Natasha - 1983 escrita por Carol Costa


Capítulo 2
Capítulo 1




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Ano de 198. Rio de Janeiro, Brasil.

Temam Liberdade e experiências. Todo ano era a mesma coisa, já estava ficando com náuseas de tanta hipocrisia. Minha vida podia ser dividida em: festas, escola, namorado, viagens, shopping e salão… Coisas fúteis! Eu olho para trás e não vejo nada. Nada e nada, e nada era o que eu era. Até eu dar um passo. Meu nome era Ana Paula, agora é Natasha. E essa é a minha história.

   

 Meu despertador fazia um barulho irritante às 06h da manhã todos os dias - Eu não me lembro um dia que ele não despertou, enquanto eu era Ana Paula - Tudo na minha vida irritava. Minha rotina, meus amigos - que só estavam comigo pelo dinheiro - meu namorado infiel, meu pai que vivia no trabalho e minha mãe, que adorava planejar meu casamento, fofocar com suas amigas e me mostrar tudo que dizia ser bom pra mim. Eu cheguei a pensar que ela estava certa. Mas havia uma pessoa na escola - e no mundo inteiro - que na qual parecia mesmo gostar de mim.

     Danilo, conhecido mais como Dinho, era um garoto do terceiro ano. Magro, cabelo bagunçado, tatuagens, odiava política e toda essa de merda de sistema. Seu ponto forte e sua paixão eram a música. Era seu único modo de expressar o quanto odiava fazer parte daquela sociedade egoísta. Um tipo rebelde no qual eu me apaixonaria, um tipo de garoto no qual meus pais não aceitariam. Um tipo de garoto que Bernardo não era.  

- Bom dia, meu amor! Estava com saudades… - Bernardo abraçou-me, selando meus lábios em seguida.

- Mau dia. – Disse.

- O que aconteceu? Quem foi o infeliz que te deixou assim? Eu arrebento a cara dele!

- Você. – dei um sorriso falso.

– Hm… É a TPM né? Tudo bem. Eu te perdôo. – seus lábios encostaram-se aos meus novamente.

Rolei os olhos e sai de seus braços. Fui ao encontro de minhas ”amigas” Fernanda, Beatriz e Cláudia. Diziam-se minhas melhores amigas, mas o que elas gostavam mesmo eram das vantagens que tinham comigo. Tipo desconto no shopping, salão, final de semana na casa de praia no Rio De Janeiro. Elas tinham condições para ter isso tudo, mas o ser humano nunca está satisfeito. 

- Ana! - As encontrei no pátio da escola. 

- Oi meninas. – Disse, sem muito animo. 

- Que animo é esse? - Disse Cláudia.

- Hoje é Segunda. - Desculpa clássica para quem não quer falar dos seus problemas.

Agora vou interromper esse dialogo rápido só para descrever o perfil de cada uma.

Bem, a Cláudia aparentava estar nos seus 18 anos, seus cabelos eram loiros e lisos, seus olhos eram um verde esmeralda e ela era jogadora de vôlei. Deixe-me contar-lhes a realidade: Ela era magrinha, parecia até um palito de dente. 18 anos? Hum, bondade com a menina! Na verdade ela tinha 16 e parecia mais era ter 11 anos, infantil que só. O cabelo loiro era meio queimado, estragado devido a chapinha e os olhos tão lindos eram belas lentes de contato. Ela era mesmo jogadora de vôlei, ficava no banco.

Tinha a Fernanda: Essa aí aparentava ter 19 anos, o cabelo era ondulado e castanho, ela era magra dos peitos grandes, e inteligente. Bom, a realidade não era muito boa. Na verdade tinha 17 anos, era magra, mas só porque em segredo se entupia de remédios para emagrecer. Os peitos eram falsos e sua grande inteligência era essa: Dormia com os professores.

E por fim, a Beatriz. Olhando pra ela você dá 18 anos, o cabelo loiro e liso caía pelos ombros, tinha belos olhos azuis, era extremamente magra, mas seu futuro era garantido. Na verdade ela tinha 17 anos, era magra de anorexia e o futuro todo comprado com ajuda do pai.

Então voltando…

– Ai! Ninguém merece mesmo, eu tenho um trabalho de literatura pra entregar. A professora é um saco. - Disse Beatriz.

– Olá meninas! - Disse Bernardo entrando na conversa. 

– Oi Bernardo. - Disseram Fernanda e Cláudia.

– Oi Beeh. - Disse Beatriz com sua voz irritante. 


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