Não consigo entender a dor que assola meu peito e trava a minha garganta. Não sei explicar, mas é tão forte que me impede de montar frases completas e tudo o que sai são tentativas torpes.

Vários médicos já foram consultados. Perdi a conta de quantos remédios, comumente chamados "tarja preta", eu já tomei. 

E no fim, a descoberta foi minha e somente minha... quem iria imaginar que alguém altruísta como eu, cheia de sorrisos, sentia uma coisa tão típica de seres humanos fracos e sentimentais? Um sentimento tão... humano?

Eu descobri que eu sinto medo.

Medo de perder um grande amor porque minha mente nublada não foi capaz de vê-lo, medo de estragar uma grande amizade porque sou egoísta demais para perceber os sentimentos dos outros, medo de falar besteira, medo de me desculpar...

Mas quem pode me julgar? Vivo num mundo individualista e tudo o que importa é o "EU", o próprio sucesso, a própria vontade em detrimento dos outros.

Quem não sofre crises existênciais como as minhas por isso? Quem não tem medo de ficar sozinho? Quem não se apavora com a possibilidade de cometer erros irremediáveis que lançarão tudo por água abaixo e que deixarão um rasgo que jamais cicatrizará?

É por isso que a dor aparece. É a dor de um choro contido que tenta aflorar, mas é impedido pelo racionalismo que assola os nossos dias. E não há remédio que a cure... Ela pode até desaparecer por um tempo, mas sempre volta, como o filho pródigo, com a diferença de que nunca é bem vinda.

E não se engane... é impossível de se acostumar. O mais comum é conformar-se. Conformar-se em sentir medo, desespero... dor.

Fim

* * *

Campanha:

Pensando na popularização e rotatividade das fanfics e originais que gostamos, eu pensei (muito influenciada pelas discussões na comunidade do orkut, eu confesso) em criar essa campanha.

A ideia é bem simples (sim, continuo plagiando o que foi dito no orkut): basta indicar a história de alguém no final da sua própria história.

Isso incentiva tanto os autores, que procurarão melhorar, quanto os leitores, principalmente os aqueles que leêm apenas certos temas.

Então, aí vai:

* "Dor" e "Suspiros", de Nefertari