(Benji POV)

Ouvi uma gritaria no andar debaixo e logo corri para as escadas. Tinha uma roda de pessoas, e no centro, pude ver Joel, Matt Sanders, Johnny e Frank Iero.

Pera ai, FRANK IERO? O QUE ELE FAZ ALI NO MEIO?

–O que está acontecendo? – Me enfiei pelo meio das pessoas até que achei Michelle.

–Não sei direito, mas parece que o Iero vai precisar de reconstrução facial. O Matt e o Johnny vão mata-lo. – Ela, ao mesmo tempo que parecia se divertir, estava com cara de assustada.

– Por que?

– Johnny disse que o viu dando em cima de Lacey e o Shadz, provavelmente por Valary ter saído com ele semana passada. – Deu de ombros.

– E por que ninguém está fazendo nada? Estão esperando o menino virar bife pra fazerem um churrasco?

–Boa idéia. – piscou para mim. Eu sempre achei ela meio psicótica, mas agora...

– MATTHEW CHARLES SANDERS! – ouvi um grito de cima da escada e todos se viraram para ver quem era.

– Agora fodeu – Matt sussurrou para si mesmo.

– QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Valary chegou, obviamente brava. Essa mulher pode parecer fraca, mas admito que tenho medo dela. – VAI, COMEÇEM A FALAR ANTES QUE EU OBRIGUE CADA UM DE VOCÊS A LAMBEREM SEUS PROPRIOS... – Foi interrompida por Matt.

– É... nada Val, eu...eu... estava, hm... conversando com Frank, não é mesmo Frankfrank? – Olhou para ele com um olhar intimidante, segurando em seu pulso.

– Ahm, é. É isso mesmo, Val. Estamos só... conversando. – Sorriu para ela.

– Conversando? – os olhou desconfiada. – É... vocês não me enganam. Principalmente você, Sanders. Larga o Iero, depois conversamos. – Ele largou o nanico e Val o puxou pelo braço, entrando na cozinha. Esse povo...

– GALERA, POLICIA! – Alguma alma penada que não reconheci a voz gritou da porta da frente.

– Merda! – Ouvi de algumas pessoas, e começou a correria.

Todo mundo correu loucamente para a porta de trás, já que os fundos de nosso terreno dava para a rua de trás, onde o querido, que eu chamo de matagal do Joel, desembocava. Zachary, Brian, Sanders, Seward, Lacey, Leana e Val correram para o banheiro, enquando Michelle e Tuck foram para a lavanderia, arrastando Gena com eles.

Foi ai que notei que Jimmy não estava com nenhum eles. Nem na roda da discussão besta do brutamontes com o anãozinho emo.

A policia entrou arrombando a coitada da porta da frente, a mesma que meus pais tinham acabado de consertar depois que ficamos trancados para fora e já gritando.

– POLICIA! – um barbudo gordo e ruivo entrou.

– Recebemos uma denuncia de festa, mas parece que está tudo tranqüilo... – Um mais magro e menos estranho falou.

– É, sem festa. – Eu e Joel paramos a alguns passos deles. – Quem falou em festa?

– Ninguém garoto, ninguém. Mas já que estamos aqui – Falou olhando ao seu redor – Vamos fazer uma inspeção na casa, ok? – Assentimos.

Os dois começaram a vasculhar cada cômodo. Isso me deixou extremamente desconfortável, principalmente quando me veio a cabeça de que meus pais poderiam descobrir caso alguma merda desse errado e aquele povo todo resolvesse voltar.

O policial mais gordo entrou na cozinha, logo em seguida, na dispensa.

– MARK, VEM AQUI. Parece que achamos algo... – falou coçando o queixo enquanto o outro entrava na cozinha.

– Meu Deus. – o magro sussurrou para si mesmo.

Fomos atrás deles e...

– Não... Não... NÃO! – Joel começou a gritar, indo para trás.

– Interessante. Talvez possam nos acompanhar. – E nos entreolhamos apavorados.

O gordo chamou o resgate, Jimmy estava sem camisa, bem machucado e umas 50 cicatrizes abertas ao longo do peito e do braço tatuado. Também estava desacordado e imóvel. Fiquei até me sentindo em um daqueles filmes, sabe? Onde a policia aparece do nada e sempre tem alguém morto e todo mundo vai pra cadeia até os pais irem liberar geral do interrogatório, depois descobrem que a pessoa que menos imaginavam era o assassino? Então...

(Brian POV)

– Mas que porra está acontecendo ali? – sussurrei para Val que estava do meu lado.

– Não sei não... acho melhor a gente sair daqui e ir ver o que ouve, tipo, ta muito silencio.

Saímos do lavabo, e não vimos mais ninguém. Então fomos juntos procurar os gêmeos tarados.

– Ai caralho! – Zacky disse com a voz esganiçada.

– Que foi? – perguntei e ele apontou para o chão a nossa frente.

Jimmy? Calma, como assim? MEU JIMMY? Zacky se abaixou no chão e começou a chorar ao lado dele, mas quase no mesmo minuto apareceram os caras do resgate com uma pressa que eu nunca vi antes.

Vi dois policiais, um gordo ruivo e carrancudo e um mais baixo, moreno que anotava alguma coisa em um bloco amarelo. Jimmy estava todo esfaqueado, tive vontade de estar ali com ele, como tiveram coragem de fazer isso com um de meus melhores amigos? Claro, ele era um filho da puta as vezes, principalmente depois do que fez com a Lea hoje, mas isso é... injusto.

Até esqueci do Zacky e do beijo que ele do nada resolveu me dar. Fora que fiquei com muita dó de ver ele chorando daquele jeito. Matt havia me contado que antes dele se mudar, os três eram melhores amigos e não se largavam. Quando Zacky foi embora, Jimmy queria se esconder na mala para poder ir junto, mas Matt o impediu, falando que um dia eles voltariam a se encontrar, não importava quando ou onde. Matt as vezes tinha seus momentos, apesar do tamanho.

Enfim, levaram Jimmy para a ambulância, mas impediram que Zacky o acompanhasse. O policial magro parou de anotar e chamou a atenção de todos para que o olhássemos.

– Bem garotos, considerando que temos um adolescente ferido e – Pegou uma faca que antes eu não havia notado, mas que estava apoiada na bancada em cima de uma poça de sangue – uma faca ensangüentada, presumo que saibam que devem nos acompanhar, certo?

– Mas não... não temos nada a ver com isso, porque temos que ir junto? – Johnny disse.

– Tenho que repetir? Um jovem ferido, faca ensangüentada e provavelmente, muitas digitais. Não vamos incriminar ninguém por enquanto, mas é preciso que venham conosco para que saibamos o que aconteceu aqui.

– Ahn, tudo bem. Mas nossos pais vão ficar sabendo? Porque se ficarem, prefiro que me levem preso. – Joel disse, parecia confuso e com medo.

– Para de graça garoto! – Recebeu um tapa de Lacey que estava abraçada ao braço de Leana até o momento.

Falando em Leana, ela estava totalmente estática. Quer dizer, travada mesmo. Os olhos arregalados e não falava nada, parecia até que estava tremendo.

Zacky foi até ela e a abraçou, a mesma nem retribuiu, devia estar mal de verdade. Também ficaria se fosse uma garota e encontrasse meu namorado semi morto na casa dos gêmeos safados, sendo que um deles estava se pegando com o namorado no banheiro, enquando meu namorado se pegava com um cabeludo metido a pegador no mesmo lugar.

– Nos acompanhem. – disse o policial gordo, tirando-me de meus devaneios.

(3ª pessoa)

Os adolescentes saíram da casa bagunçada e foram para a viatura. Como não havia espaço suficiente para eles, foram amontoados no banco, sendo que as meninas e Johnny foram no colos dos três maiores e os gêmeos foram no porta-malas.

– Acho que o Jojo deveria ir no porta-malas também, só acho. – Matt fazia piada, tentando descontrair o clima.

– EI!

– Calem a boca idiotas. – Lacey que já estava estressada, disse enquanto pulava e se mexia no colo de Zachary.

Chegaram a delegacia e se separaram, os policiais os levaram cada um para uma sala, onde não poderiam manter contato para que recolhessem os depoimentos de cada um.

1 Hora depois

Os garotos, voltaram a se falar assim que saíram da sala, uns pareciam intimidados, outros como Benji e Valary, se não fosse pelo fato de Jimmy estar no hospital, quase morrendo, todo ferido e desacordado, estariam se divertindo.

– Precisaremos do telefone de vocês, caso precisemos de algo, aqui está o nosso.

Deixaram os seus celulares anotados em uma folha que o policial magro os entregou. O mesmo lhes deixou um cartão e foram embora.

Ao saírem da delegacia, seguiram direto para o hospital, onde Jimmy estava internado. Quando chegaram, correram para a secretaria.

– Dona! Dona! OH DONA! – Zacky falava impaciente tentando chamar a atenção da secretaria de cabelos descoloridos e maquiagem chamativa.

– O que posso ajudar? – Resmungou a mulher, o mal humor minava em seus olhos.

– AAH Nós queremos um sanduíche vegetariano com ovo, salada de batata e morango silvestre com abacaxi, pode ser? – Matt disse revirou os olhos, arrancando risadinhas de seus amigos – Queremos saber sobre o estado de James Sullivan.

– Bem, vou ver o que posso fazer. – A mulher pegou o telefone e discou alguns números. – Podem subir, sala de espera no 3º andar, falem com a recepcionista de lá.

– Obrigada. – Brian falou e os garotos entraram no elevador.

– Com licença moça. – Valary chamou a recepcionista, que parecia incrivelmente com a do primeiro andar. A mulher olhou para a voz que a chamava, sorrindo.

– Sim.

– Queremos saber sobre James Sullivan. Ele está bem?

– James... James... – A mulher agora folheava um bloco grosso de fichas medicas. – Ah sim. James passou por algumas cirurgias, e ainda terá que passar por mais. Parece que as facadas foram bem profundas, por sorte não atingiram os órgãos vitais, mas passaram extremamente perto e as cicatrizes vão ficar bem feias.

– Ele está acordado pelo menos? – Johnny perguntou, ansioso. A mulher assentiu.

– Já está no quarto. É o 23B. Sigam reto por esse corredor e virem a direita.

– Obrigada.

Foram para o quarto e ao entrarem no mesmo, levaram um susto.