Triplex escrita por liviahel


Capítulo 10
Meu passado...me condena?


Notas iniciais do capítulo

Capitulo cheio de influencias da Holly,uma das minhas leitoras mais hardcore, huahuahuahua...



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  O vôo Bali-Seul chegou às 19 horas com dezenas de paparazzis e fangirls à espera no aeroporto, eles sabiam de uma boa oportunidade de ver NichKhun voltando da gravação do seu novo mv. Os fotógrafos também sabiam da presença de Nana no vôo, mas felizmente o incidente no luau não rendeu mais que uma nota numa coluna social. Entretanto Victoria e os dois tiveram problemas para planejar a volta para o triplex, porque as garotas não poderiam ir no mesmo taxi que NichKhun, e não poderiam entrar pela portaria do prédio juntas ao mesmo tempo. Então decidiram que ia cada um para suas respectivas casas, para desfazer as malas e descansar. NichKhun passou pela portaria do prédio, porque tinha vindo de taxi, e cumprimentou o porteiro.

— Senhor NichKhun, o senhor tem correspondências.
— Obrigado. — disse ele, pegando um monte de envelopes. — Tenha uma boa noite.

  NichKhun subiu para o apartamento sem checar as cartas, jogou-as no sofá do primeiro andar e subiu para tomar um banho. Jantou, e deitou-se para ver TV, só programas de fofocas, a maioria falando sobre a ida dele à Bali, nada interessante.

“Arsh que tédio. Se pelo menos uma das meninas estivesse aqui... Mas nem sei de qual delas sinto mais falta... Você e essa sua mania de complicar as coisas NichKhun! Por que não pode ser um homem normal?” pensou ele olhando para o teto do quarto. Foi tomado por um momento de impaciência e fechou os olhos para tentar cochilar. Conseguiu cochilar por um tempo, mas de forma agitada por sonhos. Sonhou que estava com Nana que depois era Victoria, depois voltava a ser Nana, era isso repetidamente, acordou rápido.

— Se eu ao menos pudesse chamar as duas aqui, mas não tenho nenhum bom motivo... E não confio nesse trato de paz delas. — olhou para o relógio e viu que ainda eram 9 da noite. — Droga! Três dias dormindo acompanhado e eu já não consigo dormir sozinho!

  Subiu para a cobertura e ficou lá nadando por umas duas horas, nada do sono vir. “Preciso ligar pra uma delas, ou pras duas...” 

(...) Demorou mais uma hora lendo aquilo tudo, quando se encheu, virou-se no sofá e ficou contemplando o chão, não foi uma boa idéia, uma vez que o sofá tinha o perfume de Victoria e de Nana impregnado. Foi então que ele viu um envelope preto debaixo da mesinha de vidro, devia ter caído quando jogou as correspondências no sofá.

— Não deve ser o que estou pensando... — ele abriu o envelope e riu, pulou de felicidade, correu para o telefone e discou, apertou o botão de conferencia e discou outro número.

— Alo? — disseram duas vozes femininas ao mesmo tempo.
— Victoria? — disse Nana.
— Nana? — disse NichKhun.
— Khun? — disse Victoria.
— Sou eu mesmo. — disse ele interrompendo a confusão de vozes. — Vocês não imaginam minha felicidade agora!
— O que aconteceu? — disse Victoria.
— Vocês duas, venham pra casa agora! Preciso de vocês para comemorar... Depois explico.
— Não é nenhum truque? — disse Nana. — Porque você anda todo assanhadinho depois que... Bom você sabe... Com as duas...
— O quê? Ai não, não é isso... Vem logo pra cá!
— Sei não... — disse Nana.
— Estou indo então. — disse Victoria.
— Sozinha você não vai! — disse Nana rindo.

  E as duas desligaram ao mesmo tempo. Victoria foi de taxi até a esquina, porque ainda não podia dirigir e Nana a pegou de carro, os dois entraram pelo estacionamento subterrâneo e subiram até o triplex.

— Eu sabia que ele não ia ficar quieto em casa sozinho. Tem truque aí.
— Hum, essa é a Nana que eu conheci na festa? — disse Victoria referindo-se ao jeito desconfiado de Nana.
— Está falando de quê?
— De nada, é que você mudou um pouco, está menos “like a boss” do que quando te conheci.
— Andando em terras desconhecidas...

  Victoria riu.

— Nem me fale.

  As duas já tinham a senha do elevador privativo então entraram sem precisar tocar a campainha, e foram recebidas com mil abraços e beijos de NichKhun, que carregou as duas pela cintura e as levou para o sofá.

— Que bom que vocês chegaram! Eu estou tão feliz!
— O que aconteceu Khun? Nunca te vi tão eufórico. — disse Victoria.
— Fui nomeado à categoria de Hallyu Star no Golden Music Awards!
— Sério?! — disse Nana.
— Não é um premio muito difícil de um estrangeiro ganhar? — disse Victoria referindo-se ao fato de NichKhun ser tailandês.
— Eu não esperava nem ser nomeado! Com isso já estou feliz...
— Que bom, achei que você estivesse criando expectativas demais...
— Contanto que G.O não ganhe, tudo bem. — disse ele.
— G.O? — disse Victoria levemente sobressaltada, Nana notou, mas não disse nada.
— O que ele faz nessa premiação? Faz uns quatro anos que ele saiu do país pra fazer carreira internacional. — disse Nana.
— E flopou bonito. — disse Victoria com certo desdém. — Mas você se lembra dele Nana? Você não tinha uns 16 anos?
— Eu era fan dele. — disse ela sorrindo. — Mas faz um tempão que ele não lança nada aqui.
— A gravadora dele deve ter mexido uns pauzinhos, ele volta ao país essa semana para participar do evento.
— Não brinca?! Não pode ser isso!
— Que foi Vic? — disse NichKhun finalmente notando a repentina mudança de humor da moça.
— Nada... É só que o cara há anos não está nem promovendo, não acho justo a indicação. — Victoria foi convincente na resposta, mas não para Nana.
— Enfim, vamos comemorar! — disse ele, abraçando e beijando as duas.
— "Assim" é que não né? — disse Nana rindo, se desvencilhando de NichKhun.

  Victoria fez o mesmo.

— Eu sabia que íamos ter que lidar com essa mente maliciosa... Mais cedo ou mais tarde.
— Não vejo qual o problema... — disse NichKhun em tom  de falsa inocência. As duas fecharam a cara. — Eu estava brincando...
— Nem vem NichKhun!  — disse Victoria rindo. — Todo homem pensa nessas coisas, principalmente você, que tem duas namoradas!
— Esquece, não vai rolar... Victoria não faz meu tipo. — disse Nana brincando.

  NichKhun e Victoria levantaram as sobrancelhas surpresos com a piada.

— Hum, quem desdenha quer comprar, hein Nana? — disse Victoria.
— Como você com relação a mim quando me conheceu? — disse NichKhun sorrindo.

  Victoria jogou uma almofada no rosto dele.

— Seu bobo!
— Mas então, vocês vão à premiação não é? Tenho mais dois convites.

  Victoria e Nana se entreolharam sérias.

— Sei não NichKhun, não podemos ser vistos juntos, não em tão pouco tempo, vão nos associar, e aí você já viu os rumores nos tablóides. — disse Nana.

  Victoria não estava tão preocupada, a chance de estar num escândalo com alguém famoso era mínima uma vez que ela só era conhecida entre as pessoas do meio. NichKhun fez cara de desânimo.

— Ah vamos garotas! Eu não tenho como chamar minha família, está muito em cima da hora, e meus amigos todos já foram convidados. Por favor, por favor, por favor?
— Por mim tudo bem. — disse Victoria. — Eu acho...
— Se ela vai então eu também vou! —disse Nana.
— Fechado! — disse NichKhun.
— Como vamos fazer? Vamos à premiação, mas cada um vai ficar no seu canto? — disse Victoria.
— Não vai ter muita graça, mas... É o melhor que eu posso oferecer... — disse ele tristemente.
— Ai que cute! Não precisa ficar assim! — disse Nana.

   NichKhun não insistiu para que qualquer uma das duas dormisse com ele no quarto, até porque estava trabalhando nesse aspecto do relacionamento, depois que os três tomaram um passo muito grande em tão pouco tempo. No que dependia das moças, ele teria que ficar com elas em dias diferentes. Os três pediram pizza, e ficaram assistindo filmes na sala de TV do primeiro andar, os três adormeceram por lá mesmo.

  Victoria foi a primeira a acordar no dia seguinte, foi até seu quarto, sentou-se na cama e ligou o notebook e ficou pesquisando. “G.O não pode estar de volta, não pode! Pensa bem Victoria ele não deve nem se lembrar da sua existência. Já são quatro anos!” pensou ela, tentando abrandar a ansiedade.

— Dando uma de fangirl? — disse uma voz atrás dela.

  Victoria pulou de susto.

— Arsh! Quase que você me infarta! NichKhun já está acordado?
— Está dormindo feito o anjinho que ele não é... O que estava fazendo?
— Nada, só navegando...
  Nana sentou-se na cama ao lado dela rindo.

— Não adianta mentir pra mim, eu te vi vendo fotos do G.O. Pode falar que estava dando uma de fangirl.
— Ai claro que não! Estava checando a lista de nomeados na premiação, e tudo que achei foram fotos dele. Arsh, estão fazendo muito caso por muito pouco, esse cara pensa que é algum tipo de “latin lover”, ridículo... — Victoria disse naquele tom de desdém que Nana já conhecia bem.
— OMO! Victoria ele é seu ex! — era uma afirmação, mas Nana ainda parecia incrédula. — Ele é seu ex?

  Victoria se deu por vencida, era impossível mentir pra essa garota, ela sempre descobria.

— Foi...
— Haha, por isso a implicância gratuita. Mas espera, quando foi que vocês namoraram? Ele está fora do país há quatro... — Nana pareceu concluir algo muito óbvio, que nem para Victoria estava tão obvio assim.
— Quatro anos... — completou Victoria, ainda sem saber ao certo as quais conclusões Nana estava chegando.
— “... não desejo que você cometa os mesmos erros que uma pessoa que eu conheço.” — ela citava uma frase que Victoria tinha dito a ela há alguns dias. Claro! Você estava falando de você mesma! Há quatro anos você tinha a minha idade e namorava o G.O! Aigoo, vocês dois... Foi com ele?
— Já pensou em mudar de carreira? Sei lá tentar algo mais discreto, tipo detetive? Como é que você chega a essas conclusões tão rápido? Sou tão transparente assim?
— Imagina... Você só deu pistas e eu segui... Mas não me enrola, me conta essa historia direito.
— O que mais tem pra contar? Você já sabe de tudo que interessa.
— Não sei não, diz aí, você ficou meio “baqueada” quando soube que ele tinha voltado não é?
— Não é isso, só não quero ter que me esbarrar com ele por aí.

  Nana não insistiu em fazer perguntas sobre o relacionamento deles, porque parecia algo sério e doloroso.
— Será que eu consigo um autógrafo dele se você pedir pra mim? — disse ela brincando.

  Victoria riu.

— Acredite, melhor não querer nada vindo do G.O.

    O celular de Victoria começou a tocar e ela atendeu.

— Oi Vic. Estou na cidade de novo, vem me ver.
— Quê isso? Está louco?
— Eu mandei você me esperar, vem me receber.

  Victoria desligou o celular com raiva, tirou a bateria e jogou o aparelho longe.

— Que praga! — disse ela.
— Era ele?!

  Ela assentiu.

— Esse homem já tinha saído da minha vida, que droga!
— Ah vai, não pode ser esse caso todo Victoria, já faz quatro anos!
— Você não sabe como esse homem pode ser nojento... Mas tem razão, faz muito tempo.
—Você é quem diz... Se você precisar conversar é só chamar.

  Nana resolveu sair do quarto e deixar Victoria em paz, ela também tinha que sair pra fazer tratamentos de pele. NichKhun só acordou três horas mais tarde, procurou alguém em casa e só achou Victoria deitada em seu quarto, viu o celular desmontado em cima do edredom e achou estranho. Ele se deitou do lado dela e deu um beijo em sua bochecha.

— Está chateada com alguma coisa?
— Mais ou menos, mas é besteira minha, daqui a pouco passa.
— Você vem trabalhar hoje?
— Não consigo ainda, por causa do pé.
— Nana saiu pra trabalhar?
— Não, só deu uma saída, mas volta logo, eu acho... — Victoria falava no seu mais normal tom de voz, o que era estranho para NichKhun, uma vez que ela quase sempre mudava de humor quando ele perguntava sobre Nana, ele imaginou que ela devia estar mesmo preocupada.
— Acho que vou sair pra comprar o vestido pra premiação...
— Não é necessário, eu pedi Sohee para fazer o seu vestido e o da Nana...
— Você mandou fazer? Mas como sabe minhas medidas?
— Está aí uma vantagem de poder por as mãos aqui e ali. — disse ele segurando Victoria pelos quadris.

  Victoria riu.

— Como você consegue achar as desculpas mais esfarrapadas pra isso...?
— Aí! Um sorriso! Por que será que tenho que me esforçar tanto pra ver você sorrir?
— Ah você se esforça?
— Muito.
— Está fazendo um ótimo trabalho. — disse Victoria, beijando-o na boca.
                                                                                        *****
  Chegou o dia da premiação e foi como o esperado, Victoria, Nana e NichKhun tiveram que ir ao evento sem que ninguém os visse juntos. Victoria estava tendo problemas, porque não conseguia andar direito de salto alto com o pé machucado, e estava tentando fugir da vista de G.O como o diabo foge da cruz. Ela tinha ignorado todas as ligações que ela tinha tentado fazer durante a semana.  Krystal apareceu do nada na mesa dela.

— Krys? Ai que bom que você está aqui! Como você conseguiu ser convidada?
— Junsu está dando um de santo casamenteiro, deu uns convites pra Junho e mandou ele me convidar.
— Vida fácil essa a sua... — disse Victoria, rindo.
— Fácil nada, muito lindo esse Junho, mas lento como ninguém. Como é que você acha esses seus namorados?
— Que isso menina? Falando assim parece que eu sou uma leviana que anda com vários homens por aí... — Victoria disse rindo.
— Quando a situação é totalmente contrária, não é? Falando nisso a outra está aqui não é?
— Outra? — Victoria se fez de desentendida.
— Quem é a garota?
— Não posso te dizer uma coisa dessas, me desculpe.
— Tudo bem, eu não esperava que você dissesse. Mas uma coisa você pode me dizer, como você agüenta isso?
— A pergunta certa é “até quando eu agüento?”. Mas não posso dizer que estou infeliz, pelo contrário...
— Mas já?!  Gente, a necessidade faz coisas, está devassa hein amiga?
— Cala a boca! — Victoria disse brincando.
— Agora, me conta uma coisa, você viu quem está aqui não é?
— Não sei de quem você está falando.
— Eu sei que você sabe que o G.O está aqui...
— Não o vi. Também não vou sair procurando.
— Eu vou, preciso de emprego.  E já que ele tem uma queda por dançarinas... — disse Krystal rindo.
— A necessidade faz coisas mesmo. — disse Victoria brincando com o que Krystal tinha dito antes. — Vá com Deus, e que ele te proteja.

  Houve um intervalo premiação e as pessoas começaram a se movimentar pelo local, alguns foram aos bastidores, Victoria saiu com dificuldade da mesa onde estava, porque o salão tinha esvaziado e não poderia ficar oculta por muito tempo. Ela conhecia bem o estúdio onde o evento estava sendo realizado, então ao invés de ir ao banheiro indicado pelas placas optou por ir a outro, mais afastado. Não havia ninguém no lugar, Victoria tirou a sandália de salto para ver o estado de seu ferimento.

— Fugindo? — disse uma voz perto da porta de saída.

  Victoria se sobressaltou, porque achou que estava sozinha, logo viu quem era.

— Você não devia estar aqui...
— O que? No banheiro feminino? Eu posso entrar aonde eu quiser. — disse G.O.

  Victoria tentou ignorar o comentário ambíguo e de péssimo gosto dele usando bom humor.

— Pode ser que você possa entrar onde quiser sim, mas no que depende de mim muitas portas já se fecharam.
— Que isso querida? Quanta hostilidade! Cadê sua hospitalidade? Não te disse pra me esperar porque eu voltaria?
— Eu não te esperei, infeliz?
— Um pouco. Você arrumou um reserva então?
— Titular.
  G.O riu.
— Falando sério agora, eu sei que você não faria isso.
— Isso o que?
— Me trocar.
  Victoria riu.
— Eu devia ser muito burra mesmo não é? Por que eu nunca tinha visto esse seu lado estúpido?
— Lado estúpido? — disse ele cercando-a contra as pias do banheiro. — Você é quem está sendo estúpido aqui? É você quem anda contando mentirinhas.

  Victoria tentava controlar seu humor, sabia que se ficasse brava ele iria insistir, mas já estava perdendo a cabeça.

— Para com isso Jung Byung Hee! Você está me fazendo molhar o vestido na pia. — e afastou-o dela com um empurrão.
— Aproveita esse tanque — disse apontando para o abdômen — e essa água, e lava umas roupas.

  Victoria riu.

— Um tanque não é nada se a torneira for pequena, e a gente tem muita roupa suja pra lavar. — Ele olhou para baixo, meio inseguro com o comentário e Victoria se virou pra ir embora, mas pela pouca agilidade por causa do pé machucado ele a alcançou rápido, colocando-a contra a parede.
— Não escutei nenhuma reclamação sua há quatro anos.
— Claro, eu não tive tempo, nem parâmetros pra reclamar. E dá pra você ser assim, mais elegante? — disse ela com ironia — Sei lá, subir o nível da conversa, você não era assim comigo antes.
— Não vai me dizer quem é o tal outro? É porque ele não existe não é? — ele a puxou de volta.

    Victoria estava com dificuldades de se desvencilhar quando alguém mais entrou no banheiro.

— Por que não é “outro”, é “outra”. Vem Victoria. — disse Nana séria, puxando Victoria pela mão.

  G.O ficou perplexo no banheiro, tanto que nem foi logo atrás delas, demorou um tempo para sair.

— Eu não caio nessa Victoria! Você vai voltar pra mim. — disse ele no corredor.

  As garotas sumiram rápido da vista dele.

— Que cara chato! — disse Nana meio chocada.
— Que foi que você fez?
— Salvei sua pele, como sempre.
— E colocou a sua à venda. Ele vai arrumar um jeito de fofocar a respeito de você.
— Ele não faria isso, faria? — disse ela, insegura. — Quer dizer, deve estar morrendo de despeito por ter sido trocado por uma mulher, tecnicamente falando...
— Essa foi a ideia mais besta que você já teve, sério. Mas pensando bem ele não deve saber quem você é, você não era famosa ainda quando ele saiu do país. — disse Victoria tentando tranquiliza-la. — Mas ele vai continuar no meu pé, como sustentar essa historia de que somos namoradas?
— Não pensei nisso... Mas vamos deixar pra pensar na hora certa.

   A cerimonia de premiação continuou e finalmente chegou à parte final e já iam anunciar o vencedor da categoria Hallyu Star. NichKhun não ganhou, como já era esperado, afinal ele nem era coreano, muito menos G.O, para alívio de Victoria. Cada um voltou pra suas respectivas casas, uma vez que vieram separados tiveram que voltar separados.

  Victoria acordou cedo na manhã seguinte, tinha que ir ao departamento de edição para auxiliar o editor do mv de NichKhun a organizar as cenas de dança, Nana ia passar o dia com ele no triplex. O celular dela tocou.

— Oi Nana.
— Nada até agora, estamos salvas?
— Por ora sim... Está precisando de alguma coisa?
— Só liguei pra avisar que vou passar o dia no tríplex com o Khun...
— Ai, e você precisava ligar pra me dizer isso. — disse Victoria meio enojada.
— Alguém já te disse que você é muito desconfiada? Não foi isso que eu quis dizer, é que se você precisar de ajuda hoje com você-sabe-quem pode me ligar.
— NichKhun está aí perto não é? Tanto faz... Muito obrigada de qualquer forma.

    E desligaram.

— Vocês duas estão muito misteriosas... Qual é o problema agora?
— Digamos simplesmente que dessa vez o problema não é você.
— Eu sou um problema?
— Um problemão. — disse ela pendurada ao pescoço do rapaz e beijando-lhe a boca.
— Isso quer dizer que o outro problema também é um homem? — NichKhun sugeriu astutamente, um pouco enciumado.
— Quando foi que ficou tão esperto?
¬ Quando resolvi que teria duas namoradas... — disse ele beijando-a no pescoço.
— Quer dizer que pra eu ficar ainda mais esperta só tenho que arrumar mais um namorado?

  NichKhun parou de beijá-la para encará-la incrédulo.

— Espera, isso não estava no nosso acordo. — ele disse sorrindo, mas obviamente não estava brincando. Ele sabia que não podia exigir exclusividade das duas, mas esperava sinceramente e quase devotamente que não tivesse que passar por isso.
— Não me lembro de ter assinado nenhum contrato. — disse ela brincando.
— Ah! É desse jeito que são as coisas? Sabe que posso obrigá-la à força a assinar um contrato de exclusividade? — disse ele segurando Nana fortemente pelos quadris.
— Me obrigar com o quê?
— Com tortura... — disse ele carregando a garota no colo e levando-a para o quarto.
                            *****
  Victoria foi ao estúdio de taxi de novo, o pé estava doendo ainda mais depois da aventura andando de salto alto. Ela e o editor trabalharam o dia todo, terminaram a edição no fim da tarde. Victoria foi até às salas de dança enviando uma mensagem para NichKhun distraidamente. Victoria clicou em “enviar” e a mensagem foi. Alguém tomou o celular da mão dela e leu.

— “Acabamos de terminar seu mv, ficou lindo. Está ocupado? Você podia vir aqui ver o que fizemos... Beijinhos”, “sua mensagem foi enviada à NichKhun”. Que coisa mais linda! — disse G.O sarcasticamente.
— Melhor que “Bom dia Vic, volto pra você assim que o sucesso bater à minha porta, sonhe comigo e me espere enquanto isso”.

G.O riu. Victoria estava achando engraçada toda aquela pose.

— Você ainda se lembra disso? Tem rancor?
— Rancor nada! Esse bilhete está agora num altar na minha casa, todo dia eu agradeço àquela mensagem porque sem ela eu não estaria nada feliz hoje.
— Fora essa mentira que você acaba de dizer, qual é a outra? A de que você está namorando uma garota, ou que você é só a coreografa desse cantorzinho, como é o nome dele mesmo?
— Você está mais para o papel de lavadeira de Guadalajara que para o de galã da novela com essa sua mania de inventar fofocas.
— Eu sabia Victoria, você pode não ter mentido sobre estar com alguém, mas aquela garota não é.
— Não tenho que te provar nada. Posso ir embora agora?
— Você está com o pé machucado, posso te levar em casa, vamos. — não era uma sugestão, era quase uma ordem.

  Foi a gota para Victoria, “que random, esse cara volta depois de anos querendo me dar ordens.”

  — Minha namorada vem me buscar de carro.
“Que foi que eu disse? Droga!” pensou ela. G.O estreitou os olhos desconfiado.
— Liga pra ela então e deixa-me cumprimentá-la, aí talvez eu te deixe em paz... Por hoje.
— O que? Esta b...bem.

  Victoria colocou o alto-falante do celular no modo “on” e discou, torcendo pra que Nana pudesse atendê-la.

— Oi Victoria? Eu ainda estou com o... — disse Nana, que foi logo interrompida antes de falar demais.
— Oi... amor. — disse Victoria, extremamente desconfortável.
¬— Oi amiga da Victoria. — disse G.O.
— Pode vir me buscar aqui na agência?
— C-claro... querida. Já já eu estou aí, me espere no estacionamento.
                                                                                   *****
— Tchau Vic. — Nana terminou de dizer ao celular.
   Nana se levantou correndo da cama.
— O que foi essa ligação? — disse NichKhun.
— Sem tempo e sem autorização pra explicar. Tenho que sair, volto mais tarde, se tudo der certo...
— Se tudo ser certo? Assim você me preocupa! Ei!

   Nana já tinha descido ao segundo andar para vestir uma roupa pra sair. Foi com seu próprio carro até à agencia, e lá estava Victoria, com G.O no pé dela. Nana buzinou, saiu do carro e encostou na lateral do veículo, observando Victoria vir de longe.

— Demorei? — disse Nana.
— Qualquer cinco minutos nessa situação é uma eternidade, mas obrigada por vir. — Victoria olhou rapidamente para trás e viu G.O se aproximando em direção às duas. — Droga, ele está vindo. O que que a gente faz?
— Me diz uma coisa... Você vê algum paparazzi do outro lado? — disse isso porque Victoria podia olhar para rua enquanto ela observava a aproximação de G.O.
— Não há ninguém na rua, por quê?
— Porque eu vou fazer isso!

  Nana puxou o rosto de Victoria para perto e lhe deu um beijão na boca, G.O parou no meio do caminho.
— What the...


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Notas finais do capítulo

Não se assustem com esse final, tem coisa mais WTF pra acontecer...



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