Erva Doce Amarga escrita por judy harrison


Capítulo 6
A aparição


Notas iniciais do capítulo

Tony tenta seguir sua vida e resolver seus assuntos com José, mas uma nova aparição o deixa ainda mais apreensivo.



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Embora Tony estivesse mesmo perturbado, ele ainda conseguia ver o mundo real, e sabia que precisava trabalhar muito para tentar um dia chegar aonde seu pai chegou. Sabia que a qualquer momento receberia das mãos da justiça todos os imóveis que lhe pertenciam, inclusive o prédio que abrigava sua antiga empresa, agora de José.

Então esse dia chegou.

_ Talvez José queira negociar o valor agora!

Raquel falava contente, com Tony e seu advogado com os papeis do juiz nas mãos.

O advogado orientou.

_ Daqui a uns dias deveremos estar na empresa com esse mandado de reintegração. José vai ter que permitir que você trabalhe com ele, Tony. Ou ele pode desembolsar essa quantia que o juiz estipulou que vale seu imóvel. Oque você vai preferir?

_ Certamente ele vai preferir o dinheiro!

Raquel precisava responder por ele. Tony parecia reagir com medo a cada vitória sua na justiça.

No consultório de Simon, ele falava o que sentia, pois depois de quase um mês de consultas, se sentia mais à vontade. Porém ele ainda não respondia do que tinha medo.

_ E quanto ao seu imóvel, Tony? Como se sentiu ao saber que ganhou?

_ Eu não sei, acho que é muito dinheiro.

_ Sente medo de voltar a ter a mesma vida de antes com regalias e luxo?

_ Nada fará mais sentido sem Debie, doutor. Posso viver em um buraco com algo para comer. E viveria como agora, ou com todo aquele dinheiro.

_ Não valoriza o que a justiça lhe deu por direito...

_ Sim, por que era do meu pai. Mas para quem eu deixarei? – disse triste.

_ Em primeiro lugar, você ainda tem muito que fazer para usufruir de seus bens, e em segundo você tem Raquel. Não é mesmo?

_ Raquel não precisa de mim. Ela sabe vender melhor do que eu. Todo o dinheiro que ganhamos pra nos sustentar foi do trabalho dela.

Vendo que não o convenceria a se alegrar pelo que ele ganhou, perguntou sobre outras coisas.

_ E as vendas na feira, como vão?

_ Bem. Estamos correndo contra o tempo, por que os pedidos estão chegando. – ele tirou um saquinho com o nome Tomy desenhado, e um pote de creme hidratante – Ah, antes que eu me esqueça, Raquel pediu que eu entregasse isso para você. È um dos sucessos de vendas do meu pai, de uma receita que só eu tenho. Nem José fabrica isso.

Simon pegou o pote e o abriu para cheirar.

_ Puxa, é um creme muito cheiroso. Eu agradeço muito, e vou usá-lo assim que possível. – guardou o presente na sua gaveta – Então foi você que inventou?

_ Sim, quando tinha 18 anos. Foi por isso que meu pai passou a chamar os produtos de “Tomy”, era como ele me chamava.

_ Muito interessante. E agora você voltou a vender esse mesmo produto?

_ Eu já vendia na feira com Raquel, mas não tinha o nome original. Agora, há um mês estamos vendendo muito bem. É nosso “carro chefe”.

_ Tony, eu quero que você faça uma coisa pra mim. Se fizer, tenho certeza que você terá sucesso maior em suas vendas e logo vai estar em sua própria empresa de novo. Acredita nisso?

_ Eu não sei doutor. Mas o que quer que eu faça?

_ Quero que você se lembre daquele menino de 18 anos, cheio de sonhos e ideias, que criou um produto de sucesso e que ajudou seu pai a crescer. Quando pensar nele, pense como ele, e faça tudo que ele faria... Se fosse você.

_ Mas... Era eu! – disse admirado, enquanto ouvia o doutor atentamente.

_ Então será mais fácil pensar como ele! – disse com um sorriso.

Simon queria com aquilo fazer com que ele recuperasse sua autoestima.

Com aquelas palavras na mente, Tony saiu do consultório animado.

Por alguns dias ele realmente pensou como o jovem Tony, e decidiu ir até a empresa para falar com José.

_ Tem certeza que está preparado, querido? – perguntou Raquel, enquanto lhe servia a janta.

_ Sim. Amanhã eu irei com o advogado e direi àquele traidor que estamos autorizados a tomar posse do que é meu. Ou o prédio ou o dinheiro. De qualquer modo eu saio ganhando.

Raquel se aproximou e o abraçou com ternura.

_ Estou muito orgulhosa de você, meu amor! Eu só lamento por não poder estar lá, tenho que esperar a encomenda da matéria prima que chegará pela manhã.

_ Tudo bem. Eu vou me sair bem. E você já fez muito. Não foi você que esteve do meu lado até agora? Você é a minha luz, querida! – apaixonada, ela o beijou.

Tony apenas seguia o conselho do doutor Simon.

E o outro dia chegou.

Mas um fato de repente fez com que ele desistisse de ao menos sair de casa. Ao abrir a porta da sala, ele se deparou com Emily, e o forte cheiro de erva doce foi logo sentido por ele, Emily o encarava com um sorriso macabro. E ele fechou a porta com força.

_ Raquel! Raquel! – ele gritou em correria para o quarto onde ela estava.

_ Tony! Oh, meu Deus, o que houve.

Quase sem fôlego e com seu coração batendo forte, ele disse:

_ Na varanda... Ela está lá... Na varanda!

Sem esperar, ela correu para lá, sabia que ele se referia a Emily.

Mas, ela não achou nada, nem mesmo havia o cheiro que ele depois descreveu.

Aquilo fez com que ele voltasse com seu receio, e não conseguia agora nem mesmo sair de casa.


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Notas finais do capítulo

Eu diminui os capítulos para a leitura ficar mais fácil. Agradeço a quem está lendo e ficarei ainda mais feliz se deixar uma review. Valeu!



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