M. Creuzodete: Então, a quanto tempo, senhor Cebolácio... O tempo foi generoso com o senhor – Creuzodete analisava os cabelos rebeldes do convidado.

Cebola: Só Cebola... Bem e o tempo foi... – Cebola analisava as leves rugas da mulher – Não foi tão ruim assim para a senhora, né?!

                Creuzodete franziu a testa em irritação!

M. Creuzodete:  Deixa de besteira, ô moleque! Hum... – deu uma leve olha para a sua bola de cristal - ... Vejo que veio aqui por um problema amoroso?! – não fora necessariamente uma pergunta.

Cebola: Sim, em parte, mas também...

M. Creuzodete: Ficou tão perdido que acabou sofrendo com alucinações?

Cebola: Puxa! A senhora é boa, mas acontece que...

M. Creuzote: Fez um problema e não sabe como consertar?...

Cebola: CARAMBA Ô MULHER! Como é que eu vou resolver o meu problema se você não me deixa terminar de falar?

M. Creuzodete: Eu achava que você iria querer uma pequena amostra de meu poder.

Cebola: Mas eu estou desesperado, a senhora pode me extorquir se a senhora quiser. E tem mais uma coisa, poupe um pouco os seus poderes que mais tarde eu vou precisar, não é bom desperdiçar com amostra-grátis!

M. Creuzode: Pois bem, conte você então o motivo de sua presença em minha humilde barraquinha!

Cebola: Bem, vamos dizer que pequei o coelhinho de pelúcia da garota que eu gosto, destrui por acidente e agora ando tendo pesadelos com a coisinha encardida, sem contar o fato que a garota em questão não quer me ver nem com gel no cabelo recitando poemas! Mas ela já tem quinze anos, não deveria sentir tanta falta assim de um coelhinho de pelúcia sem importância!

M. Creuzodete: Entendo...

Cebola: Então a senhora concorda comigo?! – Cebola estranhou o fato de ela concordar tão rapidamente.

M. Creuzodete: Mas é claro que não! Ainda tenho a minha bonequinha bruxinha, ela é super fofa e é feita de pano!

Cebola: Puxa! A senhora é tão velha assim que no seu tempo ainda não existia plástico?!

                Agora, Creuzodete não estava apenas com o rosto contorcido de irritação, mas continha a face vermelha e um pouco dos dentes a mostra pelo lábio torcido.

M. Creuzodete: O FATO É... Ela não irá te perdoar com facilidade, você destruiu o ícone de sua infância, consequentemente, destruiu sua infância!

Cebola: E... Ela não vai mais me perdoar?

                Creuzodete guardou a bola de cristal debaixo de sua mesinha e tirou de lá um jogo de cartas de tarô, embaralhou-as e pediu para o Cebola cortar em três partes, e assim o fez! Madame Creuzodete juntou os três montes novamente e jogou a primeira carta na mesa.

M. Creuzodete: Ela irá te perdoar!

Cebola: IIISSSÁÁÁ!!!

M. Creuzodete: Está comemorando o que garoto? – ela parecia realmente impaciente com o seu novo cliente, mas estava cobrando por hora, então pegaria leve com ele.

Cebola: Ué, A senhora não disse que ia me perdoar?!

M. Creuzodeta: Mas não falei que tudo voltaria a ser como antes...

                Só então, Cebola percebeu que já havia uma segunda carta jogada na mesa, e madame Creuzodete tratou de explicar.

M. Creuzodete: Esta carta mostra que o relacionamente de você teve uma transformação afetada não apenas pelo acontecido, mas por algo mais influente...

Cebola: E o que seria esse algo mais influente?

                Creuzodete, enfim, jogou a terceira carta na mesa.

M. Creuzodete: Vejo um rival...

Cebola: Um rival?! – Cebola se inclinou levemente da cadeira para olhar a carta, na esperança tolo de poder ver a cara do conhecido na carta.

M. Creuzodete: Está bem, são cinco, mas quis pegar leve com você!

Cebola: Céus... – Cebola não esta realmente surpreso pela questão dos rivais, mas pelo fato de eles possuírem alguma influência para a Mônica – E não existe alguma maneira de reverter isso?

M. Creuzodete: Meu bem, você é jovem e inexperiente – ser chamado de inexperiente pela mulher que estava pagando para lhe ajudar não era nada reconfortante – Você deveria saber que nós mulheres temos um coração sensível e que sempre iremos perdoar as pessoas que são importantes para nós, mas nunca iremos esquecer o dano que essas pessoas nos fizeram!

Cebola: E não existe nenhuma simpatia, macumba ou vudu... Madame, estou desesperado!

                Madame Creuzodete franziu a testa, não de raiva, pois gostou de ser chamada de madame, pois assim era entitulada, mas franziu a testa procurando alguma maneira de ajudar o rapaz. Então se levantou, foi até uma cômoda no cantinho da barraca e da gaveta irou uma pedra que cabia certinho na sua mão, e ntregou ao Cebola.

M. Creuzodete: Aqui está!

Cebola: E isso é o que, uma pedra da sorte? Do amor? Devo verver esta pedra com água e dar para a Mônica ou...

M. Creuzode: Eu não lhe disse que ela sempre irá lebrar o que você fez com ela? Então, ataque a pedra na cabeça dela e ela vai esquecer de tudo assim! (estalou os dedos)

Cebola: A SENHORA FICOU LOUCA??? É da Mônica que estamos falando!

                Creuzodete franziu a testa novamente e balançou a cabeça concordando, então foi para o cantinho mais escuro da barraquinha, Cebola espera receber um verdadeiro remédio dessa vez.

                Creuzodete retornou arrastando uma bigorna pelo chão, eusando de grande impulso a golocou em cima da mesinha que balançou um pouco. Cebola admirou a mesinha por ser tão forte!

M. Creuzodete: Se isto não funcionar, fique sabendo que não tenho outra maior!

Cebola: Eu não quero machucar a Mônica, e se ela não esquecer apenas do ocorrido, mas também de todo o resto? E se ela esquecer de mim?

M. Creuzodete: E você quer o que, menino? Seu futuro não será lá um mar de rosas se você não resolver isso!

Cebola, empalideceu, nunca sentira tanto medo de saber o seu futuro como naquele momento.

Cebola: O-o quê a senhora quer dizer com isso?

Creuzodete guardou as cartas debaixo da mesa e novamente pegou a bola de cristal.

M. Creuzodete: Dê uma olhadinha aqui...