Crônicas Do Bando Da Ovelha Negra escrita por milamargarina


Capítulo 1
Capítulo I - D


Notas iniciais do capítulo

Eu deixei todos os sobrenomes como se fosse ditos em português, portanto alguns podem soar estranho, como Hancock Boa.
Com o tempo vocês se acostumam!
Boa leitura!



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Nunca houve uma festa tão grande quanto no dia que Hancock Boa virou Imperatriz de Amazon Lily e Capitã das Piratas Kuja. Pelo menos, não que Mila tivesse visto. Foram 7 dias e 7 noites de comemoração. E todas as habitantes da Ilha das Mulheres se encantavam com a beleza e a força de sua nova governante. A menina estava sentada com sua amiga Margaret, à mesa das aspirantes a Amazona.

Margaret regulava em idade e altura com Mila, o cabelo loiro curto, porém a deixava com uma aparência frágil que ficava mais evidente em contraste ao cabelo negro, cacheado e volumoso da amiga. Elas estavam sendo treinadas serem Amazonas e um dia entrarem no bando Kuja.

    -    Um dia eu vou ser tão forte quanto a Hebihime! - disse Mila em voz alta, com um sorriso estampado no rosto.

    -     Não diga isso alto Mila-chan! Hebihime pode ouví-la e ficar muito brava com você!

-    Ora Mila-chan! Não vai mais pedir para entrar na tripulação? - riu Hancock atrás das meninas

Hancock Boa  era uma garota alta de 18 anos, curvilínea, de longos cabelos negros. Para a cerimônia estava usando um vestido vermelho longo, bordado em ouro com o símbolo das piratas Kuja. Salome, sua enorme serpente de estimação, estava enrolada em seu tronco olhando alegremente para a mesa das crianças e principalmente para a comida do banquete enquanto sua dona acariciava seu pescoço.

A Imperatriz Pirata ganhara fama há pouco tempo, e após a morte da governante anterior, conseguiu seu novo posto facilmente por ser a mais forte da Ilha. Mila a admirava, pois ela e as irmãs haviam derrotado a Gorgona e, apesar da vitória tinham recebido uma terrível maldição. Inúmeras vezes ela tentou se infiltrar no navio das Kuja. Já tinha feito amizade até com as yuda - as serpentes gigantes que levavam o navio - de tantas invasões. Mas Hancock sempre a achava antes que partissem. Ultimamente a menina não tinha aparecido no navio, as amigas diziam que ela estava treinando cada vez mais para ficar mais forte e ser uma amazona.

    -    Um dia eu vou te superar Hebihime! E vou ser a pirata mais forte que Amazon Lily já conheceu! - disse a menina, determinada.

    -    Essa é uma afirmação muito forte, Mila-chan... Como pretende me superar? - replicou Hancock, com um leve sorriso irônico.

    -    Com isso! - respondeu Mila, tentando ser mais arrogante que a Imperatriz ao mostrar uma fruta azul em forma de gota e texturizada com espirais.

Hancock fitou o fruto na mão da aspirante a Amazona, e não pode conter a sua surpresa ao constatar que era um Akuma-no-mi, ou fruto do diabo, uma fruta que daria poderes sobre-humanos aquele que o comesse - mas que ao mesmo tempo tiraria  a habilidade do usuário de nadar no mar, que passaria a drenar sua energia vital.  Mila ficou satisfeita ao conseguir o efeito que queria sobre a Imperatriz Pirata. Ambas sabiam o que aquela fruta misteriosa significava. Contudo nem todas as habitantes de Amazon Lily partilhavam a informação, portanto à excessão daquelas que cercavam a cena  a festa continuava alegremente.

A menina subiu em seu banquinho como se fosse apresentar um número de mágica muito perigoso. Com um braço estendido, segurava o fruto na mão enquanto a outra apontava para o primeiro como se o apresentasse. Hancock rapidamente tomou o fruto da mão da menina, olhando-a ferozmente. Ora, um Akuma-no-mi não era algo para se brincar, e apesar de implicar a imperatriz realmente gostava da menina. As duas ficaram se fitando por algum tempo, como uma luta silenciosa sobre o assunto. A tensão ao redor das duas crescia e aos poucos o silêncio foi tomando todo o cômodo.

    -    HEBIHIME! - uma senhora interrompeu.

    -     Velha Nyon!

   -    Antes de continuar sua conversa amigável, podemos conversar?

Hancock pareceu atordoada e muito contrariada, mas seguiu a velha Nyon - uma anciã que morava nos subúrbios da cidade - para conversar.

   

    -     Continuem a música! - mandou ao se desvencilhar de sua cobra que a seguiu.

    -    Sandersonia! Maringold! Vocês também!

A festa continuou animada, como se nenhuma interrupção tivesse acontecido. Mila não entendeu nem a reação da Imperatriz e nem da velha Nyon. Até que Margaret a chamou, transparecendo nervosismo. Do outro lado da mesa estava Aphelandra, uma garota da mesma idade que as duas porém muito mais alta.

    -    Pensei que você fosse ser executada! - disse Margaret dramática.

    -    O que será que a vovó Nyon quer com a Hebihime? - disse Mila ignorando a preocupação de Margaret.

    -    Podíamos ir lá ver, não? - sugeriu Aphelandra inocente, comendo um fruta.

    -    Não devíamos! - disse Margaret. - Aliás, o que foi isso???

    -    Vamos! - decidiu Mila, ignorando Margaret de novo.

A porta estava firmemente trancada, Margaret olhou para as meninas como se fosse sugerir que desistissem, mas Aphelandra indicou a porta para os jardins aberta e Mila fez sinal para que as duas a seguissem. A janela era alta e estava semi aberta. As meninas fizeram um totem para poder espiar.

    -    Por que você vai em cima?

    -    Porque eu sou a parte mais interessada. - responde Mila enquanto subia nos ombros de Margaret que fora posta facilmente sobre os ombros de Aphelandra. - E ela me tomou o fruto!

    -    O que era? - perguntou Margaret, inquieta.

    -    Shhh! Vão nos ouvir! - mandou Aphelandra, baixando a voz.

Pela janela octogonal Mila pode ver Hancock Boa aboletada confortavelmente sobre sua serpente de estimação. Vovó Nyon era uma senhora pequena, menor que as crianças, de longos e ondulados cabelos brancos. Sua serpente, que um dia servira de arco, era um cajado azul e atento. Ela estava de costas para janela. Maringold e Sandersonia, as irmãs de Boa Hancock, se postavam ao lado da irmã mais velha. Elas eras mais altas que Hancock e mesmo assim não tão imponentes. Sandersonia, a do meio, era magra com longos cabelos verdes que combinavam com os olhos. Tinha uma cabeça achatada e pernas longas, enquanto a mais nova, Maringold, era corpulenta e roliça. Possuía cabelos ruivos e cacheados tão longos quanto das irmãs e ornamentado com elaborados odangos que emolduravam a cara gorda, enquanto que suas pernas curtas deixavam-na com uma silhueta desproporcional.

O som da conversa estava abafado pelas janelas e portas fechadas. Mila tentava abrir uma frestinha para ouvir melhor. A velhinha parecia bem agitada com Hancock - como geralmente ficava com a adolescente. A relação delas era mais próxima à de mãe com uma filha rebelde à de Conselheira e Imperatriz. Hancock parecia bem entendiada com o discurso da anciã e comia um morango com mel tranquilamente a cada intervalo que podia. As irmãs apenas prestavam atenção e pareciam estar mais preocupadas. Finalmente, Mila conseguiu abrir uma fresta sem fazer barulho nem chamar atenção para si:

-    ...uma “D.”! Você sabe muito bem o que isso significa!

-    É só um sobrenome, Nyon-baa-san... - disse Hancock enquanto mordiscava um morango - tenho certeza que isso não trará grandes consequências pra ilha...

-    Desde o dia em que Artémis me disse sua origem, eu temo por suas atitudes!

-    Ok, ela é meio selvagem sim... - começou Hancock

-    Ei! - protestou Mila, mas Margaret a puxou antes que as irmãs Gorgonas e a velha Nyon reparassem nas ouvintes intrusas.

-    ...mas nunca prejudicou a Ilha. - terminou Hebihime, mas a anciã apenas a fitou, séria. - Não muito! Além disso, nunca a levamos em nenhuma viagem! O Governo não sabe da sua existência e nem saberá... - concluiu embebendo mais um morango no mel.

-     Verdade... - começou a velha senhora. E logo sua expressão tornou-se um tanto sombria - Até o dia em que ela resolver sair daqui por conta própria.

-    Você acha que um dia ela sairá, vovó? - perguntou Sandersonia, quebrando seu silêncio.

-    Muito pouco provável, irmã. - se adiantou Maringold calmamente, que assim como Sandersonia ouvira cada palavra dita - Só se sai daqui fazendo parte da tripulação Kuja ou quando para ter filhas...

-    Bem... ela não me parece que vai ser do tipo maternal... - comentou Sandersonia com um pouco de sarcasmo na voz.

-    Vocês estão saindo da questão aqui. - disse a velha categórica

Toc Toc.

Alguém bateu na porta  e a conversa silenciou. Hancock, irritada, mandou que entrasse, terminando sua tigela de morangos. Ran, uma amazona pequena de cabelos curtos entrou apressada. Algo acontecera na ausência delas. Ela ofegava e seus olhos procuraram rápido a atenção da capitã e isso não era do seu feitio. Ran era uma moça que estava sempre sobre o controle da situação, fazia parte das piratas Kuja e seu status era logo abaixo ao das irmãs Boa.

    -    A Marinha...puf... derrotaram... Rei do Mar... estão perto...

Ao ouvir essa notícia Hancock saltou graciosa de Salome e saiu rapidamente da sala. As irmãs a seguiram enquanto a senhora Nyon as observa. Mila sentiu Aphelandra e Margaret se mexerem abaixo de si.

    -    O Que vocês estão fazendo aí? - perguntou uma voz atras das meninas.

Aphelandra se assustara com a presença repentina e deu um pulo derrubando Margaret e Mila para frente. a loira caiu no chão, enquanto Mila se agarrou no parapeito da janela e numa última olhada, viu que a anciã a vira antes que caísse em cima das outras duas.

    -    “O Susto”!

    -    Sweetpea! - reclamou Margaret - Não pode chegar por trás das pessoas!

Sweetpea era outra aspirante a amazona, assim como as outras 3 meninas. Era forte e corpulenta, mais proporcional do que Boa Maringold. Usava maria-chiquinhas e tinha lábios grossos e feições quadradas. Apesar da aparência grosseira era bem feminina em seus trejeitos, além de ser curiosa e muito amigável. Tinha mania de dar títulos aos episódios que vive, como se sua vida fosse um livro.

    -    O pessoal está evacuando o salão. Disseram para todas que não forem Amazonas irem se abrigar na cidade.

Margaret e Aphelandra trocaram um olhar significativo, mas Mila parecia contrariada juntando tanta informação:

    -    E o que você está fazendo aqui, Sweetpea? - perguntou a garota, passando a mão onde havia se batido na queda.

    -    Vim procurar vocês.

   -    Mas quem as achou fui eu! - disse a senhora Nyon por trás das garotas - E vocês estão realmente encrencadas mocinhas!


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Notas finais do capítulo

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