– Edward o que foi? – perguntou Bella assustada enquanto ele andava de um lado para o outro passando a mão freneticamente no cabelo

Ficou assim durante vários segundos, andava, puxava o cabelo, olhava para ela, apontava o dedo em sua direção, abria a boca como se fosse falar e depois recomeçava a seqüência

– Edward se acalma pelo amor de Deus, me diz o que esta acontecendo, por favor – Edward a olhou com sangue nos olhos, pegou a mão dela que estava em seu braço e a empurrou com força

Queria gritar com ela, queria por para fora tudo o que estava preso dentro dele mais não podia, e isso era o que mais o irritava, a necessidade de alivio que ele sabia que nunca alcançaria.

Viu em uma cadeira a mochila da pentelha, foi ate lá com passos rápidos, abriu a bolsa e jogou tudo no chão

– Ei – disse Bella indo ate lá e olhando indignada enquanto ele abria seu caderno e escrevia rapidamente nele

Bella estava sem reação, nunca vira Edward tão transtornado. Ele acabou de escrever arrancou a folha e estendeu par ela

“Sua intrometida! Fica longe de mim! Longe do meu quarto! Fica longe da minha vida!”

– Por que tudo isso? Só porque eu limpei aquele chiqueiro? Não é assim que se diz obrigado sabia?

“Eu não mandei você limpar nada! Fez porque não consegue manter esse seu nariz dentro da sua própria vida!”

Bella não tinha o que dizer quanto aquilo, realmente ele não mandou ela limpar nada, ela fez porque estava entediada, ficou olhando para ele, sem reação alguma, rezava internamente para que ele fosse logo embora e a deixasse sozinha. Edward respirou fundo algumas vezes ainda olhando nos olhos assustados dela, depois mais calmamente pegou o caderno e novamente escreveu depois entregou a ela.

“Quero a chave do meu quarto de volta. Agora!”

Bella bufou, pegou um corrente que levava no pescoço e a puxou arrebentando o fecho, depois estendeu para ele. Edward pegou a chave e saiu do quarto. Horas depois, a campainha soou Bella já sabia quem era por isso correu para atender. Abriu a porta se deparando com Jasper e Rosalie sorridentes do outro lado

– Chegamos – anunciou Jasper como se isso ainda não tivesse sido notado

– Olha pessoal foi mal mais não da pra fazer o trabalho aqui

– Por quê? – perguntou Rosalie

– Bom, porque eu e o Edward nos desentendemos e agora eu duvido muito que ele vai querer fazer trabalho algum, por tanto...

– Bella você não vai deixar seus amigos entrarem? Que falta de educação! – a repreendeu Alice

– Bom, é que eu e o Edward...

– Eu sei, eu estive no quarto dele agora a pouco e imagino o que tenha acontecido. vamos entrem, Bella mostre o caminho da biblioteca para eles, eu vou chamar o Edward – Alice entrou dando um sorrisinho de canto com a cara de bobo que Jasper fazia ao olhar para ela – Fiquem a vontade

Alice subiu ate o terceiro andar e bateu delicadamente na porta, coisa que pra ela era novidade

– Edward, seus amigos estão aqui – nada foi ouvido do outro lado

– Edward, por favor, você esta sendo infantil, a garota não fez nada de mais ela só limpou. e nós dois sabemos que você não esta zangado por ela ter limpado, mais sim por ela mexer com você – o silencio do outro lado começou a irritar a garota – Edward Cullen, se não sair daí de dentro agora eu vou descer lá em baixo e contar seu segredinho pra ela! Eu juro que vou gritar a plenos pulmões que você esta apaixonado por ela. O que acha disso irmãozinho?

Segundos depois a porta foi aberta e um Edward carrancudo passou por ela, jogou um papel para Alice que ria vitoriosa em seguida saiu a passos duros. Alice sorriu ainda mias e abriu o papel

“Você se tornou um ser muito irritante”

– Eu também te amo maninho! – gritou para as costas do irmão que fingiu nem ouvir. Ela dobrou o papel delicadamente e pôs no bolso, guardaria aquele papel junto às melhores recordações de sua vida, após anos finalmente seu irmão falou com ela, e daí que foi psicografado? Ao menos ele falou

Enquanto isso na biblioteca Jasper e Rosalie olhavam encantados cada detalhe do lugar, nem a biblioteca municipal da cidade tinha tantos livros quanto aquele lugar

Enquanto que Bella sentia que seu coração a qualquer momento iria sair correndo de seu peito saltando pela boca, não podia estar ali, se a vaca ruiva sonhasse que ela estava ali sua cabeça seria colocada a premio

– Bella relaxa, foi a Alice quem nos mandou vir para cá, não vai pegar nada não – disse Rosalie tentando acalmar a garota

– É Bellinha, fica calma, mais se você esta com tanto medo assim, nós podemos ir lá pra casa – sugeriu Jasper

– Olha, eu acho uma excelente idéia, afinal o motivo de estarmos aqui é porque aquela pessoa que não deve ser mencionada não aceita sair daqui, mas como ele não vai mais participar não há porque ficar aqui

– E porque ele não vai mais participar?

– Bom, porque ele...
A fala de Bella foi interrompida por Edward que entrou no cômodo trazendo seu material na mão, pegou um bloco de notas riscou rapidamente e depois estendeu para os gêmeos

“Boa noite sejam bem vindos”

– Bom, vamos começar então – disse Rosalie com um enorme sorriso no rosto

O quarteto sentou-se à mesa, Edward e Bella evitavam olhar um para o outro

– É, o clima aqui esta ótimo – ironizou Jasper – Sabe, vocês dois estão me irritando, estão vendo esse silencio todo? A culpa é toda de vocês! Poxa trabalho em grupo é pra ser divertido. Tudo bem, o mudinho nunca fala nada mesmo, mais você Bella? Você é uma tagarela

– Eu já sei como vamos resolver isso! – anunciou Rosalie

– É mesmo? – questionou Bella

– Sim, você vai nos contar o motivo da briga de vocês e vamos juntos restabelecer a paz e a harmonia

Edward e Bella se entreolharam e depois voltaram a seus afazeres sem nada a dizer

– É já vi que a noite vai ser silenciosa

...

No domingo Bella estava sentada na janela de seu quarto como sempre entediada, mas desta vez alem de entediada ela estava chateada, poxa, ela não fizera nada de mais, ela só limpou a droga do sótão, o que pode ter de tão errado em se limpar a droga de um sótão imundo?

Ela tinha que esquecer isso, tinha que esquecer que Edward Cullen existia, ela tinha que deixá-lo apodrecer naquele sótão empoeirado que ele tanto ama, é isso que ela tinha que fazer. O difícil era se convencer disso estava a algum tempo sentada naquela janela olhando para o horizonte tentando arrumar uma maneira de esquecer que Alice e Emmett haviam ido a uma festa na piscina e o estranho estava no sótão trancado sem ninguém para levar-lhe o almoço, porque ela não iria de jeito nenhum levar comida aquele mal educado

Olhando de relance para o jardim lembrou-se de uma conversa que tivera com Alice ali horas mais sedo

Flashback on

Tinha que arrumar uma distração foi ate o jardim da família, lá ela sempre conseguia pensar e sentir-se em paz consigo mesma. Sentou-se no banco de costume e ficou a admirar as rosas

– São lindas não é mesmo? – olhou assustada para Alice, estava tão distraída que nem a viu chegar

– É... Sim, são lindas - disse timidamente, estava se sentindo muito desconfortável ali, não gostava de estar em um mesmo ambiente que alguém tão refinado quanto Alice Cullen

– Eram as favoritas da minha mãe – Bella viu Alice olhar para a janela do sótão e acompanhou seu olhar – Sabe, ele não é uma má pessoa, muito pelo contrário, não existe no mundo pessoa mais amável e carinhosa do que ele. Ele herdou isso da minha mãe – a garota sorriu triste – Todos acreditam que sou eu quem ficou com essa parte da herança, mais se enganam, ela ficou praticamente toda com ele. Minha mãe era tão amável, carinhosa e gentil. Você teria gostado de conhecer ela. Às vezes eu acho que ela transferiu tudo pra ele, todo esse sentimento de bondade

Bella não conseguia disfarçar a cara de deboche ao ouvir tais palavras. Será que Alice estava falando do mesmo Edward que vivia no sótão? Porque para Bella isso era pouco provável que sim.

– Eu sei, é difícil de acreditar, mais é a mais pura verdade. Minha mãe e ele eram muito apegados, gostavam das mesmas coisas, os dois veneravam as artes, sabe, toda essa coisa clássica e brega – outro sorriso triste e Bella fingiu que não viu ela enxugando uma lágrima do olho esquerdo – minha mãe era bailarina Bella, não sei se te contaram, mais ela era, a melhor da companhia, ela brilhava nos palcos. Edward pretendia seguir os passos dela, não dançando, ele não levava muito jeito pra isso, mais tocando, você tinha que ver ele toca muito bem, diversas vezes tocou piano para minha mãe dançar. Era muito lindo. Mais ai ela se foi... E ele se foi também, meu irmão não esta mais entre nós Bella, o que esta trancado no sótão não é meu irmão, é apenas o corpo, mais o espírito, bom, o espírito esta no cemitério sentando junto as sepultura da minha mãe, esperando que ela se levante, segure na mão dele e volte pra casa – Bella não sabia o que fazer, Alice chorava um choro doido, como se a muito estivesse reprimindo aquela tristeza dentro de dela, então fez a única coisa que veio a sua cabeça, a abraçou, deixando que as lágrimas da moça se derramassem em seu ombro

– Sabe Bella, eu tenho visto meu irmão trancado naquele sótão ano após ano, e sinceramente eu não via mais solução, mais ai você apareceu, e de alguma maneira ele teve uma melhora, ele deu algum sinal de vida. Durante anos eu tenho tentado falar com ele, implorado para que ele escrevesse em um papel, balançasse a cabeça, mexesse o nariz, piscasse duas vezes, qualquer coisa que me ajudasse a me comunicar com ele, mais nada, ele nunca fez nada, mais ontem, ontem ele me deu um bilhetinho dizendo que eu me tornei um ser irritante – deu risada e Bella riu junto com ela – E eu sei que essa mudança é por sua causa, por isso Bella eu vim te implorar para que você não se afaste dele, eu sei que você esta chateada com ele, mais, por favor...

– Alice, ele é que não me quer mais como amiga, tudo por que eu limpei o sótão, fala sério, eu só limpei se você soubesse como me arrependo disso. Se eu soubesse que ele reagiria assim teria deixado do jeito que estava

– E por que não diz isso pra ele? Por que não se desculpa?

– O que? Você esta dizendo que eu deveria me desculpar por ter limpado? Eu não vou fazer isso! Primeiro por que ele não vai me ouvir e Segundo porque eu jurei nunca mais subir ao terceiro andar. Questões de princípios

– Bom, o quesito ele não vai ouvir, é fácil de corrigir – Alice foi ate a roseira branca retirando uma de suas flores – A tradição dos Cullen é quando temos que nos desculpar não falamos nada, apenas entregamos uma rosa branca. Ela fala por nós. De a rosa a ele e ele vai entender. Agora quanto ao nunca mais subir lá em cima, bom, eu e o Mett fomos convidados para uma festa hoje e meu pai e a vaca ruiva vão ir almoçar na casa dos Newton, você não vai deixar ele morrer de fome né?

Flashback off

E agora ali estava Bella, no dilema, deixar ou não deixar ele morrer de fome?

– OK Isabella, você e seu coração mole venceram – disse pra si mesma levantando-se e correndo para a cozinha, como de costume fez a bandeja com comida, sobremesa e bebida

– Vamos lá Isabella, vamos nos humilhar um pouco mais para aquele ingrato – conversar consigo mesma já estava virando um hábito e ela tinha que corrigir isso imediatamente. Respirou fundo e subiu para sua humilhação, chegando lá deu três batidas leves na porta

– Escuta aqui seu grosso mal educado e ingrato, eu não deveria mais eu trousse seu almoço, por mais que você seja ingrato e mereça morrer de fome eu e meu coração mole não conseguimos deixar isso acontecer. Agora vamos fazer o seguinte, eu vou deixar a comida aqui na porta e vou ir fazer minhas unhas, quando eu terminar vou vir buscar a bandeja independentemente de você ter comigo ou não, mais eu vou ter que te aconselhar a comer, morrer sozinho trancado no sótão já é uma morte triste, se for causada por fome é pior ainda

Edward de dentro do sótão não sabia distinguir o que estava passando por sua cabeça, não sabia se achava engraçado o ataque dela ou se sentia-se ofendido com as ultimas palavras dela, no fundo ele sabia que merecia aquilo, mais ainda assim era duro ouvir vindo dela

Seu estomago o tirou de seus devaneios o lembrando que do outro lado da porta tinha algo esperando por ele.

Mais era ai que vinha o outro dilema, dar ou não o braço a torcer?

Como que em resposta a essa pergunta seu estomago roncou novamente, exigindo que ele fosse até a porta e pegasse a comida

Ele até ponderou em negar a súplica irritante de seu organismo, mas sabia que aquela era batalha perdida

Levantou-se e foi ate a porta a abrindo lentamente, não sabia se a sensação esquisita que sentia era um sinal de que tinha medo que a garota estivesse do outro lado, ou se desejava que ela estivesse

Ao terminar de abrir a porta e constatar olhando para os dois lados que ninguém estava no corredor supôs que a segunda alternativa estava correta, de alguma maneira e por uma razão que ele desconhecia ele desejava que ela estivesse ali

Suspirou e olhou para a bandeja posta no chão, ficou alguns segundos olhando a mesma, os olhos fixo na rosa branca que estava sobre a bandeja ao lado do copo com suco, sentia seu coração bater mais forte, como se tentasse lembrá-lo que estava ali, segundo a tradição de sua família ela estava se desculpando, mas não tinha como acreditar nisso, não havia como ela saber dessa tradição, desde que sua mãe falecera nunca mais os Cullen a usaram

Pegou a bandeja a levando para dentro, a colocou na mesa de cabeceira e recolheu a flor, levando a ao nariz e apreciando seu perfume, era assim que sua família dizia que aceitou o pedido de desculpa, sentia falta dessa época, quando alguém em sua família queria se desculpar entregava ao ofendido uma rosa branca, esse se aceitasse o pedido cheira a rosa, um costume bobo que sua mãe inventara quando ele e Emmett brigaram quando ainda crianças, mas sempre funcionou muito bem para todos

Olhou novamente para a bandeja, um sorriso brincando em seus lábios, onde estava a rosa havia um papel dobrado ao meio

“Olha seu ingrato, mal agradecido, mesquinho, grosso e mal educado. Eu tive a melhor das intenções quando fui limpar esse seu chiqueiro, estava pensando no seu bem-star, se você em um sótão viva! Ninguém tem nada haver com isso, mas viva em um sótão limpo. Eu só queria ajudar, mas me desculpa se te ofendi com minha atitude, se soubesse que você ficaria tão chateado eu nunca teia entrado ai para limpar nada. O lance é que, por algum motivo que eu desconheço me incomoda saber que você esta com raiva de mim, acho que me acostumei com essa nossa louca amizade, então por isso. E SÓ POR ISSO, me desculpa de verdade, eu juro que nunca mais limpo nada. Amigos?"

Edward estava mais do que convencido de uma coisa, aquela era sem duvida alguma a maior figura que já tinha conhecido em sua vida

Mas o fato é também gostava da amizade louca dos dois e não queria perder a única pessoa que poderia considerar amiga

Pegou o prato e começou a comer do que ela havia lhe trazido, estava bem mais animado do que a horas antes, mas uma coisa ainda o estava incomodando, tinha que se desculpar com a pentelha também, desta vez ele admitia, realmente fora grosso com ela, ate mais do que isso, fora estúpido

E agora depois que a raiva esfriou tinha de admitir, agira por impulso e totalmente sem motivo, em uma coisa tinha de concordar com Alice, sua atitude nada tinha haver com a limpeza do quarto, mas sim com a revira volta que a garota estava fazendo em sua vida

Ela estava entrando sem pedir licença e mudando toda a sua rotina e isso o perturbava, mais do que isso. O amedrontava.

Horas passaram e nada da pentelha vir buscar a bandeja como prometera Edward já estava impaciente e cansado de esperar “será que ela veio buscar e ao não encontrar na porta voltou pra trás?” Questionava-se

Não colocou a bandeja vazia para fora por que queria que ela batesse na porta para pegar, e ai ele se desculparia

Finalmente o som de batidas na porta foi ouvido. Em um salto Edward correu para a porta um tanto quanto ansioso de mais, segurou a maçaneta, mais se interrompeu no ato antes de destravar a porta. Aquilo estava muito estranho

A pentelha sempre que batia a porta xingava-o ou lamuriava alguma coisa, a batida sem nenhuma insulta seguida significava que não era ela

E também não poderia ser a baixinha, esta sempre que batia a sua porta o ameaçava de alguma coisa e usava muito mais força

Só existia uma única pessoa em toda aquela casa que batia a sua porta sem dizer nada

“Droga! Essa vadia não desiste nunca?”

CONTINUA...


No próximo capitulo...

– Alice, não diga besteiras, eu não matei a sua mãe. Pelo amor de Deus! Quando você vai crescer e superar essa coisa de menina mimada que tem madrasta malvada?

– Não canse a minha beleza Victoria, nós duas sabemos a verdade. Aliás, nós três, e é por isso que ele nunca vai se quer olhar em sua direção

– É mesmo Alice querida? Sua mãe dizia a mesma coisa do seu pai. “Ele nunca vai olhar para você Victória” e veja só onde eu estou hoje e onde ela está – rui irônica.