Na Paz Do Seu Sorriso ll escrita por judy harrison


Capítulo 1
Capítulo único - Bob e Amanda for ever.


Notas iniciais do capítulo

Esta é uma continuação de Na paz do seu sorriso. Para melhor entender é recomendável ler a primeira parte.



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          Bob conferia seus arquivos. Era fim de ano e ele tinha que separar os nomes de funcionários que receberiam benefícios extras do Natal, para entregar a Roger.

Então, em meio aos papéis, ele achou um crachá com foto de alguém que já não trabalhava mais com eles. Era o crachá de Amanda Martins.

Com o objeto na mão ele olhou para a foto dela, relembrando os momentos que passaram juntos, era como se ainda pudesse sentir seu cheiro, seus beijos molhados e até quase ouvia sua voz.

_ Como eu te amo!

Ela repetia, naquela noite em meio às rosas vermelhas, e cravava as unhas em suas costas a cada vez que subia ao céu. Amanda havia sido a melhor fase de sua vida, e nunca mais saiu de seu coração. Ele ainda a amava, mas sempre relutou contra sua vontade de revê-la, mantendo a promessa que fez a si mesmo, ainda que não entendesse a decisão, mas sabendo que era o correto a fazer.

_ Sempre fiz a coisa certa até hoje, e o que eu ganho? – falava com John – Uma mulher que me sufoca e não faz outra coisa senão gastar tudo que ganho!

_ Se não a ama mais, por que não se separa dela, Bob? Eu já te disse isso mil vezes!

_ E entregar a metade do que consegui?

_ Você sabe que há meios para que ela não leve nada. E mesmo que lute na justiça, ficará só com a roupa do corpo.

_ Não é simples assim...

_ Acusar Nancy de aborto, o que é um crime aqui no Brasil, e se livrar desse casamento frustrado e cheio de tortura psicológica? Eu já disse que é só uma questão de achar as pessoas certas.

_ Nesse momento, não consigo pensar em mais nada. – ele passava o dedo na foto de Amanda – Eu não sabia que ela havia deixado isso aqui. É a única coisa que deixou além dessa dor em meu peito.

John riu.

_ Você parece tão bobo falando assim!

_ O que posso fazer?

_ Procurar por ela!

Bob o encarou.

_ Era uma pergunta retórica, John.

_ Mas sabe o que acho? Você está sempre pensando nela, diz que depois daquilo nunca mais foi feliz com Nancy, intimamente, e agora está aí como um garotinho falando de sua primeira paixão... Sabe que dia é hoje?

_ Eu sei. Faz um ano hoje que ela esteve aí, onde você está, me deixando completamente desajeitado, pedindo um emprego. – falava com carinho – Eu passei a amá-la naquele momento e nem me dava conta.

John se levantou.

_ Sim, o amor é lindo. – ele pegou o crachá da mão do irmão – Eu sugiro que você procure por ela, Bob, ainda é cedo. Essa feição idiota em seu rosto me assusta!

John colocou o crachá pendurado na camisa de Bob e riu.

A ideia sempre passou na mente de Bob, mas ele não comentava. Daquela vez, parecia haver muitos motivos para que ele finalmente se decidisse.

Imediatamente ele saiu, pegou seu carro e foi a uma loja. Queria parecer bonito pra ela, então comprou roupas que o deixavam mais jovem, e também foi a uma barbearia. Depois pegou a rodovia antes do meio dia.

A cidade estava cheia por causa do fim de ano, mas ele ainda se lembrava do velho orfanato.

Ao chegar, ele viu a casa cheia também. Achou que se tratava de uma festa, mas se enganou.

No interior da casa havia um caixão, e ele logo percebeu que se tratava de um velório. Adentrando-se até o leito ele olhou para ver quem era, sem se importar em olhar ao seu redor, pois temia o pior. Mas viu que se tratava da mãe de Amanda.

Quando ele levantou os olhos ela estava em sua frente.

_ Bob! Oh, Bob!

Amanda o abraçou forte e chorou.

Segurando sua emoção para não chorar também, Bob deixou que ela desabafasse e a levou para fora.

_  Acalme-se, minha querida, eu estou aqui.

Depois de secar seus olhos, Amanda o encarou com carinho.

_ Não sabe como eu preciso de você, Bob!

_ Por que não me chamou? Eu teria vindo!

_ Eu chamei... E você está aqui.

Enquanto se olhavam, Amanda foi chamada por alguém dentro da casa.

Bob aguardava o término do ato para acompanhar o cortejo com ela.

Quando tudo acabou, ela se despediu de todos e Bob a levou de volta para casa. Só então ambos puderam conversar.

Mas Bob queria tirar dela a tristeza que a acompanhava.

Estavam sentados frente a frente e mantinham certa distância. Ele almejava ver seu sorriso.

_ Amanda, eu vim aqui para ver como você estava. Não sabia o que ia encontrar. – ela permanecia calada e não olhava pra ele, parecia chateada – Se houver algo que eu possa fazer...

Ela levantou os olhos e disse.

_ Eu sei que vai embora mesmo! Não quero sua ajuda.

_ Disse que havia me chamado. – ele entendeu aquele tratamento – Se... eu não fosse embora, o que poderia fazer?

Ela pensou um pouco e sentiu vontade de chorar de novo.

_ Ia pedir que trouxesse minha mãe de volta!

_ Sabe que isso é impossível, Amanda.

_ Por que eu não sei o que vou fazer aqui, sozinha, se lutei por ela até agora. Não sei aonde ir. Meu pai se foi, e agora ela...

Ele se levantou e sentou-se ao lado dela. Então a abraçou, notava que ela nem mesmo conseguia mais chorar, estava cansada e abatida.

Bob não suportou ver Amanda daquele jeito, era muito jovem para tantos desatinos.

Depois de olhar ao seu redor, decidiu propor que ela fosse embora com ele.

Amanda não acreditava que ouvia aquela proposta, pois sempre desejou estar com ele novamente, mas não quis procura-lo e correr o risco de ser devolvida novamente.

_ Eu não tinha lugar em sua vida antes. Por que hoje teria?

_ Por que agora estou pensando com meu coração! Eu amo você e não vou perdê-la novamente. E seu lugar sempre esteve aqui em mim.

_ Eu não quero mais sofrer, Bob! Chega pra mim!

_ Amanda, - ele segurou seu rosto como fazia antes – Eu não podia levar você antes por que achei que era uma paixão que acabaria! Ainda posso sentir tudo que sentia por você e não quero mais me privar disso. Então, amenos que você não queira, eu estou pedindo que pegue tudo que couber naquele carro e venha comigo. Ficaremos juntos, custe o que custar!

Amanda não queria mais pensar. Encontrava-se sozinha e perdida. Quantas vezes gritou por ele, e quantas vezes o odiou por tê-la deixado. Mas sabia que seus pais precisavam dela. Agora não havia mais nada que fazer ali. E como ele, havia cultivado aquele amor dentro de si que de tanto que cresceu era quase insuportável. E quando ela mais precisou e o chamou em pensamento ele estava ali como que num passe de mágica.

Ela então pegou suas coisas pessoais, tirou do banco o dinheiro que ainda restava e foi embora com Bob.

No caminho Bob explicou a ela que deveria ficar em uma casa alugada pra que pudessem se ver todos os dias até que ele se divorciasse e a levasse para a mansão. E ela aceitou.

Com o tempo, Nancy e Bob se separaram conforme John havia proposto, pois eles sempre souberam que Nancy provocou o aborto por espontânea vontade.

E Amanda passou a viver na mansão.

Finalmente, Bob foi feliz com Amanda como queria. A idade tenra dela nunca foi problema para o casal, pois ela era madura quando precisava, era criança quando queria e Bob a amava tanto que fez dela a mulher mais feliz do mundo por que ela correspondia ao seu amor, e seus beijos eram tudo que ela roubava dele todo o tempo.

Bob faleceu 20 anos depois, por problemas cardíacos e Amanda passou a usar seu nome verdadeiro, queria se lembrar que apenas ele a chamava de Amanda. Todos os anos foram de muito amor e respeito, e Bob se foi ciente de que eles eram apaixonados como no primeiro dia.

Judy, antes Amanda, agora esperaria sua hora, e manteria acesa aquela chama, até que um dia pudesse reencontrá-lo e desfrutar novamente de seu amor, na eternidade.


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Notas finais do capítulo

O amor triunfou de novo!



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