A Quinta Criança - O Escolhido escrita por Valentinnes


Capítulo 45
Segredo




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– Foi bom te conhecer – respondeu o hyung tocando meu ombro sério e deu as costas. Ainda tentei argumentar com ele para que me contasse sobre sua visão, mas ele disse que aquilo era um castigo por eu ter traído ao Pedro, um garoto tão jovem, tão inexperiente no amor...

– Talvez eu deva pedir desculpas ao Heechul hyung... - pensei alto enquanto procurava os dois mais velhos do grupo com os olhos, mas tudo o que encontrei foi o líder. Um pouco nervoso, escondi as mãos em meus bolsos e caminhei vagarosamente em sua direção – Líder, gostando da festa? - perguntei forçando um sorriso ao fim.

– Eu devia esperar por notícias do Kyuhyun em sua casa... - respondeu ele absorto em seus pensamentos, mas rapidamente pousou seus olhos escuros e críticos em minha face – Mas que raios está fazendo com aquela garota? Você e o KangIn não queriam que ela namorasse o Pedro?

– Essa era nossa intenção inicial, mas houve uma pequena mudança de planos... - as palavras estavam presas em minha garganta, eu não sabia e muito menos queria explicar aquilo para o líder, então decidi mudar de assunto – Falando do Pedro, onde ele está?

– Ele me pareceu chateado depois que viu a Krystal lhe beijando... - respondeu o líder entortando os lábios e olhou por cima de meus ombros. Acompanhei seu olhar e fiz uma careta ao encontrar a imagem do menor sentado de costas em uma mesa vazia – Acho que devia falar com ele.

– Eu não! - protestei de imediato, já bastava uma bronca de KangIn hyung, eu que não receberia uma bronca de um maknae – Você como um bom e entediado líder vai falar com ele por mim – disse tocando os ombros do mais velho e o guiando sutilmente para a mesa do menor.

Ele ainda tentou protestar, mas não dei ouvidos, simplesmente o levei até a mesa e fiquei um pouco afastado, mas atento a todos os sons e ruídos que pudessem ser produzidos por ambos. Leeteuk não parecia muito confortável, mas mesmo assim, sentou ao lado do maknae e assoprou o ar de seus pulmões pela boca, formando um gracioso bico.

– Como você está? - perguntou ele pousando os olhos momentaneamente sobre face do mais novo. Uma pessoa normal não conseguiria escutar aquela conversa com tanta precisão sem auxílio de instrumentos de escuta, não à distância em que eu me encontrava, mas eu não era uma pessoa normal.

– A Krystal noona é muito nova para o Simão, você não acha? - comentou o menor sem tirar os olhos tristonhos do arranjo floral que estava localizado no centro da mesa.

– Omo! Desde quando a idade determina com quem você deve ficar? - perguntou o líder contrariado. O maknae pousou seus olhos curiosos e inocentes sobre a face do mais velho – Idade são apenas números, não define experiência, não define maturidade, muito menos relacionamentos. Se você gosta de uma pessoa de verdade, não deve se preocupar com isso.

– Mas o Simão é um idoso com cara de vinte anos – retrucou o menor me magoando profundamente. Se ele continuasse insinuando que eu estava muito velho, ele ia aprender que não se tem idade para socar um garotinho.

– Não importa idade ou aparência, o importante é o que está aqui dentro – filosofou o líder tocando suavemente o lado esquerdo do peito do menor – Ele não escolhe por quem você se apaixona.

– Isso é bobagem – retrucou o menor afastando bruscamente a mão do líder e cruzou os braços sobre o tórax – Eu posso muito bem escolher ficar longe de um pedófilo de lábios nervosos se eu quiser, só não o faço porque fico entediado sem ele.

– Pedófilo de lábios nervosos? - perguntamos eu e o líder em uníssono, mas obviamente ele só ouviu a pergunta do mais velho, pergunta que lhe arregalou os olhos.

– O quê? Eu não disse pedófilo... - retrucou o menor tremendo e com as bochechas enrubescendo.

– Oh! Então é por isso que o Heechul teve uma visão na qual você era gay... – disse Leeteuk soando pensativo, ao mesmo tempo em que acabava com toda a descrição do plano de não permitir que Pedro se tornasse gay. O menor começou a tossir.

– Eu não vou virar gay! - retrucou ele após longos segundos de uma tosse seca com a voz ainda entrecortada.

– Espero – disse o líder se erguendo com uma das sobrancelhas arqueadas e deixou o menor bufando sozinho. Mas que raios de conversa havia sido aquela? Pedro estava sendo assediado por um cara mais velho? Eu não sabia como, mas eu ia descobrir a resposta para aquilo.

Olhei em volta procurando por Heechul, e de primeiro instante tudo o que vi foi KangIn seguindo uma moça enquanto ela desfilava pelo salão com um sorriso altivo nos lábios. Franzi o cenho observando aquela jovem coreana, seu rosto arredondado, olhos bem delineados pela maquiagem negra, cabelos nos ombros e belas curvas me eram familiar, mas apenas balancei a cabeça negativamente, eu precisava encontrar Heechul hyung.

Girando nos calcanhares enquanto analisava todos os presentes a procura do hyung, o encontrei junto de Krystal em um canto do salão. Foi inevitável não fazer uma careta e caminhar sorrateiramente ao encontro dos dois. Parei a uma distância em que minha audição aguçada funcionaria com perfeição e respirei fundo enquanto me concentrava no movimentar dos graciosos lábios do hyung.

– Quantos anos você disse que tem mesmo? - perguntou o mais velho sendo o mais indelicado possível, mas pelo sorriso que não desaparecia da face da minha dongsaeng, ela estava gostando da conversa.

– Dezenove – respondeu Krystal gentilmente.

– Não vejo sua mãe faz vinte anos... – comentou Heechul pensativo, como se adentrasse a uma lembrança antiga, mas bruscamente foi empurrado de volta a realidade – Mas conte-me, quem é seu pai? Ele e a Jessica estão casados?

– Meu pai é um americano, mas quando eu tinha cinco anos minha mãe o deixou e me trouxe para a Coreia do Sul, agora ela tem alguns namorados, mas você deve imaginar como é né? Depois de uma certa idade solteira, ela desistiu de relacionamentos sérios...

– Oh! Sua mãe sempre foi tão bonita, tão espirituosa, eu gostei muito dela, uma pena que nossos caminhos tenham se distanciado... Mas você também é uma garota muito bonita, tenho certeza que possui uma carreira sólida pela frente. Espero que cresça muito em sua profissão – desejou o hyung sorrindo.

– Ela terá sempre o meu apoio – finalmente interrompi aquela conversa que estava tomando um rumo muito suspeito.

– Mas eu deixaria minha carreira para me tornar a mãe de seus filhos – falou Krystal toda romântica tocando carinhosamente meu maxilar, enquanto Heechul entrava em uma tosse forte e desesperada – O senhor está bem? - perguntou ela preocupada, enquanto tocava suavemente o ombro de Heechul.

– Estou... - disse ele bem baixinho ainda em meio sua crise de tosse e abriu um forçado sorriso para a minha garota – Mas por favor, concentre-se em sua carreira tudo bem? Você tem um grande futuro pela frente, não queira acabar em uma cozinha e com cinco criança correndo pela casa – Krystal riu constrangida enquanto Heechul tocava-lhe uma mecha do cabelo solto – E quando ver sua mãe, diga que lhe mandei um abraço e que sinto sua falta – um sorriso tímido iluminou a face do mais velho, que após receber uma confirmação de Krystal, se despediu com uma polida reverência e saiu andando.

– O Heechul hyung é um homem muito sábio, você devia escutá-lo – disse de imediato quando seus olhos amendoados pousaram em minha face assustada, mas que fazia de tudo para parecer serena.

– Não diga isso oppa, o importante é que fiquemos juntos – respondeu Krystal novamente pendurando-se em meu pescoço – Nossos filhos serão lindos – sussurrou ela sorridente em meu ouvido.

Senti um nó formar-se em minha garganta. Havia muitos motivos para aquela reação, mas a principal era o meu passado, que recentemente havia resolvido me visitar sob a face de Pedro. Respirando ofegante sem perceber, segurei os pulsos de Krystal com um pouco de força e a afastei de mim.

– Eu preciso ver uma coisa... - foi tudo o que disse de cabeça baixa e sai rapidamente de perto dela, que ainda tentou argumentar comigo, mas simplesmente não dei ouvidos.

P.O.V – Siwon off


P.O.V – Pedro on

– Se eu soubesse que o Simão estava namorando, eu não teria vindo – reclamei com minha cabeça encostada no blazer azul marinho que o hyung-nim estava usando, enquanto fazia um manhoso e tristonho beicinho.

– Não vai durar – respondeu Heechul balançando a cabeça negativamente enquanto observava Simão ir para longe da minha simpática e bonita noona – Olhe bem para o Siwon, ele não está mais na idade de se apaixonar, só está com ela porque está entediado.

– Hyung-nim, quando eu tiver a idade de vocês, estarei entediado também? Quer dizer, não vou me apaixonar mais? - perguntei me afastando do maior, para que pudesse observar sua face de traços tão delicados.

– Não pense nisso Donghae, você ainda tem muito tempo pela frente, quem garante que daqui até lá você não vá encontrar o amor de sua vida, hein? Eu infelizmente nunca encontrei o meu, ou talvez até tenha encontrado, mas... - seus olhos se fixaram no chão e um suspiro baixinho escapou de seus lábios.

– Você o deixou ir embora? - perguntei recordando-me daqueles filmes melodramáticos que minha mãe costumava assistir, onde era sempre a mesma coisa, a pessoa só percebia que amava a outra depois que a perdia, então era um caos total para reaver o amor perdido.

– É... – respondeu o mais velho abrindo um torto sorriso – Mas não vamos falar de amor, porque se tem uma coisa que aprendi nesta minha curta vida é que nós somos eternos, mas o amor não, então vamos para a mesa do buffet.

– Sua frase nem faz sentido hyung-nim – protestei fazendo bico.

– Claro que faz, afinal, nós não morremos de causas naturais e se nos machucarmos, temos o Jung-su hyung para nos curar, é claro, isso se não morrermos na hora... De qualquer forma você é sua própria cura, então pense que se você tomar cuidado, viverá por muitos anos, o suficiente para ver cada um de seus hyungs morrer, e por mais triste e doloroso que seja no momento, depois de alguns anos você vai nos esquecer, o seu amor por cada um de nós vai morrer lentamente, até não existir mais, mas você continuará de pé, amará novas pessoas, odiará algumas outras e assim por diante.

– Você me ama hyung-nim?

– Mas é claro que sim Donghae, você é como o filho que sempre sonhei em ter, um pouco mais problemático é claro, mas um garoto de muito talento e personalidade, eu amo você Donghae – disse o mais velho me puxando para um abraço.

Aninhei-me em seus braços esguios e deixe-me envolver pelo seu calor e proteção.

– Isso foi a coisa mais gay que eu já ouvi na vida – disse o líder paulatinamente ao nosso lado, enquanto nos observava com uma careta.

Afastei de Heechul sentindo minhas bochechas arderem.

– Agora você nega o seu amor por mim? - perguntou hyung-nim fingindo-se de ofendido – Eu sei que você me ama Leeteuk, não tente negar esse sentimento – disse o hyung indo de braços abertos para o líder, mas este se esquivou do abraço.

– Por favor Heechul – retrucou o mais velho sério.

– Aigo! Como você está chato, vamos Donghae, vamos para mesa do buffet – resmungou hyung-nim tomando minha mão e me levou para longe do líder que apenas nos fitava inquieto.

Enquanto acompanhava Heechul até a mesa da comida, escutei uma música pop tocar baixinho sob a música que tocava de fundo. Primeiro olhei em volta tentando decifrar de onde ela vinha, mas percebendo que o som vinha da minha calça social negra, tateei os bolsos até encontrar o celular de Kyuhyun.

– Por que ainda está com o celular do Kyuhyun? - perguntou o mais velho me espreitando com os olhos, enquanto eu tentava ler o nome em hangul.

– Pensei que algum conhecido do Kyu poderia ligar... - disse sem dar grande importância, já que meu interesse maior estava em decifrar aquele nome – Sen... Seong... Sung... Sungmin! - falei em um sobressalto.

– Quem? - perguntou Heechul prontamente.

– Nada, eu já volto – respondi sentindo meu coração acelerar e sai correndo para longe do maior. Ainda no caminho do banheiro masculino, apertei a tecla de atender e levei o celular ao ouvido – Sungmin hyung?

– Kyuhyun? - perguntou um hyung confuso do outro lado da linha. Eu facilmente reconheci sua voz, mas ele provavelmente não reconhecia a minha, só não imaginei que ela ficasse tão diferente ao celular.

– Não, é o Pedro, o Kyuhyun continua desaparecido.

– Ele está desaparecido? - perguntou o maior surpreso.

– Sim, eu liguei ai de manhã hyung, liguei para saber se ele não havia dormido na sua casa, mas uma noona que atendeu disse que ele não estava ai... Ela não te disse nada? - perguntei por fim, fazendo um pequeno bico.

– Não, ninguém me avisou nada, mas você não tem ideia de onde ele possa ter ido?

– Não, não faço ideia. Amanhã irei com meus hyung dar queixa a polícia, espero que ele apareça até lá, estou muito preocupado – entortei os lábios pela aflição que me dava em pensar que o Kyu podia estar preso e sozinho em algum lugar escuro.

– Você não é o único, mas me responda uma coisa, você disse que uma garota que atendeu o meu celular?

– Sim – respondi sem dar grande importância.

– Tudo bem, depois eu ligo para perguntar do Kyuhyun – disse ele sério – Até mais Pedro – e desligou a chamada sem ao menos esperar que eu lhe respondesse algo. Havia algo de ruim acontecendo com o hyung, só pelo seu tom de voz era possível sentir que algo não estava bem.


***


– Onde está o Young-woon? - perguntou hyung-nim para Simão que havia passado metade da festa desaparecido e a outra metade conversando com alguns hyungs de sua agência. Ele conversava com qualquer um, menos conosco.

– Não sei, deve estar paquerando alguma garota – retrucou o mais alto entediado, enquanto dava de ombros.

– Vou procurá-lo – avisei me intrometendo na conversa dos mais velhos e sai caminhando rapidamente pelo salão, algo que eu havia evitado a noite inteira, mas depois de Kyu desaparecer, eu não queria perder outro hyung, muito menos continuar naquele tédio.

Depois de muito andar por aquele salão agitado, de má iluminação, com pessoas dançando como loucas e músicas ruidosas e ensurdecedoras, encontrei tio KangIn largado próximo a uma das saída dos fundos. Ele estava sentado no chão, sua roupa estava amarrotada, seu cabelo desorganizado, o odor de álcool era sentido de longe, mais bêbado do que aquilo era impossível.

– Pepezinho, vem cá menino! - disse ele quando me avisou, esticando a mão direita para mim e fazendo sinal para que eu me aproximasse. Embora relutante, notando que não havia nenhum hyung meu por perto, me aproximei do mais velho e me coloquei de joelhos a sua frente – Ela me abandonou de novo Pepe, ela só brinca comigo, fala pra ela parar com isso tá?

– Ela quem? – perguntei franzindo o cenho confuso.

– A moça dos cabelos curtos – sussurrou ele como se fosse um segredo a ser guardado, mas seu hálito de bebida e sua expressão desorientada e engraçada me deixava preocupado.

– Tudo bem tio KangIn, falarei com ela, mas primeiro me acompanhe – disse tocando seus ombros e fiz menção de ajuda-lo a se levantar, mas seu estado era tão depreciativo, que ele nem deve ter percebido que eu tentava ajuda-lo.

– Você é um bom garoto – disse ele afagando meus cabelos, ou pelo menos tentando afagá-los.


***


Heechul hyung ficou muito bravo com tio KangIn e acabou me levando para o seu apartamento, enquanto Leeteuk e Simão ficaram responsáveis por levar tio KangIn para o sobrado de Simão, que também não seria capaz de abrigar a todos nós, por possuir apenas três quartos, sendo a suíte de Simão com uma cama de casal e os outros dois cada um com uma cama de solteiro.

– Você vai ficar bem em seu quarto? - perguntou o hyung-nim atravessando a sala, enquanto desabotoava o seu blazer azul marinho.

– Vou – foi tudo o que respondi entortando os lábios e o acompanhei até seu quarto que ficava defronte com o meu.

No dia seguinte Leeteuk relatou o desaparecimento de Kyu à polícia, mas hyung-nim ainda estava crente que Kyu havia sido sequestrado por algum laboratório de pesquisas. Nossa única esperança era tio KangIn, que poderia ter uma visão com o nerd, mas ele estava com uma ressaca tão grande, que nem querer sair da cama ele queria.

– Se nós tivéssemos pelo menos uma pista, valeria a pena continuar aqui, mas não temos nada, tudo o que podemos fazer é esperar KangIn se recuperar e rezar para que ele tenha uma visão com o Kyuhyun. Por enquanto eu, KangIn, Heechul e Pedro voltaremos para o sobrado – disse o líder para Simão, já que tio KangIn não descia do quarto e Heechul hyung estava bravo demais com tio KangIn para descer do carro.

– Tudo bem, se eu descobrir alguma coisa, seja ela por menor que seja, eu ligo para você.

– Certo – respondeu o líder assentindo com a cabeça e voltou seus olhos para as escadas – Vou ter que arrastá-lo primeiro andar abaixo? - perguntou ele apoiando as mãos na cintura, provavelmente já imaginando o trabalho que aquilo daria ou quem sabe bolando um plano para descê-lo mesmo contra sua vontade.

– Boa sorte – fui tudo o Simão respondeu com um sorriso divertido nos lábios.

P.O.V – Pedro off


O sol se fazia presente na grande e movimentada Seoul, sol que aquecia os lares e incentivava as pessoas a saírem às ruas, mas depois de um tempo sob aquela claridade protetora, ela incomodava, mas havia um grupo persistente que mesmo depois das duas da tarde continuava uma vaga busca.

– Eu já disse, o Kyuhyun não está em Seoul! O tanto que nós já andamos por aqui, já fomos dos bairros mais ricos aos mais pobres, mas em momento algum eu senti um tecnólogo, não é possível que ele esteja fugindo de nós – retrucou o menor e mais novo daquele quarteto que andava pelas movimentas calçadas do centro.

– Nós não podemos desistir agora... - disse Yesung pousando as mãos na cintura e entortando os lábios, pensativo – A culpa é toda sua! - e agora ele se referia a Eunhyuk que arregalou aos olhos – Se você não tivesse se intrometido, o Kyuhyun estaria conosco até hoje no acampamento.

– Aigo! Mas o Kyuhyun não é como nós, ele tem aquele quarteto de diferentes... – começou o loiro em sua defesa, mas foi interrompido pelo mais novo.

– Espere, estou sentindo algo – disse o menor do grupo fazendo sinal para que os outros parassem de falar. Houve um silêncio momentâneo enquanto o menor se concentrava nas áureas ao seu redor, silêncio que foi quebrado por uma voz feminina.

– O que foi Jin? - perguntou Yuri baixo, enquanto se aproximava calmamente do mais novo.

– Tem outro detector por perto, mas ele é muito forte, provavelmente já nos sentiu. Eu só não entendo o porquê dele não estar intimidado com nossa presença... Ele está se aproximando – anunciou o jovem deixando todos em estado de alerta.

– Por onde? - perguntou Eunhyuk girando nos calcanhares, preocupado.

– Por ali – apontou o garoto para o outro lado da rua, na direção de uma jovem de cabelos curtos e jeans escuro que caminhava calmamente como as demais pessoas ao seu redor.

Sua expressão em tão homogênea quanto das demais pessoas, suas roupas eram um simples jeans e uma camiseta branca com uma estampa qualquer, mas sentindo que um indicador lhe apontava, ela olhou na direção de Jongjin. Seus olhos se encontraram por uma fração de segundos, mas foi o suficiente para que ela sorrisse de modo zombeteiro e continuasse seu percurso como se nada tivesse acontecido.


***


– Minha cabeça dói! - reclamou KangIn, o alcóolatra oficial do grupo, enquanto cobria os olhos com as mãos.

– Tome logo esse chá, vai te fazer bem – resmungou Heechul, ao pé do sofá onde KangIn estava espalhado, com uma caneca fumegante em mãos.

– Quem garante que você não jogou uma macumba ai? - perguntou o atual vidente descobrindo o olho direito por uma fração de segundos e encarrou ao mais velho com o olho semicerrado.

– Eu por acaso tenho cara de macumbeiro? E não pense que fiz isso por você, fiz apenas porque o Donghae me implorou, então tome de uma vez antes que eu o jogue em você – resmungou o mais velho fazendo uma careta irritada.

Muito contragosto, KangIn sentou-se no sofá e pegou a caneca com ambas as mãos. Ao sentir o calor em suas palmas, ele reclamou, fazendo Heechul revirar os olhos enquanto seguia para a varanda. Segurando na parte de cima da enorme caneca, ele assoprou por um longo tempo, até que tomou coragem para dar um pequeno gole. Delicadamente ele levou a caneca à boca e virou vagarosamente, deixando o líquido quente tocar seus lábios. O chá estava forte e com pouco açúcar, deixando isso evidente na expressão de desgosto do mais velho, mas assim que afastou a caneca dos lábios, seu olhar congelou, junto com seus movimentos. Seus dedos tremularam soltando a caneca. Pedro, que estava sentado no outro sofá apenas como um observador, ainda tentou pará-la no ar, mas foi inútil, ela se partiu espalhando pedaços de porcelana e chá pelo tapete.

– Young-woon! O que você fez? - questionou Heechul adentrando irritado de volta a sala.

– Eu vejo um laboratório... - disse KangIn com o olhar parado – Sequestraram o Kyuhyun e estão fazendo testes com ele – a respiração pesada e ofegante do vidente era ouvida por todos no local e pendendo a cabeça levemente para o lado, seus olhos captaram Heechul - Sua filha será a próxima.

– Filha? - perguntou Heechul boquiaberto, enquanto recebia o olhar surpreso de Pedro.


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Notas finais do capítulo

Como está na reta final, resolvi parar com os mistérios, porque deixar tudo para o último capítulo seria complicado para o meu cérebro. Espero que entendam e não percam o próximo capítulo desta emocionante história LOL
by: Mc =]