O Mistério De Uma Lembrança escrita por Emmy
PDV - Edward
Anos depois
Hoje se completa três anos desde a trágica morte de Bella. Até agora não consegui superar, e duvido que algum dia consiga.
Ela era tudo pra mim.
No começo me recusei a acreditar. Pensava que tudo era um pesadelo, mas depois que o nome dela foi confirmado no meio de todos os outros a ficha começou a cair.
Foi muito duro não poder enterrá-la, já que seu corpo não foi achado.
E a partir daí fui me tornando outro. O Edward comportado, organizado, sensato, risonho, meigo... Tornou-se amargo, indiferente, mandão, nervoso e bastante irracional.
Em pouco tempo o garanhão conquistador voltou a me assombrar e quase todas as noites saia para beber e acabava com alguma mulher na cama.
E o por que disso tudo? A resposta é muito simples: Queria a todo custo encontrar Bella em outra, mas a cada dia essa tarefa se tornava impossível.
Queria minha vida de volta.
Queria minha esposa.
Minha companheira.
Minha melhor amiga.
Meu único amor.
Thomas precisava da mãe.
Renée e Charlie da filha.
Alice, Rosalie e Angela da amiga.
Todos nós ficamos abalados, porém fui eu quem mais sofreu. Nem do meu filho consegui cuidar. Nas primeiras semanas e meses precisei deixá-lo com mamãe porque tudo nele me lembrava Bella.
Fui totalmente egoísta.
Pelo menos hoje em dia dei uma pequena melhorada. Parei de sair com todas e arrumei uma namorada, estou me tornando um engenheiro civil requisitado, comprei um apartamento decente e me dou bem como pai.
Não é o sonho americano com o qual almejei, mas não posso me queixar (toda à hora).
– Ed está pensando em que? – A voz de Jane me trouxe de volta à dura realidade.
– Em nada.
– Nela não é? Estava pensando nela – Sua voz saiu ressentida.
– E se for? Algum problema?
– É claro que tem! – Quase gritou. – Eu sou sua namorada agora.
– Você ser minha namorada não me impede de nada.
– Mas Edward quem está aqui com você sou eu e não ela – Quando terminou de dizer aquilo avancei nela segurando-a pelos pulsos e falei bem seriamente.
– Você pode ser a da vez, mas talvez amanhã não.
– Edward...
– Não quero mais tocar nessa conversa.
– Tudo bem. Não falamos mais nisso.
– Chega! E não quero saber de você falando nela. Esse assunto cabe somente a mim e a mais ninguém! – A soltei me afastando.
– Calma Ed.
– Estou calmo.
– Pois não parece – Resmungou.
– Querida, não queira me ver nervoso.
– E não quero. Prefiro vê-lo de outra maneira – Me olhou com desejo. Resolvi me focar em algo construtivo.
– Que maneira? – Subi em cima dela colocando um joelho em cada lado de sua cintura.
Ela sorriu descendo sua mão até onde eu queria. – Assim – Gemi ao ser acariciado.
– Adoro te ver gemer Ed – E continuou.
– E eu adoro isso – Disse entre os dentes.
– Então posso continuar, sim?
– Claro! – A apertei esperando por mais.
– Foi o que pensei – Me beijou colocando uma mão por dentro da minha calça.
– Papai... – Uma voz de criança surgiu da porta.
– Thomas o que faz aqui? – Sai de cima de Jane rapidamente o encarando.
– Não consigo dormir – Sua voz estava chorosa.
– Vem cá – O chamei e ele nem hesitou pulando no espaço vazio da cama. – Você teve outro pesadelo? – Thomas assentiu se aproximando de mim. Aquele episódio não era inédito, muito pelo contraio. Os pesadelos estavam se tornando cada vez mais comuns.
– E foi ruim?
– Muito! Até o Leo ficou assustado – Leo era seu leão de pelúcia quase que inseparável.
– E cadê ele?
– Ficou no quarto.
– E porque não volta para fazer companhia a ele? – Sugeriu Jane.
– Pode ficar garotão – A olhei e em seguida para Thomas. Poderia até ter perdido uma noite de sexo, mas faria qualquer coisa pelo meu filho. Ele é tudo nesse mundo pra mim.
– Se for assim vou para casa – Se levantou colocando o robe.
– Boa noite Jane – Acenei a vendo ir nada feliz.
– Enfim a sós garotão – Sorri ao vê-lo esparramado na cama.
– Papai ela vai ser a minha nova mamãe? – Perguntou do nada.
– Se você quiser sim.
– E se eu não querer?
– Ai não.
– Então não.
– Você não gosta dela?
– Não – Fez uma leve careta – Eu quero a minha mamãe e mais ninguém.
– Thomas você sabe que isso não é possível – Aquilo era muito difícil de se dizer, mas era preciso.
– É sim papai. Eu sinto que a mamãe não morreu.
– Ela não morreu. Sua mamãe está viva nas lembranças e em nossos corações – Nem eu acreditava naquele papinho, mas não podia desiludi-lo.
– Eu sei papai, mas não estou falando disso.
– Então do que?
– Que a mamãe está viva de verdade.
– Thomas já conversamos muito sobre isso.
– Mas é verdade papai!
– Não, não é. É acho que esses pesadelos estão te afetando.
– Papai...
– Vamos dormir, sim? – Não queria ficar de mau-humor.
– Mas eu não estou com sono.
– Mas eu sim. E o senhor trate logo de dormir, já que me interrompeu com a Jane.
– Interrompi o que? – Disse atrapalhado.
– Nada. Esquece. Agora boa noite – Dei um beijo casto em sua testa e o abracei.
– Boa noite papai – Seus pequenos bracinhos me envolveram e não muito tempo depois o senti relaxado. O olhei admirado. Como ele havia crescido. Estava se tornando um garotinho cheio de personalidade e cada vez mais parecido comigo e com ela.
Fechei os olhos tentando pegar no sono, mas o que foi rápido para Thomas, para mim com certeza não era. E isso já não é de hoje.
Acordei contra a minha vontade. Dormi tarde e ainda estava cansado. Mas pelo visto não teria sossego.
– Papai, papai! – Thomas pulou empolgado na cama.
– O que? – Coloquei o travesseiro em cima da cabeça.
– A tia Alice ta aqui – Disse todo animado.
– E fazendo o que posso saber?
– Não posso mais vir aqui buscar meu sobrinho preferido para passear? – A baixinha invadiu meu quarto.
– Que eu saiba, ele é seu único sobrinho, e pode sim – Continuei na mesma posição.
– Edward levanta daí! O dia está lindo! – Puxou meu travesseiro o jogando longe de mim.
– Alice não me enche! – A olhei aborrecido.
– Vamos tia Alice! – Thomas a chamou quase que impaciente.
– Já vamos querido – O olhou com um sorriso doce, mas quando se voltou pra mim uma carranca estava no lugar.
– Tudo bem Edward. Fique ai igual a um bobo. Eu e o Thomy vamos nos divertir muito!! – Piscou para Thomas o puxando pela mão e saiu.
Voltei a deitar, mas me lembrei de uma coisa importante.
– Alice! – Pulei da cama a alcançando no corredor.
– Mudou de idéia foi?
– Não é nada disso. É que hoje à noite estou embarcando para Seattle.
– E eu com isso? – Ergueu uma sobrancelha.
– E daí que vou precisar que você cuide ou leve o Thomas para a casa do papai e da mamãe.
– Tudo bem. O que eu não faço pelo bem do meu Thomy.
– Valeu irmãzinha – Disse sendo irônico.
– Imagina coração de pedra.
Nem me dei ao trabalho de responder.
– Tchau papai! – Thomas me abraçou dando um beijo molhado em minha bochecha.
– Tchau garotão – Baguncei seus cabelos o afastando – Agora vai... - O empurrei e ele foi correndo todo feliz até Alice.
– Até a volta – Acenei brevemente voltando para o quarto.
(...)
Havia passado a manhã deitado e a tarde organizando o que faltava para a viagem.
Ficarei fora de casa três ou quatro dias no máximo, mas serão suficientes para fazer o que preciso. Só espero que passem logo. Não gosto de ficar longe do Thomas.
Apesar de parecer um pai um tanto frio, tenho sentimentos. Só prefiro escondê-los. E com isso acabo afastando as pessoas. Principalmente as que amo. Mas é melhor assim. Não quero me envolver e acabar sofrendo novamente.
Não suportaria.
Com esses pensamentos peguei um táxi e cheguei a tempo ao aeroporto. Fiz o check-in e toda aquela burocracia.
Suspirei aliviado assim que sentei na poltrona perto da janela. O voo não demoraria tanto. O que era ótimo.
Passar horas dentro de um avião é cansativo. Ainda mais quando sua experiência com ele não é das melhores.
Botei meus fones de ouvido colocando uma música menos romântica possível.
Relaxei na terceira faixa.
Vou até levar uma lembrancinha para Jasper. Ele tem sido um bom cunhado e ótimo amigo.
E acertou me indicando Nirvana. E esse Kurt Cobain viaja muito! Suas letras quase não fazem sentido. E é disso que eu preciso.
E falando em viagem. Sinto que algo está prestes a acontecer.
Revirei os olhos.
Deve ser mais uma daquelas sensações idiotas. Mas no fundo algo me dizia que não.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E Então... O Que Estão Achando?Está Muito Dramático?Deixem Seus Reviews =DAté a Próxima!Bjoo!