O sol já se punha no horizonte, mas eles não podiam ver. O muro lhes tampava a visão do grande astro. Somente num pedaço da parede enxergavam uma faixa mais iluminada, porém onde estavam havia uma agradável sombra.

Dois belos jovens, encostados, um ao lado do outro, ao muro de sua escola, que agora já estava vazia. Haviam entrado sem permissão, escondidos; como sempre faziam.

Um era alto, cabelos negros e olhos da mesma cor. Não expressava muitos sentimentos na face, mas seus olhos denunciavam uma certa fecilidade. Parecia ser do tipo que mesmo tento o mundo lhe amando, só não se sentia sozinho com companhias muito bem escolhidas.

O outro, mais baixo, loiro, olhos azuis e um sorriso tênue nos lábios finos. Era sem dúvida alguém que transparecia alegria. Alguém que devia estar sempre cercado de amor.

De longe talvez ninguém pudesse perceber, mas suas mãos estávam se tocando, de uma forma doce, somente um toque singelo de dedos, nem se quer estávam entrelaçadas, mas eles sabiam o que aquilo significava.

O loiro lentamente virou seu rosto para o outro, de forma doce, lhe encarando com um sorriso suave. Recebendo do outro em troca somente um olhar leve, quase como se sorrisse com os olhos.

Ficaram assim por alguns instantes, até que o moreno se desencostou da parede, virando-se para o outro, que também se posicionou de frente para o primeiro, e sem precisar de uma única palavra, lhe sorriu de uma forma que somente o loiro podia ler e foi se aproximando um passo de cada vez. Foram nescesários somente dois passos para que seus rostos ficassem próximos.

O loiro piscou os olhos de forma doce e então pode sentir as mãos do outro lhe puxarem para perto pela cintura carinhosamente.

O moreno continuou sem dizer nada, mas seus olhos perguntavam ao outro se podia continuar. E como tudo que recebeu foi um silêncio, se aproximou lentamente e beijou os lábios do garoto a sua frente.