Triplex escrita por liviahel
Notas iniciais do capítulo
O Minwoo que aparece nesse capitulo é o Minwoo do Shinhwa, ok people?
— Uma festa?! Está falando sério? Mas como vamos fazer isso?
— Aqui é claro. Qual o problema?
Nana riu.
— O “nosso problema”...
— O Nichkhun? Mas se foi ele mesmo que disse “Podem levar visitas em casa, só tomem cuidado para não descobrirem que o apartamento é meu” — Victoria disse sorrindo travessamente.
— Ah sim, se foi o homem da casa quem disse isso, quem somos nós para desobedecer?
— “Submissão por conveniência”.
— Sempre!
— Mas a gente tem tempo pra pensar nisso depois.
— É, porque tem que coincidir com um dia em que eu não trabalho à noite nem na manhã seguinte, o que é uma raridade.
— Pretende se acabar tanto assim?
— Eu não pretendia fazer coisa alguma da outra vez e olha onde eu vim parar... — Nana disse rindo.
Vitoria também riu.
— Você está reclamando?
— Não se empolga Vic, eu estava só comentando.
— Entendi.
E os dias foram correndo no ritmo normal, não para Nana e Victória, é claro, porque e elas visivelmente sentiam falta de Nichkhun, tanto que continuaram dormindo na cama dele. Victoria já estava habituada a acordar com um dos braços de Nana encima dela, e a modelo sempre pedia desculpas, mesmo sabendo que ela não estava incomodada. A agenda da jovem modelo também não dava trégua, trabalhou incessantemente na semana que se seguiu, e foi inviável marcar a tal festa. As duas sempre acabavam assistindo um filme e adormecendo em casa mesmo.
No meio da ultima semana sem Nichkhun, as duas já não se agüentavam de tédio, Victoria era quem estava mais entediada, o que lhe parecia estranho, porque Nana era normalmente muito carente, agora estava só carente, osvilando momentos de mau humor. Nichkhun não dava notícias há dias, tudo o que sabiam dele era o que a imprensa mostrava, ele em eventos, programas musicais, de variedade, festivais e coletivas.
Victoria estava sentada à mesa da cozinha procurando notícias na internet pelo notebook enquanto Nana se arrumava para o trabalho e tentava comer ao mesmo tempo.
— Ei! O Khun está online! — disse Victória de repente.
— Sério?! — disse Nana, que tentava, sem sucesso, calçar uma sandália enquanto corria para perto do computador.
Victoria assentiu e chamou Nichkhun para uma conversa em vídeo.
— Oi lindas!
— Oi lindo! — disseram as duas.
— Tudo bem? O que andaram fazendo?
— Tudo na mesma... — disse Victoria.
— É, volta logo pra casa.
Nichkhun riu.
— Falta pouco meninas...
— Não vai nos dizer quando você volta?
— Vai ser surpresa Vic.
— Odeio surpresas. — disse Nana, um pouco irritada, o que era incomum, porque ela nunca falava em odiar qualquer coisa.
— Que isso?
— Nada não Khun, é que nós temos uma “mulher aranha” em casa...
— Como é?
— Tem gente subindo pelas paredes...
Nichkhun riu.
— Há há. — disse Nana ironicamente, tentando não rir.
— Falando em surpresas, o que anda fazendo?
— Essa é a Victória Song que eu conheço, sempre desconfiada. Mas dessa vez você tem razão em perguntar...
— Como é?! — disseram as duas, um frio congelante passando por suas espinhas.
— Vocês duas são tão divertidas quando estão com ciúmes, só assim para concordarem em alguma coisa. É que eu tenho algumas festas para ir nos próximos dias... Posso ir? — ele falou em tom de brincadeira, obviamente ele pretendia ir de qualquer forma.
— Não pode não. – disse Victória, rindo.
— Vocês ficaram em casa esse tempo todo?
— Claro, por que a pergunta?
— Ai Nana, claro que ele deve querer que a gente saia, para não se sentir culpado...
— Exato! E por que ele deveria se sentir culpado?
— Diz logo suas condições Khun, por que tem que ter alguma condição aí...
— Eu não passo nem perto de uma garota... se vocês não beberem...
As duas riram.
— Que será que ele quis dizer? — disse Nana.
— Confio em vocês... Sóbrias.
— Seu bobo! — disse Victoria.
— Agora é que eu vou beber mesmo, assim ficamos quites, você desconfia da gente e nós de você.
— Acho válido Nana.
— E eu não achei graça. — disse Nichkhun, meio bravo.
— Pode ir à festa, a gente estava brincando. Mas você está só com sorte de eu estar trabalhando muito e não ter tempo para sair.
— Então não abuse da sorte. — disse Victoria.
— Ok, eu me comporto. Tenho que ir agora meninas.
— Já?!
— Você bem que podia ligar quando sobrar um tempinho.
— Estou em débito com você não é Vic? Eu vou te compensar. — disse ele com o sorriso malicioso habitual. — Beijo lindas.
E ele desligou a câmera. As duas ficaram quietas e silênciosas por um tempinho.
— Você acha mesmo que ele não vai aprontar?
— Estava pensando nisso Vic, mas acho que sim.
— Eu também, mas essa sensação não vai embora.
— Eu sei! — Nana concordou.
— Precisamos daquela festa.
— Mas minha agenda está cheia.
— Já sei, Minwoo ainda usa o mesmo número de celular?
— Meu empresário? Não, ele mudou depois que aquelas fotos de Bali vazaram.
— Me empresta seu celular então.
— O que vai fazer?
— Deixa comigo, você não tinha que se arrumar para trabalhar?
Ela assentiu balançando a cabeça e saiu correndo da cozinha. Victoria pegou o celular e discou.
— Oppa?
— Oi Nana...
— Aqui é Victória, oppa.
— Ah! Oi Vic... O que faz com o celular da Nana? Vocês se conhecem?
— Somos amigas, ela não te contou?
— Não, eu não sabia. Desde quando isso?
— Faz algum tempo já... Mas aqui oppa, preciso de um favor seu.
— Favor? — Minwoo disse isso fingindo estar ofendido. — É só pra isso que você liga agora?
— Está me chamando de interesseira? — disse ela rindo. — Só você pode me conceder esse favor...
— Em que posso te servir?
— Preciso que libere a Nana pelos próximos dois dias...
— Dois dias?! O que vocês duas vão fazer?
— Uma festa... Libera a Nana vai?
— Estou me sentindo um senhor de escravos. — ele disse brincando. — O que você me oferece em troca da escrava?
Victoria riu.
— Um convite pra festa, serve?
— Não era isso que eu queria, mas está bem. Me passa o endereço da festa por mensagem.
— Valeu oppa!
— Te vejo lá Vic.
E desligaram. Victória teve que abrir a caixa de mensagens de Nana e lá viu várias mensagens de Nana para Nichkhun, a maioria eram fotos, pelo que pode ver rapidamente, e tinham replies, todos comentário de Nichkhun. A modelo voltou à cozinha nesse exato momento.
— Fazendo o quê?
— Estava mandando uma mensagem para o Minwoo. – Victoria respondeu com a maior naturalidade possível.
— Victoria, você sabe que não consegue mentir pra mim não é? — disse Nana, rindo.
— Está bem, eu enviei a mensagem e fiquei fuçando seu celular. E olha, fiquei surpresa...
— Que foi que você viu aí? — disse Nana meio espantada e rindo.
— Sexting. Por isso você anda tão controlada, tem noticias do Nichkhun todo santo dia. Só assim pra ele responder também não é? Safadeza sempre interessa.
— Você devia tentar, sabia?
— A necessidade faz coisas mesmo. Não faço essas coisas, e você também não devia, imagina se esse celular cai nas mãos erradas?
— Verdade não é? Nesse celular tem cada coisa preciosa.
— Arsh me poupe dos detalhes.
— Ai sua pervertida, não é pra tanto. Eu não falava só das mensagens, tem muita informação aí. Mas esse celular geralmente fica em casa. — Nana mentiu nessa ultima parte.
— Assim espero.
— Vem cá, como foi que você convenceu o Minwoo de me liberar assim tão fácil?
— Exerci certa influência sobre ele. — disse Victoria sorrindo. — Agora ele está pensando que eu estou dando mole pra ele.
Nana riu.
— Que é que você faz com os homens? Parece que é só você piscar e você tem eles nas mãos, só que depois você não se livra deles.
— Pois é, minha natureza adorável... — Victoria estava brincando — Ele vai vir pra festa...
— Fala sério? Ele vai ficar no meu pé a festa toda.
— Pelo contrário, ele vem por minha causa, não se preocupe, eu dou um jeito de mantê-lo ocupado...
— O que? Vai dar uma chave de perna nele?! — Nana disse rindo.
— Há há, era tudo que você queria, não é? Mas não, obrigada. Vai trabalhar mulher! Você está atrasada. — disse Victoria também rindo e jogando um pano de prato nela.
— Está bem.
— Leva o celular, porque eu vou precisar te ligar.
No final do dia, Victoria já tinha providenciado tudo, só faltava definir a lista de convidados e a pessoa que ia servir de disfarce para não descobrirem quem morava no triplex. Nana conseguiu chegar antes das 11 da noite que encontrar Victoria ainda acordada.
— E aí? Como andam os preparativos?
— Já resolvi tudo, só precisamos definir quem mais vem, e o mais importante, precisamos de alguém confiável pra se fazer passar pelo dono do apartamento, alguma idéia?
— Eu sei da pessoa perfeita pra isso. — Nana pegou o telefone deixou no alto falante e ligou — Chula!
— Oi diva! Fala que eu te escuto!
— Preciso de seus dotes performáticos de novo, pra uma festinha que eu estou dando.
— Se é festa você já pode contar comigo. Quem eu tenho que seduzir agora?
Victoria e Nana riram alto.
— Isso não será necessário.
— Necessário sempre é minha diva. O que eu tenho que fazer afinal?
— Preciso que você finja ser o anfitrião.
— Diamante ou purpurina?
— Os dois se você quiser, mas convença.
— Ótimo. Posso passar no local da festa antes do dia?
— Tudo bem, vou te passar o endereço depois. Tchau. — ela desligou. — Pronto, menos um item da lista.
— Ele não vai dizer a ninguém? — disse Victoria.
— Heechul nunca faz perguntas, só quer fazer parte do espetáculo.
As duas fizeram uma lista equilibrada de convidados, nem mais homens nem mais mulheres, no dia seguinte, Heechul, Sohee e Krystal apareceram mais cedo para ajudar com os preparativos, por coincidência eles chegaram quase que ao mesmo tempo. Assim que Victoria e Nana abriram a posta do elevador privativo a reação dos três foi a mesma.
— Nossa! — disseram os três.
— Que luxo esse apartamento! Tão “amante” feelings. — disse HeeChul. — Totalmente gosto hétero, já sei até quem vou incorporar hoje...
Nana e Vitória riram.
— Fique à vontade para usar qualquer suíte disponível no apartamento, há uns três quartos vagos lá em cima. — disse Nana, e ele subiu para lá imediatamente.
— Sério, estou chocada com o tamanho desse apartamento e você ainda me diz que tem mais um andar?! — disse Krystal.
— Na verdade são três andares e a cobertura. — Victoria completou a informação.
— Não brinca?! Nichkhun não está querendo adotar mais uma mulher não? — disse ela, rindo.
— Nem fala essas coisas Krys, imagina que inferno, se Nichkhun quiser botar uma mulher em cada quarto?
— Ah vai Victória! Você e a Nana já se amam... — disse Sohee, rindo.
— Eu amo as coisas do jeito que estão, isso sim. — disse Nana.
— Mas então, em que podemos ser úteis? — disse Krystal pra cortar de vez o assunto.
Victoria e Krystal foram afastar os móveis em posições em que as pessoas pudessem transitar mais livremente, enquanto Nana e Sohee decoraram o ambiente, modificaram as luzes e trancaram os cômodos que tinham objetos pessoais. Depois foram se arrumar para a festa. JaeKyung chegou cedo, quando as quatro moças já estavam se maquiando.
— Oi Jaekie. — disse Victoria. — Que bom que você pode vir!
— Eu estava meio sem graça de vir porque não conheço o anfitrião, mas arrumei um bom motivo para vir.
— Qual motivo? — disse Sohee, francamente curiosa.
— Finalmente consegui ligar para o Dr. Choi para chamá-lo para sair e ele aceitou. Ele vem mais tarde depois do trabalho.
— Como é? Ele vem?! — disse Victória.
— Algum problema Vic?
Nana deu uma cotovelada em Victoria.
— Problema algum Jaekie, só fiquei supresa.
— Qual é o seu problema? — cochichou Nana.
— Ele pensa que eu sou casada! — Victoria cochichou de volta.
— Com o Khun? Que historia é essa?
— Depois te conto.
— Acho bobeira trazer comida pra festa... — Krystal comentou, rindo.
— Perdoai-a Senhor, ela não sabe o que diz! — disse Nana. — Se você tivesse visto a beldade que é esse doutor, não diria um sacrilégio desses!
— Mas Krys, o JunHo também vem... — Victoria comentou.
— Arsh preguiça! Sou sempre eu quem investe para rolar alguma coisa entre nós dois, ou seja, faz décadas que não acontece nada. Nem sei se a gente está ficando, enrolando...
— Ih! Já vi tudo Krys, você virou jardim. — disse Sohee, rindo.
— Não entendi a metáfora.
— Só dá a florzinha de nove em nove meses, na primavera...
Houve um momento de choque total entre Jaekyung, Nana e Victoria, que logo estavam se dobrando de rir, Krystal não achou a muita graça.
— É, não tem muita graça quando a piada é comigo. Sohee, não conhecia essa sua veia artística.
— Falando em conhecer, quem é o dono desse palácio? — disse JaeKyung.
— Eu! — disse uma voz masculina do lado de fora do quarto. — Estão decentes garotas? Posso entrar?
— Pode sim Chul. — disse Nana.
E ele entrou no quarto, vestindo um terno preto elegantíssimo, os cabelos meio longos presos com gel e óculos escuros. Se Nana já não o conhecesse ia achar que era algum magnata da sociedade coreana. HeeChul já tinha entrado no personagem e uma vez que ele fazia isso ninguém duvidava de quem ele dizia ser.
JaeKyung se levantou da cama imediatamente para cumprimentá-lo formalmente.
— E a senhorita quem é?
— Kim JaeKyung.
— Kim HeeChul, seja bem vinda à minha casa.
— Obrigada. — ela respondeu timidamente.
Victoria desceu para falar com o porteiro sobre a festa e entregar-lhe a lista de convidados, queria tomar cuidado para não entrar fotógrafos no evento.
— Onde estava? — disse Nana.
— Fui falar com o porteiro, dar umas instruções, colocar o nome do Dr. Choi na lista, e dar uma graninha para ele ficar calado sobre esse evento...
Nana foi até o elevador e destravou a porta para liberar a entrada para os convidados, e eles começaram a chegar. HeeChul os recebia de forma agradável e estava sempre rodeado de mulheres. Victoria e Nana o observavam de longe.
— Afinal de contas ele é gay ou não é?
— Isso é um grande mistério, mas eu diria que ele é da vida, o que vier ele aceita. Falando em “vir” Minwoo acabou de chegar olha lá.
— Oremos, ter um ex na festa nunca presta...
O empresário se aproximou e cumprimentou as duas.
— Victoria, a quanto tempo!
— Quem é vivo sempre aparece. — Victoria respondeu com falso entusiasmo.
— Trabalhando muito, aliás que coincidência você duas serem amigas...
— Faz pouco tempo. — disse Nana. — Nos conhecemos num desses milhares de eventos que você me arruma pra ir.
— Isso foi uma indireta? — disse Minwoo, sorrindo. — Eu sei que você está trabalhando demais, por isso resolvi afrouxar as amarras, começando por hoje. Você está numa festa, por que não vai se divertir?
— Demorou! — disse ela, já saindo em direção à pista de dança.
Minwoo e Vitoria ficaram sozinhos, o que era um tanto desconfortável para a moça. “Muy amiga você Nana” pensou ela.
— Você está muito linda hoje, sabia? — disse ele lançando-lhe um olhar de cima à baixo.
— Oppa, você sabe que esse papo não cola comigo.
— Mas eu falei sério, você parece diferente, sei lá, mais feliz... Está apaixonada?
Victoria foi pega completamente de surpresa.
— Ah... Você me dá licença um minutinho? Preciso resolver um assunto com a Krystal, divirta-se enquanto isso. — ela disse, apontando para um grupo de garotas muito bonitas perto do bartender.
— Sempre escorregadia... — Minwoo comentou, mas ela não escutou.
— Amiga me salva!
— Que foi Vic?
— Ex na festa...
— Minwoo?
Victoria assentiu.
— Sinceramente eu não te entendo, Minwoo oppa é um gato, é educado, agradável...
— E eu tenho namorado...
— Que tem outra namorada...
— Não precisava me lembrar. Mas está bem, eu concordo, também não sei qual é o problema, ele foi o único homem que foi decente comigo...
— Aí é que está, você só gosta dos indecentes. — Krystal disse, rindo.
Victoria também riu.
— Falaram em indecência? — disse Nana, que apareceu de repente, com um copo de bebida na mão. — Porque eu acabei de ver uma coisa indecente... Aquele Dr. Choi, está por aí já... Mas do que vocês falavam?
— Dos homens da Victoria...
— Ah sim, esses são indecentes.
— Muito engraçadas vocês, principalmente você Nana, esqueceu que o meu homem é se também?
— Verdade, mas nem estou reclamando sabe, é disso mesmo que eu gosto. — disse ela, rindo.
Nesse momento passou um homem de cabelos escuros, por trás de Nana, empurrando-a o suficiente para fazê-la derrubar a bebida no vestido de Victória, e continuou andando sem olhar para trás.
— Ai desculpa Vic, que cara grosso, nem voltou para pedir desculpas...
— Tudo bem. — disse ela tentando secar o vestido com um guardanapo. — Acho que vou ter que ir ao meu quarto trocar de vestido.
— Engraçado, fiquei com a sensação de conhecia o cara. — disse Krystal.
— Eu também, cadê ele?
Victória entrou no banheiro de seu quarto para tentar lavar a mancha de bebida do vestido branco que estava usando, com o que ela tinha em mãos não estava funcionando. Ela prendeu os cabelos e tirou o vestido apressada, voltou para o quarto e trombou com um tronco sem camisa.
— Jung ByungHee! — disse ela tentando se cobrir, porque estava só de lingerie, mas não havia com o que se cobrir, já que seu vestido estava no chão do banheiro.
— Andou malhando? Está gostosinha...
— Eu podia te fazer o mesmo elogio, se você já não fosse muito cheio de si. — Victoria tentou parecer bem humorada, porque sabia que quando ficava irritada sempre o atiçava mais.
— Eu, cheio de mim? Imagina, ainda tem muito espaço pra você preencher. — ele disse com sarcasmo, colocando uma das mãos dela no lado esquerdo do peito. — E eu sei que você tem um espacinho aí que eu posso preencher.
Ele completou o comentário, pegando a mesma mão dela que ele segurava contra o peito e descendo para o cós de sua calça, Victoria, claro, desvencilhou a mão para longe das más intenções dele e o empurrou na cama, ele caiu contra o colchão como quem se deita à espera de alguma coisa. Ela pegou um hobby no guarda-roupa e vestiu.
— Você consegue ser bem brega quando se esforça, ByungHee. — Victoria comentou, rindo.
— E você consegue ser a maior estraga-prazeres só com o esforço de se vestir.
— Falando sério agora, pensei que nós já tivéssemos resolvido essa historia.
— Bom, estávamos quites e me deu vontade de desempatar. — ele se levantou e ficou de joelhos na cama.
— Como entrou na festa?
— Com umas duas amigas em cada braço...
— Eu não me referia a isso...
— Ciúmes Vic?
Victoria riu.
— Claro que não, estou é torcendo pra uma delas fazer de você um homem decente...
— Porque eu correria esse risco se você gosta é dos indecentes?
— Foi você quem causou aquele estrago no meu vestido não foi?
— Foi mal, eu te deixo fazer um estrago em algo meu também.
— Espera aí que eu vou chamar o “dono” da festa pra te fazer um estrago, lembra do HeeChul?
— Credo! Falando nisso, seu namoradinho sabe que você está dando uma festa particular? — ele falou no tom de quem faz chantagem.
— Interrompo alguma coisa? — Nana entrou no quarto com Minwoo à tira-colo.
— Sempre, graças à Deus. — Victoria respondeu.
— G.O... — disse Minwoo com desprezo. —Victoria, o que esse homem faz aqui?
— O de sempre, incomodando.
— Não te ouvi reclamar Vic...
Ela ignorou o comentário.
— G.O, vai embora por bem. — disse Nana.
— Eu vou ficar para o bem de vocês, porque senão essa pequena farra sai amanhã no jornal.
— Você deve me achar bem estúpida não é? — disse Nana.
— Não entendi a pergunta.
— Você acha mesmo que eu apaguei todas aquelas fotos?
G.O empalideceu subitamente.
— Você está blefando.
Nana pegou o celular e mostrou a tela à G.O, de onde Victoria estava no quarto também dava para ver, ela riu alto.
— Você é genial Nana. — disse ela.
— Dá aqui esse celular! — ele disse puxando com força o braço de Nana.
Minwoo foi rápido em reagir, empurrou G.O contra o colchão e os dois começaram a brigar.
— Me solta cara! Meu assunto não é com você!
— Acontece que eu gosto de ser intrometido. — Minwoo disse, levantando G.O pelos braços.
G.O lhe deu um soco no rosto e MinWoo riu.
— Você sempre vai ser um covarde fracote.
— Eu nem te conheço cara, você não tem nada a ver com isso, você não sabe de nada.
— Sei o suficiente pra dizer que você devia ter sumido da vida da Victoria há muito tempo.
— Victoria, fala para o seu amigo ir embora.
— Eu não... — Victoria estava sem ação vendo a que proporção a que as coisas tinham chegado, e dando graças que eles estavam discutindo sem dar escândalo.
— Então vou ter que mandá-lo embora por conta própria.
— Pode vir.
G.O avançou para acertar Minwoo com um soco, mas o agente de Nana girou o corpo no ar e acertou um chute de Tae Kwon Do no rosto dele, tão forte que fez um barulho seco assustador. G.O caiu pesadamente, bateu a cabeça no criado mudo e desmaiou.
— Chefinho! — disse Nana completamente pasma. — Você já pode economizar uma grana dispensando meu guarda-costas.
Victoria foi ver como G.O estavam, porque ficou assustada com a forma como ele caiu. Virou o corpo inerte do rapaz e viu uma mancha de sangue cobrindo metade do rosto dele, que continuava apagado.
— Nana chama um médico! — disse ela, meio trêmula. — Chama a Krystal e procura o Dr. Choi, mas cuidado para não chamar a atenção do pessoal lá fora.
— Está bem. — ela saiu às pressas e deixou Victoria com Minwoo e G.O.
******
Nana avistou rápido Krystal entre uma multidão na pista de dança a pegou pelo braço discretamente.
— Que foi?
— Me ajuda a achar Dr. Choi rápido.
— O que aconteceu? Acho que vi a JaeKyung passar por ali agora a pouco...
— E eu lá quero saber da JaeKyung! Preciso falar com o Dr.Choi agora!
— Dã, você procura a JaeKie, você acha Dr. Choi... — Krystal respondeu, puxando-a por um corredor.
Havia uma única porta fechada naquele corredor, e foi exatamente essa a porta que ela abriu, e encontrou JaeKyung fazendo quase uma lapdance pro Dr. Choi em cima da pia do banheiro. Os dois se sobressaltaram, e Siwon ficou muito vermelho.
— Francamente JaeKie, existem uns trocentos quartos nesse apartamento e você veio pra um banheiro? Que clichê pobre... — disse Krystal.
— O que você quer? — ela respondeu.
— Não temos tempo pra que você se explique JaeKyung. Dr. Choi precisamos da sua ajuda rápido, G.O está desmaiado num dos quartos.
— Como é? — disse Krystal, que ainda não sabia da presença dele na festa.
— Sem tempo pra explicar, lembra? Doutor vem logo, ele está sangrando.
O jovem médico se levantou às pressas e foi com Nana até o quarto, Krystal e JaeKyung ficaram de fora para não chamarem atenção para a movimentação estranha no quarto. Quando entraram, encontraram Victoria com G.O nos braços tentando reanimá-lo, ele sangrava muito no supercílio.
— Que droga! Ele não acorda. — ela disse.
Minwoo parecia um tanto nervoso, mas estava ao lado dela. Siwon agachou-se perto de G.O e abriu-lhe uma das pálpebras, checou a pulsação e a respiração.
— O que foi que aconteceu aqui? — disse ele, pegando a camisa que G.O tinha deixado no chão para secar o sangue no rosto dele.
— Ele bateu com a cabeça... — Victoria respondeu.
— Vai ter que me falar a verdade mocinha.
— Nós brigamos, eu dei um chute no rosto dele e ele bateu com a cabeça no criado mudo.
O doutor fez uma expressão de desaprovo e continuou examinando G.O.
— Alguém me arrume álcool, ou um vidro de perfume?
Victoria se levantou rápido e foi buscar um vidro de perfume no guarda-roupas, Siwon pode notar que ela estava de hobby e não de vestido de festa. Ela lhe entregou o vidro e ele abriu para colocar perto do nariz de G.O, que começou a dar sinal de vida.
— Sabe... É por isso que médicos não vão muito à festas...
— Como é? — disse Victoria, que parecia ainda muito preocupada.
— É que elas acabam virando um plantão do hospital, gente bêbada, gente nocauteada. — ele disse, rindo. — Você não tem com que se preocupar, ele vai ficar bem. Só vai ficar fora do ar por uns minutos. Você aí, me ajuda a colocar o rapaz na cama.
Minwoo o ajudou, observou o médico fazer o curativo e depois saiu do quarto para falar com Nana que G.O já estava acordado, aliás semi-acordado.
— Muito obrigada Dr.Choi. — disse Victoria.
— Não foi nada. Seu marido sabe que você está dando uma festa aqui?
— Meu marido? Ah, o cara do consultório? — Victoria disse rindo, o semblante bem mais tranqüilo. — Ele não é meu marido de verdade...
— E esses rapazes aqui também não são seus maridos de verdade...
— Eu sei o que você deve estar pensando de mim, mas não é nada disso, eu...
Siwon riu.
— Não precisa se explicar, eu sei que aquele rapaz que você levou no consultório é Nichkhun, o cantor famoso. Não precisavam ter mentido se queriam sigilo, eu não poderia dizer nada mesmo.
— Obrigada.
— Mas ainda acho que você devia levar uma vida mais discreta... — ele completou apontando para G.O na cama e para o hobby que ela estava usando.
— Ele é meu ex, vive me causando problemas, mas faz anos que nós não temos nada...
— Já disse que você não precisa explicar nada, eu já entendi, e não estou pensando besteiras, só conversando para te tranqüilizar. Bom, deixe-o descansar por um tempo aqui, e vá se divertir. Ele não vai te causar problemas por um bom tempo. — ele saiu do quarto de volta para a festa.
Victoria saiu minutos depois e trancou a porta do quarto. Quando olhou em volta viu que ninguém mais sabia de nada, a festa continuou acontecendo normalmente, só que agora as pessoas estavam mais bêbadas e mais loucas.
— Tudo bem?
— Tudo Nana, felizmente. G.O está deitado no meu quarto, eu o tranquei lá para não causar problemas.
— Vou chamar alguém para mandá-lo pra casa. — disse Krystal.
— Obrigada.
Victoria se sentou num dos sofás, desanimada.
— Que isso Vic? Está tudo bem agora.
— A festa acabou pra mim antes mesmo de começar... Esses homens só me causam problema, eu quero o meu de volta.
— Toma. — disse Nana oferecendo-lhe um dos copinhos de vidro com uma bebida translúcida amarelada que tinha nas mãos.
— Que isso?
— Tequila na veia, pra lembrarmos do Khun mais vividamente. — ela disse rindo.
Victoria também riu.
— Dá logo isso aqui.
E elas beberam, muito, durante o tempo que sobrou. Krystal, Sohee e Heechul deram um jeito de organizar tudo quando a festa acabou e deixar a casa em perfeito estado como estava antes.
******
Nana não estava em condições físicas para subir ao seu quarto no segundo andar e foi dormir com Victoria no quarto dela. Já eram onze da manhã quando finalmente os raios de luz solar que invadiam o quarto de Victoria começaram a incomodar e ouviram-se barulhos da porta do elevador da sala, malas de rodinha, passos e alguém falando ao telefone.
— Vic acorda! Tem gente aqui em casa.
— Hein? — ela respondeu meio sonolenta.
— Tem gente em casa... Será que é o...
— Nichkhun! — Victoria disse levantando-se de repente.
As duas se acotovelaram para sair correndo do quarto e competir por quem chegava primeiro ao quarto de Nichkhun, quase caíram da escada empurrando uma a outra, puxando pelos calcanhares.
Alcançaram o corredor do quarto dele sem fôlego algum, foi quando puderam escutar a conversa pelo telefone mais claramente.
— É muito importante, as duas não podem saber de nada ainda...
Victoria parou de andar no meio do caminho e impediu que Nana continuasse também, para escutar a conversa.
— É até bom que elas estejam trabalhando agora, porque preciso trazer umas coisas aqui pro triplex, vou colocar num dos quartos desocupados... É um passo muito grande o que eu estou tomando, vai ser uma surpresa e tanto... Eu falei com ela sobre isso já, já está tudo resolvido...
Victoria e Nana se encostaram na parede do corredor, meio chocadas.
— Como assim “ela”?! — disseram as duas juntas.
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