Uma Nova Ameaça. escrita por JessyErin


Capítulo 12
Tirando tudo a limpo.




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Gibbs ameaçou correr junto com os outros, mas olhou pra mim e disse que ficaria ali.

– Você pode ficar, mas eu vou.

Então resolvemos ir todos até lá, deixando Mcgee e alguns agentes cuidando da van, dos carros e dos guardas. Eu fui uma das primeiras a chegar ao local, e fiquei meio que chocada com o que vi. Ziva estava perto de uma pedra, respirava com dificuldade, e estava com os olhos bem arregalados. Dinozzo estava com uma perna sangrando bastante, parecia que havia um buraco de tiro nela, e estava arfando bastante também, ele olhava para Ziva como quem quer ajudar, mas não sabe como. E também havia um homem morto no chão.

Eu não sabia quem precisava mais de ajuda, mas quando Gibbs chegou até o Dinozzo e colocou uma das mãos na perna dele, para estancar o ferimento, eu corri até a Ziva, e segurei sua mão. Ela estava olhando para os lados, como quem estava sendo perseguida há pouco.

– Acabou, Zi, acabou! – eu dizia.

Ela tentava falar, mas não conseguia, então só apertava a minha mão, então chegaram algumas ambulâncias. Colocaram Dinozzo em uma, e Gibbs teve que ir em outra, pra tratarem de seu braço, e eu tentei ir na mesma que a Ziva, mas eles não deixaram, teriam que colocar aparelhos para fazer com que ela respirasse melhor, não havia espaço. E eu também tinha alguns ferimentos que precisariam ser tratados, então fui em uma ambulância sozinha.

Chegando ao hospital, fui a primeira a deixar a sala de primeiros socorros. Tudo que eu tinha eram algumas contusões no rosto, muitos arranhões e um dedo quebrado que não estava doendo até ela me dizer que estava quebrado. O médico veio me dizer que todos estavam bem, mas precisariam de alguns minutos para serem liberados, então sentei do lado do Mcgee, enquanto ele fazia uma vídeo conferencia com Vance, explicando tudo o que havia acontecido, e como estavam todos. Então, duas enfermeiras passaram por nós com três macas, e nelas, três corpos enrolados em saco preto, dois por minha culpa. Todos me olhavam, eu estava na TV, e parecia que todo mundo já sabia que eu havia matado aquelas duas pessoas. Então, eu passei pela pior experiência do mundo. As enfermeiras entraram com os corpos, e duas senhoras entraram atrás, e da maneira que uma delas me olhou, eu vi, que eram os corpos que eu havia matado. Eram aqueles monstros. Elas eram mães daqueles homens, e estavam ali reconhecendo os corpos deles por minha culpa. Eles nem sempre foram maus, deviam ter sido ótimas crianças, e poderiam ter sido ótimos homens se a vida não tivesse tomado um rumo diferente. E se eles fossem presos, será que mudariam alguma coisa? Ninguém nunca saberia, afinal, eu decidi colocar um ponto final nessa história. Quando as senhoras saíram, desoladas, eu não consegui encara-las e virei o rosto, e quando virei, Mcgee estava me encarando, com uma expressão reconfortante.

– Está tudo bem – ele disse – você teve que fazer. ( ele tentava não dizer “você” e “matar” na mesma frase)

– Mas eu não tinha o direito, sabe? Eu só queria salvar a Ziva, e depois o Gibbs, não queria machucar ninguém! – eu disse, e sem conseguir me conter, deixei cair algumas lagrimas.

– Esta tudo bem, vem cá – ele disse, e me abraçou com um dos braços, e com o outro ele pegou minha mão, e a apertou forte.

– Mcgee – eu disse, percebendo uma coisa – você estava comigo naquela noite?

– Que noite? – ele perguntou.

– Na noite da morte da Kate – eu disse, olhando para as mãos dele – alguém entrou na ambulância comigo e me deu as mãos, mas eu nunca soube quem era. A pessoa me deu a mão à viagem inteira, e eu sempre pensei que fosse a Ziva, mas quando Gibbs me disse que ela estava lá, com eles, nunca mais pensei sobre isso. Era você?

– Sim, era – ele sorriu – de nada.

Eu simplesmente sorri, e então quando vi quem estava vindo, sorri mais ainda.

Gibbs estava com os braços enfaixados, alguns arranhões na testa, um olho roxo, mas estava bem. Eu corri para ele e ele me abraçou forte.

– Ziva e Tony já estão vindo, ok? – ele disse.

– Certo – eu disse, e quando me separei dele, ele levantou um saquinho no ar.

– Seus amigos vieram aqui, mas você estava sendo atendida, então a enfermeira disse que eles deixaram isso pra você – ele me deu o saquinho – e também disseram que seu desempenho foi ótimo, parabéns, concluiu sua primeira missão.

– Ainda bem que você me lembrou! – eu disse, e peguei o coração purpura que ele havia me dado, do meu bolso – isso é seu. Prometi que ia devolver quando conseguisse terminar tudo isso.

– Fique. Você merece – ele disse, e virou de lado.

Eu abri o saquinho, e lá dentro estavam meus pertences que tinham sido apreendidos quando fui feita refém, e o meu cordão que Kate havia me dado. Eu o coloquei e devolvi as escutas para Mcgee, e então, Ziva apareceu no fim do corredor. Ela estava conseguindo andar, com dificuldade, mas andava. Ela olhava pra baixo, parecia estar com dor, ou então confusa, e então olhou pra mim e sorriu. Ela abriu os braços e eu corri pra ela, quase chorando outra vez.

– Ziva, não devia ter te deixado lá, eu deveria ter ficado com você. Olha só o que aquele cretino fez!

– Se você tivesse ficado, Gibbs teria morrido naquela casa. Aquele homem iria mata-lo, ou então, quando você fosse ligar e eu ficasse perto da porta, ele teria me matado. Aconteceu o que tinha que acontecer, fique tranquila.

Então ela passou um braço por cima do meu ombro e quando chegou à sala de espera, abraçou Gibbs e Mcgee, e agradeceu aos dois, diversas vezes.

– O que houve lá? Alias, porque voltou? Ziva, teu pai disse que te mataria, porque correr o risco? – Gibbs perguntou, e ela se sentou.

– É uma longa história.

– Eu posso te ajudar, afinal, vai ter que escrever um grande relatório. Você fala, eu escrevo, e adiantamos essa parte pra você.

– Obrigada, Mcgee – ela disse, fazendo uma pausa durante a frase, acho que pra mostrar como estava realmente grata por não ter que, depois de tudo, descrever a situação duas vezes.

– Mas então, fale Zi, o que diabos aconteceu pra você voltar?

– Bom – ela começou - eu estava em meu apartamento, meio triste, por causa da briga com o Dinozzo ..

– Ele disse que não foi nada! – eu disse, interrompendo-a.

– Não foi, mas você sabe como são as mulheres..

– Mulheres sim, mas sem ofensas, você não é lá muito normal ... Mas tudo bem continue.

– Então – ela recomeçou a falar – Rivkin me ligou e disse que eu teria que correr para o Mossad – eu lancei um olhar confuso pra ela, afinal, da ultima vez que os vi juntos, eles quase brigaram – ele se tornou um amigo – ela disse, olhando para mim e para Gibbs, que estava olhando com cara de quem discordava – e quando eu perguntei o porquê, ele disse que meu pai havia morrido e havia questões políticas a serem tratadas, e eu fui.

– Porque não avisou, e nem usou o seu passaporte e documentos verdadeiros? – Mcgee perguntou, ainda escrevendo.

– Porque eu sabia que vocês iriam querer fazer uma escolta, e eu não queria arrumar confusão nenhuma. E também, não queria vocês lá, é muito perigoso em todas as circunstâncias. Eu pretendia mandar um e-mail de lá, dizendo que estava tudo bem e que eu voltaria dentro de alguns dias. Mas quando cheguei lá, meu pai estava vivo, obviamente, e muito bem. Ele abriu os braços para mim, e quando eu percebi que algo estava errado, havia seis agentes em cima de mim, eu me livrei de todos, e vieram mais três, e Rivkin. Quando eu olhei pra ele, ele estava sorrindo, eu me distrai por um minuto e fui dominada.

– Porque seu pai fez isso? – eu disse, horrorizada.

– Ele queria pegar o Gibbs – ela olhou pra ele – o assassino do Ari. Eu disse pra ele que – eu olhei pra ela, com olhos arregalados, e ela percebeu que estava prestes a dizer quem era realmente o assassino do Ari – eu disse que aquilo era loucura, que Ari teve o que mereceu - ela olhou pra mim – eu disse toda a verdade. Mas ele tentaria usar todos nós para atraí - lo. Ele mandou um agente atrás de cada um de nós, pra ficar de olho.

– Você contou tudo? – Gibbs perguntou, e Mcgee sem entender parou de escrever para olhar.

– Sim. Eles me prenderam na esperança de você ir lá me resgatar, mas como não deixei nenhuma pista, vocês não me acharam até que eu liguei.

– Onde conseguiu o telefone? – Mcgee perguntou, olhando sobre os ombros parecendo preocupado.

– Os guardas soltavam minhas mãos para que eu comesse de vez em quando. Roubei de um deles, queria dizer a vocês que estava tudo bem, e falei com a Jess pensando que era a Abby .. Se eu soubesse que isso traria vocês diretamente pra cá, não teria feito. Quando eu vi a Jess na minha frente, entrei em pânico e fiquei realmente surpresa por vocês terem deixado, ela é só uma criança!

– Uma criança que teve a ideia que te tirou de lá, e que matou dois agentes treinados.. – eu disse, e sorri. Não conseguiria ficar brava com ela por um bom tempo, mesmo que tentasse.

– É verdade, ela teve a ideia toda – Mcgee disse, olhando mais uma vez para trás.

– Mas mesmo assim, disse que estava morta na esperança dela ir embora, mas ao contrário, ela disse que ficaria! – ela disse, parecendo indignada.

– Ah, e o que houve na floresta? – Eu perguntei.

– Bom, eu ouvi um dos agentes e meio que tentei me encolher, mas ele ouviu e veio pra cima de mim. Tentou me sufocar, mas Dinozzo chegou bem na hora, o agente tentou dar um tiro e errou, então ele ia atirar em mim quando – ela respirou fundo, e todos nós acompanhamos – o Tony pulou na minha frente e a arma disparou na perna dele, então eles meio que rolaram e ele conseguiu atirar no rapaz – ela terminou e olhou pra baixo – tenho que ir ao banheiro, já volto.

Ela saiu, e assim que eu me virei para ver como havia ficado o relatório, Mcgee soltou um “finalmente” e virou para trás, Dinozzo estava mancando, mas estava rindo. Mcgee levantou e deu um aperto de mão nele, e Gibbs acenou dizendo “Bom trabalho”, enquanto eu corri e parei a alguns centímetros.

– Hey, Hey, Hey! – ele disse, me alertando.

– Eu sei – eu peguei os ombros dele com muito cuidado, sem encostar nas pernas e sorri, então ele me apertou, tendo que segurar em mim para se apoiar. Ele foi o único ali que nunca precisou de nada de mim, e aquilo, meio que foi diferente.

– Obrigado – dissemos nós dois juntos.

– Ok – eu disse – eu estou te agradecendo porque você salvou a vida da Ziva, mas porque você me agradeceria?

– Porque você não desistiu dela nem quando nós todos pensamos que ela estava morta. Obrigado por não desistir – ele disse e sorriu – onde está ela afinal?

– Ela já deve estar vindo – Gibbs disse, e ela apareceu.

Ela estava distraída, pegando algo no bolso quando viu que ele estava ali. Não parecia saber como reagir, e eu achei aquilo estranho. Ela sorriu, virou, pegou um copo de agua e começou a tomar de cabeça baixa, sem olhar pra nenhum de nós.

– Bom, vamos embora? – Mcgee disse, depois de um silêncio constrangedor.



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