Harry Potter Mudando A História escrita por Mago Merlin


Capítulo 74
Afastamento




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Capítulo 74 – Afastamento

Lílian curou os ferimentos dos Marotos enquanto eles contavam sobre a batalha.
- Eu não entendo porque vocês não deixaram eu ir também. – disse Harry.
- Seu lugar é na escola, mocinho. – disse Lílian.
- Sem contar que você ainda é menor, portanto não pode fazer magia fora da escola, ainda mais em um lugar cheio de trouxas. – disse Tiago. – Aquela era uma batalha para aurores.
- Mas eu sou mais poderoso que muitos aurores. – disse ele.
- Sim, você pode até ser mais poderoso que eu. – disse o moreno pai. – Mas você tem que ficar no castelo para proteger a todos, inclusive as ruivas. Você tem que ficar por perto para, você sabe, ajudar na proteção.
Harry entendeu que era por que ele era o Lord Gryffindor.
- Mas não precisavam me atordoar. – disse ele, sabendo que se não fosse Logan seria seu pai que o faria.
- Precisava sim. – disse Sirius. – Vocês Potter são muito teimosos. Passamos anos falando para seu pai desistir de sua mãe, mas isso foi impossível para esse cabeça-dura.
- Sem contar que você estava despreparado para essa batalha, tanto que recebeu um feitiço sem reagir. – disse Mel. – Sua raiva ia te atrapalhar.
- Mas e a Fada? Por que ele a atacou?
- Porque ela ia te acordar, você ia ter mais raiva e correria para a batalha, e levaria a Cris com você. – disse Dani.
- Eu não ia não. – disse a ruiva.
- Ia sim. – disse Lílian. – Pude ver na sua cara. Você não quer proteção, quer provar que pode lutar também. E como eu, você é impulsiva. Ao ver seu irmão no chão, por causa do Logan, você ia querer ir junto.
- E aquela historia dos três cavaleiros? – perguntou Neville.
- Que historia é essa? – perguntou Remo.
- Somente três voltariam da batalha. – disse Lílian simplesmente. – Logan sabia disso e não ia permitir que mais alguém fosse, ele mesmo não foi.
- Seria muita hipocrisia dele. – disse Cris.
- Filha, acho que vocês tem que conversar. – disse Tiago. – Maus entendidos podem destruir mais que um namoro. Quase perdemos dois amigos por causa de uma bobagem que poderia ser resolvida com uma conversa.
 A menina não falou nada. Deitou e ficou olhando para o teto.

Lílian, Poppy e Dani seguiram para a Sala Precisa quando perceberam que Logan se acalmou.
Quando entraram na sala, viram que ela estava toda destruída e congelada. Sorte que apareceram casacos para as duas mulheres. Dani não importava com o frio.
Logan estava deitado no meio da sala. Imóvel.
- Ele só está dormindo. – disse Dani. – Sempre que ele se esgota na forma humana ele precisa dormir. Foi assim quando ele parou o Remo.
Uma cama surgiu debaixo do menino, o levantando.
- Assim ele fica mais confortável. – disse Lílian.
Ela e Poppy examinaram e viram que ele não tinha nenhum ferimento.
Aos poucos a sala foi se concertando, e Dani saiu a procura da espada do irmão. Excalibur estava fincada em uma pedra.
- Odeio essas coisas. – disse ela antes de arrancar a espada da pedra e levar para Logan.
O caçador só deu sinal que estava acordado quando Lílian passou para ver como ele estava no dia seguinte antes das aulas. Tinham decidido manter o menino ali para evitar confusão. Aparentemente a notícia da briga entre ele e Cris já havia se espalhado e algumas meninas queriam consolá-lo. Sem contar que o ambiente frio era bom para ele, não para os outros pacientes que por ventura estivessem na enfermaria, mesmo que ele ficasse no quarto privado.
- Como você está? – perguntou Lílian.
- Imóvel. – respondeu ele mexendo apenas os lábios, já que sua mandíbula estava travada.
- Conseguiu esquecer?
- Tinha que tentar. – disse ele triste. – Pelo menos ninguém morreu, ou pior.
Lílian não quis pensar no que isso significava.
- Eu não entendo essa sua paralisia. – disse ela.
- Imagina ficar sem forças, como é ruim se mover. – disse ele. – Agora imagine um esqueleto metálico muito mais pesado que o normal, e seus músculos travados. Só funciona mesmo os que me mantém vivo.
- Não tem nada que você possa fazer para não ficar assim? – perguntou Poppy.
- Tem, mas é muito arriscado. – disse ele.
- Ele tem um pouco de energia para se tornar um grifo. – disse Dani. – Um filhote gasta menos energia que um adulto.
- E qual o risco disso? – perguntou a enfermeira.
- Além do fato de ter que passar um mês como um animal, eu posso não conseguir voltar. – disse ele. – Como eu estaria fazendo isso por estar com a minha parte humana cansada, a parte demoníaca pode se fortalecer. E como tanto os demônios quanto os animais vivem dos instintos, não necessariamente os mesmos, eles podem se juntar, e nunca voltar a ser humano. Seria uma besta selvagem literal.
- Não é arriscado você se tornar um animago por muito tempo? – perguntou Lílian aflita.
- Não se preocupe, Lírio. – disse ele. – quando nos tornamos filhote por esgotamos nossas energias na forma animaga, ou por ficar muito tempo nela, e somente nossa magia que esta fraca, só demoramos mais para voltarmos. Teríamos que ficar anos nesta forma para correr o risco de não voltarmos.
A ruiva olhou para o relógio e viu que estava na hora de ir.
- Agora tenho aula. – disse ela. – Um elfo vai trazer algo para você beber. Você vai ter que conversar com a Fada, ela ainda não entendeu direito o que aconteceu.

Harry estava almoçando com Gina, mas não tirava os olhos da irmã que parecia abatida, nem mesmo as gêmeas conseguiam fazê-la sorrir.
- Andei pensando no que aconteceu. – disse o moreno.
- E chegou a conclusão que não precisa sair correndo atrás de confusão. – completou ela.
- Também. – disse ele. – Mas acho que eu tenho que pensar mais antes de agir. Poderia ter colocado todos em risco apenas por que não queria ficar de fora. E isso teve mais consequências do que as da batalha.
- Logan botou o namoro dele em risco por você. – disse ela. – Isso foi uma decisão dele, não sua.
- Eu sei. – disse ele com um suspiro. – Mas se eu tivesse morrido, quem cuidaria de você, da Fada, da mamãe, dos outros. Isso poderia se tornar uma loucura.
- Você tem que pensar mais que só em você. – disse ela séria.
- Bom, vou tentar arrumar o namoro da Fada.
- Quer parar de tentar sempre ser o herói. – disse a ruiva. – Ele teve as suas razões para isso, e a briga e por ele ter azarado ela, não você. Deixe que se for para eles se entenderem, isso acontecerá.
- Eu não gosto de vê-la triste. – disse ele.
- Logan vai dar um jeito nisso.

Dani se dirigia para o seu salão comunal. Tinha recebido uma caixa de bombons pelo correio e esperava contar para o irmão isso, mas antes guardaria sua mochila no seu quarto.
Ela percebeu que estava sendo seguida desde que saiu do salão principal. Idiotas que achavam que só porque Logan não havia aparecido, ela era inofensiva. Ela já tinha vencido todos naquele torneio.
- O que temos aqui. – disse Malfoy aparecendo na frente dela, juntamente com os dois gorilas que andam com ele. – a irmãzinha do caçador.
- Fala logo o que quer, Lombriga falante. – disse ela.
- Não seja valente, garotinha. – disse ele. – Você está cercada pelo melhores de nossa casa.
Ela olhou para trás e constato que os seus perseguidores eram três garotos do sétimo ano da Sonserina.
- Eu teria mais medo se fossem os piores quase abortos. – disse ela.
- Nos sabemos que seu irmão está fora de combate por um tempo. – disse um dos meninos atrás dela, sendo que ela nem se virou para prestar atenção nela.
- Eu não preciso do meu irmão para me defender. – disse ela. – Ele se esforçou para isso, me ensinou coisas que vocês nunca sonhariam que alguém pudesse fazer. Mas como tenho pouco tempo, vou embora.
Ela teu um passo na direção de Goyle, ou seria do Crabbe, não importava, que deu um passo para o lado.
Malfoy não ia deixar barato essa afronta, e quando a menina se aproximou para passar por ele, puxou a caixa de bombons dela.
- Olha, ela recebeu uma caixa de bombons. – disse o loiro. – Seu irmão não vai gostar nada de saber que você recebe presentinhos de namoradinhos.
- Me devolve isso, seu idiota. – disse ela, mas pensando Patinho.
- Eu te devolvo. – disse Malfoy com um sorriso divertido. – Depois que comermos todos.
 Ele pegou três bombons e entregou para seus comparsas.
- Você vai se arrepender de comer isso. – disse a menina com a cabeça baixa para que eles não vissem seu sorriso.
- Nunca me arrependo de nada. – disse Malfoy mordendo com gosto um dos bombons.
Eles devolveram a caixa vazia.
- O que está acontecendo aqui? – perguntou Tiago vendo a menina cercada dos Sonserinos, temeu pelos meninos.
- Eles pegaram meus chocolates e agora vão pagar por isso. – disse a menina.
- Ele está mentido. – disse Malfoy. – Esses bombons eram nossos CO, Co, coco.
Ele começou a agir como uma galinha. Começou a bater os braços como asas, ciscou o chão e abaixou o tronco para bicar algo ali.
Crabbe e Goyle pareciam cão e gato, correndo um atrás do outro de quatro. Um dos meninos tentava escalar a parede como se fosse uma lagartixa. Outro se enrolou como um tatu-bola. O último começou a rastejar no chão como uma cobra.
- Você não devia ter enfeitiçado eles. – disse o auror.
- Eu não enfeiticei. – disse ela. – Isso é culpa da gula deles. Olhe.
Ele pegou a caixa e por dentro estava escrito, bem discretamente “Fabricado pela Gemealidades Weasley”.  
- Eles me mandaram uma amostra para mandar para o Rafael. Alguns caçadores andam enchendo o saco dele por ele estar passando pela aprovação do Conselho. E os gêmeos acharam interessante mostrar para eles que os bruxos podem ser surpreendentes, e precisavam de cobaias novas. Acho que essas servem.
Malfoy agora estava como um macaco.
- Eles vão ficar decepcionados por não poderem testar em caçadores, mas acho que podemos relatar o sucesso de seus experimentos. – disse o moreno acompanhando a loira para longe dos ‘animais’. – Só não sei se devemos dizer para eles não misturarem tantos animais. Não, acho que podem ser mais, e o efeito demorar um pouco mais para aparecer, assim cada um come mais bombons.

Assim que Logan conseguiu se colocar em pé, ele se apressou em sair daquela sala. A história que Dani tinha lhe contado mais cedo o tinha distraído, e o feito relaxar. Alguns músculos ainda demorariam um tempo para terem seu funcionamento normal, mas não era para um combate que ele se encaminhava.
- Tem certeza disso?  - perguntou Lílian. – Ela é teimosa demais.
- Eu sei, gosto disso nela. – disse o menino do cabelo azul. – Mas ela tem que saber alguns detalhes cruciais que me fizeram tomar essa decisão.
 - Eu pedi que ela fosse para o meu quarto. – disse a ruiva.
- Obrigado. – disse ele se arrastando.
 Ele demorou mais que o normal para chegar, mas conseguiu. Sabia que aparatar só ia fazer com ele ficasse mais uma noite paralisado.
Cris estava lendo um livro, sozinha ali, esperando por sua mãe, que queria falar com ela.
- Cris, preciso falar algo pra você. – disse ele ao entrar assustando ela.
Por um instante os olhos dela brilharam por vê-lo em pé, mas logo voltaram a apatia.
- Eu não tenho nada para falar com você. – disse ela.
- EU disse que eu tenho algo para falar. Você só precisa escutar. Depois decide se acredita ou não.
 - Fale logo, Van Helsing.
- Conversei com a mamãe alguns dias atrás, e ela me contou que haveria uma batalha para acontecer. Ela me disse que somente três homens que saíssem do castelo para combater voltariam. – disse ele sem querer entrar na discussão das verdadeiras palavras. – Portanto se eu ou o Lobinho fossemos, algum de nós não voltaria. Ou mais.
- E quem é você para decidir quem morre ou não.
- Ninguém disse em morte. Mas essa seria a conclusão menos dolorosa. – disse ele. – Você deve ter ouvido seu pai dizer que eles poderiam possuir alguém. O seu irmão não pode ser possuído por ser um anjo. Remo já tem seu próprio demônio pessoal, logo restavam apenas Sirius e seu pai. Você não sabe como é terrível ter alguém dentro de você mandando você fazer algo. Pior quando esse alguém é parte de você.
Ele parou de falar um instante. Era doloroso ser um demônio, mesmo que todos não percebessem.
- Caso seu pai fosse possuído, e essa é o que eu mais temia, seria por um demônio de altíssima classe, e com o poder de fogo do seu pai, ficaria impossível um exorcismo. Eu teria que matar seu pai, Cris. Seria a melhor coisa para se fazer, pouparia muito sofrimento para todos.
- Você mataria o meu pai?
- Sim. Mataria. – disse ele se virando para ir embora. – Ele deixaria de ser seu pai, mas isso só faria com que eu não pudesse nunca mais olhar para você. Não conseguiria me sentir... limpo... digno de você. E você perderia mais que o namorado. Perderia muito mais que está perdendo. Quero que você seja feliz, mesmo que seja longe de mim.
Ele saiu, sem deixar que ela dissesse nada.
Logo Lílian e as meninas entraram, e encontraram a menina de pé olhando para a porta.

 


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