Como Sobreviver Num Acampamento De Nerds escrita por Pequena em Paranoia


Capítulo 17
Dica 17 - FIM DA TRÉGUA


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas aqui está :3 um capítulo e uma dica de um escritor diferente hihihi. Matt veio ser meigo para nós



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Décima Sétima Dica: FIM DA TRÉGUA

A garota que escreve nesse caderno é detentora de uma inteligência questionável. Sim, não é ela que está escrevendo agora – e ela vai ler isso e vai ficar furiosa. Sou eu, Matt. E quero deixar bem claro que chegamos ao FIM DA TRÉGUA porque esta garota recheou esse diário que ela chama de caderno de dicas (como se fosse mostrar para alguém) com injúrias e inverdades sobre minha pessoa.

Delinquente foi repetido pelo menos quarenta vezes nesse caderno. Fora “valentão”, “drogado”, “olheiras do tamanho de baleias”, “James Dean fajuto”, “bunda mole de Hutt”, “pseudogigolô morto de fome”, “tarado sociopata”, “roqueiro de meia tigela”, “comedor de cocô de passarinho”... “você-sabe-o-que”? Fala sério.

Lucy é atarantada demais e conseguiu ganhar minha amizade... Até perder esse caderno aqui quando foi buscar o jacaré nas barracas masculinas e me deixar a par de todos os seus pensamentos. Bem, a vingança nunca é plena, mas a trégua entre nós já era. Leu isso, Lucy?! Já era! Mas vamos fazer do seu jeito. Deixarei, aqui escrito, tudo transparente e claro como água para que você saiba que não sou como você, que aceita uma trégua para que outro te carregue nos braços.

.

Tudo começou quando eu estava andando para as barracas masculinas e me deparei com a presença deste “caderno de dicas” e a tua feição de nervosismo constante.

Na verdade, começou momentos antes, quando estávamos sentados na mesma mesa e vimos Lucky passear pela Grande Casa com a cueca por cima da calça, enquanto todos o chamavam de “Superhomem”. E para completar minha visão do inferno, você, Lucy, quase soltou seu suco pelo nariz quando viu a cena. Foi medonho como você começou a rir desesperadamente.

Tínhamos acabado de fazer as pazes, por isso eu não comentei nada... Não porque, como o Jeon pensava, seria crueldade demais te fazer correr atrás de mim com aquele seu tornozelo enfaixado – isso eu faria sem piedade. E para deixar registrado nesse “caderno de dicas”, você estava com o tornozelo enfaixado.

– Então esse foi o preço da aposta? – Jeon brincou, mastigando como chiclete a batata que ninguém do acampamento conseguia comer. Ninguém mesmo, eu tentava essa proeza há anos.

– É, eu salvei a franguinha. Quero dizer, a Lucy. – eu disse e me corrigi por conta do nosso suposto tratado de Versalhes. O que fez Jeffrey trocar os olhos de tanto piscar. A reação dele não me surpreendeu, nem a de Charlotte, nem a de Eric, nem a de Jeon, nem a expressão de nada da Jenna. Fiquei surpreso com você que nem piscou.

Você me empurrou com o ombro, sorrindo como uma menina de verdade, dizendo:

– É, você salvou. Mas eu podia vencê-lo. Obrigada.

Não lembro se foi essa a ordem das frases que tu disse, eu estava absorto demais com a idéia de te escutar me agradecendo.

– Ta certo, que bicho picou vocês dois que ainda não se chamaram de apelidos? – Jeon pestanejou enquanto falava. – Não me digam, não quero escutar que vocês se assumiram.

Eu sinceramente quis insinuar vômito, mas você fez isso primeiro, como de costume.

– Eu e ela juntos? – resmunguei. – Eu tenho que reconquistar a minha mulher. Ela nem me deu bola agora a noite, tive que vir sentar com vocês.

– Somos tão ruins assim? – Charlotte fez uma carinha de bebê para me derreter e eu sorri. – Vamos, Matt, seja sincero que você até gostou de hoje.

Ela fez referência a eu ter te carregado no braço, e eu tenho certeza que nós dois fizemos a mesma careta.

– De ter dado uma surra na Lucy?

– Se eu não tivesse torcido o tornozelo, eu te daria uma surra. – você falou, rindo.

– É, vai nessa, Lucy... – eu disse antes de ser interrompido com um berro de Jeon.

– PARA DE CHAMÁ-LA DE LUCY! Ta me dando nos nervos!

Revirei os olhos e dei de cara com Lucky do outro lado. Não consegui resistir e comecei a gargalhar. E Lucky percebeu que eu fiz graça dele, então andou pisando pesado para o banheiro, provavelmente para arrumar a cueca para dentro da calça.

– Lucy, você definitivamente é uma pervertida. Ter feito o Lucky fazer aquilo... Só você mesmo. – falei por brincadeira.

– NÃO CHAMA A GAROTA DE LUCY! Cadê as brigas?! As explosões?! O Matt pelado na tua frente?! - Jeon berrava e encenava com as mãos para cima e para baixo as explosões grandes. Eu e você rimos e nos entreolhamos como se combinássemos de falar o que havia acontecido – Espera, que olhar é esse?!

– Jeon, nós levantamos a bandeira branca. Estamos num cessar fogo. – você explicou como se fosse a dona da razão. Odeio quando você faz isso, anão de jardim.

– Pois é, agora o acampamento vai ficar sem graça.

Foi quando você fez uma careta medonha e me apontou o dedo gordo.

– Se quiser, podemos voltar a brigar agora. – você resmungou como um animal e destruiu toda a minha ilusão de te ver como uma menina.

– Relaxa aí, pequena, eu mereço um dia ou dois de sossego.

E você realmente ficou quieta depois daquilo. Eu imaginei que tivesse concordado que já bastava de briga, mas NÃÃÃÃO... Foi tudo para se aproveitar de mim, um pobre e inocente rapaz. Mais tarde, naquela mesma noite, você me pediu ajuda com seu jacaré/crocodilo de meia tigela para levá-lo à sua barraca. Era nosso tempo livre, então todos começaram a dispersar pela frente da Grande Casa ou pelas barracas, mas você foi me encher. Eu estava de boa na frente da Grande Casa até te escutar com sua voz de fuinha.

– Não quero pedir por favor, mas seria de grande ajuda se você pudesse levá-lo são e salvo para as barracas femininas. Sabe, ele ainda está na barraca do Jeffrey e eu estou debilitada demais para andar... – falou como se fosse uma santa. Maldita lenhadora de maquete.

– Ta brincando? – resmunguei, e a Srta “Sou pequena como uma pulga” fez cara de choro para tentar me persuadir. Não funcionou MESMO. Aí eu olhei pro seu tornozelo e fiquei até com um pouco de pena. Como eu não tinha lido ainda essa porcaria de caderno, acabei por me deixar levar. – Eu não vou nas barracas femininas. Você vai ter que ir buscá-lo. Vamos, eu te acompanho.

“Vamos, eu te acompanho”. Eu devo ter parecido o cara que tenta ficar mais perto da garota que ta afim. Esse é o tipo de coisa que eu faço/falo parra a Esther (porque enfim...), para a Jenna (quando trocamos três palavras) e para a Char... E é só. Nós dois ficamos íntimos de uma hora para a outra, da pra acreditar?

– Eu só preciso pegar minha mochila. Não posso levar o Jack no braço no meio das moitas, minha perna não deixa. – você disse, desaparecendo da minha vista como se não tivesse com o tornozelo enfaixado. Eu ri, juro que ri, mas não por maldade.

Naquele momento, Jeon passou por mim com risadinhas e levantadas de sobrancelha, insinuando algo.

– Não, eu não estou interessado na pintora de rodapé. – rosnei e ele achou graça.

– Eu tenho certeza vocês dois vão sair desse acampamento apaixonados. É melhor correr, o Jeffrey parece ter mais chances que você. – Jeon brincou. Ele estava com o violão debaixo do braço, ia provavelmente começar a tocar na frente da Grande Casa para as novatas dos Brancos. Ele nunca conseguia nada com ninguém.

Acabei por seguí-lo, coçando a cabeça com um incômodo fora do comum.

– Cara, eu tenho é que arrumar um jeito de reconquistar a Esther.

– Fala sério, a Esther já passou do prazo. – ele disse e eu o repreendi com o olhar. Ninguém fala mal da minha musa na minha frente, fora a Charlotte. – Se eu fosse você, encontraria outra pessoa pra ficar na mira. Sei que o Jeffrey é seu amigo, mas elas estão aí dando sopa o tempo todo. Poxa, tu já arrancou beijo da Lucy, tu é amigo da Charlotte há muito tempo e tu ainda consegue paquerar as duas sem nem tentar.

Pois é, eu paquero vocês sem tentar... Não, lógico que eu não paquero, droga! A única que eu quero não me quer, e ainda brincam que eu paquero vocês duas! Espero que a Char não veja essa porcaria de caderno, viu?

– Que tal você ficar com a Lucy? – eu entrei na brincadeira – Ela é toda sua. Altura não importa na horizontal, você sabe disso.

Jeon gargalhou e eu também. A brincadeira foi apropriada, afinal o que você não escuta, você não tem raiva nem me bate... Só que eu li o que li e achei apropriado te falar e te fazer raiva haha. Podia ter sido mais divertido o momento, mas o seu perseguidor Lucky chegou bem na hora.

– Pense numa baixinha desgraçada. – Lucky falou com uma risada prolongada. Já eu e Jeon nos entreolhamos, imaginando novamente a versão superhomem dele hahaha. – Sabem quando ela vai buscar a lagartixa na minha barraca?

Eu dei entreombros.

– Ela me pediu para ir lá pegar o bichinho, mas eu disse que só acompanharia. Estou esperando por ela.

– Eu posso acompanhá-la. – Lucky falou baixinho com um olhar desprezível. Velho, e você ainda achou ele bonito? O que garotas como você tem na cabeça?

– É melhor eu e o Matt fazermos isso, Lucky. – Jeon falou normalmente, mas você não o tinha convidado. – Sabe, já teve sangue demais por hoje, não acha? É capaz de ela romper o ligamento querendo correr pra te bater, aquela garota é maluca.

Ele riu e bateu no meu ombro.

– Essas malucas acabam com a gente... Vou fazer um plano para me redimir. Por falar em se redimir, como está a Esther?

– Eu acho... – suspirei e o afastei de leve com um empurrãozinho. Eu realmente não aguentava mais esse cara falando sobre a Esther. – Acho melhor você ir ficar com seus amigos. Não se meta mais com a Esther.

– Nem com a Lucy. – Jeon falou rapidamente.

– É, nem com a Lucy. – confirmei e acenei com a cabeça. – Hoje você conseguiu tirar minha paciência de várias formas, mais do que o habitual.

Lucky, entretanto, não se afastou. Ele sorriu maliciosamente e me empurrou levemente da mesma forma.

– Cara, acho que você não entendeu. Você está no meu caminho. – ele disse e piscou rapidamente os olhos, apontando para nossos lados. – Sabe, eu sempre consigo o que eu quero. E já foram algumas as vezes que você esteve no meio. Então vamos fazer o seguinte: fique fora do meu campo de visão e pode ser que você sobreviva.

Ele tentou me por medo, mas eu não consegui não gargalhar. Sério, eu comecei a rir dele se metendo de macho alfa para cima de mim! Foi muito engraçado! A cara de sério e a pose de sério. Eu não aguentei mesmo.

– Seguinte: eu vou fingir que não ouvi esse seu monólogo terrorista. – falei entre risadas. Jeon me acompanhou e sorriu amarelo. – Deixa de bobagem, essas meninas não são nada. Deixa o fusquinha ruivo de lado e olha quanta garota bonita tem nesse acampamento. Velho, fora os restos do Jonathan, dá pra paquerar um monte ainda.

Aí tu, oh chaveiro pequeno e desgraçado, apareceu no meio da conversa como quem sabe do que estávamos falando, soltando uma aura malígna e enraivecida desconcertante! Qual o teu problema?! Tu é doente ou o que?!

Essas meninas não são nada?! – tu falou atrás de mim... Tinha pego a conversa pelo meio e começou a se achar a dona do pedaço. – Eu vou matar você, Matthew Peter Simons. Eu não sou nada?!

– E tu ainda diz que vocês não tem nada. – Jeon brincou, me cutucando com o cotovelo.

Putz, assim tu acaba comigo, pequena polegar.

– Seu macaco safado de braços longos. Seu graveto gigante de bafo de onça. Seu diplodocus com juízo no pé!

– Diplodocus?! Agora eu sou um dinossauro?! – falei absorto – Cara! Bandeira branca! Já tivemos o Congresso de Viena, estamos em paz!

– Paz?! – você berrou e eu ri. – Para de rir, droga! Lucky, me mostre o caminho para a sua barraca, agora!

Aí que Jeon desatou a gargalhar, quase morrendo com falta de ar e se jogando no chão. Já o doido do Lucky saiu com uma cara de satisfeito absurda. Sério, vocês se mereciam demais. Fiquei até com pena quando vi vocês dois saindo, o Lucky quase voando de felicidade, e você mancando com a mochila nas costas aberta.

– Vou atrás deles, o Lucky vai acabar fazendo a coitada da menina de refém. – falei para Jeon, que não conseguia parar de rir.

– Vai! Atrás! HAHAHAHAHAHAHAHA.

Corri atrás de vocês dois, imaginando que ele ia te mostrar um santuário que ele fez em sua homenagem. Ia ser muito bizarro. Acabei por cair bem do seu lado e falar rapidamente:

– Deixe de besteira, pequena, você nem sabe do que estávamos falando.

Você jogou o cabelo ruivo na minha cara com tudo e me encarou no fundo dos olhos.

– “Fusquinha ruivo”! Ah, por favor. Esse nosso pacto de paz nunca existiu.

Nunca existiu mesmo, você fez tudo por interesse. Eu devia ter lido a porcaria do caderno antes.

– Vamos, eu te ajudo a andar direito. – falei porque tive pena do seu mancar constante. – Vai acabar rompendo um ligamento se forçar demais.

– Ela não quer a sua ajuda. – Lucky resmungou e parou de andar.

– Cara, tu tentou pegar o sutiã dela, sequestrou o suposto filho dela e ainda acha que ta com a razão.

Tenho certeza que alguma coisa estalou na sua cabeça e te fez perceber que o verdadeiro vilão era Lucky, tanto que virou brucamente para ele e fez uma careta engraçada.

– Ele tem razão. Esqueçam vocês dois, eu posso ir sozinha.

Rapidamente, você voltou a andar na direção das barracas. Lucky me jogou o olhar mais medonho que conseguiu e começou a andar atrás de você. Eu realmente precisava fazer algo!

Corri atrás de vocês dois e BAM! Te peguei no braço e te levantei, escutando teu grito agudo e assustado.

– MATT! PARA! MATT! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!

– Brincando com um Branco enfurecido.

Fitamos a cara de Lucky – ele soltou uma risadinha de quem não acreditava no que estava acontecendo – antes de eu começar a correr na direção das barracas.

– VOLTA AQUI COM A LUCY! – ele berrou, rindo.

– Vem pegar!

Eu te levei no braço apenas para fazer essa brincadeira com o Lucky, juro por Deus que não tinha mais nada em mente nem te queria nos meus braços.

Algumas pessoas que estavam perto começaram a soltar urros, dando força à brincadeira que eu fazia. À medida que eu corria, você balançava cada vez mais e gritava como louca. E você é muito leve, então eu consegui correr bastante.

No meio do caminho, passamos por Jonathan, que olhou horrorizado.

– O que diabos?!

Eu tive uma ideia de gênio e parei na frente dele, falando:

– Segura, a bola é tua. Não deixa o Lucky pegar.

Então te joguei nos braços dele. Por sorte, Jonathan te segurou antes que Lucky chegasse ao nosso encalço. Jonathan riu, e você gemeu com um medo tremendo nos olhos. Para alguém que tinha feito cada besteira, você é realmente mais medrosa pessoalmente do que fala no seu caderno.

– Ei! Para! – Lucky berrou e Jonny saiu correndo com tudo. Ele é mais forte que eu, logo conseguiu correr mais rápido. Por instinto, eu segui vocês dois entre risadas.

Corremos até muuuuuito na frente, quase na frente das barracas masculinas, enquanto você berrava e se sacudia de todas as formas:

– ME PÕES NO CHÃO! EU CONSIGO ANDAR! PARA COM ISSO! SEUS LOUCOS! AAAAAAAAH!

Então Jeffrey surgiu do nada na nossa frente.

– Jeffrey, pega a Lucy! – gritei para ele e para Jonathan escutarem, mas o lesado do seu “príncipe” não entendeu de primeira.

Jonathan chegou na frente dele e te entregou mais delicadamente nos braços do líder dos Vermelhos. Ele não teve reação (nem você, que estava vermelha como o Cara Vermelha), até que viu que Lucky se aproximava. Lucky era muuuito lento para um líder.

– Não faça isso, Jeffrey. – você falou.

– Corre, Jeffrey! Corre! – Jonathan ofegou ao dizer. Estava morto.

– Sinto por isso, Lucy. – Jeffrey falou calmamente antes de entrar no meio das barracas masculinas contigo nos braços, o que fez com que todos encarassem a cena, paralisados.

Ao invés de se sacudir como fez comigo e com Jonathan, você se agarrou com tudo no pescoço de Jeffrey. Minha pequena, você não sabe esconder o que sente.

Ele te girou e pulou contigo nos braços, fazendo com que seus gritos de horror se tornassem risadas. Eu até achei bonitinho! Pareciam um casal bobo num filme de romance, onde eu era secundário... Até o idiota do Jeffrey vir até mim e de te entregar. Juro que seu olhar foi: “Poxa, já acabou? Não me tire dos seus braços”.

– Não não, pode ficar. – eu disse.

– Pega e corre, Matt. – Jeffrey falou, rindo. Lucky estava perdido no meio das barracas com certeza.

– Aí estão vocês! – Lucky berrou há duas barracas de distância de nós. Ele estava acompanhado de dois novatos dos Brancos. – Peguem!

– Por favor, por favor, por favor pare! – você choramingou e eu te joguei para cima e te peguei de volta.

– Bandeira branca?! Estamos em paz?! – brinquei, rindo.

Tu fechou a cara e cuspiu:

– Nunca!

Eu dei entre ombros e voltei a correr. O que foi muito engraçado, porque Jonathan e outros caras se tornaram obstáculos. Levaram algumas malas e puseram em sequência para pularmos. E você riu, e como riu. E berrou, meu ouvido sofreu com seus gritos.

Então, do nada (é, do nada) nós fomos atingidos por um cara enorme dos Brancos e jogados com tudo no chão (o mesmo cara que caiu com a bunda na sua cara na Trilha do Desespero). Você caiu por cima de mim e ficou estática, rindo como uma idiota.

Não consegui parar de rir também, então nós ficamos no chão por um longo tempo.

– Bom trabalho, meu amigo. – Jonathan veio até nós com várias gargalhadas, dando a mão para te ajudar a se levantar. – Mas acho que já chega.

– É, já chega! – você falou aliviada e me encarou ainda com o sorriso aberto, arrumando a mochila nas costas – Seu maluco.

– Vamos, microscópica, eu te levo até o seu bichinho.

Jeffrey chegou logo em seguida, mas não disse nada. Algo me deu uma pontada, eu estava fazendo o que ele deveria fazer. Eu estava no caminho de Jeffrey.

– Ei, delinquente, ta tudo bem? – você falou, estalando os dedos na minha frente.

Olhei para os lados e comecei a balançar meu ombro.

– Pequena, quando caímos eu dei um jeito no braço. O Jeff pode te acompanhar, certo? – falei para ele, que assentiu com um movimento de cabeça. – Nos vemos amanhã. Boa sorte com o seu filhote.

– Ah, ta certo. – você falou mais baixinho e se virou para Jeffrey – Vamos então?

Eu vi vocês dois conversando alguma coisa e rindo no caminho para a barraca. Algo me doeu, eu sempre achei que Jeffrey tinha algo com a Charlotte e tudo mais, mas poderia estar enganado.

Então, ali... Ali estava o tal caderno. Eu juro por Deus (que eu acredito) que você o deixou cair ali sem mais nem menos. Lembrei que sua mochila estava aberta, o que me fez querer devolver de imediato, pois não sou tão ruim assim. Antes disso, eu dei uma espiada para saber se era realmente seu e me deparei com “Como Sobreviver Num Acampamento de Nerds”.

Não teve outra, eu li. Pode esperar, eu hei de me vingar das suas coisas e dos xingamentos que usou contra mim... Pode esperar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham amado o Matt (eu o amo



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