Violet tinha acabado de sair do salão principal no meio de seu jantar e correu para o banheiro mais perto.

Abriu a torneira e mergulhou seu antebraço direito na água, queimava como se tivessem enfiando uma barra de metal quente na sua pele.

- Você está bem?

- Sai daqui! – Violet berrou.

- Calma, vim te ajudar afinal é para isso que serve família...

- Não somos da mesma família. – Violet esfregava o antebraço que queimava. – Nem sei quem é você...

- Isso no seu braço é a minha marca, eu uso pra marcar meus comensais mais fieis.

- Que marca? Não tenho nenhu... – Violet olhou para o antebraço que queimava e uma caveira preta tinha aparecido e o resto estava se formando em seu braço ainda. – Mas que merda é essa?

Violet esfregava com mais força o braço numa tentativa falha de tira-la, mas cada vez se formava mais.

- Não adianta, só sai quando eu quero.

- Ah é? Vou mostrar para a enfermeira. – Violet fechou a torneira e foi indo na direção da porta.

- Se eu fosse você não faria isso, pode ser expulsa ou presa por ter minha marca em seu braço, quando caí todos os meus comensais foram para Azkaban e uma coisa eu sei que não mudou nesses anos todos que estive morto foi à qualidade cinco estrelas do atendimento de Azkaban.

- Eu não quero sua marca!

- Vai fazer o que? Arrancar o braço? Não tem problema, marco o outro e se corta-lo marco sua testa.

Violet olhou para o braço e agora uma serpente saia da boca da caveira.

- Porque está fazendo isso comigo? – lágrimas rolavam dos seus olhos.

- Só quero te ajudar Violet, eu só quero te mostrar o poder que você tem e ainda não descobriu...

- Eu posso fazer isso sozinha!

- Não, não pode! – o menino de cabelos escuros que nem os meus berrou para mim. – Eu também achei que podia fazer tudo sozinho e olha como estou! – Violet se virou e viu que o menino estava mais perto que antes. – Achei que podia controlar todos e que era o maior bruxos das trevas e olhe só como acabei! Perdi meu corpo por causa de um garoto de dezessete anos! - ele estava mais a poucos centímetros de Violet. – Eu era invencível, tinha todo o mundo trouxa e o mundo bruxo na palma da minha mão e agora sou apenas um fantasma de um bruxo que perdeu para um garoto! Se quisermos vencer temos que nos unir! – ele berrava.

- Olha, você é doido em momento nenhum eu disse que queria ser uma bruxa das trevas, na verdade nem pensava em ser bruxa.

- Você não tem escolha, vai me ajudar a ter tudo de volta ou sua mãe vai sofrer no seu lugar.

- Não tenho medo de você!

- Que pena, pois deveria! – Ele ficou de costas pra mim e começou a encarar as pias.

Ele se aproximou delas e falou algo que não consegui entender o que era.

- O que está fazendo? – Violet olhava para as pias.

Pedaços de vidro e madeira começaram a voar pelo banheiro, os espelhos se quebraram e as portas dos vasos foram arrancadas por uma rajada de ventos sendo atirada contra as paredes, Violet se tacou no chão e protegeu o rosto com os braços.

- Tem medo de mim agora?

A destruição parou e o fantasma se aproximava de Violet que continuava encolhida no chão do banheiro.

- Não... Não... Não me machuque... Por favor. – Violet gaguejava. – Vou te ajudar em que quiser!

- Promete?

- Prometo!

- Então já sei qual será sua primeira tarefa. – ele se agachou pra encarar os olhos de Violet, estavam vermelhos e inchados de tanto chorar.

- Qu... Qual? – Violet soluçava.

- Conhece algum Potter?

- Albus e Thiago? – ela engoliu em seco.

Violet ficou o encarando enquanto ele se levantava e andava de um lado para o outro do banheiro.

- Quero que se aproxime deles e descubra onde está o Harry Potter. – ele dizia “Harry Potter” com um ar de nojo. – Está na hora da vingança.

Ele parou e encarou Violet.

- O que ainda faz aqui menina? Não te dei uma tarefa? – ela assentiu com a cabeça. – Então suma daqui até tê-la terminado! E não conte a ninguém sobre nossa conversa ou sua mãe vai pagar com a vida, entendeu? – Violet assentiu de novo. – Agora suma da minha frente!

Violet se levantou e correu pra fora do banheiro e continuava correndo por entre a multidão de alunos até um corredor vazio onde desabou no chão com a respiração pesada enquanto fazia força para as lágrimas não escapassem.

Já era quase meia-noite quando Violet se levantou e pegou o caminho das masmorras até o dormitório da Sonserina.

Os corredores estavam calmos e já tinha passado o horário do toque de recolher do castelo e isso não impediu Violet de andar o mais devagar possível até as masmorras enquanto olhava os detalhes de sua nova marca.

Violet parou quando percebeu que sua marca acabara de se mexer, ela podia jurar que a cobra tinha acabado de abrir a boca.

Violet ouviu passos no corredor indo na direção de onde estava parada, não podia ser pega andando pelo o castelo àquela hora então começou a correr até chegar às masmorras onde disse a senha e entrou no dormitório feminino, pegou seu pijama e foi para o banheiro trocar de roupa e escovar os dentes, voltou para o quarto e percebeu que todos já dormiam então pegou uma camisa de manga e vestiu para esconder sua nova marca e se deitou até o sono pesar mais que as terríveis lembranças dos acontecimentos de mais cedo.

O resto da semana se passou sem mais nenhuma aparição inesperada do Tom e as aulas começaram a ficar mais puxada por causa dos simulados dos N.O.M.S.

Finalmente era sábado e os alunos do terceiro ano em diante podiam dar o passeio por Hogsmeade, um pequeno vilarejo perto da escola.

 Violet acordou com Anastásia arrancando seu cobertor a força e a ameaçando de tacar água gelada em seu rosto se ela não se arrumasse para ir ao vilarejo.

Anastásia já estava com uma muda de roupas da Violet nas mãos e lhe entregou quando ela finalmente se levantou pra tomar um banho.

Eram quase dez horas quando Anastásia e Violet terminaram o café e foram para Hogsmeade.

- Viola como é a escola trouxa? – as duas caminhavam lado a lado, Anastásia usava um casaco verde com botões pratas, uma camisa cinza clara e uma calça jeans preta e um cachecol verde com listras pretas e seu liso e loiro cabelo estava preso numa enorme trança embutida.

- Chata. – Violet usava uma camisa branca de manga comprida pra esconder a marca, uma jeans escura, um cachecol e botas pretas, seus cabelos avermelhados estavam soltos em cachos que voavam com o vento.

As duas entraram na Dedos de Mel e limparam a neve dos cabelos.

As duas tinham enchido um saco de doces quando esbarraram com Thiago e Scorpius que discutiam sobre qual varinha de alcaçuz era melhor.

Anastásia pagou os doces e puxou Violet pra fora da loja.

- Melhor sairmos, se eles nos vissem acabaria sobrando pra nós duas escolher qual era melhor e convenhamos nós duas sabemos que o alcaçuz vermelho é melhor.

Ela disse oferecendo o saco de doces pra Violet que pegou um sapo de chocolate.

- Se você diz... – Violet fez um tom sarcástico e Anastásia deu um soco leve no seu braço.

As duas andaram por Hogsmeade até uma loja atrás de um presente de aniversario de para Pero.

Pero faria catorze anos daqui duas semanas e as meninas queriam fazer uma festa surpresa.

Olharam em cada loja até que entraram nos três vassouras pra tomar uma cerveja amanteigada.

Caminharam-se para uma mesa vazia no canto esquerdo do pequeno bar e uma garçonete de cabelo preto e olho azul foi até a mesa delas.

- O que vão querer? – ela pegou um bloquinho amarelo e uma pena velha.

- Duas cervejas amanteigadas...

- Três cervejas amanteigadas na verdade. – Albus interrompeu Anastásia e sentou com a gente. – Para agora.

A mulher anotou os pedidos e se retirou e Violet fez o mesmo.

- Onde você está indo? – Albus perguntou enquanto Anastásia a segurava pelo ombro.

- Eu... Eu... Eu estou com dor de barriga... Preciso ir. – Violet se soltou das mãos de Anastásia e correu para dentro do castelo.

Violet não se sentia mais a vontade perto dos irmãos Potter’s.