Triplex escrita por liviahel


Capítulo 33
Flashback 2 -


Notas iniciais do capítulo

o nome do flash back é ""Nada é permanente, salvo a mudança." (Heráclito)...não cabia no titulo do capitulo...
Só a titulo de curiosidade... haverá um trecho sobre uma canção, é essa aqui : http://www.youtube.com/watch?v=K3_0Qi-OpXs&feature=player_embedded



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Amanheceu no hospital e Victoria escapuliu ainda bem cedo para ver se estava tudo bem com Nichkhun, pois era a unica hora do dia em que ela podia fazer isso sem ser notada por paparazzis. Ela chegou ao quarto e encontrou Suzy e Fei dividindo a cama para visitantes, mas de uma forma bem engraçada, pois as duas estavam em direções opostas do colchão, a mais nova descançava os pés quase no rosto da mais velha. Victoria tomou o cuidado necessário para não acordá-las, porque estava muito cedo, e entrou nas pontas dos pés até a cama de Nichkhun, que dormia um tanto agitado, era sinal de que ele já estava pra acordar. Sabendo disso, ela não quis acordá-lo por conta própria e ficou observando-o se mover em cima da cama, ele se virou e gemeu dolorosamente levando a mão ao quadril. Fei e Suzy nem se mexeram, deviam estar cansadas por terem dormido tarde. Victoria riu o mais baixo que pode.

— Acho que alguém está mais incapacitado do que imaginamos. — ela disse ainda rindo.
— O que é a dor se como resultado vier muito prazer? — ele disse entre uma careta de dor e uma risada.
— Seu bobo...
— Bom dia linda!
— Bom dia. — ela disse dando-lhe um selinho nos lábios, mas quando ela tentou se afastar foi puxada pelo pulso, agarrada pela nuca e beijada novamente, só que de outra forma, mais intensamente, trazendo a garota pra cima do colchão.
— Khun?! Está louco?! — Victoria exclamou aos sussurros, e rindo. — As meninas estão aqui do lado!
— Isso não impediria a Nana...
— Ok, eu sei disso, porque ela é louca, mas o que me impede na verdade é outra coisa...
— Sério? — Nichkhun disse chocado.
— Por que ficou tão surpreso? Eu te disse que algumas coisas iam mudar...
— Não sei se gosto disso...
— Como é?
— Falando quase sério, não sei ainda quando saio desse hospital, e eu acho que não estou em condições físicas de terminar o que comecei te provocando, se você está assim liberal, o que é que vai fazer sem mim por aí? Você está sempre cercada desses seus ex-namorados!
— Isso não é justo, você é quem está sempre cercado de mulheres!
— Mas essas duas aí do lado não são ameaça alguma, os seus ex são...
— Sério que você pensa isso? Espera, você disse “meus ex”? De quem mais está falando?
— Nossa, são tantos assim que você não está nem lembrando? — Nichkhun disse brincando e levou um tapinha de Victoria — Estava falando do Lee Minwoo claro.
— Por que isso agora?
—Você não repara, mas toda vez que ele está por perto ele começa a agir como se tivesse algo intimidando-o, meio incomum para um homem da idade dele.
— Você fala como se ele fosse um coroa de quarenta e tantos anos, está soando a ciúmes... — Victoria provocou.
— E eu tenho motivos?

Victoria fingiu devanear por uns segundos e depois se voltou para responder à pergunta.

— Na verdade você tem mais motivos com ele que com G.O... — disse sorrindo maliciosamente.
— Ah é? Posso saber os porquês?
— Pelo simples motivo de que eu não alimento nenhum ódio mortal por ele... E vocês dois na verdade se parecem no jeito de ser.
— Não gosto de comparações... Eu sou tipo um substituto?
— Eu disse que vocês se parecem, não que são iguais. Com ele não deu certo da forma que ele era, por que eu cometeria o mesmo erro duas vezes? Digamos que eu evoluí com você...
— Escapou por pouco não é? — Nichkhun disse rindo segurando Victoria pelos pulsos.
— Agora é sério, você não tem com o que se preocupar...
— Como que não? Eles não saem do seu pé! — Nichkhun dizia isso bricando.
— Não é culpa minha!
— Ah é sim!
— Está dizendo que eu facilito?! 
— Não, pelo contrario, você é a pessoa mais difícil que eu conheço! Mas por isso mesmo é impossível de ignorar, inesquecível.

Victoria riu alto e acabou acordando Fei e Suzy, que ao se dar conta de onde estava quase caiu da cama tentando se recompor.

— Nossa, quase você me infarta de susto! — Fei reclamou, mas estava sorrindo.
— Me desculpe, mas é que seu amigo aqui está sendo incrivelmente bobo hoje, que foi que deram pra ele tomar?
— Se deram algo eu não sei, só sei que se existe algo pra tomar que faça alguém dizer bobagens esse aí recebe doses altissimas desde que nasceu. — Fei disse, Suzy deu uma risadinha, mas não falou nada enquanto esfregava os olhos, ainda sonolenta.
— É isso que se ganha por tentar ser um pouco romântico.
— Romantico não, breguinha.
— Viu só? — Nichkhun disse à Fei e à Suzy, apontando um dedo pra Victoria. — É por isso que a maioria dos homens trata mal as mulheres. Se a gente trata bem, elas ficam insatisfeitas, se tratamos mal correm atrás! Quem entende?
— Não olha pra mim, não sofro desse problema. — Fei disse rindo e passando um braço pelos ombros de Suzy, que a olhou desconfiada.
— Ah não? Tenta me passar cantada barata, tenta...
— Ui que medo.

Nichkhun e Victoria riram.

— E então, que vai fazer hoje?
— Vou vigiar a Nana, ela deve receber alta agora cedo, mas ainda está com uma cor estranha no rosto, então vou me certificar de que ela coma algo que preste.
— Achei que você ia ficar por aqui...
— Está louco? Eu não posso, para todos os efeitos eu vim só pela Nana, e se me virem aqui só aproveitei pra visitar.
— Entendi... — Nichkhun disse desanimado.
— Ai, não me faça sentir remorso! Só estou fazendo isso pra não te dar mais dor de cabeça, a Suzy e a Fei já estão aqui, o que a imprensa vai ficar dizendo se me vir aqui também?
— O que sempre disseram, que eu sou um mulherengo! Já estou acostumado com essa fama.
— Seu bobo! — Victoria disse dando-lhe um tapinha no ombro.

Uma enfermeira entrou de repente trazendo comida, sem nem bater à porta, e sobressaltou todos no quarto, mas não a ponto dela desconfiar que a situação pudesse ser atípica. Victoria ficou um tanto irritada porque imaginou que ela tivesse feito de propósito, esperando encontrar Nichkhun sozinho fazendo algo errado, ou talvez trocando de roupa. Ela rapidamente espantou esses devaneios de ciúmes e apertou a mão de Nichkhun.
— Bom saber que você está bem, preciso ir pra agência, só passei pra saber como tinha sido o acidente e como você estava.
— Muito obrigado... — Nichkhun disse participando da cena, enquanto a enfermeira se abaixou para mover a bandeja da lateral da cama, ele aproveitou para tascar um beijo em Victoria.

Fei e Suzy riram, mas quando a enfermeira se ergueu novamente para ver o que acontecia Victoria já estava à caminho da porta.

******

Victoria voltou ao quarto de Nana, que já havia recebido alta do médico, aésar de que ainda mantinha tinha uma cor estranha no rosto. Já estava vestida, com um par de roupas trazidas por Minwoo, ele estava num canto, girando as chaves do carroentre os dedos e cumprimentou victoria com um sorrisoradiante, que ela retribuiu com menos entusiasmo, Nana notou a diferença detratamento entre os dois e ficou curiosa.

— Bom dia Minwoo, bom dia Nana. Já recebeu alta?
— Já, o médico dessie que não preciso ficar aqui por mais tempo, mas que ainda devo estar sem apetite...
— Então podemos ir? — Minwoo disse, lenvando-se da cadeira, girando as chaves energicamente entre os dedos. — Eu levo vocês pra casa. Levo a Nana e depois você, Victoria.
— Meu carro está aqui. — Victoria soou um tanto rude, mas ela não tinha essa intenção, disse assim porque nenhuma das duas pretendia realmente ir pra casa, obviamante iam para o tríplex.
— Mas você deve estar cansada, não?
— Imagina, eu estou... — Victoria já ia dar mais umna desculpa, mas foi traída pelo proprio corpo, que produziu um sonoro bocejo.
— Viu só? Não posso deixar você dirigir nessas condições. — ele estava sendo extremamente simpático e cavalheiro, como habitualmente. — Vamos, me dê as chaves do seu carro, vou mandar alguém levá-lo até sua casa depois.

Ele estendeu o braço sacudindo a mão e Victoria não respondeu de imediato, pois estava surpresa, então ele começou a bater o pé em sinal de impaciência, mas com uma expressão divertida no rosto. 

— Ok, se não tem jeito. — Victoria disse derrotada. Entretanto, ao invés de entregar as chaves em mãos ela jogou alto suficiente para que o não tão alto Minwoo tivesse que saltar para alcançá-las.

— Eu vi isso mocinha. — ele disse bravo à Victoria, que só riu e saiu do quarto.

Nana observava a cena com mais atenção do que uma pessoa normal empregava om algo aparentemente tão bobo, mas também não disse nada, só seguiu os dois pelo corredor.

A conversa no carro limitou-se à saúde de Nana, trabalho e outras coisas comuns. Nana não falou muito porque obviamente observava curiosa Minwoo e Victoria converssarem. Ele havia insistido para que a modelo se sentasse no banco de traspor que seria deixada em casa primeiro. As duas tiveram a impressão deque ele haviafeito um caminho mais longo até o prédio de Nana, era o fato mais interessante de todo o trajeto. Minwoo parou o carro em frente ao edifício.

— Pronto, está entregue.
— Obrigada oppa.
— Tente comer alguma coisa, você aidna está verde.
— Então ainda devo estar linda, afinal, que cor não me cai bem? — Nana disse rindo. — Verde é a minha cara.
— Literalmente. — Minwoo disse rindo. — Para de falar bobagem e vá descansar ou amanhã meso eu já te boto pra trabalhar!
— Ok, ok! Fechando o bico... Vic, me ligue quando chegar em casa? — Nana disse inocentemente demais, deixando um pedido implícito.

Ela saiu do carro e notou que ele ficou na rua até ela entrar no prédio, talvez mais tempo, mas não saberia dizer ao certo.

*****

Enquanto isso, no carro de Minwoo.

— Quer passar em algum lugar antes de irmos pra casa?
— Isso é um auto-convite? — Victoria tinha sido pega de surpresa e não teve tempo de medir o que estava falando.

Minwoo se retraiu um pouco, mas mantinha o sorriso simpático de sempre.

— Não é nada, é que eu pensei que você talvez precisasse comprar alguma comida, ou coisa assim...
— Não, esse é o seu jeito de tentar alguma coisa...
— Eu nunca deixei claro que “irmos pra casa” incluía irmos pra mesma casa. Foi você quem pensou nisso.
— Não tente virar o jogo Minwoo, não funciona comigo.
— Que desconfiada, cadê sua fé nas pessoas?
— Eu te conheço bem Minwoo, você sempre tem segundas intenções.
— Prove. Eu já disse que eu não tive a menor intenção de ser ambíguo...

Victoria estreitou os olhos, avaliando por um instante se devia ou não continuar contra argumentando, quando um brilho passou rapidamente por sua íris.

— Bom, você poderia ter feito a mesma pergunta para Nana, afinal, é ela quem está doente e precisando de assistência.
— Aí é que você se engana, Nana não sabe cozinhar, e ela gosta de comer bem, então com certeza vai pedir comida para entrega. — ele disse astutamente, sem vestígio de malicia na voz.
— Verdade, nesse caso você pode me deixar em casa.
— Posso? Recebi um voto de confiança?
— Sim, mas dessa vez pode passar pelo caminho certo, ok? — Victoria disse rindo, referindo-se aofato deele ter passado pelo caminho mais longo na volta do hospital.
— Isso não é dar um voto de confiança.
— Eu confio em você, você sabe disso...
— Sei, você só não confia em você comigo... —ele disse rindo.
— Viu só?! É por isso que eu sou desconfiada. Acho que prefiro ir embora a pé, é pertinho... — Victoria fez que ia sair do carro, mas de brincadeira.

Minwoo riu e a puxou de volta segurando pela alça de sua camiseta.

— Ok, eu te levo pra casa, direto pra casa.

Não demorou muito para chegarem, o apartamento de Victoria ficava bem perto do de Nana. Minwoo parou o carro para dar a volta e abrir a porta para Victoria, ela tinha feito de tudo para evitar isso, mas ficou presa no cinto de segurança em meio à pressa.

— Droga! — ela xingou baixinho quando ele abriu a porta.

Minwoo riu, e ela não soube dizer se ele a tinha ouvido ou não. Ele simplesmente a acompanhou sem dizer palavra até o portão, parou apoiado em uma das pilastras e sorriu. Sorriso que Victoria retribuiu simpaticamente, mas estreitando os olhos com desconfiança.

— O que foi? — ela disse.
— Não vai me convidar pra entrar?

Victoria riu alto.

— Por quê? Você quer? Não pensei que quisesse. — Victoria falou, como se estivesse reproduzindo uma fala conhecida.

Minwoo riu.

— Claro. — ele respondeu rindo.
— Sério, você sabe que eu não posso fazer isso.
— Sei?
— Sabe sim, eu já te disse, naquela festa que a Nana e eu demos meses atrás.
— Ah, mas já faz tempo isso.
— Mas a situação continua a mesma.
— Você ainda está namorando... — ele disse meio desapontado.
— Estou sim. — Victoria disse firme e começou a fechar o portão.
— Porque é que eu nunca eu te vi com ele.
— Porque quase nunca nos vemos, e bom, você não precisa ver pra acreditar em mim, alguma vez eu menti pra você?
— Não, você sempre foi sincera, sincera demais até. Por isso eu posso te perguntar, ele te faz feliz?
— Muito.

Miwoo recuou.

— Isso é bom... — ele visivelmente tinha ficado sem graça, mas o sorriso parecia nunca deixar aquele rosto, Victoria chegou a se sentir mal por isso, mas ficou calada. — Bom, eu... Eu vou indo. Tenha um bom dia.
— Bom dia, Lee Minwoo.

******
Victoria entrou no apartamento e sentiu-se invadida pelo ar viciado do lugar, fazia tempo que ela não voltava lá. Estava cansada demais para tentar dar uma faxina, abriu todas as janelas para deixar lugar aos fraquíssimos raios de sol da segunda metade do inverno. Tirou a roupa de cama, jogou no chão, caiu em cima do colchão assim mesmo sem nem repor os lençóis e adormeceu rapidamente.

O vento frio que açoitava o pequeno apartamento não foi capaz de acordá-la, só o vibrar do celular em seu bolso de trás de sua calça jeans a tirou do adormecimento num susto.

— Alô? — Victoria disse sonolenta.
— Você nem me ligou.
— Ah, oi Nana... É que eu fui direto pra cama...
— Pra cama?! Com quem?!
— Como que com quem sua pervertida?! Sozinha, claro.
— É que você não foi pra casa sozinha, então eu pensei que...
— Eu sei o que você pensou, e acho até que isso foi combinado.
— Se fosse combinado eu não teria ligado pra atrapalhar, não é? — Nana disse travessamente.
— Você sempre faz isso quando eu estou com o Nichkhun...
— Mas pelo Nichkhun eu tenho interesse, o Minwoo oppa eu te dou até de graça se você quiser.
— Você não presta, sério. — Victoria disse rindo. — O que achou que ia acontecer?
— Ué, eu te pedi pra me ligar logo que você chegasse em casa, e você não ligou, esperei por mais de uma hora... E bom, você e Minwoo são tão íntimos...
— Correção, nós fomos muito íntimos.
— Eu nunca disse “muito”, mas ok, bom saber. — Nana disse rindo. — E então?
— Então o que? Eu entrei em casa, deitei na cama e adormeci, só isso.
— Não é isso que eu quero saber.
— Ainda com essa curiosidade?
— Sim, eu quero saber da historia!

Victoria suspirou.

— Ok, mas venha aqui pra casa, porque eu pretendo fazer uma faxina e não vai dar pra sair.
— Apareço aí depois que você acabar.
— Não vai me ajudar?
— Claro que não, estou convalescendo. — Nana disse rindo. – E pra isso eu tenho dinheiro, para evitar unhas quebradas.
— Fala sério. — Victoria disse segurando o riso. — Passa daqui meia hora que eu já vou estar acabando.
— Tão rápido? Só dá tempo de tirar a poeira, ah, você não deve querer tirar o cheiro dos seus ex da casa, aposto que nem troca a roupa de cama!
— Cala a boca! — Victoria disse rindo.
— Em meia hora eu passo aí.

E desligou o telefone.

Victoria deitou novamente a cabeça no colchão e sentiu um perfume que há muito não sentia, o perfume de Minwoo. Ela sabia que aquilo era praticamente impossível, levantou-se irritada e começou a limpeza.

Em meia hora ela já havia acabado e Nana já batia à porta, religiosamente no horário marcado.

— Credo! Estou com medo de até onde vai a sua curiosidade. — Victoria disse abrindo a porta pra ela.
— Você nem imagina.
— Vou tomar um banho, pode se sentar aí no sofá...
— Não mesmo, você vai parar de me enrolar, estou muito curiosa... — Nana disse, empurrando Victoria em direção ao banheiro.
— Isso tudo é ansiedade pra me ver pelada?
— Há há... Por mim você usaria roupa pra sempre, não tirava nem pra banho.
— Sei...

Nana ficou espiando as coisas no banheiro incrivelmente organizado de Victoria, enquanto ela se despia para entrar no box.

— Waaa, você tem uma balança! — Nana disse jogando os sapatos num canto e se equilibrando no aparelho. — Droga!
— Que foi?
— Emagreci dois quilos! Dois quilos! E eu nem tirei a roupa pra pesar! Que ódio! Culpa daquele seu ex macumbeiro!

Victoria riu alto.

— Você é uma vaca mesmo! É a única pessoa que eu conheço que reclama de ter perdido peso.
— Ah vai! Tem um mês que eu estou tentando engordar, e em um dia eu perco tudo o que eu nem tinha conseguido ganhar.
— Não sei por que está tão preocupada com isso, seu corpo é lindo.
— Mas não igual ao seu... — Nana disse emburrada, apontando pra Victoria, que lavava o cabelo debaixo do chuveiro.
— É o primeiro elogio que você me faz hoje, ou provavelmente é a primeira vez mesmo... Mereço por ter ficado a noite toda te vendo vomitar as tripas.

Nana não estava prestando muita atenção ao que ela dizia, estava numa estranha posição, com a cabeça pendida para o lado, ainda observando o corpo de Victoria do umbigo para baixo, quando ela finalmente notou o que ela observava automaticamente baixou as mãos para o ventre.

— Que é que você está olhando sua pervertida? — ela disse jogando espuma em direção à garota.
— Nada, só estava procurando evidências...
— E porque é que eu teria uma evidência lá na... Espera, você não está pensando que eu... Eu já te disse que eu nunca estive grávida!
— Se você parasse de me enrolar talvez eu parasse de pensar bobagem.
— Eu não sei o que você quer saber sobre essa historia...
— Aish, me conta tudo... começa por como vocês se conheceram.

******

Cerca de 3 anos atrás...

Victoria tinha sido encarregada de ensaiar trainees numa turma mista, tinha gente de 14 à 22 anos, garotos e garotas. Entre essas pessoas estava Krystal, que era uma das garotas mais jovens, e de certa forma uma das mais maduras e precoces da turma. O diretor havia avisado Victoria para vigiá-la de perto porque era ela passível de provocar escândalos e ele a queria longe dos rapazes, chegou até a dizer que se ela aprontasse não iria nem debutar.

— Fala sério? Ela não parece assim tão problemática. — Victoria disse ao diretor vendo Krystal conversar com outras garotas de longe.
— Ainda não, mas os pais dela a colocaram aqui para mantê-la ocupada com coisas construtivas e disciplina.
— Que foi que ela fez para até os pais dela quererem consertá-la?
— Eles só me disseram que ela era indisciplinada demais na escola regular, mas já ouvi que ela entrou em clubs sozinha...
— Sozinha? Ela só tem 14 anos? Como foi que ela entrou?
— Viu só? Por isso quero que você dê uma olhada nela, é uma delinquentezinha, mas é muito talentosa.
— Ok, vou vigiá-la, mas ainda acho difícil de acreditar.

O diretor deixou a sala e Victoria começou a aula, não pegou leve com ninguém, nem com os mais novos, ao final estavam todos exaustos e até um pouco estressados. Não que Victoria fosse uma professora má, mas ela estava sendo tão rígida quanto suas professoras eram com ela na China, provavelmente mais. Krystal não ficou menos agitada pelo gasto de energia e as partes doloridas do corpo, em sua cabeça era a professora quem tinha real problema.

— Que é que vocês dois conversavam? — Krystal a abordou no estacionamento.

Victoria levou um tremendo susto, pois não a havia visto chegar porque estava procurando as chaves do carro na bolsa.

— Boa noite...
— Eu não disse boa noite, te fiz uma pergunta...
— É assim que te ensinaram a falar com seus professores? — Victoria disse, nem um pouco intimidada.
— Não te parece idiota responder uma pergunta com outra pergunta?
— Foi o que você acabou de fazer... 
Krystal ficou um pouco sem graça, mas manteve a pose.
— Está me chamando de idiota?
— Imagina, claro que não, só fiz uma observação.
— Observação era o que você e o diretor estavam fazendo me encarando mais cedo. Quero saber o que vocês conversavam.
— Não é da sua conta. — Victoria disse impaciente, voltando-se para abrir o carro.
— É sim! Vocês falavam de mim, eu percebi! — Krystal retrucou, batendo a porta e impedindo-a de entrar no carro.
— Ele dizia que você é talentosa...
— Não parecia isso, diga a verdade. 
Victoria a sentiu puxar a manga de sua jaqueta e estreitou os olhos, tentando ser o mais paciente possível.

— Ele também dizia que seu comportamento é inadequado e que por causa disse provavelmente você não chegaria a debutar.
— Ele disse isso?! Mas eu nunca aprontei aqui! Aliás faz décadas que eu não faço nada de errado! — Krystal esganiçou, tentando conter a formação de lágrimas nos olhos, Victoria se comoveu um pouco.
— Nada de errado até hoje, não é? Abordar e ameaçar professores no estacionamento não é bom pro seu currículo.
— Eu não te ameacei... Ameacei? Que mais ele disse?

Victoria se sentiu um tanto culpada por ter falado sobre a conversa com o diretor, e mais culpada ainda por não ter medido a forma como tratava a garota, sentia que podia tratá-la de igual para igual, mas tinha esquecido de que ela era não mais que uma criança e que qualquer coisa forma uma tempestade no espírito de alguém dessa idade.

— Vem comigo? Estou a fim de tomar sorvete, e não gosto de andar sozinha, essa cidade me assusta às vezes...
— Como se eu fosse fazer alguma diferença...
— Não pode simplesmente dizer que sim? — a coreógrafa disse, vendo que a garota ia demorar a dar o braço a torcer.
— Ok! Vamos! Conheço um lugar ótimo. Vamos no seu carro?
Não demorou muito para a garota começar a tagarelar como qualquer outra garota da idade dela.

******


— Por isso todo mundo diz que tem medpo dela, se desde cedo ela é meio delinqüente. Espera, porque estamos falando da Krystal? Quero saber do Minwoo!
— Se quer pornografia vá ler contos eróticos! A minha historia tem contexto.
— Foi por isso que eu não quis fazer faculdade... E o que a Krys tem a ver com isso?
— Ué, foi por causa dela que eu me envolvi com o Minwoo.
— Minwoo era manager dela?
— Não...
— Espera, você não está dizendo que o ele e a Krystal...
— Ai claro que não! Sua imaginação está indo longe demais. Foi por causa de uma coisa que ela disse, que desencadeou uma fase “Nana” da minha vida. — Victoria disse rindo.
— Uma fase “Nana”, que quer dizer com isso?
— Você vai saber se me deixar terminar de contar a história.
— Por que eu sinto que isso foi uma ofensa?
— Ofensa nada! Acho que você vai é ficar orgulhosa pela refêrencia. — Victoria disse como se rindo de uma piada interna.
— Sei... Continua então. — Nana respondeu desconfiada.

******

Victoria conseguiu manter Krystal longe de problemas durante os meses que se seguiram, e apesar da diferença de idade as duas conversavam como boas amigas, falavam sobre tudo. A garota sempre surpreendia a mais velha com um comentário ou uma pergunta incoerente com a pouca idade dela, e Victoria havia desistido de fazê-la se comportar como uma adolescente de 14 anos, apesar de que Krystal tinha tanta ambição em debutar um dia que colaborava, e realmente não aprontava nada. Pelo menos nunca mais tinha entrado num club às escondidas e nem saia com os rapazes da agencia.
Numa das noites em que saíram para tomar sorvete depois dos ensaios, as duas saiam pelo hall da agência em meio à risadas, e Victoria, como sempre meio destrambelhada, trombou com um rapaz de terno que havia acabado de entrar.

— Me desculpe, eu estava distraída e não te vi entrar. — ela disse sem ter coragem de olhar para o rapaz.
— Preciso ao menos olhar nos olhos da pessoa que quase me derrubou pra saber se o pedido de desculpas foi sincero. A senhorita me concederia essa gentileza?
— Eu consederia qualquer coisa que me pedisse... Aliás, não precisava nem pedir. — Krystal disse aos sussurros, de uma forma que provavelmente só Victoria ia entender, pois estavam mais próximas uma da outra.
— Hum? — Victoria disse sem entender, e a garota lhe deu uma cotovelada, para que ela olhasse uns poucos centímetros acima. E quando ela o fez, deu de cara com um sorriso branco e simpático à espera, involuntariamente sorriu de volta e não disse mais nada.
— É, eu posso dizer que o pedido de desculpas foi sincero, ao que me consta anjos não mentem.

Victoria riu alto da cantada barata, e se distraiu com o rapaz estendendo-lhe uma mão.

— Prazer, sou Lee Minwoo, manager. E você é?
— Anjo, prazer? — Victoria respondeu, divertindo-se à custa da cantada fail.
— Até criaturas divinas devem ter nomes, não?
— Victoria Song... Mas por que saber? Eu trombei com você e já pedi desculpas, vai me processar?
— Imagina, é bom saber nomes na minha profissão, está precisando de empresário?

Victoria achou a oferta meio inesperada e um tanto impessoal demais, se deu conta de que ainda lhe apertava a mão e se soltou imediatamente.

— Eu não sou trainee. — Victoria deu o braço para Krystal, que assistia à conversa super entretida, e foi se afastando.
— Mas há outras coisas que eu posso administrar além da sua carreira. — Minwoo disse um pouco mais alto do que devia e todas as pessoas presentes foram capazes de escutar, o que irritou Victoria e a fez sair do prédio mais rapidamente.

— Qual é o seu problema?!
— Não sei do que está falando? — Victoria desconversou.
— Um problema de 170 e poucos de altura, olhos puxadinhos, bem vestido, um sorriso branquinho... Cara de safadinho...
— E daí? É só um desconhecido.
— Se eu trombasse com um desconhecido lindo assim todo dia, muitos dos meus problemas não existiriam. Ele estava flertando descaradamente com você...
— E eu percebi. Você não sabe do que está falando. — Victoria respondeu dando partida no carro.
— Sei sim, é você quem não sabe. Qual foi a ultima vez que você teve namorado?
— Há uns dois anos... Mas o que isso tem a ver?
— Está explicado então. — Krystal disse meio cética.
— Não entendi.
— Explica o fato de você ser workaholik.
— Eu, workaholik?
— Sim, você passa o dia todo na agencia. Você até dança com os trainees!
— Esse é o meu trabalho!
— Nem vem Victoria, os outros professores só passam os passinhos e depois só ficam observando. Enquanto você ao final do dia está tão exausta quanto um maratonista.
— O que há de errado com ser profissional?
— Problema algum, é que pra mim você esta tentando compensar outra coisa... Gastando a energia que sobra... — Krystal disse em tom de malícia.

Victoria estreitou os olhos para a garota tentando entender o que ela tinha dito, quando se deu conta se assustou.

— De onde você tira essas idéias?!
— Calma, sou mais casta e pura que você, isso eu garanto. Tiro isso de revistas, leio o tempo todo, mulheres adultas costumam ficar compenetradas e estressadas com o trabalho quando estão solteiras. — Krystal parecia medir o que estava falando, meio que usando um filtro que a própria Victoria a tinha ensinado a usar para evitar problemas com o diretor.
— E essas coisas saem em revistas para adolescentes?
— Quem disse que eu leio revistas para adolescentes? Já passei dessa fase.
— Você é muito precoce, isso sim.
— E você é muito infantil pra sua idade, claro que eu não espero que você nunca tenha feito sexo... Com essa elasticidade toda seria um desperdício se não...
— Não fala essas coisas! — Victoria disse completamente ruborizada.
— Falar o que? Sexo? — Krystal disse sem o menor sinal de constrangimento. — Qual o problema?
— Isso não é assunto pra garotas da sua idade.
— Mas é assunto pra sua idade. Então quem vai falar agora não sou eu e sim, você.
— Como é?
— Isso mesmo, você. Repete comigo “sexo”!
— Que?! — Victoria havia encostado o carro no acostamento tamanho era o seu constrangimento.
— Repete Victoria!
— Pra que?
— Porque é o primeiro passo pra você parecer adulta, falar “sexo” sem constrangimento. Agora fala!
— Ok, eu falo, mas só pra você parar de falar! Sexo. — Victoria disse baixinho.
— Sério mesmo? — Krystal disse cética.
— Eu já disse ok?! Afinal, porque é que você me fez dizer isso?
— Lee Minwoo. — ela disse sorrindo. — Guardou o nome?
— Que é que tem ele?
— Isso eu não sei, mas você vai descobrir, vou dar um jeito de você sair com ele.
— E quem disse que eu quero? — Victoria desdenhou.
— Se você não quiser tem quem queira, e lá se vai seu trabalho de recuperação de menores delinqüentes.
— Mas eu odeio mulherengos, e ele bem que tem jeito, você o viu flertando comigo, e nós nunca nos tínhamos visto antes.
— Isso é trauma é?
— É que você não sabe sobre o meu ex.
— Sobre o G.O? — Krystal disse sem entusiasmo, como se estivessem falando de noticias velhas.
— Como sabe?
— Você tem uma foto pessoal dele na carteira...
— Tenho? — Victoria ficou realmente surpresa, realmente nem se lembrava da foto.
— Tem sim, onde geralmente se esconde preservativo. — Krystal disse rindo. — Foi assim que eu descobri que você é boa moça, não tinha nenhum. Ou você usou todos...
Victoria engasgou.
— Você mexeu na minha carteira?!
— Claro, somos amigas intimas, e amigas mexem em tudo. Sorte sua que você só usa cartão. — a garota disse brincando.
— Espera, mas só pela foto você soube que nós namoramos?
— Claro que não, eu também ouvi umas fofocas.
— Byunghee maldito, se eu o voltar a ver eu juro que o mato, sério.
— Ok ok. Ele provavelmente não vai voltar, guarde a vingança pra alguém menos afortunado. Minwoo!
— Por que ele? Eu nem o conheço!
— Por isso mesmo, vai poder fazer o que quiser com ele. E pra quê conhecer? Eu não estou falando pra você se casar. — Krystal disse maliciosamente.
— Está falando de quê então?
— Você já conhece a palavra.
— Sério?
— Diz a palavra Victoria!
— Sexo?
— Com entusiasmo! — Krystal repreendeu-a.
— Sexo! — Victoria disse ironicamente e de má vontade. — Que fique claro que eu ainda não concordei com o que você disse.
— Ah esquece, você não teria coragem mesmo. Aposto que não. — Krystal disse usando psicologia contrária com ela.
— Está me desafiando?
— Não só desafiando como apostando contra.

******

— Para tudo! Aposta! Eu sabia!— Nana interrompeu a narrativa novamente.
— É, aposta... Foi assim que você mesma me convenceu a ir atrás do Nichkhun.
— E depois sou eu quem precisa de rehab pra vícios. E vem cá, como assim você aceitando conselhos de Krystal-pirralha?
— Pra você ver como eram as coisas.
— E ela ainda te incentivando a fazer a coisa toda casualmente... Mas ela já tinha...?
— Não, ela só lia demais, e lia as coisas erradas. E você deve saber que o contrato com a agência é praticamente um voto de castidade.
— Sim, mas, se até hoje a Krystal ainda não debutou então quer dizer que ela aprontou.
— Era questão de tempo, mas a Krys sempre foi muito responsável. — Victoria disse rindo.
— Falando em tempo, há quanto tempo você não... Você sabe, fazia?
— Desde G.O.
— Espera, são dois anos! Mas você não saiu com mais ninguém? Nadinha? Está explicado seu autocontrole de agora.
— Eu estava com raiva, principalmente de mulherengos.
— E Minwoo era bem mulherengo... Ele me disse.
— Sim, mas você já deve imaginar que foi isso mesmo que me atraiu.
— Claro. 
******
Na semana seguinte, Minwoo voltou a agencia todos os dias, ele realmente tinha trabalho a fazer por lá, mas fazia questão de aparecer no horário em que sabia que Victoria estaria saindo, e ela não o evitou, pelo contrário, houve dias em que ela mesma esperava no hall pra conversar. Ainda não tinham saído juntos, ele já havia convidado, mas Victoria estava enrolando para saber qual era a dele, não tinha intenção de começar um relacionamento sério, tinha apostado com Krystal. E ele estava agindo como o esperado, cantadas sempre, e sempre que era enrolado aparecia flertando com outras garotas. 

— E aí Vic? Que dia vamos sair? — Minwoo disse num desses dias, no hall da agencia.
— Quaquer dia desses quando eu estiver de folga... — Victoria desconversou.
— Vou acabar falando com o seu chefe, ele está te fazendo de escrava... Ou eu vou começar a trabalhar aqui também, quem sabe eu não viro um escravo com você.
— Tem certeza?
— Tenho, pode mandar trazer algemas ou você já tem alguma? — Minwoo disse rindo maliciosamente.

Victoria riu e tentou disfarçar o constrangimento.
— Te vejo por aí, Minwoo. — Victoria disse dando-lhe as costas.
— Vic! — Minwoo gritou, mas ela não se virou, então ele correu até ela. Ele encostou o peito em suas costas e ela congelou no lugar, ele estendeu um cartãozinho. — Toma aqui, é meu número de contato.

Victoria pegou o cartão e continuou andando com Krystal à tira-colo.

— Eu sabia que você não ia ter coragem.
— Não sei do que você está falando.
— Sério? — Krystal disse ironicamente. — Aposto que você não vai ligar pra ele.
— E eu vou falar o que?
— Dá isso aqui. — Krystal tomou o papel da mão dela. — Eita! Espera! Você não vai precisar ligar...
— Até você concorda?
— Você vai é fazer uma visita.
— Quê?!
— O telefone você já tinha que eu sei, ele quer é que você vá à casa dele, te deu até o endereço!
— Está louca, esse deve ser o endereço do escritório dele!
— Escritório? Fala sério Victoria, ele trabalha com modelos! Esse aí atende em casa mesmo! Além do mais o endereço é de um bairro residencial. Agora você não tem desculpas.
— E por que mesmo eu estou fazendo isso?
— Por vingança.
— Vingança? Mas Minwoo nem me fez nada!
— Vingança simbólica Vic, um ritual de passagem.
— Não me convenceu.
— E a aposta, te convence? Se eu ganhar vou fazer você encobrir todas as minhas escapadas.
— Eu já faço isso Krys...
— Ah vai, parece até que estamos falando de você ficar com um mendigo sem dentes. Além do mais, ele é gente boa, diferente do seu ex.
— É, pior do que foi com ele não dá pra ser. Vou pensar no seu caso.
— Até o fim do dia eu te convenço a pelo menos dar uma chance pra ele.
— Veremos.

As duas foram à sorveteria de sempre, e a Krystal fez questão de servir sorvete pra Victoria, ela não gostava quando ela fazia isso porque a garota comia feito alguém da idade dela, e sempre tinha mais balas que sorvete dentro do pote. Entretando, dessa vez Krystal tinha prometido que não ia encher o pote de balas, ao invés disso derramou quase metade de uma garrafa de licor e voltou para a mesa com um sorriso inocente. Resultado, Victoria, que era fraca para bebidas, ficou “alegre”, alegre demais até, tanto que enquanto andavam pela avenida, ela parou numa loja e comprou mais licor. Em meia hora, ela já estava suficientemente bêbada para deixar Krystal levá-la pra casa... Pra casa de Minwoo. A garota pegou um taxi, enfiou Victoria lá dentro, bateu a campainha e deixou-a na porta do apartamento do rapaz. Quando ele atendeu, Krystal já tinha descido as escadas.

— Olha só que surpresa!
— Feliz em me ver? — Victoria disse um pouco enrolada.
— Sim... — Minwoo disse confuso.

Victoria sorriu e ficou encarando-o, encostada ao vão da porta.

— O que foi? — ele disse.
— Não vai me convidar pra entrar?
— Por quê? Você quer? Não pensei que quisesse. —Minwoo gaguejou um pouco.
— Claro. — ela respondeu rindo.
— Então tá... Pode entrar, fique à vontade.
— Ok. — Victoria disse, e tropeçou no pequeno degrau do vão da porta, caiu em cima do rapaz e aproveitou para roubar-lhe um beijo.
— Vic, você está bêbada?
— Você me chamou de Vic? — ela disse frnazindo as sobrancelhas. 

Minwoo recuou um pouco, mas ficou com medo de deixá-la cair.

— Chamei, por quê?
— É que ninguém me chama assim, quase ninguém, só os meus namorados.
— Seus namorados? Você tem mais de um?
— Eu não tenho nenhum.
— Ah tem sim, você me beijou, agora vai ter que me namorar. — Minwoo disse brincando, com um ar inocente.

Victoria riu alto.

— Parece até que eu violei sua honra. — ela zombou.
— Tem gente que vai presa por isso sabia? Se chama assédio.
— Então se vou ser presa é melhor eu cometer o crime pelo qual vou ser acusada. — ela disse dando-lhe outro beijo e puxando-lhe a camisa pela gola.

Ele correspondeu por uns instantes, e a levou para o sofá, mas depois teve uma crise de riso com a ansiedade que a garota demonstrava.

— O que você está fazendo?
— Não era o que você queria?
— Sim, mas... É o que você quer ou é o soju quem quer?
— Espera, você é gay?
— Quê?!
— Você falou em Soju querer alguma coisa... — Victoria estava claramente tendo dificuldades em se concentrar no que dizia e Minwoo estava, com certeza, se divertindo muito.
— Eu falava de soju, a bebida.
— Ah, mas não foi isso que eu bebi.
— Enfim, você admite que está bêbada.
— E daí? Sou mais divertida assim, não?
— Se é mais divertida eu não sei, mas é bem mais desinibida.
— Alguém já te disse que você fala demais?
— E alguém já disse que você fala de menos? — Minwoo disse imitando o tom de voz de Victoria infantilmente.
— Eu não vim aqui pra conversar. — e ela voltou a beijá-lo, só que dessa vez ela arrancou os botões da camisa do rapaz.

E os dois ficaram por lá, no sofá incômodo e estreito mesmo.

— Ah! É pequeno demais... — Minwoo comentou de repente.

Victoria riu alto.

— Que homem fala uma coisa dessas? Numa hora dessas!
— Eu falava do sofá Vic.
— Ah tá... Me leva pra cama então!
— É assim direta sempre?
— Não é isso que você quer? — Victoria disse, com dificuldades de se concentrar no que dizia — É que eu não consigo andar sozinha até lá, primeiro porque estou meio míope, segundo porque eu não sei o caminho então é melhor você me levar.

Minwoo riu, pegou-a nos braços e a levou para o quarto, deixando-a sob o colchão. Depois fechou as cortinas até que elas cobrissem toda a luz que entrava pelas janelas. Victoria o observava com o rosto enterrado num dos travesseiros, ele ainda se ocupava com diminuindo a luz das lâmpadas pelo interruptor. Quando terminou, Minwoo se ajoelhou no colchão, deu um beijo na bochecha de Victoria e deitou-se a seu lado sorrindo. Foi a ultima coisa que ela viu antes de cair em sono profundo.



******


— Você dormiu?! Como assim você dormiu? — Nana disse rindo. — Você não é normal.
— Eu estava bêbada! E não vem com essa, dormir foi a primeira coisa que você fez quando fomos ao tríplex pela primeira vez.
— É porque eu era virgem, e porque eu entrei em coma alcoólico naquele dia. Então você não tem desculpa, Minwoo oppa estava lá todo lindo do seu lado... E você não fez nada?!
— Foi ele quem não fez nada, eu fui lá pra isso.
— Claro, com você apagada ele ia poder fazer muita coisa.
— Eu não estava apagada antes disso, estava bem acordada. Ele que decidiu não fazer nada.
— Minwoo é um cavalheiro.
— E é mesmo, mas se você me deixasse terminar a historia, talvez você ficasse satisfeita.

******

Na manhã seguinte Victoria acordou e viu que as cortinas já tinham sido reabertas, Minwoo não estava na cama, mas ela podia ouvir o barulho do chuveiro na suíte. Teve que se concentrar para se lembrar do que tinham feito na noite passada, por mais que achasse impossível teve que admitir que realmente não tinha acontecido nada, e o que sentiu foi uma mistura de alívio e decepção, alívio por não ter feito nada com a consciência alterada, e decepcionada por não ter feito nada mesmo. Ela se sentou na cama e bebeu água de um jarro deixado por Minwoo no criado mudo, molhou o rosto com o restante da água que não conseguiu beber e quando abriu os olhos se deparou com o rapaz usando somente uma toalha branca em volta da cintura, e com pingos d’agua escorrendo por entre os vão entre os músculos bem definidos.

— Bom dia. — ele disse primeiro, sentando-se no colchão, vendo que os olhos da moça se demoravam demais em seu corpo e que ela não ia cumprimentá-lo se ele não a tirasse do devaneio.

Victoria estava tentando se lembrar a razão de não ter insistido na noite anterior, acabou concluindo que foi porque ele usava roupas demais antes, porque se o tivesse visto daquele jeito, bronzeado e super em forma, enquanto estava bêbada, ia perder completamente o juízo.

— Bom dia. — Victoria finalmente respondeu, depositando-lhe um beijo na linha entre o lobo da orelha e o encaixe do maxilar, Minwoo estremeceu ao receber essa carícia, e riu. — Você não devia ter me deixado dormir ontem.
— Não seria correto. Além disso, aquela não era você.
— Como sabe? Você nem me conhece direito.
— Pelo pouco que eu observei...
— O que você observou?
— Pela quantidade de vezes que você me deixou no vácuo e não aceitou meus convites, eu diria que você está com raiva dos homens.
— Não tenho conhecido bons exemplos.

Minwoo sorriu.

— Então muito prazer, bom exemplo. — ele disse estendendo-lhe a mão.
— Bom exemplo você?
— Sim. Vejamos como eu posso provar, sendo sincero, tenho 28 anos de idade, situação financeira estável, sou um tanto mulherengo...
— Ah, isso você admite, gostei dessa sinceridade toda.
— Não estava procurando uma namorada, mas no momento em que te vi eu mudei de idéia.
— Tá, isso é mentira. — Victoria disse rindo.
— Ok, eu menti. Pensei em você como amante mesmo, mas também, que homem pensaria diferente? Você é muito linda, e difícil.

Victoria riu.

— Eu sou difícil? Estou me oferecendo desde ontem!
— Mas você está forçando.
— Não estou não, só estou tentando ser mais espontânea.
— Então vir aqui bêbada e tentar me seduzir é ser espontânea?
— E não é?
— Só se você estiver realmente interessada. O que te trouxe aqui ontem, de verdade?
— Uma aposta, com a Krystal.
— Com a Krystal? Ela não é só uma criança?
— Pra você ver, por isso eu fico o tempo todo vigiando aquela peste. — Victoria disse rindo.
— Estou até com medo de perguntar do que se trata.
— Melhor não saber.
— Então eu sou o prêmio? — ele disse arrastando-se no colchão para sentar-se ao lado dela.
— Estou para descobrir... — ela respondeu, olhando travesamente para ele.

Minwoo se demorou um tanto olhando para ela, depois ficou sem graça e baixou os olhos, como se tivesse tentando resistir.

— Você não é mulher pra essas coisas.
— Podemos ser só amigos então. — Victoria disse em tom de conformismo, como quem desiste rápido demais, propositalmente. — Você é quem sabe...
— Ok então... Amigos? — Minwoo disse desanimado, estendendo a mão para ela.
— Qual é?! Eu ainda estou aqui, na sua cama, com você de toalha... E eu não estou mais bêbada. — ela disse rindo, perto da orelha do rapaz. — Tenho totale consciência do que estou fazendo.
— Isto é. — Minwoo sorriu travesso, puxando Victoria pra perto pela cintura.
— Você muda de idéia rápido.
— Pode deixar que eu sou rápido só pra mudar de idéia. — ele disse selando os lábios nos dela.
— Olha a propaganda enganosa.
— Vai se arrepender de ter duvidado.
— Ou não... — Victoria disse, voltou a beijá-lo, brincando com suas mechas de cabelo ainda molhado. Ela já ia puxar-lhe a toalha quando ele impediu.
— Espera, espera, espera! — Ele disse ficando de pé no colchão.
— Que foi? O que é que você está fazendo?
— Essa é a oportunidade perfeita!
— Eu já percebi, vem cá!
— Sua apressada, queria te fazer uma surpresa, é algo que eu nunca fiz antes. — ele disse rindo, empolgado e Victoria continuava sem entender nada.
— Ai que medo, não vai abusar de mim não é? — Victoria disse brincando.
— Não é isso. Eu nunca dancei pra nenhuma mulher. — ele pegou o controle remoto do aparelho de som e pos uma musica qualquer, que aliás, não era nada apropriada para a ocasião porque era fofa demais, era algo como “Minwoo Shinhwa Changjo chowahae”. Victoria não era capaz de entender a letra muito bem, porque esse era uma das suas maiores dificuldades com a língua.
Minwoo começou a dançar a introdução de uma forma bem boba e Victoria começou a rir.

— Olha lá hein, não vá zombar de mim, eu estou me arriscando aqui dançando para alguém que é profissional e entende bem do assunto.
— Ok, eu prometo que paro de rir. Continue que tá lindo. — ela disse, muito vermelha porsegurar a risada.

Ele se empolgou no refrão e a toalha, que era única coisa que cobria seu corpo, caiu de uma só vez, surpreendendo até o próprio Minwoo. Victoria teve uma crise de riso.

— Você prometeu que não ia rir! — ele ralhou com ela, ajoelhando se no colchão sem se dar ao trabalho de colocar a toalha de volta ao lugar de origem.

— Eu não estou rindo de você, estou rindo com você. Você é um ótimo dançarino.
— Podemos fazer uma dupla se quiser... — ele sugeriu deitando-se por cima dela, por entre suas pernas, e dando-lhe um beijo.
— Vamos ver qual estilo você dança melhor. — ela disse. — Vou ver de me adéquo.
— Adoro os planos baixos, principalmente os verticais.

Victoria riu.

— Ok, você entende de dança, agora para de falar bobagem.

E ele obedeceu, os dois se beijaram e Victoria finalmente se deu conta de que não estava fazendo aquilo por uma simples aposta. Minwoo era um cara muito divertido e sedutor à sua maneira pouco usual, não era sacrifício algum estar com ele.


******

— E foi assim durante dois meses. — Victoria disse, saindo do Box enrolada numa toalha.
— Assim como? Você parou a historia no meio!
— Não vai querer que eu conte mais detalhes que isso não é? Minwoo é seu manager, você não acha estranho?
— Sério Vic? Você sabe que eu adoro essas coisas. — Nana disse rindo. — Vai, não me enrola, quer dizer que vocês namoraram durante dois meses, você não disse que tinham saído só algumas vezes?
— Eu menti.
— Sobre o que?
— Sobre termos namorado. Nós na verdade quase nunca saíamos...
— Como é?
— Quase nunca saíamos do quarto.

Nana arregalou os olhos completamente chocada.

— Espera, você disse que essa foi sua fase “Nana”, era a disso que você estava falando?

Victoria confirmou, Nana jogou uma escova de cabelo em sua direção, mas ela desviou com facilidade, rindo.

— Que foi? Ficou ofendida?
— Sim! — Nana disse segurando o riso. — Acabei de descobrir que você já aprontou mais que eu! Alías, eu nem apronto, Nichkhun pelo menos é meu namorado, ainda que só meia dúzia de pessoas no mundo saibam disso. É um choque e tanto.
— Sua besta.
— Então se vocês não namoravam oficialmente, isso quer dizer que, vocês dois tiveram tipo, uma amizade colorida?
— O arco-íris todo praticamente.
— Eu me pergunto como isso deu certo, você é super ciumenta e certinha...
— Só deu certo porque apesar de Minwoo ser mulherengo, eu tenho certeza de durante aquele tempo ele só estava comigo.
— Como tem tanta certeza?
— Porque quando não estava trabalhando estava comigo. — Victoria disse rindo.
— Você está adorando contar vantagem não é? Como é que você não acabou se apaixonando por ele?
— Porque como sempre as coisas saíram do controle e deram errado.
— Você engravidou!
— Eu já disse que nunca estive grávida! Mas quase...
— Como que quase?!

******

Numa das noites de encontro, Victoria bateu à porta de Minwoo e ele atendeu vestido diferente do que costumava vestir para recebê-la, estava de camisa e calça social preta e uma gravata branca. E quando ele terminou de abrir a porta deu de cara com uma mesa de jantar para dois á luz de velas e com direito à champagne.

— Uau! É alguma ocasião especial e eu não estou sabendo.
— Sempre é especial. — Minwoo disse abraçando-a por trás e levando-a até a mesa.
— Geralmente você me recebe de cueca, ou toalha... 
— E não é especial também? — ele rindo também.
— Você nunca vai me ver reclamar disso. — Victoria disse rindo. — Mas sério, qual é a ocasião?
— Dois meses de... Como defino?
— Ah sim, eu entendi, não precisa nomear.
— Achei que merecia uma comemoração. Gostou?
— Claro. Mas se já estamos comemorando datas... Quer dizer que o senhor Lee Minwoo está virando um homem decente e está querendo me namorar?
— Eu fiz esse pedido na primeira vez que você veio aqui em casa, esqueceu? Você é quem não quis.
— Então sou eu a devassa aqui... Entendi. — Victoria disse rindo.

Os dois jantaram, beberam champagne e depois foram para o quarto. Eles se entendiam muito bem daquela forma, se permitiam muita coisa, e tudo estava como de costume até que de repente Minwoo se afastou de Victoria e se sentou na beirada do colchão, de costas pra ela.

— Droga!
— Que foi? — Victoria disse, preocupada, ele parecia pálido. — Você está bem?
— Estou... — ele respondeu vagamente, olhando para baixo.
— Não precisa ficar assim, isso acontece...
— Não é isso que você está pensando, acho que temos um problema. Um problema sério.

Minwoo se virou, segurando um anel de látex entre os dedos.

— Que é isso?! — Victoria disse espantada.
— Arrebentou.
— Ah, mas foi só essa parte.
— Essa foi a parte que sobrou.
— Que?! Você quer dizer que a outra parte...?

Minwoo assentiu preocupado, e para seu espanto, Victoria riu.

— Essas coisas só acontecem comigo mesmo.
— Você está rindo.
— Claro, e não é pra rir.

******

— É pra rir mesmo. — Nana disse. — O que você fez depois?
— Procurei o ginecologista pra ele tirar o que sobrou do preservativo.
— Que constrangedor!
— Nem me fale, imagina eu tendo que explicar a situação pro médico! Mas ele disse já tinha visto acontecer algumas vezes.
— Você e o Minwoo terminaram por causa disso?
— Não exatamente, ele até me acompanhou na consulta. Mas ele estava tão preocupado que começou a me irritar.
— A te irritar? Minwoo não é disso.
— Daí a historia da gravidez, ele estava preocupado com isso.
— E não era pra estar?
— Bom, sim, mas um homem da idade dele reagir como se fosse um adolescente irresponsável é muito exagero.

******

Depois do incidente daquela noite, os dois só se viram na agência, Victoria não contou nem para Krystal, mas estava preocupada porque sua menstruação estava atrasada uma semana, e geralmente ela era muito regular. Ela decidiu procurar Minwoo primeiro, na casa dele.

— Oi Minwoo, há quanto tempo não é? — Victoria disse um pouco ressentida, e nem o esperou terminar de abrir a porta para entrar.
— Oi Victoria.

Ele disse um pouco nervoso, e a garota não deixou passar que ele tinha falado seu nome inteiro, como há muito não fazia.

— Precisamos conversar. Aliás, isso é uma coisa que não fazemos há algum tempo não é?
— Eu ando meio ocupado.
— Não precisa mentir Minwoo, você faz isso muito mal. 
— Ok, eu fiquei meio nervoso depois do que aconteceu, precisei de um tempo pra relaxar.
— Ah sim? Então eu receio que não tenho boas notícias pra colaborar com seu momento relax.
— Que quer dizer?
— Eu posso estar grávida.
— Como é? Você não se cuidou? 
— Claro que eu me cuidei! Mas houve aquele incidente, e eu estou atrasada... Por que está botando a culpa em mim?
— Não foi isso que eu quis dizer, me desculpe. Quero dizer, tem certeza?
— Sei... — Victoria fez força para dominar a raiva que estava sentindo e continuou. — Eu não tenho certeza ainda, fiz um exame de farmácia que deu negativo, mas como minha menstruação não desceu ainda eu fiz um exame de sangue. Estou com ele aqui.

Victoria pegou o exame na bolsa e segurou perto do corpo, Minwoo pegou o envelope das mãos dela e deu algumas voltas pela sala sem abri-lo. Ele finalmente parou perto do sofá, rasgou o envelope, correu os olhos pelo papel e sorriu amplamente.

— E então?
— Parabéns... Você não vai ter um bebê.
— Que forma mais infantil de dar a notícia.
— Que foi? Vai dizer que não está aliviada?
— Pra falar a verdade estou mais irritada que aliviada. Quer dizer que se eu estivesse mesmo grávida você ia dizer “Meus pêsames”?
— Para com isso Vic. — Minwoo disse, tentando pegar Victoria pela cintura, mas ela se desviou.
— Minwoo, você já tem quase trinta anos! Está agindo como um adolescente.
— Ia querer ter um filho meu do jeito que é nossa relação Victoria?
— Eu nem sei, só pensei nisso agora, mas parece que nós não temos a mesma opinião.
— Você não sabe. Qual é a sua opinião?
— Achei que você seria mais correto comigo e que isso não ia afetar nossa relação.
— Existe mesmo uma relação entre nós?
— Eu não acredito que você disse isso!
— Foi você quem nunca quis namorar de verdade!
— E dizer “estamos namorando” faz alguma diferença? Faziamos tudo que um casal faz e isso não era o suficiente pra chamar de relação? Admita que você estava só brincando quando me fez a proposta.
— Ok, talvez eu estivesse mesmo brincando, mas eu nunca apostei nada.
— É assim então não é? Bom, agora que você já sabe queeu nãoestou grávida, pode voltar a ter liberdade de novo. — Victoria pegou o exame das mãos dele e saiu em direção à porta de saída.
— Eu nunca disse que você me prendia! — Minwoo disse.
— Agora as algemas não existem não é? — ela disse saindo pela porta e batendo-a atrás de si.

******

— E acabou assim? Desse jeito?
— E tinha outro jeito? Não tinha mais clima.
— Mas acho que ele gostava de você, e provavelmente ainda gosta.
— Não, ele só quer consertar as coisas, se redimir de alguma forma.
— Mas vocês não parecem brigados quando se encontram.
— Acho que ele amadureceu depois disso. Me dei conta de que eu não tinha pensado no que aconteceria se eu tivesse engravidado mesmo, talvez ele tivesse se assustado e depois daria um ótimo pai. E ele é uma gracinha também não é? Uma semana depois já estávamos conversando normalmente de novo, só que eu fiquei com medo de me envolver novamente, então nos afastamos aos poucos.
— Você acha que Nichkhun reagiria da mesma forma? Quero dizer ele é até mais novo do que Minwooo era na época.
— Eu sei que não.
— Como sabe disso?
— Porque quando eu contei que nós achávamos que você estava grávida ele ficou com aquela cara de bobo que ele tem e depois ficou radiante... 
— Haha que fofo!
— E depois, ele ter um filho quer dizer uma conta bem gorda no banco. Até eu estaria feliz de ter um filho seu assim, se fosse possível. — Victoria disse rindo.
— Sua idiota! 


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