Chantagens escrita por cohen


Capítulo 1
Capítulo 1




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Lá estava mais uma vez aquele homem na casa de Humberto sentado na cabeceira de sua mesa de jantar, onde ele se sentava todos os dias para jantar com sua família.

Humberto estava tenso, ansioso, sentia falta de sua família tinha medo do que aquele homem podia fazer a ela, por isso escutava tão atentamente suas recomendações, suas ordens, alias ele os tinha e por isso ele era capaz de dominar Humberto como bem entendesse . Ele estava mais uma fez muito bem trajado, todo de preto calça, camisa, blazer, era careca e possuía um olhar maligno como quem sempre planeja fazer o mal, mas infelizmente Humberto estava sendo usado como a ferramenta do mau daquele homem que se apresentava como Carlos.

 

-.... Muito bem, Humberto e isso que eu quero que você faça agora, se não sua família....bem você sabe do que sou capaz..

 

  Deixava escapar uma sádica risada entre sua boca. Mesmo Humberto tendo sido um policial competente , e honesto teria que fazer o que ele queria, amava a família mais que tudo, e o homem sabia como atingi-lo.

- Essa será sua nova vitima, preciso dela morta agora, não quero pistas, tem que ser bem feito... Ah já ia esquecendo, como de costume, terá que levar isto.

  Carlos apontava para o centro da mesa onde uma imensa faca bem afiada, repousava sobre o tampo de vidro daquela linda mesa de jantar. Humberto sabia o que significava aquilo, todos os assassinatos que cometerá a mando de Carlos , ele exigia uma prova e sua maneira favorita de ter essa prova era com a cabeça de suas vitimas,era incrível o quanto esse homem era ruim.

 

- Não! Você disse que aquela era a ultima vez, quero minha família agora!!! – Humberto batia na mesa com bastante força.

- Que engraçado, pensei que eu que dava as ordens aqui, sua filhinha não iria gostar de saber como seu pai e desobediente, a propósito ela esta uma moçinha, e bem espertinha, digamos precoce, eu poderia pedir a um dos meus homens para dar a ela uma ajudinha pra entrar na puberdade, o que acha? – ele sorria, enquanto tirava uma mecha de cabelo castanho claro de seu blazer e cheirava.

 

- Desgraçado!Tudo bem, tudo bem eu farei isso novamente, mas agora quero minha família, você me prometeu que iria devolver minha família, assim que eu concluísse todos os serviços, pelo amor de Deus me devolva minha família!!!

- Calma Humberto, calma. Você ira ter sua esposa e filhos de volta, e que surgiu um pequeno imprevisto nas ultimas horas e já como eu estava com você ao meu comando e você foi tão competente nas ultimas “tarefas” resolvi aproveitar você mais uma vez, sem contar que e bem mais barato eu recorrer a você do que a assassinos profissionais. -Carlos começava a rir de sua criatividade enquanto se levantava e se dirigia para porta da casa que dava pra rua.

 

- Mais uma coisa Humberto, você tem que entender que eu sempre venço. Sempre!Venço!!!

 

 

Humberto estava mais uma vez parado com seu Santana preto, próximo da casa de sua vitima, pelo o que Carlos tinha dito esse era o lugar e a hora em que sua vitima estaria longe de casa, no trabalho talvez. Humberto não sabia quem era sua nova vitima assim como não sabia de suas anteriores, era uma “regra” de Carlos, quanto menos ele se interessasse pelas vitimas e pela ocupação de Carlos iria ser melhor pra ele e para sua família. Saiu do carro com uma pequena mochila, já era noite, ele se movimentava normalmente para não chamar muita atenção, principalmente à dos vizinhos fofoqueiros que transformavam a vida dos outros moradores do bairro e um verdadeiro Reality Show; chegando a frente da porta Humberto tentou girar a maçaneta suavemente, mas a porta não se abrira , estava trancada como ele esperava ,mas aquilo não seria problema pra ele pois tinha sido chaveiro antes de se tornar policial, tirou umas ferramentas de sua mochila e rapidamente fez a maçaneta ceder a sua destreza. Ao entrar se certificou de que não havia ninguém em casa, então se sentou no sofá da sala que assim como o restante da casa estava toda escura, retirou sua Glock 9 mm da mochila encaixou o silenciador, e ficou esperando a chegada de sua vitima.

 

 Humberto se lembrava quando estava no hospital se recuperando, de um acidente de carro que sofrera, ficou em coma por uma semana e nesse tempo não teve a oportunidade de proteger sua família como sempre fizera , quando acordou se viu diante de um belo cartão de melhoras , no qual Carlos se apresentava e contava como havia seqüestrado sua família, e dando uma serie de regras a ele, como não entrar em contato com a policia, não perguntar sobre suas futuras “tarefas” e etc. A partir daquele dia veio os serviços, no qual Humberto vinha executando desde então, ele se sentia frustrado por estar tão impotente em relação a Carlos. De repente o som da chave procurando a fechadura vez Humberto ficar alerta se livrando de suas tristes lembranças, finalmente quando a porta se abriu Humberto viu através da penumbra a mulher que seria o seu passaporte para sua família, ele a viu entrando e fechando a porta como devia fazer todas as noites, ao ligar a luz e se virar para sala, Humberto rapidamente movimentou seu indicador quatro vezes, efetuando quatro disparos silenciosos que atingiram o tórax da mulher e a fizeram ir ao chão, ela engasgava com o próprio sangue que enchia seus pulmões aos poucos, a cada esforço inútil que seu coração fazia pra fazer com que ela permanecesse viva. Ele tirava da mochila o facão que Carlos o dera para provar o excito de sua “missão”, caminhou até a mulher estendida e agonizante no chão ergueu a enorme lâmina acima da cabeça.

- Me desculpe. – Disse Humberto enquanto uma lágrima descia silenciosa do seu rosto em sincronia com as lágrimas da mulher, que agora via através do reflexo da lâmina sua morte eminente enquanto se afogava em seu próprio sangue.

 

 Tudo tinha transcorrido como esperado, não houve nenhum contratempo. Estava agora com a cabeça da pobre mulher na mochila e se dirigia ao local combinado com Carlos, um galpão abandonado onde sempre era apresentada a prova da execução a Carlos, mas dessa vez Humberto esperava ter de volta sua família, esse simples pensamento fazia com que Humberto acelerasse inconscientemente o seu carro a até seu destino. Ao chegar ao galpão respirou fundo e caminhou até a entrada com sua mochila, ao entrar dentro do galpão Humberto esperava encontrar Carlos com sua família, mas ao invés disso somente encontrou o galpão vazio, o coração batia forte contra o peito estava sem entender, era para Carlos estar ali com sua família, mas parecia que Carlos reservava mais surpresas a Humberto, ele no fundo sabia que Carlos não libertaria sua família, aquele homem não era nada confiável e Humberto sabia que ele iria torturá-lo sempre com as suas ameaças usando sua família; ele iria ter que tomar alguma providência por si mesmo, senão nunca mais iria vê-los novamente, pegou o seu celular e digitou alguns números e discou.

                                                              ***

Texeira atendeu o celular, tomou um imenso susto ao ver quem estava ligando, já fazia um bom tempo que Humberto não entrava em contato, desde o acidente ele não falava com seu parceiro, o coma e a rotina puxada de trabalho acabaram afastando eles.

- Falaaaa Humberto quanto tempo hein!!! Como tem passado cara?

- Não tão bem como gostaria, preciso que você venha me encontrar no armazém 17 aqui no porto da cidade, é urgente, por favor, venha rápido.

- Mais o que houve cara???- disse Texeira surpreso.

- Não posso explicar por telefone.

- Ta bom estou indo pra aí!!! – Texeira desligou rapidamente, e foi correndo até o seu carro, pois, mesmo estando afastado do amigo ainda sabia reconhecer quando ele precisava de ajuda, e por isso ele não poderia vacilar.

                                                           ***

 

Ao ver a porta do galpão se abrir Humberto instintivamente apontou sua Glock na direção da porta, poderia ser Carlos e ele queria muito acabar com ele, mais reconhecera o rosto como sendo de seu velho amigo da policia, Texeira.

- Que isso Humberto abaixe essa arma!!!- Gritou Texeira ao sacar sua propia arma como reflexo.

- Ainda bem que é você não sabia a quem recorrer. – disse Humberto com uma aparência bem aliviada, deixando seus braços relaxarem.

- O que houve Humberto? Não te vejo há algum tempo e você do nada me liga dizendo que é urgente, uma emergência, vim o mais depressa que pude.

- Estou sendo chantageado, pra fazer coisas horríveis. Você tem que me ajudar!- Disse erguendo o saco preto que estava em sua mão.

- Chantageado? Por quem? ... E o que há dentro desse saco preto?

- Por um tal de, Carlos ..ele deve ser uma espécie de mafioso , sei lá,me ajude eu não posso com ele sem a sua ajuda , tentei cooperar só que ele, me enganou – implorou mais uma vez ao amigo pela ajuda que ele tanto necessitava.

- Eu irei te ajudar, mas o que há no saco?

Sem ao menos responder, Humberto jogou o saco preto em direção a Texeira, ao cair e emitir um som oco e abafado, o saco rolou deixando transparecer parte de seu conteúdo.

- Meu Deus!!!! Isso é uma cabeça!!!- Se assustou Texeira ao ver o que havia dentro do plástico, fazendo mais uma vez ele sacar sua arma por reflexo.

- Eu sei, eu sei!!!! Tive que fazer isso, ele queria que eu fizesse isso, estava desesperado não sabia o que fazer.

- Humberto, temos que ir a delegacia, você assassinou uma pessoa inocente!

- Eu sei, mas se não fizesse isso ele iria matar minha família, isso depois de torturá-los, e até ameaçou estuprar minha pequena Isabela. - Humberto chorava ao lembrar do rostinho de sua filhinha.

- O que??? Humberto sua família... Esta morta.

- Não!!!! Aquele desgraçado os matou, eu irei acabar com ele eu juro, eu juro!!!- Humberto se ajoelhou e começou a chorar compulsivamente colocando as duas mãos em sua face.

- Não, Humberto eles morreram no acidente não se lembra?- Disse Texeira espantado com tudo que acabara de acontecer.

- Como?...- Humberto parou por um instante de chorar, e olhou nos olhos do companheiro.

- Você não se lembra do acidente de carro que vocês sofreram há dois anos atrás, você ficou em coma e, infelizmente sua família morreu.

- Não!!! Eles não morreram eu só fiquei em coma por uma semana, e isso aconteceu há um mês atrás !

- Isso aconteceu há dois anos, e você voltou do coma há uma semana, e sumiu do hospital e não entrou em contato com ninguém.

- Não e possível! E a chantagem?Carlos? O seqüestro?... Foi tudo da minha cabeça?...Não é possível. - Humberto estava inerte, ajoelhado, olhando para o chão absorvido em seus pensamentos tentando achar uma lógica pra aquilo tudo.

- Vamos Humberto pra delegacia realmente acho que você precisa de ajuda.

 

Ao encarar o amigo novamente, Humberto pode ver Carlos atrás de Texeira, rindo da confusão de Humberto, aquela risada sádica que ele vira várias vezes sempre antes de ordenar um assassinato, ele movia os lábios sem emitir nenhum som “Eu venci....”.

                          “Preso serial killer que decapitava suas vitimas!!!”

“Assassino apelidado pela policia de carrasco, pois decapitava suas vitimas igual os executores da idade média, foi preso na tarde de ontem; policia diz se tratar de uma pessoa com esquizofrenia.”Pág.12.


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