Devo admitir que Kurosaki Ichigo ficou mais forte desde a última vez que lutamos, mas isso não importava, eu era o mais rápido, mais cedo ou mais tarde um de meus golpes ia... Mas o que? Isso era impossível, essa simples imitação de Hollow conseguiu imobilizar o meu braço, ele parou o meu ataque. Isso me surpreendeu, o que foi um erro. Por causa desse pequeno sobressalto Kurosaki Ichigo conseguiu fazer um corte no meu peito, de forma que minha roupa se rasgou e o número que provava a imensidão de meu poder ficou amostra.

– Da outra vez quando lutei com você, não podia ver nenhum de seus movimentos. – disse Kurosaki Ichigo. – No entanto, sou capaz de vê-los agora... Talvez seja por que eu estou me tornando mais Hollow, ou porque você tenha se aproximado de ser como eu.

O que? Mas que absurdo.

Eu bati minha espada no chão, mas infelizmente devo ter usado mais força do que realmente seria necessário e o chão onde minha espada estava ficada se partiu em dois. Mas isso não era importante agora.

– Eu? – eu disse olhando para Kurosaki Ichigo. – Eu me aproximei de ser como você, um humano? – ele se pôs em posição de batalha, escolha sabia. – Entendo, parece que ter sido capaz de alcançar esse nível... o fez se sentir muito bem.

Segundos depois eu já avancei para ataca-lo, e devo admitir que ele foi rápido em se esquivar, mas ninguém vence só se preocupando com a defesa, ele teria que atacar.

Quando ele avançou para trás para fugir do ataque eu fui mais rápido e estava atrás dele para acerta-lo com minha espada, e os movimentos dele eram incrivelmente previsíveis, quando ele se moveu para me atacar eu já estava em outro lugar e as costas dele estava desprotegidas, quando ele percebeu onde eu estava já era tarde demais, minha espada já estava a meio caminho de dar o golpe final.

“Você ficou forte, mas não o suficiente”.

Minha espada se chocou com uma superfície dura, por um momento pensei ter sido o corpo dessa imitação de Hollow, mas estava enganado. Havia uma coisa entre minha espada e Kurosaki Ichigo, uma barreira alaranjada em forma triangular, soube na hora de onde surgiu isso.

– O que está fazendo? – eu olhei para aquela mulher, e sua expressão mudou. – Estou perguntando porque o salvou. – não que isso fizesse diferença na luta, ela só adiou a morte de seu... companheiro, como ela o chama.

– Por quê? Isso...

– É por que ele é seu amigo? – por alguma razão me senti incomodado pela reação dela, e imaginei que seria pelo fato de ela ter interferido na minha luta. – Então por que não o protegeu desde o primeiro ataque? Por que hesitou?

– Eu não... – o desespero era claro em seus olhos.

– Não sabe? – por um segundo parecia que ela estava debatendo com si mesma em sua mente. – Eu vou te dizer, - eu comecei a andar na direção dela. – você é...

– Cale a boca.

Eu parei.

– Você fica falando dessa porcaria de motivo para ela ter me salvado... isso não importa nem um pouco. – agora Kurosaki Ichigo olhou para aquela mulher, e por alguma razão fiquei incomodado. – Obrigado por ter me salvado, Inoue. Mas é perigoso, então se afaste.

Ela obedeceu, o que me deixou surpreso, ela era o tipo que só ouvia se fosse persuadida de alguma forma.

– Ulquiorra, você fala bastante. Eu pensei que você era um cara mais quieto.

Uma aura negra e vermelha envolveu a lamina de sua espada.

– Getsuga? Ainda não entendeu que não vai funcionar em mim?

Mesmo eu avisando ele ainda correu em minha direção. Eu estava esperando ele lançar essa imitação de Cero... mas quando ele estava se aproximando a aura negra que envolvia a sua a lamina não foi lançada, mas ainda permanecia lá.

A surpresa se evaporou completamente, ele não percebia que a cada novo ataque que ele usava contra mim só poderia aumentar as chances de eu derrota-lo.

“Ao invés de liberar o Getsuga com a espada, ele combinou o poder do Getsuga com o ataque normal?”

Ele correu para me atacar novamente.

– Ingênuo. – não foi difícil me defender de seu ataque. – Parece que você pensou que iria funcionar... Mas já se esqueceu? Até mesmo o Getsuga que você usou junto com a máscara... não pode me derrotar. Usa-lo sem a máscara é inútil.

Continuamos atacando um ao outro, novamente ele tentou usar o Getsuga combinado com o ataque normal. Só ouve um segundo que eu me distrai da luta, e foi quando eu senti a presença de mais duas pessoas se aproximando, mas quando eu percebi que eram não dei importância. Kurosaki Ichigo não parecia tão forte quanto eu pensei que ele tinha ficado.

Depois pareceu que ele finalmente tinha reparado na presença de nossas visitantes.

– Inoue.

Finalmente eu me preocupei em olhar. Duas Arrancar fracas estavam segurando aquela mulher de forma que e impedissem de se mexer ou falar, e isso me chamou a atenção.

Kurosaki Ichigo se esqueceu de nossa luta e correu para resgatar aquela mulher.

“Francamente, ela só dá trabalho”.

Só agora eu percebi que... não tentei impedir que ele a ajudasse. Isso realmente parecia algo estranho.

Quando Loly percebeu a aproximação de Kurosaki ela segurou aquela mulher á sua frente.

– Não venha! – ela estava assustada. – Se se aproximar, eu vou arrancar os olhos dela! – ela colocou seus dedos ao redor dos olhos de Orih... aquela mulher, era evidente que não estava brincando, e todos sabiam que ela teria um enorme prazer em fazer isso.

Mesmo com o aviso dela Kurosaki Ichigo avançou em direção a elas.

De repente eu senti um arrepio percorrer pelo meu corpo, era uma sensação entranha que eu nunca tinha tido antes. Kurosaki corria até elas com a espada envolta pelo Getsuga. Pareci que ele nem pensou que poderia acabar machucando aquela mulher, e era exatamente isso que ele ia acabar fazendo.

Eu não percebi que havia me movido até que eu estava na frente de Kurosaki Ichigo bloqueando seu ataque. Era evidente que se eu não tivesse feito isso ele teria destruído as três de uma vez.

“Mas por que eu estou me importando com isso?”

– Ulquiorra. – disse Loly.

Realmente não fiquei surpreso pelo espanto que ela sentia, salvar alguém a menos que seja por uma ordem de Aizen-sama não era algo que eu perca meu tempo em fazer.

– Não confundam as coisas. – eu disse. – Não é para salvar vocês. – quando eu pronunciei essas palavras parecia que eu senti um peso nas costas, mas o que disse não era mentira. Pelo menos... não totalmente.

Eu me defendi de um golpe de Kurosaki Ichigo enquanto olhava para elas.

– Saia!

– Tente me fazer sair.

“Você veio até aqui só para resgatar essa mulher, e quase acerta ela com sua própria espada. Acho que devia me agradecer por... Mas no que eu estou pensando”.

Desde que essa mulher pôs os pés aqui as coisas parecem que tem mudado, e parecia... que eu também.