tocar.

"Wake up to the alarm and the phone

Trying to stick out in a world don't belong

Sometimes smething so right can be wrong

Felling weakness 'cause gravity's taking it's toll

I wanna know i'm not the only one around

Can you show something deeper than I found?

I wanna know that you'll be with me when everything round is falling down

When I finally get these feet back on the ground." O garoto deu o último acorde e olhou para a garota que sorria bastante.

"Nick, isso foi incrível! Obrigada." Ela o abraçou e deu um selinho em seus lábios.

O amor dos dois estava ficando cada vez mais forte. No fundo, ele sentia que o amor era mais profundo do lado dele, mas ele não se importava, desde que a garota estaria sempre lá no banco da praça com ele. Ele já havia dito as três palavras "eu amo você" e ela também. E o pedido de namoro: 13 de janeiro. Coincidentemente no mesmo dia que ele havia começado seu último namoro fictício. Tudo havia voltado ao normal para ele. Ele tinha os pés no chão agora e sua vida estava girando em torno de Selena.

Um dia, ela o convidou para ir conhecer sua casa, onde eles passariam a tarde toda escrevendo músicas. Mas, um casal extremamente apaixonado sozinhos em um quarto resultaria em algo mais. Os dois fizeram amor a tarde toda. A delicadesa do garoto, até então virgem impressionava a garota. Ela queria mais e mais e ele conseguia dar tudo de si e ser todo dela. Não era aquele tipo de sexo selvagem e sexy. Era algo que envolvia todo o amor dos dois. Era mais lento e carinhoso. Quando eles pararam a garota deitou no peito nu do garoto enquanto ele a acariciava. Algumas horas depois ele teve que ir embora, mas marcou de encontrar a namorada no outro dia no mesmo lugar de sempre. Ela o prometeu que estaria lá mais cedo, pra não o deixar esperando.

Ele voltou para casa e passou o resto da tarde e a noite pensando no que havia feito com a garota. Era algo que ele não podia acreditar. Ele lembrava de cada toque, cada beijo e cada gemido da garota. Era ago muito bom e que colocava um sorriso no rosto dele.

No outro ele acordou e como sempre fazia pegou seu violão e foi até a praça. Chegando ele não encontrou sua namorada esperando como ela disse que estaria. Ele sabia que algo estava errado, porque ela sempre cumpria suas promessas. Ele olhou para o mesmo banco de sempre e encontrou uma carta. Ele sorriu pensando que era algo bom. Ele abriu a carta e o que leu não foi bom.

"Querido Nicholas,

Tenho péssimas notícias minha mãe descobriu sobre o que fizemos ontem. Ela ficou furiosa, porque tem medo de que eu fique grávida como aconteceu com ela. Ela disse que nós não conhecemos a muito tempo e tem medo que eu cometa o mesmo erro que ela cometeu. Então, ela me proibiu de ver você. Me desculpe por isso. Eu sei que você vai me odiar agora, mas espero que ainda me ame. Por favor, entenda. Não era o que eu queria. Eu amo você. Mas, acho melhor terminarmos. Até porque, eu não havia contado a você, mas minha mãe arrumou um emprego em restaurante melhor fora da cidade. Eu iria contar isso a você hoje pessoalmente. Me desculpe mesmo por isso. Eu sei que nosso amor era verdadeiro. Eu tenho certeza que você vai arrumar alguém que te ame [...]"

O garoto não conseguiu ler mais. Era como se seu mundo estivesse desmoronando. Ele amaçou a carta com raiva e voltou para casa. Assim que ele fechou a porta de seu quarto e escorregou até o chão. As lágrimas escorriam como se fosse chuva pelo rosto do pobre Nicholas. Ele não tinha mais forças. Tudo havia para se levantar. Essa havia sido a gota d'água. Ele não tinha mais vontade de viver. Queria morrer na hora. Ele havia perdido sua única esperança e a única pessoa real em sua vida. Ele fechou os olhos com força para tentar ir para seu mundo imaginário outra vez, mas nada. Ele tinha os pés no chão agora. Naquele momento, ele percebeu toda a dor que estava sentindo não era apenas pela perda do seu primeiro amor real e sim, porque ele caiu na real de quão sozinho ele era.

Sua vida estava acabando. No fundo, ele sabia onde tudo iria acabar. Não era culpa da garota, nem da mãe da garota, nem mesmo de suas fantasias. Era tudo culpa dele mesmo. Foi ele que se prendeu em seu próprio mundo e se isolou do mundo real. Pelo menos, era o que ele achava. Ele achava que precisava de alguma punição. Ele sabia quetudo voltaria para o assombrar no final. Ele abriu uma gaveta e encontrou um tubinho com algumas pílulas dentro. Ele foi até o banheiro despejou as pílulas na mão e engoliu todas elas numa hora. Ele foi até a banheira que estava cheio e se deitou. Se deixou afundar na água. Fechou os olhos e nunca mais os abriu.

[Fim]


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