Faça Um Pedido. escrita por marina bogoeva


Capítulo 6
Final.


Notas iniciais do capítulo

FINAAAAAAAAL ~ Le final. Espero que curtam.



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-É incrível como ele melhorou. Ele estava com morte cerebral, certo? Tinha sido profundo o trauma! -Um médico dizia, comendo uma maçã e olhando para uma mesa grande cheia de folhas.

-Eu não entendo isso!-Outro médico exclamou- Só pode ter sido um milagre! 

-Me explique o que aconteceu. -Uma médica ruiva entrou na conversa.

-Matsu Hitoru. Um garoto que havia chegado aqui com um trauma profundo na cabeça. Nós achamos arriscado fazer uma cirurgia, pois isso agravaria o estado dele e poderia matá-lo, mas mesmo assim fizemos e deu errado, ele ficou com morte cerebral. Mas por incrível que pareça, hoje ele acordou bem, sem nenhuma sequela. Não é incrível?

-Talvez Deus tenha lhe dado mais uma chance de viver.-A médica respondeu, surpresa.

-Deus? Acredita nele?

-Acho que depois disso irei acreditar. 

A conversa de como foi incrível a recuperação de um quase-morto continuou por muitos minutos. Mas não estamos interessados nisso, e sim, em como Hitoru se sente.

Ele está lá no quarto, deitado, comendo uma gelatina e tentando se lembrar o que aconteceu. Achou uma carta, uma carta muito bonita com as letras meio trêmulas mas bem emocionante. Também viu uma fita amarrada ao seu dedo indicador e quando olhou para baixo da cama procurando seus sapatos, viu dois pipas. Ahh... como não iria se lembrar? Ai esteve lá. "Uma viagem?" Ele pensou. "Deve ser algo importante, afinal, ela nunca sai. Hm. Espero que se divirta." Sorriu ao terminar de ler a carta. Sentiu um vazio no peito, como se aquilo soasse como um adeus... será?

Mas onde estava Ai? 

Ai POV'S.

Será que vou poder cumprir todas as coisas que disse na carta? Não entendo como pude deixá-lo ir sem mim. Agora vou ficar aqui para sempre, até surtar, eles apagarem minha memória e eu nunca mais ouvir falar do nome Hitoru. Não quero me esquecer dele. Devo ter me esquecido de muitas pessoas... Estou vendo que a morte é mais difícil que a vida. Mas se Hitoru está bem, eu fico em paz. 

-Sawako Ai. - Uma voz grossa me chamou, e eu virei o rosto para poder ver quem era.

-Hai?- Perguntei, me levantando.

-O chefe quer bater um papo com você. 

-Chefe...?- Antes que eu pudesse começar meu interrogatório, eles me pegaram pelo braço e eu desapareci junto com eles, re-aparecendo em uma sala preta e medonha.

Abri os olhos lentamente e vi um lustre enorme em cima de mim, á minha volta diversos ceifeiros. Acho que devia me acostumar com eles, afinal sou uma deles. Mas a unica coisa que eu senti foi repulsa, e ao mesmo tempo medo. Á minha frente, uma grande cadeira da cor vermelho escuro e uma figura magra e alta, segurando um cajado e também de terno me olhava, de pernas cruzadas balançando o pé e me olhando com desprezo. O olhar daquilo me fez estremecer... eu sabia que não devia ter deixado Hitoru voltar á vida. Mas foi preciso.

-Enquanto você pensa que foi preciso, eu estou pensando em como te castigar. Oh, não preciso me apresentar não é? Sou Morte. 

-Oh...hm. Olá. -Eu respondi descontraída, tentando não mostrar meu nervosismo. Aquela coisa lê mentes.

- Veja bem... você não fez o serviço direito. -Ele se levantou- Era para ele ter morrido, assim como todos que recebem nossa visita.-Ele pegou seu cajado e com ele levantou meu queixo, olhando diretamente para os meus olhos.-Sawako Ai... a persistente. A bactéria que se acha inferior. A amorosa. -Eu o encarava.- E ainda tem a coragem de olhar nos meus olhos!

E assim, eu fui ao chão por conta do empurro que ele me deu. E ele ainda me chutou. Quem ele pensa que é? Opa...

-Qual é o problema? As pessoas tem o direito de viver. -Eu respondi, olhando-o novamente.

-Mas você é persistente mesmo! Essa é a lei natural, as pessoas crescem, vivem, envelhecem e morrem. Algumas morrem no começo ou no meio, mas todas tem que morrer um dia. E não é você quem muda isso.

-Tudo bem. -Eu comecei a me levantar.- Á meio dia atrás eu nem sabia que eu trabalhava para você, podemos poupar o sermão...

-Você está me desafiando? -E de repente, eu fiquei paralisada.

Ele estava me controlando, aquele desgraçado, e com um movimento do cajado ele me jogou do outro lado da sala. Isso pra mim foi demais. Eu me levantei e, sem saber como, joguei um tipo de poder nele. Ele desviou. E assim, começamos a soltar uma sequencia de luzes pelas mãos. Eu, duelando com a própria morte. 

Pensei em matá-lo. Matar Morte. Incrível. Mas aí então eu pensei no que ele havia falado de Lei Natural... e é claro que isso não me fez parar de querer pegar aquele cajado em formato de foice e enfiar em seu peito. A cada poder que eu jogava, eu me aproximava dele, e eu queria sim pegar aquela foice. Ouvi histórias de que a unica coisa que matava um ceifeiro e a morte, era a própria foice. Não sei se era verdade, mas cada vez mais eu estava curiosa em descobrir isso.  Por um momento, ouvi a voz de Hitoru me chamar. Tudo parou e aquilo, de alguma forma, me deu forças e então dei meu ultimo golpe e foi no cajado-foice. Finalmente, ele caiu no chão e todos que estavam na sala foram para cima dele, eu me joguei e consegui pegá-lo, enquanto tantos outros estavam amontoados um em cima do outro a fim de roubá-lo.  

Senti um choque invadir meu corpo, e algo começar a estourá-lo por dentro. Gritei. E todos voaram para longe, inclusive Morte. 

-O que você está fazendo, garota estúpida? -Morte dizia, sangrando e se levantando.

-Eu vou te matar. -Meu braço ainda estava explodindo, e eu ainda sentia choques por todo o corpo. 

-Vê seu braço? -Ele começou a andar para trás conforme eu chegava perto. -Ele está roxo, e veja, os estouros estão começando a chegar na superfície de sua pele. O cajado percebe que não é o verdadeiro dono. 

-Eu tenho outro braço. -Me senti estranha, como se não fosse mas eu lá dentro de mim mesma. Mas não fazia diferença, eu iria vencer. 

-Você não quer matar os outros, e se me matar vai se tornar a nova Morte e assim terá de matar. 

Não havia pensado nisso. Várias imagens de mim e Hitoru passaram diante dos meus olhos, e eu, como de costume, comecei a chorar. As lágrimas foram uma junção de minha dor no braço e da tristeza de ter que matar tantos outros meninos iguais ao Hitoru, e de preocupação e saudade em relação áquele pequeno sorridente. Lembrei de tanta coisa, de cada segundo que vivi, e que disperdicei. "Lei Natural"...

-O certo é se um viver, outro tem que morrer, não é? -As tão conhecidas lágrimas já corriam pelo meu rosto.

-Você reviveu alguém, portanto terá de ceifar outro alguém.

Respirei fundo e procurei o céu. Só vi um grande teto de madeira escura. Fechei os olhos. Fui até o centro da sala, limpei minha última lágrima.

-Vejo vocês por aí. -E por fim, me apunhalei no coração. Eu pude ouvir meu coração bater desesperado no começo e ir parando aos poucos, junto com a minha visão se distorcendo e ficando escura, junto com a minha falta de ar agonizante. Nem sei se foi ilusão, mas a ultima coisa que vi, foi um céu com muitas estrelas brilhantes. Mais estrelas que o normal... 

Morrer por meu melhor amigo... isso sim me pareceu justo.

Ai POV'S end.


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Notas finais do capítulo

FIMMMMMMMMMM ~ lindinho não é? Eu até iria fazer um capítulo á mais, dela já "no céu" e o Hitoru pensando nela e ela aparecendo e um pequeno diálogo fofo entre os dois, mas só de pensar eu já começo a chorar de tanta fofura. LKMDADKSA, se quiserem eu faço! só pedir. E aqui eu termino mais uma história, obrigada por ler! Deixem reviews! Pode criticar também, eu gosto e é sempre bem vindo :3 Nos vemos em outra fic por ai, Tchu!! ♥



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