Lua Azul escrita por Vanessa Alves


Capítulo 2
Grande surpresa




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         -Ela está acordando! – Ouço a voz de uma mulher, não consigo ver quem é, pois minha visão está muito embaçada.

         Abro mais os olhos, e passo as mãos neles, para enxergar melhor, e logo lembro de tudo, o grito de Lorena, a poça de sangue, o homem, e a mulher segurando Camile. E a única coisa que consigo dizer, mesmo sabendo que não vai adiantar nada é:

         -Socorro! – Grito, minha voz sai mais alta do que eu pensei que sairia. Mas isso é bom.

         -Calma querida. – A mulher que ontem segurava Camile diz. – Meu nome é Marta kupfer, esse é meu marido Roger Kupfer e esse é nosso filho Marcos Vinicius Kupfer.

         -Ahhh...Que sono! – Diz Camile, ao entrar na sala, onde estou deitada em um sofá-cama.

         -Camile! – Grito com felicidade, por ver alguém que conheço.

         -Amiga! Você está bem? – Ela pergunta

         -Sim, e você? Essa mulher não te machucou? Machucou?

         -Não! De jeito nenhum! Vocês têm muito o que conversar, ela é legal, acredite em mim!

         -Você está louca? Essa mulher nos seqüestrou, e nos trouxe pra esse lugar!

         -Beatriz, eu vou lhe explicar tudo, minha filha... – Marta diz.

         -Minha filha!? Hã? Você só pode estar maluca, todos vocês! Perdi minha família toda em um acidente de carro, quando tinha seis anos de idade! – Agora que estou prestando mais atenção, percebo que, essas pessoas não me são estranhas, me lembro delas de algum lugar, principalmente do garoto.

         -Isso é o que você acha Beatriz Kupfer, essa é sua família, sua mãe, seu pai, e seu irmão.

         -Vocês não estão...

         -Mortos? Não! Estamos aqui, e vivos!

         -Porquê? Então porque me abandonaram!? Porquê deixaram que me levassem para aquele orfanato nojento, e as escolas internas, em? Porque? Porquê me deixaram sozinha no mundo durante todo esse tempo? – Digo isso chorando muito, molhando todo o travesseiro da minha suposta “mãe”.

         -Minha filha, não foi nossa culpa! Não chore por causa disso, por favor! – Ela diz me abraçando. – Eu lhe explicarei tudo, mas só quando se acalmar. Por em quanto deite e durma mais um pouco.

         -Só uma pergunta. Aonde eu estou?

         -Durma... – Ela diz, e eu imediatamente durmo.

         -Não! Não os leve. Leve a mim, mas não eles! – Eu dizia para um holograma de um homem muito bem vestido, mas que não faço idéia de quem seja.

           -Vou levar o  necessário! Eu mando aqui, e mais ninguém! – O homem dizia bravo, ele se parecia muito com Richard.

         -Por favor, não suportaria perdê-los de novo!

        -Você nunca os perdeu, eles perderam você! É só uma vingança! Agora você perderá eles! – Ele disse e imediatamente transformou meus pais e meu irmão em pó.

       -Não! Não! Não! De novo não, por favor! Traga-os de volta! Em troca darei o que você quer!

      -Hum... Agora ficou interessante. Sim! Eu os trarei de volta, se me der o que eu quero!

    -Bia! Bia! Acorda! Você está bem? – Me chama Camile.

   -Sim... foi só um pesadelo.

   -Ainda bem! Me deu um baita susto, sua mãe pediu para que eu viesse dar uma olhadela em você. – “Minha mãe”, ainda não me acostumei com isso.

   -Cadê ela? –  Pergunto, curiosa para saber logo de toda a história.

   -Ela quem?

   -Minha... – A palavra demora, mas sai. – Mãe!

   -Está tomando banho. Seu pai e seu irmão gatinho, estão vendo televisão. – Ignoro o comentário de Camile sobre meu irmão.

   -Quero levantar! Ajude-me!

   -Calma Bia! Você ainda está fraca, por favor! – Assim que ela diz isso, tento me levantar, e sinto uma dor imensa, em todas as partes do corpo.

    -Não agüento mais, quero uma explicação pra tudo isso!

    -Calma amiga tudo tem sua hora.

    Escuto um barulho de porta se abrindo, e sim é ela, disposta a me contar tudo. Então ponho os ouvidos a seu dispor.

    -Tudo começou em nossa viajem para San Diego, aquela que fazíamos todo ano no dia de ação de graça, estávamos indo a uma velocidade razoável, mas estava chovendo, então na primeira curva acentuada, seu pai perdeu o controle do carro e bateu, mas não morremos, ficamos inconscientes por um bom tempo, até a chegada dos bombeiros, e então quando perguntei no hospital se vocês três estavam bem, a enfermeira me encarou, e perguntou: três? E eu respondi: Sim, minha filha, meu filho e meu marido, três. Ela lamentou, e disse que só encontraram três pessoas vivas no local do acidente! Fiquei apavorada pensando que você estava morta, por anos me deprimi, até que um dia, recebi uma carta misteriosa dizendo que minha filha estava na escola interna Smaltire.

          - Então você pensou que eu estava morta?

          -Sim!Todos nós achamos. Me perdoe Filha, não foi minha culpa! Por favor!

          -tudo bem, mas como fui parar no orfanato?

          -Não sei, na verdade, tenho uma suspeita, acho que alguém te...

          - Seqüestrou! Acha que fui seqüestrada por alguém? É isso?

          -Sim, mas isso não importa mais, o que importa é que você está aqui, saudável!

          -Mas, porque você fez aquilo com Camile?

          - Me deixa continuar. Chegando na escola ouvimos um grito muito alto, fomos em direção a ele, e encontramos você e sua amiga correndo, eu fui escondida e dei a volta peguei sua amiga por trás, pensando que fosse você, então ela começou a gritar, e eu tampei a boca dela com a minha mão. Mas quando você caiu, pude ver seu rosto, e percebi que era minha filha, tive vontade de lagar aquela garota e correr para você, mas não podia, ela começaria a gritar, e nosso plano, daria errado. Seu pai já estava a um passo de você quando desmaio. Explicamos tudo para Camile, a inicio ela ficou meio desconfiada, mas depois compreendeu tudo. Trouxemos vocês para cá, nossa casa por enquanto. Entendeu linda?

          -Mais ou menos. Se não foram vocês que fizeram alguma coisa com Lorena, quem foi? Tem um assassino na escola, precisamos voltar lá, para avisar a diretora. – Eu digo, admito, um tanto preocupada com Lorena, será que está morta, meu deus!

          -Também acho isso muito estranho, mas não podemos voltar lá, não agora, se não eles vão querer pegar você! E eu não posso passar por isso de novo! Você me entende Bia?

          -Sim, mas...

          -Sem mas Bia! Você não vai, e acabou!

          -Ta! – Digo com raiva.

          -Mas não fique chateada comigo ta legal? É para seu próprio bem. – Ela diz e sai da sala.

          Penso bastante no que minha...Aquela mulher falou, mas não vou desistir de saber o que houve naquela noite horrível! Não vou mesmo! Tenho uma grande idéia, meu plano perfeito seria o seguinte: Eu e Camile fugiríamos daqui à noite, e voltaríamos para Smaltire, com certeza eles nos aceitarão de volta. Não tem perigo algum, só aquele que está rondando a escola, e que tenho que avisar a alguém!

          -Camile! – Grito, para que ela escute na cozinha.

          -O que? – Ela grita de volta.

          -Vem aqui! Agora! – Provavelmente Camile estava flertando com meu irmão.

          -Diga logo Bia, preciso voltar e ajudar seu irmão a fazer uma vitamina de frutas!

          -É uma coisa muito séria Camile, não pode deixar a vitamina para depois?

          -Não!

          -Mas é sobre Smaltire! – sussurro, para que ninguém da casa ouça.

          -O que tem Smaltire? Vamos voltar? É isso?!

          -Acho que sim, se tudo der certo, mas só para ver como está lá, depois daquele dia. E assim que avisarmos a senhora Reich, voltaremos, pelo menos eu tenho que voltar.

           Explico tudo a Camile e ela concorda, mas fica meio indecisa, pois se julga apaixonada por meu irmão. Mas no final aceita o plano.

          -Tudo bem Beatriz... Vamos voltar para Smaltire!

          -Ok, então hoje será uma grande noite!

          -Põe grande nisso!


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