PDV Connor

  Aproveitei o tempinho de folga, mais do que merecida, para descansar, precisava urgentemente disso, porque justamente quando eu ia fazer isso o Travis me atrapalhou e no final das contas eu QUASE arrumei o Chalé ‘Bagunçado’ de Afrodite. Ainda bem que eu joguei um encanto na Penny e no Travis. Fiquei caminhando pelo acampamento para ver se achava algo para fazer, estava cedo demais para ir para a aula de espadas, que no momento estava com a atenção dobrada por causa da breve luta contra Gaia, então não me restava nada para fazer.

  O acampamento estava quase idêntico ao Chalé de Afrodite por dentro, pois havia vestidos jogados para todo lado, brincos no chão (descobri numa pisada de sorte, se é que você me entende), gravatas em cima das árvores (não faço a mínima ideia de como elas chegaram lá), sapatos para todos os lados e pessoas histéricas repetindo milhares de vezes: Di Immortales, o baile é daqui a dois dias!!! Preciso escolher uma roupa!!!

 Observei todo aquele caos bem próximo à fogueira de Héstia, que é localizada bem no centro dos chalés. Soltei umas risadinhas daquilo, as pessoas começaram praticamente uma guerra só por causa de um bailezinho bobo...

  Connor, Connor, Connor, tome cuidado, eu posso aprontar com você e não se esqueça que ainda está me devendo...

  Desde o início até o fim da mensagem de Afrodite fiquei arrepiado. Na noite passada ela havia aparecido no meu sonho só para me lembrar da promessa que eu havia acabado de fazer para ela, e essa promessa era um tanto alta. Fiquei pensando até que senti alguém colocar o braço sobre meus ombros o que me tirou dos devaneios e me despertou um pouco de raiva.

  - Oie, querida – falou o mesmo garoto que havia dito que eu era namorada do Travis, só que agora ele estava com um óculos escuro.

  - Querida uma ova – falei tentando tirar a sua mão de meu ombro, mas assim que fiz, ele entrelaçou seus dedos nos meus, me deixando totalmente corado.

  - Você fica tão bonitinha corada, querida – falou me dando um beijo na bochecha, me causando a coloração de uma pimenta.

  - Eu não sou sua querida – falei rangendo os dentes.

  - Assim, você é sim minha querida, filhas de Afrodite não podem não ter namorados, e para sua sorte eu estou aqui, querida – falou me olhando com um sorriso alegre.

  - Mas... Mas... Mas...

  - Sem mas querida, você não tinha namorado, e aqui estou eu, você deveria estar me agradecendo – falou um pouco sério demais.

  - Mas... Mas... Mas eu tenho namorado! – gritei!

  - Tem certeza? – falou rindo um pouco, como se não acreditasse que eu tivesse um namorado.

  - Sim, eu tenho, e quando ele vir você ele não vai gostar!!! – tentei falar da forma mais corajosa possível, mesmo com medo de quem seria esse tal namorado, e se eu estava atuando bem ou não.

  - Quando ele vai vir aqui, eu quero ter uma conversinha pessoal com ele – disse como se realmente fosse algo para mim, além de um problema.

  - Eu não sei, talvez amanhã ou depois de amanhã, porque ele talvez tenha que terminar uns trabalhos.

  - Do colégio? Então ele é um nerd, e você sabe que eu sou melhor!

  - Bem, eu ia dizer da empresa de modelos de Los Angeles que ele trabalha – falei quase gritando, e finalmente tirando a mão dele do meu ombro.

  - Não, tenho certeza que é do colégio!

  - Não me importo, quando ele chegar você vai ver com seus próprios olhos mesmo – falei dando de ombros, e ficando um pouco metido.

  - Então chame ele para vir hoje.

  - Acho melhor não – disse, tinha que tomar cuidado, qualquer deslize e eu teria que arrumar um namorado. E isso definitivamente não iria ser legal!

  - Vamos lá querida, eu acho que se ele gosta tanto de você ele vai vir – falou docemente, mas eu sabia que ele estava me testando, e eu não poderia soltar nada de errado, principalmente porque eu estava mentido – e além do mais ele é um meio-sangue, pode pegar carona com as Irmãs Cinzentas, não é?

  - Mas eu não disse que ele era meio-sangue!

  - Você disse que ele viria aqui amanhã ou depois de amanhã, e para isso ele tem que ser um meio-sangue, não estou certo? – falou com um sorriso vitorioso, enquanto eu provavelmente entrava em estado de desespero, mas tentei disfarçar, porém não me sai bem.

  - Mas ele só pode vir as sextas – falei, tentando enrolar mais um pouco.

  - Perfeito! Ele pode vir ao baile e ser seu par, mesmo sendo uma pena, pois eu queria ser...

  Eu fiquei mudo, pois estava pensando em qual era pior: o filho de Apolo, ou o namorado que eu vou ter que arrumar, e eu tinha que admitir as duas opções eram as piores que eu poderia pensar, até que tive a ideia que me salvaria disso...

PDV Travis

  Penny e eu só tínhamos uma opção para escapar daquilo e assim que percebemos que só tínhamos essa opção saímos correndo para banheiro, sim, chamaríamos reforços.

  Chegando lá ligamos a torneira e esperamos, até que um arco-íris surgiu, e assim que isso aconteceu Penny jogou pegou primeiro um dracma e colocou acima da cabeça dizendo:

  - Ó deusa, aceite nossa oferenda.

  E jogou o dracma no arco-íris.

  - Chalé de Deméter.

  E então no arco-íris apareceu o Chalé de Démeter por dentro. Lá havia várias filhas de Deméter, provavelmente umas dez, e por sorte Katie não estava lá, se não o Connor estaria ferrado. Penny limpou a garganta chamando a atenção de quase todas.

  - O que vocês querem? – falou uma garota que apenas passou os olhos por mim e pela Penny rapidamente, e logo após se concentrando na planta que estava cultivando.

  - Bem, queríamos pedir um favor... – começou Penny, mas logo foi cortada.

  - Quanto vocês pagariam? – disse outra garota, se concentrando na gente.

  - Você tem dracmas? – cochichei para Penny.

  No início ela parecia triste, eu acho que por não ter dracmas, até que um enorme sorriso surgiu em seu rosto. Ela provavelmente sabia onde havia dracmas...

  - Nós pagamos 25 dracmas – falou Penny, e nesse exato momento todas as garotas que estavam no Chalé de Deméter a encararam maravilhadas, e eu assustado, pensando de onde ela estava tirando aquele dinheiro.

  - Já estamos indo para aí, daqui vocês dizem o que querem que a gente faça, tudo bem?

  - Ok – falou Penny passando a mão na imagem, e assim que ela me olhou com um sorriso, falei sério para ela.

  - Eu não tenho 25 dracmas.

  - Nem eu, mas eu sei alguém que tem – falou ainda com um sorriso enorme e indo para o quarto.

  - Quem te emprestaria dracmas?

  - Ninguém, mas talvez possamos roubar? – disse. Agora ela estava falando com a pessoa certa!

  Eu segui ela, até que ela parou próxima de uma cama colossal.

  A cama era de casal, com cobertas brancas e douradas e muitos travesseiros. Havia uma grande estrutura que fazia parecer um beliche, mas não era. Aquela cama era toda colossal, de cores simples mas fantástica.

  - Essa é a cama da Drew – disse a Penny provavelmente explicando porque aquela cama era tão linda.

  - E o que ela tem haver com os 25 dracmas?

  - Simples! Você não se lembra de que pagou para ela 25 dracmas para ajudar o Connor a descobrir coisas sobre a Katie? – falou com um sorriso travesso.