Capitulo 1 - The Sun Goesn Down escrita por IWant


Capítulo 1
Capítulo 1 - I Want




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Esquivei-me de alguns ombros, tentando chegar até onde minhas amigas estavam, mas a multidão a minha frente só parecia crescer a cada segundo. As férias finalmente haviam chegado e eu mal podia acreditar nisso. Eu estava extremamente feliz, e ver o meu nome, e o nome de todas as minhas amigas, na lista dos aprovados só meu deixou ainda melhor. Girei meu corpo desviando de um garoto, evitando um choque que provavelmente me jogaria no chão, enquanto saía da pequena confusão formada em frente ao mural. 
-Conseguimos! – Disse null animada e confiante. 
-Claro que conseguiríamos. Estudamos pra isso, não foi? – null se levantou rapidamente do banquinho onde estava para dar sua palavra. 
-Fale por você. Meu coração ainda não está em seu nível normal de batimentos! – Disse null um pouco mais ofegante que o normal, com a mão sobre o peito. 
-Se você estudasse conosco todos os bimestres, não passaria por todo esse sufoco. – Disse null jogando sua maçã, ou o que sobrou dela, no lixo. 
-Eu tento! – retrucou null. – Mas eu definitivamente não consigo acompanhar o ritmo dessa escola, sou um pouco desatenta! 
-Um pouco? – perguntei, incrédula. – Você é totalmente desatenta com a escola, qualquer coisa, até um grão de poeira, desvia a sua atenção. 
-Mas isso não importa mais. Eu consegui passar, não foi? Então vamos sair logo desse ambiente escolar que eu estou ficando com alergias! – Ela se coçou e fez uma careta. Todas nós rimos com aquilo, por mais bobo e infantil que fosse. 
A caminhada para fora da porta da escola era algo muito significativo no dia de hoje. Simbolizava a liberdade, pelo menos, até o próximo ano letivo começar. 
Férias, finalmente. Eu estava precisando disso, depois de tanto trabalhar arduamente para conseguir uma boa média final. Espero que essas férias sejam eternas, ou pelo menos, espero que elas valham à pena. 

Assim que coloquei os pés em casa, respirei de forma um pouco mais pesada. Apesar de tudo, era estranho viver em uma pensão, mesmo que essa pensão fosse o lugar a qual eu havia passado toda minha vida. 
Não era completamente ruim, mas ter estranhos na sua casa todos os dias, dormindo sob o mesmo teto assusta bastante, e pode ser um pouco chato também. 
Mas mamãe trabalhava duro para manter todos satisfeitos e felizes, era assim que ela ganhava a vida, e eu diria que ela está bem feliz. 
-Chegamos mãe. 
-Como foi a escola? – Perguntou minha mãe, ao chegar à sala repentinamente enquanto secava uma vasilha. 
-Bem. Passei de ano, acho que deveria saber. – Eu disse me sentando no sofá. 
-Claro que passou! – Ela sorriu largamente. – E vocês quatro também, suponho. 
-Sim! – Disse null vitoriosa. 
-Por um triz, mas passei. – null parecia aliviada. As garotas se sentaram ao meu lado. 
-Parabéns à todas! Devem estar com fome, vou preparar algo! – Saiu na mesma velocidade em que chegou. Minha mãe vivia ocupada de mais cuidando da pensão para dar à ela um ar mais aconchegante e familiar. Se meu pai não trabalhasse cuidando das finanças acho que ela não daria conta. 
Eu me sentia feliz assim. Meus pais trabalhavam em casa. Assim eu não precisava me separar deles nem por um dia. 
-Então… o que temos para hoje? – perguntou null, enquanto esparramava-se em um dos sofás, não dando espaço para que null e null sentassem. 
-Como assim? Estamos de ferias, vamos para praia, e torrar no sol o dia todo! – respondeu null. Sentando no chão, próxima a mim. – Olha só para mim, uma folha de papel é mais bronzeada que eu! 
-Não precisa exagerar! Temos as férias inteiras pela frente, mal sabemos o que pode acontecer. Não vamos querer viver tudo num dia só. E se você ficar o dia todo torrando não vai conseguir um bronzeado e sim um câncer de pele! – Brinquei. null pareceu indignada. 
-Não se brinca com esse tipo de coisa! Que horror! – Disse null. 
-Estou sendo sensata. – Eu disse. 
-Certo, certo… vamos para a praia – Disse null olhando diretamente para null. – E vamos passar muito protetor! – Ela se voltou para mim dessa vez. – Mas depois de comermos, por favor! – Ela abraçou o estômago. Todas rimos com aquilo. 
Saímos da casa e nos deparamos com aquela incrível vista, já rotineira pra nós, porém ainda assim, não menos digna de ser olhada. O mar mais azul que o céu e a areia branca combinava com as poucas nuvens formadas. Caminhamos até a orla, onde deixamos que as ondas banhassem os dedos de nossos pés antes de mergulharmos por inteiro, para evitar o choque da água gélida com nossos corpos aquecidos. 
O contato da água com meu corpo provocou pequenos choques, mas causou uma sensação de liberdade também. Afinal o verão era sobre isso não? Sentir se livre, fugir das responsabilidades escolares, esquecer certos problemas, viver em função do hoje e não do amanhã.
Me mantive presa em meus pensamentos, até que senti alguém me empurrar, e me afundar o máximo que podia. Voltei para a superfície sentindo-me levemente atordoada com aquela situação, acabei demorando um pouco para recuperar meu fôlego, e isso era visível, já que a minha respiração era extremamente pesada. 
-Vocês três são muito irritantes! – disse baixinho, em meio ao um riso, aquilo havia sido divertido apesar de eu ter me assustado. 
-Ei, null! – null acenou para ela, que estava em uma cadeira na varanda, evitando contato com a areia. – Você não sabe o que está perdendo! 
-Sei sim! Estou perdendo os bichinhos da areia, as águas-vivas e os tubarões, obrigada, estou bem aqui! – Ela respondeu relativamente alto. 
-Ela consegue ser bem neurótica, quando quer. – null afirmou. Decidimos sair um pouco da água e ir fazer companhia à ela. 
> Quando chegamos lá, percebemos que havíamos perdido null no caminho. Ou ela havia se perdido propositalmente. Passei meus olhos por tudo que estava ao meu alcance e foquei-os em null. Lá estava ela conversando com um garoto. 
-Típico. – null revirou os olhos enquanto se enrolava em sua toalha. 
Não demorou muito para que ela estivesse de volta. 
-E então, conseguiu mais um número para sua coleção? – null tirou os óculos escuros, e colocou a revista que lia de lado. – Ou esse você realmente vai levar a serio? 
null revirou os olhos, e pegou sua toalha, começando a secar-se em seguida. Ficamos encarando-a, esperando sua resposta, mas esta estava demorando demais. Logo, notei null jogar sua tolha em sua bolsa, estender sua canga na areia, e logo em seguida falar: 
-Não revire os olhos. Parece que nós quem estamos erradas em toda essa estória. Você sempre pega o números dos garotos, dá falsa esperanças aos pobres coitados. – ela olhava diretamente para null, com um ar bravo. 
-Eu vou ligar! – Disse ela. Mas tanto ela quanto nós, sabíamos, que ela estava apenas enganando a si mesma. Talvez isso fosse uma mania, um hábito ruim, mas null sempre fora assim, desde que começou a se sentir atraída pelo sexo oposto. Nunca se manteve firme em relacionamento algum, isso quando ela começava um relacionamento. 
Já estava começando a escurecer, e o céu do entardecer adquiria uma coloração avermelhada, e o oceano, seu espelho, refletia a mesma cor. Pegamos nossas coisas e entramos. Ficamos conversando por mais algum tempo, até que o entardecer tornou-se noite. As meninas decidiram ir embora, mas não havia muito problema nisso, já que morávamos todas na mesma rua. 
Depois de me despedir subi para o meu quarto e fui tomar banho. Abaixei a temperatura do chuveiro até que ficasse agradável. Fiquei lá o tempo necessário para retirar da minha pele e dos meus cabelos a areia e o sal. Quando me senti limpa, saí de lá, e vesti nada mais que um leve vestido, perfeito para a temperatura que estava bem alta. Deitei em minha cama a esperei o sinal do jantar - duas batidas na porta de cada quarto. 
Algum tempo depois, não sei identificar exatamente quanto, ouvi as costumeiras batidas na porta do meu quarto. Mesmo com certa preguiça, achei melhor me levantar e então, desci até a sala de jantar. Pouco tempo depois, os hospedes chegaram. 
Sim, era bem estranho morar sob o mesmo teto e ser vizinha de quarto de pessoas que você não conhece e que veria por apenas alguns dias e nunca mais, depois que a hospedagem acabasse. O verão era definitivamente a época em que ficava mais insuportavelmente cheio. Cheio com três universitárias, um casal com seus filhos e dois alemães. Bem estranho e incômodo, devido à falta de privacidade, mas tudo bem, as pessoas ali costumavam ser simpáticas, e eu tentava ser amistosa também, mas com aqueles dois garotinhos, era uma tarefa a qual eu não poderia realizar. Eles pareciam dois furacões, onde quer que passassem conseguiam deixar tudo fora de ordem. Sorri para eles, tentando apenas parecer gentil. Todos ali sorriram em resposta. Eu não sabia muito bem como puxar assunto com eles. Eu não tinha idéia sobre o que poderíamos conversar, então eu tentava ser o mais gentil possível, sem ter que usar muitas ou até mesmo nenhuma palavra. 
-Então… – Mamãe se pronunciou. –… como foi o dia de vocês? 
-Quente. – Respondi num tom baixo, mais para mim mesma que para ela. 
-Meu dia foi ótimo! – Respondeu Sra. Wade, mãe dos dois fedelhos. – Estamos aproveitando bastante! 
-Isso é ótimo! – Mamãe sorria. Não sei bem o que se passava dentro dela. Se ela realmente se sentia bem jantando com um bando de desconhecidos ou se ela simplesmente atuava muito bem, mas de qualquer forma, ela parecia feliz. 
O jantar se resumiu à isso. Mamãe parecia mesmo interessada em saber como havia sido o dia daquelas pessoas. Depois que todos terminaram, eles se retiraram, e eu, fui para a cozinha ajudar a mamãe com a louça. 
-Eles não vão embora nunca? – Perguntei enquanto pegava mais um copo para secá-lo. 
-Não fale assim. Eles são gentis. – Disse mamãe, pegando um pouco mais de detergente no vidro. 
-São sim, mas gastam muita louça pra comer. – Reclamei. Acho um pouco injusto eu ter que lavar o que não sujei. 
-Se acha muito, então espere até o fim de semana. – Disse ela, naturalmente. 
-Como assim até o fim de semana? O que você está planejando para o fim de semana? – perguntei receosa, de certa forma. 
-Sábado, para ser mais precisa, receberemos mais cinco hospedes. – Cinco. Mais cinco. Cinco é um numero enorme, ou talvez apenas parecesse enorme para mim no momento. 
-Mais cinco? – Usei um tom mais alto dessa vez. 
-Sim, eles confirmaram esta manhã. 
-Você deve estar brincando. Já temos nove, não é o suficiente? Digo, eu não consigo me concentrar nas minhas coisas com esse número. Como será com mais cinco? Sem contar que terei que lavar muitos mais pratos! 
-Você sabe como é, estamos no verão, a temporada alta, os negócios fluem perfeitamente bem. Temos que aceitar todas as ofertas que estiverem ao nosso alcance, caso contrário, é como estar jogando dinheiro fora! – Eu entendia o ponto de vista dela e claro que concordava. Mas essa era a minha parte racional. A parte irracional não queria mais cinco hospedes ali. E se possível, ela queria os dois pirralhos bem longe também. – E eu conto com a sua ajuda. – Como se eu já não estivesse fazendo o suficiente. – Eles tem em média a sua idade, então, acho que você pode fazê-los se sentirem à vontade. 
-Ah claro… Por que dar meu sangue, suor e lágrimas limpando a sujeira deles e tentando conviver em paz com todos não é o suficiente. – Falei emburrada. 
-Não vai ser tão mal assim! – disse ela, sorrindo, tentando me confortar. 
-Como você pode ter certeza? Não os conhece! – respondi, ainda emburrada. 
-Você fique feliz ou não com essa situação, ela é real. Então, faça com que ela seja agradável para você e para todos. – mamãe sempre tinha que ser o mais otimista possível. – Você não vai querer criar uma imagem ruim das garotas americanas para eles, ou vai? 
Garotas americanas?
-Espera, de onde eles são? – Perguntei bem curiosa dessa vez. 
-Reino Unido. Quatro Ingleses e um irlandês. Mas todos moram em Londres. – Mamãe tossiu sutilmente, não gostava de falar da vida pessoal dos hospedes, inclusive enquanto eles ainda não estavam presentes. - Mas isso não vem ao caso. 
Ingleses ou não, eu não queria mais cinco pessoas respirando o meu ar de direito. Mas como minha mãe disse, isso não ia mudar. Então seria melhor encarar os fatos e tornar a situação mais divertida. E eu sabia exatamente como… 

As meninas passariam o dia em minha casa. De inicio senti um pouco de receio em contar à elas o real motivo pelo qual às chamei, que era receber os ingleses comigo, mas não havia motivo para isso. Assim que null soube que haviam garotos envolvidos não pensou duas vezes em ir. Na verdade, nenhuma delas hesitou. 
Sábado chegou mais rápido do que eu imagina e desejava. Eu queria poder aproveitar meus últimos dias de paz, mas isso não foi possível graças as pestinhas que ainda estavam ali. 
-Quando eles chegam? – Perguntou null um pouco ansiosa. 
-Não sei horas exatas. – Respondi friamente. 
-Por que você está assim null? – Perguntou null. – Digo, não vejo problema nessa história toda. 
-Tudo que eu consigo ver são cinco bagunças a mais para ajudar minha mãe a arrumar. Isso não soa bem pra mim. – Fui direta. 
-Bem, se você ficar sendo pessimista, vai realmente ser péssimo tê-los aqui. – null, na sua forma calma expressou sua opinião. – Você poderia ao menos tentar dar uma chance a eles, quando os conhecer. 
-Mas será que eles vão demorar muito? – null disse olhando no relógio da sala. 
-Nossa, por que está tão ansiosa? E se eles forem feios ou chatos? 
-Não importa, eles são ingleses. Isso já me deixa um pouco excitada. – Ela levantou uma de suas sobrancelhas e sorriu maliciosamente. 
-Já que é tão importante pra você – me rendi - minha mãe saiu de casa há 40 minutos para esperá-los no aeroporto, então, presumo que não devem demorar mais muito tempo. – Revirei os olhos. Como ela conseguia ser tão pervertida? 
-Sua capacidade de querer agarrar algum garoto mesmo sem conhecê-lo, ainda tem o poder de me surpreender! – comentou null, colocados os pés sobre a mesa de centro, e sentando-se da forma mais confortável possível no sofá. 
-Tira os pés dai! – empurrei as pernas de null, que protestou em resposta, mas acabou aceitando o que eu havia dito e se sentou no chão em seguida. 
-Não quero bancar a chata, longe de mim… – null respirou fundo, fingindo-se de desentendida na tentativa de chamar atenção. –… mas já ocorreu, que esse garotos, podem ter namorada, ou algo do tipo? Ou até mesmo não querer nada com você, null? 
-Ah, detalhes! – ela abanou a mão. – Você sempre foi pessimista mesmo. 
-null pode estar certa! – null, deu de ombros, parecendo um pouco contrariada por estar concordando com o que null falava. – Há tantas possibilidades, para que nada, absolutamente nada, aconteça entre você e eles! 
-Ah, mas há também infinitas possibilidades de que, algum deles sinta algo por mim. Sinceramente, vocês me fazem parecer como uma depravada ou algo do tipo falando assim. – ela parecia ofendida com toda aquela discussão. Só revirei os olhos, ela era dramática demais às vezes, e eu realmente odiava todo aquele amor ao drama que ela tinha.
-Você só quer números novos para a sua coleção null! E os garotos desse continente não são o suficiente não é? – As palavras de null soaram extremamente sarcásticas ao meu lado. Todas nós estávamos sentadas, no chão. Todas nós exceto null, que permanecia de pé, esperando ansiosa por eles. 
Qualquer um que a visse poderia pensar que ela era amiga intima deles, ou algo parecido, mas o máximo que null sabia sobre os novos hospedes, é que eles tinham a nossa idade, que eram garotos, e vinham de outro continente. E aquilo me irritava profundamente, e visivelmente também. Eu estava me controlando muito para não gritar com ela, mas esse auto-controle poderia ir para os ares a qualquer momento. 
null estava tirando minha paciência com toda a sua ansiedade. Eu não estava mais conseguindo me conter e já podia formular a imagem de mim mesma espancando-a até a morte, quando escutei um costumeiro chacoalhar de chaves e logo depois, o som das mesmas se contrastando com a fechadura da porta e em seguida, essa se abriu. Minha mãe nos olhava espantada ao ver que estávamos todas sentadas no chão da sala e com expressões diversificadas. Me levantei rapidamente ajeitando meu vestido antes que minha mãe me repreendesse com apenas um olhar, e as meninas fizeram o mesmo em seguida. A luz vinda lá de fora era bem forte e me cegava. 
-Meninas - mamãe tossiu sutilmente – dêem as boas vindas à Harry, Niall, Liam, Louis e Zayn. Eles ficarão aqui pelo resto das férias de verão. – O silêncio predominou na sala.
Quando eles deram um passo à frente, a luz que me cegava não me impedia mais de ver cada um deles perfeitamente. Eu estava enganada. Talvez eles fossem chatos, mas não eram feios, definitivamente não. Eu me senti aquecida, de repente. Não sabia bem o que estava acontecendo, mas sabia, que eu não estava mais me importando em dividir minha casa com eles. 


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