Triplex escrita por liviahel


Capítulo 24
A grama do vizinho é sempre mais... verde? Parte 2




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— Isso mesmo que vocês ouviram. — NichKhun disse — Vou assumir publicamente um namoro com a Suzy.
Nana e Victoria sentaram-se prostradas no sofá, aparentemente perplexas demais para avançar em NichKhun.
— Eu não entendo, como foi que isso aconteceu?
— O “como” você já sabe Vic. — Nana disse.
— Eu não me referia a isso pervertida, mas obrigada por lembrar. — Victoria disse meio irritada. — Eu falava de quando foi que isso aconteceu?
— Com certeza quando você não estava com ele, eu falei que você era séria demais com essas coisas...
— Está insinuando que eu não faço a minha parte?! 
— Foi você quem disse que há mais de uma semana vocês não...
—Eu te disse que era ele quem não me procurava! — Victoria apontou um dedo para NichKhun, mas sem olhar pra ele e sim para Nana.
— Agora eu entendi esse seu problema com os homens, você sempre bota a culpa neles, quando o problema é com você!
— Como é? Quer morrer?
— Se você tomasse iniciativa de vez enquando...
— Ah que ótimo! Quer dizer que agora eu tenho que ser ninfomaníaca como você?!
— Funciona aparentemente...
— Funciona? — Victoria riu. — Arsh Nana, se nem tentando seu melhor você conseguiu segurá-lo aqui em casa.
Suzy parecia querer se enfiar num buraco, de tão desconfortável que se sentia com a discussão.
— E vocês querem parar com essa bizarrice! — NichKhun gritou interrompendo as duas.
— Elas realmente acham que nós dois estamos... você sabe... estamos dormindo juntos? — Suzy finalmente falou alguma coisa, sobre o ombro de NichKhun.
— É o que elas geralmente pensam de mim, que eu durmo com toda mulher que me aparece na frente. — ele disse sorrindo, mesmo estando irritado.
— E é verdade?
— Talvez já tenha sido... Mas não mais, agora é só com elas duas.
—Ah sim, muito comum. — Suzy disse meio ironicamente, mas francamente curiosa coma situação.
NichKhun bateu palmas para chamar a atenção de Victoria e Nana que tinham voltarado a discutir, só que aos sussurros.
— Quietas vocês duas, escutem o que eu tenho a dizer! — as duas cruzaram os braços, esperando o que viria. — Nós ainda não tomamos a decisão definitiva, por isso viemos falar com vocês.
— Falar o que? É bem obvio, o apartamento tem três andares aí você pensou “Vou trazer mais uma garota pra ocupar o espaço sobrando...” — Nana disse.
— Exatamente, pra bom entendedor meia palavra basta, e você já disse o bastante.
— Acontece que vocês não são boas entendedoras, nem de longe.
— Ah, agora nós somos burras, é isso?
NichKhun suspirou, reunindo paciência.
— Não Victoria, vocês não são burras, eu jamais pensei isso. Vocês são sim , ciumentas, teimosas, loucas, bizarras...
— Está bem! Já foi o suficiente, já chega de elogios. — Victoria disse ironicamente. — Vai nos dizer do que se trata isso tudo ou não?
— Então, meninas essa é Bae Suzy...
A garota se curvou a 90° para cumpromentá-las.
— Muito prazer. — ela disse.
— O desprazer é todo meu.
— Muito maduro de sua parte Nana. — NichKhun disse ironicamente.
— Falando em madurez, os pais dessa garotinha sabem que vocês...
— Já chega Nana, deixe-me explicar a situação direito! — ele disse impacientemente, e como era raro vê-lo reagir dessa forma, Victoria e Nana ficaram quietas. — Bom, como vocês sabem, eu e a Suzy aqui trabalhamos juntos no drama, e a critica gostou muito da imagem que nós dois passamos juntos...
— Por que será que eu acho que isso não vai acabar em boas notícias? — Victoria comentou, com a voz baixa.
— Para de rodeios NichKhun!
— Ok Nana, bom, nossos managers e o diretor do canal de tv acham que se assumirmos um relacionamento publicamente os índices de audiência irão aumentar...
— Vocês já não fazem sucesso suficiente não? — disse Nana.
— E existe sucesso suficiente?
— Limites só não existem pra mim Victoria. — Nana respondeu com um sorriso divertido no rosto, mas depois voltou a encarar NichKhun e Suzy com uma expressão nada comum.
— Então — NichKhun teve que interromper as duas novamente. — Viemos consultar vocês para saber se podemos nos pronunciar publicamente.
— Você diz, assumir o relacionamento?! Se nem com a gente você se atreveu a tanto! Eu realmente não entendo...
— Será que eu preciso lembrar que esse relacionamente inexiste Nana?
— Sério?
— Esqueceu que ele não fala sério Nana? — Disse Victoria ironicamente.
NichKhun revirou os olhos, um tanto decepcionado, Suzy se encolhia cada vez mais atrás dele, temendo qualquer tipo de reação física das duas moças, e com razão, em parte.
— É o seguinte, eu não tenho interesse nela e ela não tem interesse em mim. Só decidimos fazer isso porque achamos que é uma boa idéia.
Nana olhou para Victoria à espera que ela lhe desse alguma dica sobre o que dizer, mas a coreografa continuou quieta com os braços cruzados.
— Tudo bem, se vocês não tem nada mesmo um com o outro. 
— Nós não temos mesmo. — Suzy disse, saindo da sombra de NichKhun, ainda muito timidamente. — E não pretendo ter.
— Você é a única então... — Nana disse meio irônica.
— Victoria? — disse NichKhun esperando a resposta dela também.
— Preciso pensar, ainda não sei qual a vantagem de vocês fazerem isso. O tiro pode sair pela culatra, e você pode arrumar umas anti-fans malucas.
— Você acha? — NichKhun pareceu relamente levar à sério o argumento dela.
— Além do mais, como saber se ela não está de armação? Nós sabemos bem que ela anda com o G.O!
Suzy ficou muito vermelha, como se tivesse sido pega de supresa por Victoria saber tanto sobre ela.
— Como sabe que...? — a garota parou de falar de repente, visto que Victoria não prestava a menor atenção nela.
— Agora você não está sendo nada racional, se só andar com G.O a faz uma oportunista, então você...
— Nem termine de dizer isso! — Victoria pareceu estar mordendo a língua pra dizer o que tinha que dizer. — Ok, talvez eu não esteja mesmo sendo objetiva, e nem poderia, você sabe que eu estou enciumada. Tudo bem, faça o que quiser, eu agüento.
Victoria se levantou e foi para o quarto fechando a porta atrás de si.
— Que ótimo! O que eu faço agora? — disse NichKhun, suspirando um tanto tenso. — Vou atrás dela? — ele perguntou para as duas garotas na sala, mas obviamente só Nana saberia responder.
— Espera o surto passar... Mas eu já vou avisando, você está em falta com ela...
NichKhun não deu todos ouvidos à Nana e foi correndo bater à porta do quarto de Victoria.
— Ninguém segue os meus conselhos! — Nana disse rindo. — E você mocinha, — se dirigiu à Suzy, que se assustou e quase se fundiu à parede da sala de tão envergonhada. — isso provavelmente não vai ser ouvível para menores de idade, vamos sair daqui, eu te compro um sorvete.
Sorvete parece ser a língua universal para moças tão jovens, não precisou falar duas vezes, as duas sumiram de vista.
******
NichKhun escorou-se à porta do quarto de Victoria e bateu initerruptamente. 
— Vic, abra a porta! 
— Me deixa NichKhun! 
— Quero falar com você!
— E eu não quero! Pelo menos por um instante, será que eu posso ter o que EU quero?
— Você sabe que eu não vou sair daqui enquanto não falar com você não é? 
Victoria não respondeu.
— E você também sabe que eu não me importo de arrombar a porta se for necessário, não é? 
E ela continuou sem responder.

— Pois bem, se é à força que eu vou ter que fazer as coisas. Só se afasta da porta pra não se machucar. Um... dois... três!
Ele correu de ombros em direção à porta a toda velocidade, só que quando ele ia se chocar com ela, Victoria abriu a porta e ele caiu à metros de distância, no chão do quarto. Victoria segurava pra não rir.

— Ai! Acho que desloquei o ombro... — ele disse com o corpo encolhido de dor no chão. — E você fica aí rindo.
— Me desculpe, é que você foi dar uma de ogro. Não combina com você... — ela disse agachando para ver o como ele estava. 

Victoria pos a mão por dentro da camisa branca que NichKhun estava usando, causando um leve tremor por parte dele, que ela não soube dizer se era por causa da dor, por causa do choque térmico com suas mãos frias ou puramente por causa do contato físico. Ela ignorou seus tremores e gemidos em protesto à dor que estava sentindo e apertou, virou o ombro do rapaz para saber se o havia realmente deslocado. De repente Victoria o soltou, e NichKhun não pode disfarçar a insatisfação, aparentemente ele desejaria estar machucado, seria mais fácil já que a conversa que teriam seria muito complicada.

— Não há nada deslocado aí, pode ficar tranqüilo, e parar de fazer drama... — ela disse, ainda agachada segurando a manga de sua camisa. 
— Mas está doendo muito.
— Isso é no máximo uma luxação Khu... NichKhun — Victoria vacilou tentando não amolecer com o sofrimento do rapaz.
— Como sabe? Virou médica agora?
— Se quiser eu chamo o doutor Choi...
— Ele é urologista Victoria, meu problema não é lá embaixo...
— Bom saber... Mas se você não confia no que eu digo.
— Não é isso, é que está realmente doendo... Como sabe que é só uma luxação?
— Você se esquece que eu sou bailarina, eu consigo esticar o meu corpo até o limite...
— Sério? — NichKhun disse com um sorriso enorme e malicioso no rosto.

Victoria soltou a mão da camisa dele como se tivesse encostado em algo muito quente e foi sentar-se em cima do colchão, mas depois mudou de idéia e se sentou no divã abaixo da cama. NichKhun riu porque nessa mudança brusca e infantil de direção ela bateu com o pé descalço na quina do pé da cama e escondia uma expressão de dor.

— Você está sendo muito infantil, sabia?
— Eu, infantil? Você é quem anda trazendo amiguinhas pra brincar...
— Exatamente com isso que você está sendo infatil. Eu não tenho nada com a garota e você está enciumada... Eu jamais trocaria uma mulher como você por uma garotinha como a Suzy... Embora ela seja bem bonita... — NichKhun disse rindo.
— Não é disso que eu tenho ciúmes.
— É de quê então? Do G.O com ela na festa aquele dia? — ele continuou rindo.
— Eu estou falando sério Khun!
— Ok, tudo bem, me diz qual é o problema então. — ele disse ajoelhando-se de frente pra ela.
— Ah, é que é me... me incomoda... Embora eu saiba que vocês não estão juntos de verdade, vocês vão assumir um relacionamento publicamente... Enquanto que isso não vai acontecer de forma alguma com a gente.
— Então você não se incomoda com o falso relacionamento? — NichKhun fugiu do foco do assunto propositalmente.
— Não. — a resposta monossilábica indicava que ela tinha percebido a fuga e estava irritada, NichKhun agradeceu mentalmente por conseguir perceber essas minunciosidades com o tempo.
— Você sabe que eu não posso oferecer muita coisa com relação a isso, mas por outro lado, assumindo o relacionamento com a Suzy, eu tiro a imprensa da cola de vocês duas. Eu pensei nisso também, entendeu?
— Eu entendi...Pode ser... Tanto faz... — Victoria concordou, mas ainda estava chateada.
— E a quem mais você gostaria de dizer que nós estamos juntos, se seus amigos todos já sabem?
— Esquece isso Khun, eu já entendi...
— Tem mais alguma coisa te chateando não é? — NichKhun disse compreensivamente.
— E você nem imagina o que seja... — Victoria disse ironicamente.
— Uma dica ajudaria...
Victoria empurrou NichKhun pra longe dela, para que ela pudesse se levantar.
— Ei! O que foi isso? — disse ele, no chão, segurando o ombro machucado, que tinha voltado a doer pelo esforço de tentar manter o equilíbrio.
— Você mudou muito comigo nas ultimas semanas...
— Mudei? Em que sentido?
— NichKhun pensa!
Ele ficou quieto de cabeça baixa aparentemente forçando a memória, ainda ajoelhado no chão no mesmo lugar em que Victoria o tinha deixado. Enquanto que ela o estava encarando impacientemente, esperando a resposta, que ela já imaginava que ele não conseguiria saber qual era o problema.
— Perdeu a graça comigo não é? 
— Ainda não sei do que está falando... — NichKhun levantou a cabeça devagar, passando os olhos por Victoria dos pés à cabeça, ela estava de short e uma camiseta larga que mostrava os ombros, aí então ele teve alguma reação.
Ele se levantou muito rápido, sem o menos aviso para Victoria, carregou-a pelos quadris e a jogou na cama, beijando-a no pescoço.
— Ai! — Victoria gemeu por causa da forma brusca com que foi jogada no colchão. — Você não estava com dores no ombro?
— Eu agüento... — ele respondeu rindo, ainda com o rosto enterrado em seu pescoço. — Qualquer tipo de dor...
— Então você se lembrou?
— Era isso? — NichKhun disse meio inseguro.
Victoria o afastou um pouco para poder olhá-lo nos olhos.
— Era óbvio, não? Já faz duas semanas que você não me procura.
— Não era tão obvio, eu andei ocupado. — ele disse, voltando a fazer-lhe carícias.
— Sem essa NichKhun! — ela tentou se desvencilhar para terminar de falar, sem muito sucesso, porque ele tinha o corpo pesando firme sobre o dela, não que Victoria tivesse tentado com toda força de vontade sair daquela posição. — Eu sei que você esteve com a Nana e...
Seus lábios foram interrompidos pelos de NichKhun, que a beijou com muita intensidade, puxou-a por trás do joelho para diminuir ao máximo a distância entre seu quadril o o ventre dela. Quando os dois precisaram respirar, Victoria fez menção de tentar falar alguma coisa, mas NichKhun mordeu-lhe o lábio inferior de leve e disse:
— Onde tem ação, sobram palavras... — e ele voltou a beijá-la.

NichKhun não deixou um instante sequer que Victoria tivesse chance de falar alguma coisa, não que ela conseguisse se lembrar do que tinha para dizer, uma vez que os dois ficaram mais preocupados em em tirar o atraso. Ele tentou tirar a camiseta branca sozinho, mas não conseguia porque a luxação no ombro o impossibilitava de levantar os braços totalmente, Victoria puxou o tecido impacientemente e fez um buraco enorme na peça de roupa, basicamente sobrando apenas um farrapo.

— Uau! — disse NichKhun olhando surpreso para o próprio peito descoberto. — Aonde aprendeu a fazer isso?
— Já ensaiei muitas boygroups...
— Quer dizer que você já despiu dezenas de rapazes e é só você aqui quem tem motivos ter ciúmes? — NichKhun disse brincando, com falsa ironia na voz.
— Basicamente sim.
NichKhun riu, pegou o resto da camiseta e jogou longe, observando-a aonde tinha caído.
— Essa era minha melhor camiseta...
— Pode rasgar a minha se você quiser ficar quite. — Victoria respondeu sorrindo.
NichKhun sorriu surpreso.
— Sou uma pessoa equilibrada, não faço essas selvagerias... — ele disse com cinismo.
Victoria riu alto.
— Vou ficar de roupa então...
— Não foi isso que eu disse...
— Não foi você quem disse algo sobre “palavras que sobram” ou coisa assim?
NichKhun se sentou sobre o quadril dela, pos as duas mãos na cintura de Victoria e foi subindo devagar até encontrar o elástico do top que ela usava por baixo da camiseta, fechando os dedos sobre os seios dela, depois então puxou as duas peças de roupa de uma só vez para cima, e jogou-as longe, exatamente no mesmo lugar em que seu pedaço de camiseta tinha caído.
— Isso foi sorte... — Victoria disse sorrindo, vendo suas roupas caírem junto à dele. — Mas você não consegue fazer de novo...

Ele não respondeu, só sorriu e pôs as mãos para trabalharem de novo, passou-as pelo ventre de Victoria, por baixo do short e do elástico da lingerie, e fez o mesmo, tirou as duas peças como num passe de mágica e as jogou exatamente aonde as outras tinham caído. 

— Impressionante. Minha vez! — Victoria empurrou NichKhun para trás e puxou as calças dele e as jogou longe, no lado totalmente oposto do quarto.
— Errou.
— Eu sei, me desconcentrei totalmente, pensando nisso aqui... — e ela deitou-se por cima dele e o beijou.
******

NichKhun e Victoria passaram a tarde toda juntos no quarto, e Nana, conhecendo-os bem, não se atreveu a voltar pra casa com Suzy nesse período. Nesse meio tempo elas se sentaram a uma mesa de uma sorveteria, apesar de que estava frio o bastante para não tomarem nada, ainda sim elas pediram sorvete. Esperaram até serem servidas para poderem conversar sem interrupções.
— Então, não vai falar nada? — Nana disse, passados quase dez minutos de absoluto silêncio.
— O sorvete, está ótimo, obrigada.
Nana riu vendo que a garota ainda tentava mentalmente se fundir ao ambiente para se esconder.
— Você está com medo de mim? Pode ficar tranqüila, não fui eu quem serviu seu sorvete, não tem veneno aí.
Suzy finalmente esboçou um sorriso.
— É que... nós... nos conhecemos de forma tão... desconfortável.
— Verdade, mas eu sou de assustar assim. Vamos começar de novo. — Nana estendeu a mão para a garota. — Olá! Sou Im JinAh, mais conhecida como Nana. Tenho vinte anos, sou modelo, simplesmente modelo, nada de atriz, cantora, dançarina... etc etc etc.
Suzy riu.
— Muito prazer. Sou Bae SuJi, atriz... — ela tentou ser tão bem humorada como Nana, mas viu que não soava nem parecido. — Tenho dezessete anos...
— Dezessete? — Nana disse surpresa. — Não é uma diferença muito grande de idade, podemos ser amigas, já que por algumas semanas vamos conviver frequentemente. 
— Sério? Você não se incomoda com essa situação.
— Pra ser sincera sim, mas agora tanto faz... Só me diz uma coisa, de onde a Vic tirou que você e o G.O andam juntos.
— Eu o conheço há algum tempo, mas... O que isso tem a ver com essa historia?
— Ele é ex dela... história chata e mal resolvida, agora ele fica no nosso pé desde que voltou pro país.
— É, ele é bem insistente... Mas é legal. — Suzy disse desviando olhar para o sorvete.
Nana, claro, não deixou de notar esse pequeno gesto.
— Fala sério! — disse ela com uma expressão completamente pasma no rosto.
— Não é isso que você está pensando! 
— Ah não? Desculpa então, porque vindo do G.O eu espero até aliciamento de menores... — Nana disse rindo.
— Está bem, eu confesso, que no dia da festa de estréia do drama, eu fugi por uns instantes com ele nos corredores do salão, mas eu não fiz nada de errado.
— Andar com ele já é um erro menina. 
— Só que dessa vez ele estava me ajudando... Mas deixa pra lá, isso é um assunto meio chato.
— Tudo bem, eu não sou indiscreta, se você diz que foi só isso... Mas também, essa parte da sua vida não é da minha conta. 
— E tem alguma que te interessa?
— Claro, você e meu namorado... — Nana respondeu rindo.
— Ah sim, claro. Posso te fazer uma pergunta?
— Claro. Vocês três namoram mesmo? Tipo ao mesmo tempo?
— Cronologicamente sim, fisicamente nunca...
— Entendi... Então você e Victoria não...
— Ai não! Claro que não, mente perversa essa a sua, parece eu...
As duas riram.
— Você acha que a Victoria vai se incomodar muito com essa situação do falso namoro?
— Não precisa ter medo dela se é com isso que você está preocupada, ela só parece malvada, mas é um amor de pessoa, muito ciumenta, mas é legal.
— Mas se ela é assim tão ciumenta, como agüenta dividir o NichKhun com você?
— Está aí um grande mistério, eu tenho por mim que eu ofusquei os ciúmes dela com a minha simpatia.
— E modéstia... — Suzi disse rindo, se sentindo mais confortável com Nana.
******
Mais tarde no quarto de Victória, os dois conversavam abraçados na cama.
— Então, agora podemos conversar sobre sabe lá o que você queria conversar antes. — NichKhun disse rindo.
— Não é bem um a conversa que eu queria ter... Eu tinha uma pergunta a fazer.
— Aiaiai, vê bem o que vai perguntar hein? 
Victoria olhou pra ele.
— Você é tão desconfiado. — disse ironicamente, sorrindo. — Quero saber seuverdadeiro motivo pra não ter me procurado nos últimos dias.
— Mas eu procurei, só que quando eu chegava em casa você já estava dormindo...
— Mas você podia me acordar se quisesse, você sabe que eu tenho sono leve, aliás eu tenho a impressão de que você evitava fazer qualquer barulho ou movimento quando vinha dormir comigo. Como se só viesse dormir mesmo...
NichKhun ficou calado, sem saber realmente se respondia ou não.
— Por que fez isso? — Victoria insistiu.
— Vai brigar comigo de novo não é?
— Não... Eu realmente quero saber.
— Ah, é que você é mais compreensiva...
— Isso é um eufemismo pra “séria” não é?
— Não exatamente... Isso não parece idéia criada pela sua cabeça Vic...
— Foi a Nana quem disse isso.
— E você concorda?
— Parece que sim, por isso eu te pertuntei.

NichKhun se virou no colchão para ficar com a cabeça apoiada sobre uma das mãos e olhá-la de cima.
— Eu não te procurei porque realmente acho que você é mais compreensiva que ela nesse aspecto, eu realmente fiquei muito cansado nas duas ultimas semanas, tudo que eu realmente queria ao chegar em casa era deitar e descansar... O que já é muito milagre pra mim, não acha? — ele disse rindo.
— Acho estranho, quando nos conhecemos você vivia atrás de mim.
— Isso porque você me provocava...
— E agora eu não provoco?
— Não é isso...
— Eu nem fazia de propósito!— Victoria disse surpresa. — Agora eu sinceramente não sei se foi um progresso ou um retrocesso.
— Como?
— Porque eu me sinto uma esposa traída assim. — Victoria disse rindo.
— Esposa traída?
— É, aquela que dorme esperando, só esperando, enquanto o homem está fora de casa.
— Fora de casa trabalhando...
— Tanto faz, o que importa é que ele não estava onde devia estar...
— O que eu posso fazer pra mudar a situação então? — NichKhun disse sem brincadeiras dessa vez, mas ainda sorria.
— O problema é comigo, eu é que tenho que tomar providências.
— E essas providências não envolvem matar ninguém, não é?
— Matar... Só se você tiver problemas cardíacos. — Victoria jogou o lençol em cima de NichKhun e saiu andando em direção à sala de estar, completamente nua.
— Oh beleza! O que mais está sobrando aqui é saúde.
Victoria riu e continou andando.
— Ei! Aonde você pensa que vai? — NichKhun se levantou da cama num pulo.
— Vou à cozinha, estou morrendo de fome... Vem comigo?
— E quem precisa de comida nessa vida? — ele correu atrás de Victoria, pegou-a pelo quadril e os dois caíram no sofá de três lugares que ficava virado para o lado oposto ao da porta do elevador.
— Ai! Você me machucou de novo... — Victoria reclamou da forma brusca com que foi jogada no sofá.
— Me diz onde está doendo que eu faço sarar... — ele disse cobrindo os lábios da moça com um beijo.
— Oh de casa! — Alguém gritou do outro lado do sofá. 
NichKhun e Victoria caíram do sofá, pela falta de espaço pra caber pessoas daquele tamanho, mas mais principalmente pelo susto.
— Ai! — gemeram os dois juntos no chão.
— Estão decentes? — disse Nana rindo.
— Desde quando essa aqui é uma casa decente? — disse NichKhun rindo, Victoria deu um tapa no ombro dele. — Ai! Isso dói!
— Não! — Victoria gritou. — Mas que timing é esse o da Nana? Parece mais um cronômetro.
Ele se levantou de repente.
— Ah! — ouviu-se outro grito.
— Omo! — ele disse e pegou uma almofada para se cobrir.
Suzy tinha baixado os olhos, rindo.
— Que foi? — Victoria também se levantou, sem o menor aviso. — Omo!
Suzy ficou ainda mais surpresa e virou-se para a porta do elevador, rindo baixinho.
— O que é que eu vou fazer com vocês dois? Olha o péssimo exemplo que vocês estão dando pra essa pobre criança! — Nana disse rindo.
— Andando com você ela também não vai aprender boas coisas. — Victoria disse. — Por que não avisaram que estavam voltando pra cá?
— Vic, nós não reparamos nem que elas saíram de casa...
— Vão vestir roupas vocês dois! — Nana entre risos. — Que ótimo, agora vamos ter que mandar lavar o sofá.

Victoria e NichKhun foram para o quarto vestir as roupas que estavam no chão e voltaram minutos depois, ele ainda sem camisa. Nana e Suzy os esperavam, rindo, sentadas no sofá de dois lugares.

— Eu não falei pra vocês irem se vestir? — Nana disse, fingindo tampar os olhos de Suzy.
— Que coisa, você age como se ainda houvesse algo pra eu ver aí. — Suzy disse brincando. — Metade do tempo ele está sem camisa nos bastidores do drama, e depois daquele pequeno incidente de minutos atrás...
— Pequeno... — Nana já ia fazer uma piada, mas achou que ia ser de péssimo gosto.
Suzy riu, provavelmente já prevendo a piada.
— Viu só? A garota já aprendeu coisa errada, seus pais sabem que você anda com essa delinqüente? — Victoria respondeu, brincando.
— Delinquente é uma palavra muito forte Victoria.
— Que bom que vocês duas se entendem agora. — disse NichKhun. — Só falta Vic agora...
— Ok. — ela se voltou para Suzy sorrindo, e se inclinando — Você deve estar com uma péssima impressão de mim não é? Me desculpe, por não ter te cuprimentado direito antes, e me desculpe pelo que você viu agora a pouco...
— Tudo bem, NichKhun já tinha me avisado sobre a reação de vocês...
— Então vamos jantar? Estou morrendo de fome.
— Ouviu Suzy, quem faz muito exercício tem que se alimentar bem. — Nana disse ainda rindo bastante, Victoria deu um tapa na cabeça dela. — Ai!
— Entendi.
NichKhun preparou qualquer coisa bem rápido para o jantar, e os quatro se sentaram para comer na mesa da cozinha mesmo, porque geralmente a copa só era usada para eventos especiais, que nunca ocorriam. Certo tempo depois de conversarem sobre todo tipo de assunto que não era sobre o tal falso relacionamento, Suzy tomou iniciativa de voltar a tocar no assunto.
— Então, agora que eu já conheço vocês e que já concordaram com a situação, eu gostaria de saber se vocês tem algo a sugerir, sei lá, algo que vocês não gostariam que acontecesse se NIchKhun e eu pudéssemos evitar.
— Você não devia ter dito isso... — Nana comentou.
— Por quê? Eu não queria causar incômodo maior do que o que eu já estou causando.
— Vamos abusar com as regras que a gente já ia impor mesmo. — Nana respondeu rindo.
— Ah sim. Victoria?
— Sim? Ah, você quer que eu diga algo? Tipo uma regra? — Suzy fez que sim, com a cabeça. — Bom, sejam convincentes, mas mantenham essa história no mundo da ficção.
— Mais nada?
— Nada.
— Ai que sem graça Vic! Achei que você ia mandar a garota assinar um contrato cheio das restrições, “não pode abraços, não pode pegar na mão, não pode isso, não pode aquilo”! Ou sei lá, achei que você ia trancar a menina num cinto de castidade — Nana disse rindo.
Suzy riu também, embora estivesse um tanto mais tímida depois do comentário.
— Boba! — Victoria resmungou.
— Pensei que você ia me dar mais trabalho, estou realmente surpreso com você Vic. — NichKhun disse sorrindo.
— Eu não sou esse monstro que vocês pintam por aí! Mas chega de surpresas por hoje não é?
— Eu concordo. — disse Nana.

NichKhun abaixou a cabeça e ficou calado, as garotas, claro, notaram a mudança repentina de atitude.

— Ai não! NichKhun o que foi?
— Não sendo outra mulher... — Nana comentou com um suspiro. — Espera, é outra mulher não é?
— Tecnicamente sim. — ele disse ainda encarando o prato sobre a mesa.
— Como é? — Nana e Victoria disseram juntas.
— Sim, é uma mulher. Minha mãe... Ela me ligou hoje cedo, disse que já que eu não posso sair do país por causa do trabalho, ela mesma vem pra passar o Natal e a virada do ano comigo.


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