Pov. Jennifer

E o mais irritante de tudo, era que todos estavam se divertindo naquela festa. Até Piper, que tinha avistado Andrew e sorria sonhadoramente para o namorado.

Menos eu. A líder de torcida solitária, olhando sem empolgação nenhuma para os casais.

Enquanto observava a todos atentamente, localizei Tyler e seus amiguinhos, sentados não muito longe de mim.

– Como são idiotas... – Murmurei para mim mesma, observando a cena que se repetia; Toda vez que alguma garota bonita passava, Tyler tentava bater na bunda da coitada. E se achava o máximo por isso.

Revirei os olhos e continuei a procurar. Procurava a única pessoa que poderia acabar com o meu tédio e infelicidade, naquele momento.

– Olá. – Ouvi uma voz perto de mim.

– Oi Andrew. – Sorri, ao ver meu melhor amigo. – Está bonito hoje.

– Eu sou bonito sempre. – Ele piscou e me deu um beijo na bochecha.

– Convencido. – Sorri. Piper, sentada ao meu lado, estava muda.

– Posso pegá-la emprestado? – Ele perguntou, pegando na mão da namorada.

– Não. – Fechei a cara e ele riu:

– Era uma pergunta retórica. – E dizendo isso, puxou minha amiga para dançar e me deixou ali, sozinha.

– E vocês? – Ouvi Amani. – Não querem dançar?

– Ok. – As três concordaram, sorrindo de ponta a ponta.

E eu? Não conseguia parar de olhar para a entrada. Esperando pelo Nicholas entrar e deixar tudo melhor. Esperando que ele salvasse a minha noite.

Na mesa onde Tyler estava sentado, vi que os dois amigos dele me encaravam. Fiquei paralisada.

Mas logo fechei a cara, quando vi os dois entregarem uma nota ao meu par (que nojo).

Tyler mexeu na gravata convencidamente e levantou, revirei os olhos e esperei pelo pior.

Pov. Nicholas

É. Eu preciso mesmo agradecer ao Andrew.

Saí de casa com a mesma roupa que estava, nem me preocupei em trocar e colocar o terno. Liguei minha moto, peguei o capacete, e saí.

Fui direto para a festa.

Depois de alguns minutos, consegui ouvir a música abafada. Segundos depois, visualizei a decoração exterior.

Desci da moto e respirei fundo.

– É. – Disse para mim mesmo, colocando o capacete no guidão. – É agora.

Entrei na escola, passei pelos corredores, armários, cantina e, finalmente, cheguei à quadra coberta. A única que não tinha arquibancada.

Passei por várias pessoas que dançavam, sejam sozinhas ou em pares, e olhei a todo momento para os lados, a fim de encontrar o único motivo de eu estar ali.

Pov. Jennifer

Eu não estava acreditando. O Tyler estava mesmo vindo na minha direção? Achava mesmo que eu era apenas uma aposta que ele fez com os amigos?

Enquanto o garoto se aproximava, olhei para os lados, não querendo olhar para ele. E foi nessa que o vi.

Ele, seus jeans surrados, sua jaqueta de couro e seus cabelos que tanto tinham crescido, chegando até os ombros.

Sorri, aliviada, ao ver o Nicholas. Até pensei que fosse uma miragem, minha imaginação... Mas não, ele estava mesmo lá.

E, claro, minha felicidade durou pouco. Tyler havia chegado em mim:

– Vamos dançar? – Ele perguntou, estendendo uma mão.

– Não. – Respondi, olhando para o Nicholas.

– Vamos. – Ele insistiu. – Pare de ser chata.

– Não! Eu não quero! – Retruquei, mas o garoto pegou no meu pulso e me forçou a levantar da cadeira.

Pov. Nicholas

Sabe quando você tem vontade de quebrar a cara de alguém?

Bom, imagine uma situação vinte vezes pior que essa. Imaginou?

Não chegou nem perto da minha situação.

Eu queria tanto dar uma boa surra naquele tal de Tyler...

Pov. Jennifer

Ele me puxou até a pista de dança e eu fiquei revirando os olhos, na esperança de ele se tocar e me deixar de uma vez. Mas é claro, o idiota não percebeu e continuou a dançar na minha frente, como um palhaço.

Olhei para o Nicholas, que estava parado, nos observando, e pedi, só com meu olhar, que me ajudasse. Ainda bem que nos entendemos telepaticamente, porque ele veio direto na nossa direção.

Pov. Nicholas

Ao ver o olhar suplicante da garota que amo, não pensei duas vezes. Andei até os dois, esbarrando em muita gente, e parei.

Quase dei um pulo de alegria, ao ver o sorriso que ela deu. Parecia realmente aliviada de eu ter compreendido.

Tyler ainda estava de costas, então bati no seu ombro e ele se virou.

– Oi Jenny. – Cumprimentei e ela sorriu novamente.

– O que você quer? – Tyler estreitou os olhos e me encarou. – Eu sou o par dela essa noite.

– Mas eu continuo sendo o namorado dela. – Retruquei, não me deixando intimidar por seus centímetros a mais. – E, a não ser que você queira apanhar, aconselho a tirar as mãos dela. Agora.

Observei o garoto olhar de mim para ela, como quem não entendia.

– Não. – Ele disse. – Ela é minha essa noite.

– Hey! – Ouvi Jenny falar, com tom ofendido. – Eu não sou sua. Não sou cadela para ter dono.

– Fique quieta. – Ele a desprezou e meu coração se inflou de ódio.

– Não fale assim com ela! – Disse, dando um passo em sua direção.

– Falo do jeito que eu quiser. – Ele retrucou, me empurrando. Bati com as costas em um casal que dançava atrás de mim.

Instantaneamente, o “salão” inteiro virou os olhos na nossa direção.

Lancei-me sobre o idiota, mas não consegui chegar até ele. Dois pares de braços me envolviam.

Andrew e Amani me seguravam, para eu não bater no garoto.

– Calma, Nicholas. – Ouvi um dos loiros me falar. – Ele não vai aprender nada se você bater nele. Não gaste seu tempo.

Larguei dos braços, olhei fulminante para Tyler e, sem dar mais satisfações, saí da quadra.

Pov. Jennifer

Vendo-o desistir tão fácil, meu coração quebrou. Nicholas tinha vindo, havia quase formado uma luta, mas, com a mesma rapidez em que chegou, foi embora.

– Onde estávamos? – Tyler chegou perto de mim e eu senti repulsa.

– Idiota. – Retruquei, empurrando-o para longe.

Corri até a porta da quadra, sentindo todos os olhares em cima de mim.

Saí no corredor, olhei de um lado para o outro e não o vi.

Lágrimas querendo se formar em meus olhos.

Pov. Nicholas

Por mais estranho que pareça, eu não voltei para casa. Muito menos fiquei na festa. O diretor e os professores estavam olhando feio para mim e minhas roupas.

Na verdade, nem saí da escola. Fui até a quadra ao ar livre. Sentei na arquibancada e fiquei admirando o céu, que se tornou mais escuro a cada segundo, para logo depois clarear e anunciar o amanhecer.

Sim, eu virei a noite na escola.

Não sabia o que deveria fazer.

Voltar e bater naquele idiota?

Ir atrás da Jenny?

Afogar-me, por ser tão fraco?

– Oi. – Dei um pulo e olhei para frente. Jennifer estava lá. Sorrindo e me olhando docemente.

– Oi. – Respondi.

– Posso me sentar aqui?

– Pode. – Respondi, achando graça de seu comentário. – O que está fazendo aqui?

– Engraçado. – Ela sorriu. – Eu ia te perguntar a mesma coisa.

Ri e olhei para o céu. Estava clareando, parecia ser umas cinco horas da manhã.

– E então? – Perguntei. – Como me achou?

– Vi nas câmeras de segurança. – Ela riu. Arregalei os olhos e ela riu ainda mais. – Mas é claro que é mentira, Nick. – Ela disse. – Eu só pedi informação para algumas pessoas.

Pov. Jennifer

– E o Tyler? – Nicholas perguntou, me encarando com seus olhos extremamente verdes.

– Bom... – Dei de ombros, sorrindo e me lembrando do que tinha feito à ele:

“Voltei correndo para a festa, a fim de ver se ele tinha voltado. Olhei para todos e não o achei. Havia perdido ele. De novo.

– Calma, Jenny. – Piper me acalmava. – Ele vai voltar. Só está um pouco chateado.

Nem dei ouvidos à ela, girei nos calcanhares e andei até o garoto que eu mais odiava, naquele momento.

– Sabia que iria voltar para meus braços. – Tyler Glenn sorriu, mirando-me de cima à baixo.

Respirei fundo e tive uma ideia melhor. Não. Eu não iria formar um barraco ali. Iria fazer algo pior.

– Tyler. Tyler... – Dei um passo para mais perto dele e agarrei sua gravata. Seus olhos arregalados e surpresos. – Não quer se divertir um pouco? – Falei em um sussurro, apertando a mão em volta da gravata.

– E-eu... – Ele gaguejou.

– Vamos... – Falei. – Não está com medo. Está?

– Não! – Ele disse, decididamente.

– Então? – Sorri perversamente e puxei o idiota para o banheiro. Já tinha falado com Piper, Sarah, Samara e July. Elas iriam me ajudar.

– Mas... – Ele disse, arregalando os olhos. – Esse é o banheiro feminino.

– Algum problema? – Estreitei os olhos de forma intimidante.

– Não. – Ele respondeu.

Pisquei na direção da minha melhor amiga e ela sorriu de volta.

Entramos os dois no banheiro, enquanto eu fechava a porta. Antes que ele pudesse fazer, ou falar, alguma coisa, colei meus lábios nos dele, morrendo de nojo por dentro, e desabotoei a gravata.

– O que você está fazendo? – Ele perguntou, enquanto eu desabotoava o paletó e a camisa.

– Não gosta? – Sorri maliciosamente, pensando no quão ele merecia isso. Tinha acabado com minha noite.

Não deixei o garoto responder, voltei a beijá-lo (que nojo) e deixei as peças de roupa dele cair no chão.

Em menos de cinco minutos, ele estava apenas de cueca. Exatamente como eu queria que ele estivesse.

– Agora – Eu disse, pegando sua roupa do chão. – Você entra naquele Box e me espera.

– Por quê? – Ele perguntou, se achando o macho alfa.

– Ah, querido. – Respondi. – Eu vou colocar a sua camisa, e deixar para você desabotoá-la. – Pisquei um olho e o despachei para dentro do Box.

Enquanto ele falava do que iria fazer comigo, (idiota. Idiota. Mil vezes, idiota.) eu peguei sua roupa do chão e saí, silenciosamente, do banheiro.”

– Como você é má. – Nicholas falou, depois que eu terminei de contar a história.

– Eu não sou má. – Respondi, empinando o nariz. – Só dei a vingança que ele merecia.

– E onde você jogou a roupa? – Ele perguntou, chegando mais perto de mim.

– Tá dentro de um saco de lixo. – Dei de ombros. – Em cima da lixeira da escola.

– Repito. – Ele sorriu. – Você. É. Má.

Ri e fixei meus olhos sobre ele. O Sol fazia seus olhos ficarem mais claros.

– Nick? – Chamei.

– Sim?

– Você está me devendo, pelo menos, uma dança. – Sorri e me levantei, estendendo a mão para ele.

– Você está brincando, né? – Ele riu.

– Não. – Respondi, séria. – Vamos.

– Não tem música. – Ele retrucou, fazendo manha.

– Nicholas. – Bati o pé. – Você vai dançar comigo.

E ele foi, depois de me irritar muito, Nicholas desceu da arquibancada e me pegou pela cintura.

Sorri e encostei minha cabeça em seu peito.

– Eu senti sua falta. – Sussurrei.

– Eu também. – Ele respondeu, apertando-me ainda mais contra seu peito. – Me promete uma coisa?

– Depende. – Olhei para seus olhos verdes e franzi o cenho.

– Promete para mim que nunca vai fazer comigo, o que fez com o Tyler?

Ri e passei a mão por seu pescoço.

– Prometo. – Respondi, colando seus lábios nos meus.

Não era nada parecido com o beijo que dei no Tyler. Credo, aquele idiota... Que nojo.

Ficamos parados, nos beijando amorosamente. Nossas línguas explorando cada canto de nossas bocas, tomadas pela saudade e desejo um do outro.

Era muito bom estar em seus braços novamente. Me sentir amada, por aquele que eu amo.

– Quer dar uma volta? – Ele perguntou, quando o ar fez falta.

– Volta? – Juntei as sobrancelhas.

– Eu tenho uma moto, lembra? – Ele sorriu. – Quer andar um pouco? Fiquei sabendo que seu lugar preferido em Nova York inteira, é a Times Square.

Ri e fechei os olhos, sentindo o cheiro de seu perfume.

– Quero sim. – Respondi.

Naquele momento, me esqueci da Kiara, que eu vi se agarrando com o Yan (par da Piper), me esqueci da Nadia, que eu não vi na festa, me esqueci de Margareth e Katherine morando lá em casa, me esqueci de tudo. Absolutamente tudo. A única coisa que me importava àquela hora, era estar novamente ao lado do Nicholas.

Pov. Nicholas

Naquele momento, eu queria abraçá-la e nunca mais soltar. Abraçá-la para ela nunca mais sofrer. Abraçá-la para que eu nunca mais tivesse que me separar dela.

Naquele momento.

Só existia nós dois no mundo inteiro.

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Sim, sim. O capítulo acabou. Gostaram? :3

Então, como prometido aqui está o CLIPE que me inspirou à fazer esse capítulo.

Espero, realmente, que tenham gostado ♥

Roli.