Erva Doce Amarga escrita por judy harrison
Notas iniciais do capítulo
Emily é desmascarada e Simon consegue deixá-la vulnerável com as lembranças de Debie.
Ao levar a notícia para Raquel, ela quase não acreditava.
_ Como eu não desconfiei? Eu a vi por três vezes, e nessas vezes eu espirrava, mas achei que até hoje aquele escritório tinha vestígios do produto Tomy.
_ Ambos estão numa conspiração contra vocês. Mas eu quero que você a procure e a atraia para algum lugar onde ela pense estar protegida.
_ O que pensa em fazer, Simon?
_ Você disse que ainda tem aquela carta que Debie escreveu para Emily.
Depois de explicar para ela o que tinha em mente, Simon pediu que ela fosse naquele mesmo dia falar com ela.
Raquel pensou muito, e decidiu se aproveitar da situação inferior em que se encontrava.
No escritório da empresa, ela pediu que Síria, nome disfarçado de Emily, fosse com ela até o consultório de seu novo advogado, alegando que ele precisava apresentar a ela uma lista de produtos patenteados. E ela acreditou em Raquel.
Na verdade o endereço era do consultório de Simon, quem estava lá com Tony. Porém, ambos estavam em uma antessala.
Antes da chegada de Emily, Simon falou com seu paciente.
_ Hoje você vai estar cara a cara com Emily, Tony!
_ Não é possível! Trouxe-me aqui pra isso, doutor?
_ Tony, a partir de hoje eu não serei mais seu doutor, serei apenas seu amigo. Tudo vai se esclarecer quando você a encarar, encarar seu medo e o enfrentar, mostrar que pode ser maior do que ele. Emily é só uma pessoa como você, que sofre como você pela perda de alguém muito amado. Ela também tem medo.
_ Mas ela tem feito tudo aquilo... Por medo?
_ Sim. O medo de viver sozinha, sem um pai era tão grande que ela preferiu passar sua vida perseguindo você, ao invés de ficar e chorar por todos esses anos. Entenda que se a encarar hoje, dividirá seu medo com ela... E esse medo vai perder o sentido, a força, o significado. E vai acabar.
Tony enfim, concordou em vê-la, mas pediu que ele primeiro falasse com ela. Era mesmo a intenção de Simon.
Finalmente, Emily estava na sala acompanhada de Raquel.
_ Sente-se, Síria. O advogado virá logo.
Impaciente, Emily olhava para todo lado. Já havia perguntado a ela sobre Tony, se ele estaria lá com elas, e Raquel garantiu que Tony estava em casa sedado e mentalmente incapacitado.
_ É mesmo uma pena que nós temos que passar por isso. – disse Raquel se levantando e trancando a porta da recepção.
_ O que está fazendo! – ela perguntou, apertando sua bolsa contra si.
_ Estou colocando um basta nessa farsa toda... Emily!
Ela se assustou.
_ Quem?
_ Sua máscara já caiu, Emily, você não tem mais como negar. – de fato, Emily ajeitou os cabelos e tentou ser natural, mas estava nervosa – Você tem assombrado meu marido por todos esses anos, mas agora o jogo acabou pra você.
_ Não sei de que jogo você está falando!
Simon então saiu da antessala, deixando Tony assistir as imagens sendo exibidas no monitor da câmera de segurança. Ele começou dizendo:
_ Eu vou lhe dizer de que jogo se trata. – antes de prosseguir, ele pediu que Raquel fosse ficar com Tony – Se trata do dia em que seu pai foi demitido, Emily.
Simon se aproximou e se sentou perto dela de modo a olhar em seus olhos.
_ Não sei quem você é, mas se não abrir essa porta, verá do que sou capaz. – ela disse tentando intimidá-lo.
Mas ela não o conhecia bem.
_ Certo, e se eu não abrir você verá quem sou eu e do que eu sou capaz. Então não vamos fazer rodeios, eu lhe direi exatamente como as coisas tem acontecido desde que você conheceu José.
Emily se levantou e ainda insistiu.
_ Estou dizendo! Abra essa porta!
_ Emily, quero que você se sente aqui, eu tenho uma mensagem de Debie pra você.
_ Não fale de Debie! - ela disse, demonstrando revolta e dor.
Simon acertou em cheio os sentimentos de Emily. Agora ela estava como ele queria, desarmada.
_ Sente-se aqui, por favor. – ele disse com uma voz branda.
Emily fez o que ele pediu e voltou ao seu lugar, mas estava deixando transparecer toda sua mágoa. Era o que Simon precisava.
_ Emily, eu tenho uma carta aqui comigo que Debie escreveu...
_ Não pode ser! Não acredito em psicografia! - tentava conter as lágrimas.
Simon sorriu.
_ Não é psicografia. Debie a escreveu naquele dia para lhe dar no banco.
_ No... No banco? – ela ficou muito frágil.
_ Sim, por isso ela estava lá. Ela convenceu o pai dela a readmitir seu pai, ela só aproveitou para ver você e lhe dar isso.
Emily ia pegar a carta da mão dele, mas ele não permitiu, se esquivou devagar.
_ Como vou saber se não está mentindo pra mim, que essa não é uma carta escrita por qualquer um?
_ Tem um emblema da banda favorita de vocês impressa na folha, e a letra dela você conhece bem, eu suponho.
_ Então me deixe ler!
Como ele suspeitava, Emily queria muito saber quais foram as últimas palavras de sua melhor amiga. E ele precisava saber a que ponto ela chegaria.
_ Existe uma condição pra que você possa fazer isso agora, Emily. Vai deixar o pai dela em paz?
Já com lágrimas nos olhos ela se mostrava desesperada.
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