You can't change your past, but you can let go and start your future.

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Ela suspirou pesadamente enquanto seus pensamentos a incomodavam.

Deitada na cama, ela estava lá, apenas pensando. Pensando em Rachel.

Flashes vagos passaram por sua mente enquanto se lembrava de toda sua vida.

Se lembrou de quando achava que era só mais uma, feia, na sua escola. Se lembrou de quando as outras meninas a atormentavam, se lembrou do quanto as odiava. Se lembrou, também, de quando começou a tomar remédios para acne e espinhas, se lembrou quando começara a fazer uma dieta rígida e de quando fez sua plástica no nariz. Se lembrou de quando ela virara a menina perfeita.
E então ela fora morar em Lima, Ohio, com o pai. Quinn Fabray, a garota perfeita. A antiga Lucy Caboosey.

Lembrou-se que rapidamente conseguira virar Líder de Torcida. Rapidamente começou a atormentar os que para ela eram apenas meros mortais.

Se lembrou de quando conheceu Rachel Berry.
Rachel Berry, a garota que a irritava profundamente na classe de espanhol, que sempre respondia com prontidão todas as perguntas do professor. Rachel Berry, a garota insuportável. A garota irritande que participava do clube Glee, junto com um cadeirante, uma gótica, uma negra e um gay. Os achava patéticos. Achou patético, também, quando seu namorado Finn entrara para o maldito clube Glee e ela tivera de entrar junto.

Lembrou-se de quando começou a sofrer bullying, lembrou-se de sua gravidez. De quando foi expulsa de casa e teve de ir morar na casa daqueles que sempre estiveram lá para ajudar.

Lembrou da primeira vez que ela havia ganhado um prêmio com o Clube Glee. Ah, ela se lembrava perfeitamente de como seu coração explodiu em uma felicidade nunca conhecida.
Começou a reparar em Rachel. Ainda a achava a garota mais irritante de todo o colégio, mas passou a ver suas qualidades.
Passadas muitas dores, muitas risadas, muitos slushies e muitas lágrimas, ela chegara a onde estava.

A Quinn madura. Aquela que passou a bem-agradecer os seus amigos, suas dádivas, aquela de que todos realmente se orgulhavam. Aquela que percebeu suas burradas do passado, mas estava pronta para seguir o futuro em frente, de cabeça erguida, em Yale.
Ela podia perceber sua mudança. Quando ainda sé é adolescente, você acha que faz as decisões certas e nem no fundo imagina que no futuro irá se arrepender. E você sabe que cresce quando isso acontece: quando você se arrepende de seus erros.

Ela nunca se sentira tão responsável,  em toda sua vida.
Até que Rachel Berry, a garota que ela ainda achava um pouco irritante, veio conversar com ela sobre "assuntos adultos". Finn a pedira em casamento.

Ela não podia imaginar Berry noiva aos 17 anos. Ela não gostava de admitir, mas aquela garota irritante era a garota mais talentosa que ela conhecera. E ao passar dos anos, ela se afeiçoou a Rachel.
Ela, no fundo, a admirava imensamente. A única coisa que Quinn tinha uma certeza - certeza qual estava em seu subconsciente desde quando atormentava Berry com as raspadinhas -, era de que Rachel Berry seria uma estrela.

Ela não podia ver Rachel estragar seu próprio futuro. Se ela aceitasse o pedido de casamento, com certeza seriam miseravelmente quase nulas as chances de Rachel ser a estrela da Broadway que merecia ser.

E não poderia deixar isso acontecer. Ela não deixaria que a garota irritante da classe de espanhol ficasse para sempre em Lima. Ela não deixaria que seu brilho se apagasse.

Lucy Quinn Fabray podia dar um adeus aos seus antigos namorados, podia dar adeus ao seu passado atormentado e podia dar adeus a roupa de Cheerio que tanto batalhou em ter, mas nunca daria adeus a Rachel Berry, a garota que a fez crescer.