O dia no acampamento Jupiter foi corrido, todos se arrumando pra uma viagem que iria mudar nosso futuro, uma viagem ao acampamento que até alguns dias atras, era nosso pior inimigo.
      Viagem ao acampamento meio sangue. Gregos.
      Peguei minha bolsa, chequei tudo, desde camisetas roxas do acampamento até protetor solar, nunca se sabe né. 
 Quem sou eu? Desculpe, Cayo, dezesseis anos, oraculo da quinta coorte. Você deve estar se perguntando sobre o Octavian, pois é, quando cheguei no jupiter só existia um “leitor de agouros”, até o dia que um semideus me mencionou algo e logo em seguida meus olhos viraram de castanhos escuros para azuis celeste, e eu comecei a recitar uma profecia.
 É meio estranho, um filho de Netuno com benção de Apolo e oráculo, alguns semideuses me evitam, praticamente sempre fui sozinho aqui, até Percy aparecer.
Percy vinha em direção a coorte.
   - Vamos meio irmão oraculo, estamos atrasados. - Percy encostou na porta da nossa coorte, eu joguei minha mochila sobre os ombros, quando passei ao seu lado, senti sua mão bagunçando meu cabelo - Você vai ter uma surpresa la no outro acampamento.
- Uma surpresa?
- Sim, consigo me lembrar de uma garota com cabelos ruivos, soltando fumaça verde pela boca, acho que ela é o oraculo de la.
- Assustador.
- Olha quem fala, menino dos olhos que mudam de cor. 
- Percy! Cayo! estamos esperando vocês. - Leo gritava de Festus, um grande dragão de bronze - Temos uma grande viagem.
- Nossa, ele concertou rapido não acha? 
- Filho de Hefesto, fazer o que - olhei pra ele - Ops, Vulcano.
 Percy sempre confundia coisas romanas com gregas, ele estava ansioso porque voltaria a sua verdadeira casa depois de uma lavagem cerebral que a deusa Hera lhe causou. Maioria das noites eu ouvia ele cochichando ’ Annabeth, Annabeth ‘, eu queria conhecer essa tal de Annabeth, deve ser a namorada dele.
 Acenamos um tchau aos campistas que ficavam, e logo disparamos céu acima.
 Eu estava muito cansado, peguei minha mochila e fiz ela de travesseiro, Leo havia colocado meio que cadeiras no Festus, então estava muito mais “confortavel” de se viajar.
 E é claro, tive um sonho.
 No sonho eu estava num campo de morango, segurando a mão de uma menina com cabelos ruivos, sardas nas bochechas, olhos verdes e profundos me olhavam, ela sorria, seu sorriso era muito misterioso, como se ela tivesse um dom. Mas a imagem mudou, eu estava jogado no mar, sem conseguir me mexer, só conseguia ouvir gritos e semideuses num combate violento.
 Acordei num suspiro, Percy perguntou se eu estava bem, acenei com a cabeça, apesar do sonho ter sido uma visão. Não sei quanto tempo fiquei desmaiado, mas Jason nos disse que faltava menos de quatro quilometros até avistarmos a colina meio sangue. 
 Conversamos sobre as possiveis batalhas que ocorrerão, Gaia estava se levantando, ja havia colocado várias vidas em risco, algumas até em morte.
 - Chegamos! - Leo gritava, alegre… puxou as “redeas” de Festus, e logo descemos em circulos até pousarmos numa grama verde e macia.
 - PERCY, MEUS DEUSES, PERCY VOCÊ CHEGOU, ATÉ QUE ENFIM - Uma menina de cabelos loiros corria em nossa direção, acho que ela era a tal Annabeth. - Senti tanto a sua falta.
- Eu tambem senti - Afagando os cabelos de Annabeth, e com uma lagrima no rosto, eles se abraçaram, como se só houvesse os dois no mundo.
- Hey Cayo - Piper me chamou, mostrando o caminho da casa grande - Vamos la comigo, quero te mostrar o Quiron.
- Quiron? - perguntei, olhando para todos os semideuses atento em nossa chegada - Quem é Quiron?
- Venha, vou te mostrar.
 Ao caminho percebi vários olhos intrigados em minha camiseta, estava com medo de algum campista dali pular em cima de mim e me encher de socos.
- O Percy pelo jeito é famoso por aqui não é?
- Mais ou menos, todos estavam sentidos com seu desaparecimento, até soubermos que ele estava no Jupiter.
 A casa grande parecia uma mansão de dois andares, entramos la dentro e vi um homem em uma cadeira de rodas.
- Quiron, esse é Cayo, filho de Netuno - Apertei em suas mãos, sua pele era dura, como… cascos?.
- Olá Cayo, fiquei sabendo que você é um oraculo não é?
- É… tecnicamente sim.
- Tenho uma amiga pra te mostrar, vamos? 
 Segui sua cadeira até uma sala reservada, quando entramos, havia pouca luz, apenas pequenos raios de sol que entrava nas frestas da janela, quando meus olhos acostumaram com a luz, percebi quem era.
 Cabelos ruivos, sardas nas bochechas, olhos verdes fitando o nada.
- Olá Cayo, filho de Netuno.
- Olá, Rachel.