O Estranho no Sótão escrita por Karina Ferreira


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Explicações lá em baixo rs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195227/chapter/14

Não foi uma manhã fácil para Edward em definitivo, mal conseguira prestar atenção nas palavras que saiam da boca do velho padre, o tempo inteiro concentrado na imagem da mulher no quadro posto no altar, sua mente inundada daquelas imagens dos últimos dias de vida de sua amada mãe que tanto o castigavam, não conseguia controlar as lagrimas e precisava confessar que também não estava se esforçando para isso, tinha total consciência de que estava ensopando o ombro da pentelha onde sua cabeça estava apoiada, mas ainda assim, precisava daquilo, precisa colocar em lagrimas toda a dor que sentia, todo o terror por saber que já a seis anos não tinha a mãe consigo

A missa acabou e olhou para o lado com asco observando a fila de pessoas se revezando em cumprimentar a família Cullen como se de fato compreendessem o tamanho da dor que sentiam naquela data, todos após dar os pêsames a Alice e Emmett olhavam com curiosidade para ele ainda apoiado nos braços de Isabella e cercado pelos irmãos Halle, sabia que aquela era uma cena inédita para todos, tinha sempre um ou outro que parecia cogitar a ideia de ir falar com ele, mas desistia no meio do caminho e ia embora, ele agradecia imensamente por isso. Não tinha estrutura para encarar os falsos lamentos de pessoas que não conviveram com Elizabeth, que jamais saberiam o quanto elr doce ou como tinha uma forma sempre amável de resolver tudo

Foi tirado de seus pensamentos no momento em que alguém se ajoelhou a frente dele roubando sua atenção. Olhou para a mulher de longos cabelos loiros ajoelhada a sua frente, com os braços apoiados em seus joelhos e olhos azuis o encarando cheios de ternura. Os gêmeos herdaram boa parte da genética da mãe e Edward podia ver muito deles na senhora Halle. A mulher sorriu de forma gentil para ele e então afagou-lhe os cabelos o pegando de surpresa

— Elizabeth e eu não éramos grandes amigas, mas sempre nos encontrávamos em um evento ou outro, a cidade não é assim tão grande não é mesmo? – sorriu divertida – Eu a admirava, admirava a postura sempre tão elegante e impecavelmente ereta que somente uma bailarina do nível dela poderia ter – os olhos do estranho se encheram de lagrimas mas acabou sorrindo ao lembrar que realmente a mãe sempre andava ereta e de nariz em pé para todo lado – onde quer que Elisabeth Cullen chegasse todos paravam para olhá-la, ela nunca passava despercebida

— Mas acima de qualquer coisa, o mais impressionante naquela mulher era o cuidado que tinha com os filhos, não importava onde ela estivesse, ou com quem estivesse conversando nos eventos, ela sempre sabia exatamente onde você e seus irmão estavam e o que estavam fazendo. Eu queria muito ter esse controle com Jasper e Rosalie – deu mais uma risada para o amigo dos filhos já ficando com os olhos marejados

— Como disse, não éramos grandes amigas, mas sempre que parávamos para conversar ela deixava claro o quanto amava os filhos – afagou o rosto do estranho secando as lagrimas que escorriam dos olhos verdes dele e aproximando-se ainda mais – Ela sempre deixava claro o quanto se orgulhava de você, o quanto você era o mais perfeito dos filhos e todo o futuro brilhante que você teria pela frente, que seria um artista completo – aquelas palavras o atingiram como um chute no estomago, todo o futuro que a mãe planejara para ele fora por agua a baixo. O choro se intensificou e agora ele soluçava olhando a mulher com a vista embaçada pelas lagrimas

— Mãe! – advertiu Rosalie mas foi prontamente ignorada

— Você precisa saber que onde quer que ela esteja agora está olhando pra você, com o mesmo amor de sempre, com a mesma admiração, com o mesmo orgulho, por que ela é sua mãe, e é isso que as mães fazem, elas continuam acreditando nos filhos mesmo quando ninguém mais acredita, elas continuam os amando mesmo quando eles não merecem isso. Eu tenho certeza que ela está aguardando o filho dela retomar os sonhos que ela tinha para ele, que ela está aguardando que ele assuma a carreira brilhante de artista que ela sempre acreditou que ele teria. Mas acima de tudo, eu tenho certeza que agora exatamente nesse momento o maior desejo dela, é que aquele garotinho que encantava a todos por onde passava, seja feliz

— Eu sei que não é fácil, mas vamos falar de Elizabeth Masen agora, a bailarina que foi consagrada por equilibrar-se em uma sapatinha de ponto aos seis meses de gestação, você acha que foi fácil? – o estranho negou com a cabeça – Não! Não foi fácil, eu não teria conseguido nem estando na mais perfeita forma imagine com uma barriga enorme de gestação – riu divertida – Você é filho dessa bailarina não é mesmo? – o estranho acenou – Sim você é! E era você quem estava lá dentro daquela barriga gigante não é mesmo? – novamente acenou – Pois então? Não venha me dizer que não é fácil, você é filho dela, você consegue fazer coisas difíceis tanto quanto ela, e exatamente como naquele dia você estava dentro dela, hoje, onde quer que você vá ela também estará sempre dentro de você, bem aqui – tocou-lhe o peito

— Ninguém nunca vai substituir ela Edward, ninguém nunca vai tomar o lugar dela na sua vida, ela vai ser sempre a sua mãe, e a ausência dela vai ser sempre sentida por você e seus irmãos, mas você precisa entender que fisicamente, ela não está mais aqui, e não vai voltar, não importa o quanto você deseje isso. Ela também jamais irá ficar em paz enquanto você não estiver bem. Uma mãe nunca fica bem diante ao sofrimento de um filho.

Os gêmeos olhavam assustados para a mãe sem entender a atitude da mulher, tudo o que menos precisavam naquele momento era que o amigo tivesse outro surto e voltasse a se trancar no sótão, porém, contrariando a todos, o estranho se atirou nos braços da mulher chorando no colo dela que prontamente o confortou

— Eu estou aqui – sussurrou para que somente ele escutasse – não sou ela, nunca vou ser, mas sou mãe também, quero o seu bem tanto quanto quero o de Jasper e você pode sempre contar comigo pro que precisar, mas seguir em frente é uma decisão que precisa partir de você, ninguém pode toma-la por você

Dizendo isso a mulher beijou ternamente o rosto do estranho, enxugou as próprias lagrimas que caíram sem permissão durante a conversa e levantou-se, deu um abraço em cada filho, beijou o rosto de Bella e saiu dali, o que tinha ido fazer lá estava feito. Já a dias estava tendo sonhos estranhos com Elizabeth lhe pedindo ajuda, Asheley Halle sempre fora muito sensitiva e acreditava fielmente em planos espirituais. Tinha absoluta certeza que os sonhos constantes eram a forma que Elizabeth conseguira para comunicar-se com ela, e ela não poderia virar as costas a um espirito que estava sofrendo

Chegou em seu carro parado no estacionamento já destravando o alarme e entrando, foi jogar a bolsa no banco do carona e estacou olhando a enorme rosa cor de rosa com as pétalas abertas e vistosas depositada ali, pegou a flor com cuidado olhando ainda incrédula para toda aquele delicadeza, levou ao nariz absorvendo o gostoso perfume com um sorriso nos lábios

— Por nada minha amiga.

...

— Vamos para casa? – perguntou Bella ao estranho sentado a seu lado no banco de trás da Ferrari de Rosalie, na frente os gêmeos estavam virados para eles aguardando a resposta do amigo

Edward suspirou ainda pensando nas palavras da senhora Halle e negou com a cabeça fazendo um sinal de que queria escrever com a mão, Jasper rapidamente abriu o porta luvas da irmã procurando por caneta e papel e entregou ao amigo que começou a rabiscar

Bella olhou o estanho escrever tenso no papel e depois estender para Rosalie que estava ao volante, a loira leu as palavras do amigo e engoliu em seco o olhando preocupada, em seguida estendeu o papel ao irmão que ficou em igual nível de preocupação, Bella não aguentando mais o mistério por trás daquele papel puxou-o da mão do loiro lendo o que entendeu como um endereço na caligrafia bonita de Edward

— Você tem certeza? – perguntou Rosalie receosa recebendo um aceno positivo do estranho. A loira suspirou e virou-se para frente dando a partida no carro

O caminho de alguns minutos seguiu silencioso até que Rosalie estacionou na frente de um prédio antigo com aspectos de abandono que Bella olhou de cima a baixo, os amigos desceram do carro e rumaram para a porta que como era de se imaginar estava trancada. Edward olhou decepcionado para a porta trancada, mas é claro que estava trancada, ele muito burro imaginou o que? Que chegaria e o lugar se abriria para recepciona-lo?

— O que pensa que está fazendo Rosalie? – gritou Jasper em assombro

— Destrancando a porta – respondeu a loira enfiando dois grampos de cabelo na fechadura

— O nome disso é arrombar, vamos ser presos – continuou o loiro olhando para os lados prevendo em que momento a policia chegaria

— Pare de ser burro Jasper! Estamos com o dono do lugar, é obvio que não seremos presos – respondeu a loira concentrada no que estava fazendo

— Você é louca mulher! Louca! – dramatizou jogando as mãos para o alto

— Voa-la – cantarolou empurrando o objeto de madeira que se abriu para eles

Os quatro amigos entraram em silencio, Bella olhava tudo a sua volta, e não era preciso ser nenhuma gênia para entender onde estava, tudo ali gritava abandono, poeira para todos os lados, os papeis de parede rasgados e desbotados, as enormes telhas de aranha penduradas no teto, mas ainda assim era claro que um dia aquele mausoléu fora a escola de artes de Elisabeth Masen

Edward girou sobre o próprio corpo e como em passe de magica as paredes com decoração envelhecida e suja se iluminaram, a poeira evaporou pel0os ares e a escola estava de volta ao que sempre fora.

Viu a mãe descer saltitante as escadas duplas em um vestido longo e esvoaçante, os cabelos presos em um coque no alto da cabeça e um enorme sorriso direcionado para ele

Correu de encontro a mulher pronto para abraça-la mas esta passou por dentro dele como um fantasma. Virou-se bruscamente na direção em que a mãe fora a olhando abraçar as pequenas bailarinas que chegavam empolgadas para a aula

— Mãe – viu o Edward de doze anos se aproximando da mãe com um quadro na mão, tal como se estivesse assistindo a uma peça de teatro com a única diferença de que sua mãe estava morta e ele não tinha mais doze anos – Onde eu coloco isso? – perguntou o garoto assim que se aproximou

— Peça a alguém da manutenção para colocar ali em cima da recepção para que seja a primeira coisa que as pessoas vejam quando entrarem – declarou a mulher sorrindo orgulhosa

— Mas mãe! Não está assim tão bom. Na verdade deveríamos colocar no lixo – protesto o garoto em revolta

— Nunca mais diga isso da sua arte Edward! – ordenou a mulher tomando o quadro das mãos do menino e admirando o próprio rosto retratado nele – Nem mesmo Picasso teria feito algo tão esplêndido – afirmou. Em seguida chamou um senhor para colocar o quadro onde queria enquanto ela e o pequeno artista olhavam o homem trabalhar

— Não ficou perfeito ali? – perguntou sorrindo, mas Edward não concordava com a mãe, sabia que o trabalho ficara bom, mas ainda não acreditava ser digno da recepção – Você será muito famoso meu filho, e quando for um artista consagrado as pessoas pagaram fortunas por esse quadro, o primeiro quadro de Edward Cullen, mas você vai me jurar que esse quadro nunca sairá dessa recepção. Você jura? – o garoto assentiu com um enorme sorriso no rosto acreditando cegamente nas palavras da mãe de que ele seria um artista conhecido tanto quanto ela

Edward suspirou olhando a imagem da mãe segurando uma rosa próxima ao rosto no quadro preso a parede em frente a recepção, o mesmo quadro que agora estava no sótão diante de sua cama, ele não cumprira a promessa que fez a mãe

E as cores sumiram sendo sugadas pelo cinza envelhecido das paredes atuais o trazendo de volta a realidade. Mais lagrimas rolaram por seus olhos pensando em todas as promessas e expectativas que foram quebradas durante todos esses anos. Os amigos fizeram menção de ir até ele para consola-lo mas ele levantou a mão pedindo que o deixassem passar por aquilo sozinho, ele precisava encarar aquela realidade

Respirou fundo e subiu as escadas encarando o carpete vermelho tão envelhecido que mal se podia notar que um dia fora um carpete de luxo, no andar de cima uma a uma entrou em todas as salas, sua mente sempre sendo inundada de lembranças de dias felizes vividos ali, a sala de musica, onde aperfeiçoara seus talento para o piano, a sala de pinturas, onde tantas vezes perdera a noção do tempo em meio a tintas e pinceis, a sala de esculturas, de onde sempre saia sujo dos materiais utilizados nas aulas, o anfiteatro onde por inúmeras vezes levou broncas do senhor Banner por nunca ter de fato sido um apreciador das artes cênicas e finalmente, a principal sala daquela instituição.

Engoliu em seco parado a porta sem de fato saber se teria coragem de prosseguir, o tempo inteiro tinha noção dos amigos o seguindo de perto e em silencio a cada sala que entrava, mas daquela vez sentiu como se realmente estivesse sozinho

Com passos lentos e inseguros entrou na sala, olhou os espelhos embaçados pela sujeira e o tempo, as barras de alongamento enferrujadas, o piso de madeira roído por cupins, as telhas de aranha no teto, tudo estava tão definhado quanto sua mãe nos últimos dias

A terrível constatação apertou-lhe a garganta prende-lhe o folego em um sufocamento e os tão rotineiro espasmo no peito atingiu-o como um soco derrubando-o de joelhos ao chão, apoiou as duas mão ao chão puxando o ar para dentro dos pulmões com violência, tudo a sua volta girava tão rápido quando os brinquedos radicais de parque de diversão lhe causando uma vertigem no estomago e ele sentia que iria vomitar a qualquer momento

Os amigos correram de encontro a ele, o abraçando e repetindo palavras de apoio e conforto, mas ele não podia vê-los ou ouvi-los, estava totalmente perdido dentro de si mesmo, caindo em um abismo cada vez mais fundo e escuro de onde sabia que não iria sair

— Edward? – escutava uma voz familiar chamar-lhe de muito longe – Edward? – a voz ficou mais próxima, era a voz da sua mãe, sua mãe o estava chamando – Edward? Hei, achei você! – a voz urgente ficou gentil, alguém tocava-lhe os ombros.

Abriu os olhos e olhou confuso em volta a sala de espelhos impecavelmente cuidada como sempre fora, mas ele não estava mais no centro do local mas sim escondido em meio as araras de roupas de tecidos leves

— O que esta fazendo escondido aqui? – a mãe abaixada a sua frente mantinha o costumeiro sorriso bondoso nos lábios – Está assustado? – ele balançou a cabeça positivamente, sabia que dia era aquele, tinha nove anos faria sua primeira apresentação solo ao piano naquela noite. Minutos antes havia espiado pelas cortinas e tinham muitas pessoas ali esperando para escuta-lo o que o apavorou – Eu sei que está, e é absolutamente normal, eu em seu lugar estaria apavorada – a mulher entrou no meio das roupas sentando-se ao lado do filho o abraçando, beijou o topo da cabeça dele enquanto lhe afagava os cabelos

— Você quer fazer isso Edward? – ele sabia que a pergunta que a mãe fizera naquela noite era sobre o tocar piano, mas naquele momento, sentia como se a mãe estivesse lhe perguntando se ele realmente queria seguir em frente, e era o que mais queria. Novamente somente acenou com a cabeça

— Se realmente é o que quer precisa lutar por isso, precisa ser forte e encarar os seus medos de frente meu amor

— Mas você...

— Não, eu não vou estar com você, isso é uma coisa que você precisa fazer sozinho, a coragem que você precisa está dentro de você, a única coisa que precisa fazer é encontra-la

— Eu não consigo – respondeu em meio a lágrimas – Você tem que ficar comigo – implorou o menino querendo que a mãe subisse com ele ao palco, mas naquela ocasião as palavras também serviam ao adulto que não queria aceitar que a mãe partira

— Eu te conheço melhor do que ninguém, eu sei que consegue. Não precisa de mim para absolutamente nada. Mas se serve de consolo, eu estarei atrás das cortinas olhando bem de pertinho tudo o que você estará fazendo, pronta pra intervir caso erre alguma nota. Tudo bem? - O menino de nove anos não queria concordar com aquilo, queria que a mãe entrasse com ele segurando-lhe a mão e que sentasse ao lado dele durante todo o concerto. O adulto destruído também não queria concordar, queria a mãe a seu lado lhe guiando o caminho. Lembrou das palavras de horas antes da senhora Halle lhe dizendo que a mãe não iria voltar, não importava o quando desejasse isso. Sentindo o coração apertado no peito acenou para a mãe que tomou o rosto do menino entre as mãos olhando-o fundo nos olhos

Naquele momento, Edward sentia como se a mãe não mais olhasse nos olhos do menino, mas sim nos do homem amargurado em que ele se transformara

— Você vai conseguir! Eu sei que vai, no final tudo ficará bem e esse medo será somente uma lembrança esquecida na sua mente. Você vai ser muito feliz meu filho – Beijou a testa dele que fechou os olhos absorvendo aquela sensação gostosa que a tempos não sentia mais – Eu te amo

Abriu os olhos e já não estava preso a memorias de anos antes, mas sim de volta a realidade, Jasper e Bella estavam jogados ao chão gritando palavras desconexas a ele que tinha a face grudada a madeira suja de poeira e serragem. Fechou novamente os olhos mentalizando um eu também te amo para a mãe.

Respirou fundo preparando-se para encarar a realidade notando que não sentia mais dificuldade para respirar, e os espasmos no peito diminuíram consideravelmente. Jasper e Bella pararam de gritar no exato momento que sentou-se olhando para eles

— Ele teve um ataque de pânico, estamos na... – Rosalie que falava desesperada ao telefone andando de um lado a outro parou o olhando como se esperasse que ele recomeçasse a surtar a qualquer minuto – Não, espera – falou para a pessoa na linha – acho que está tudo bem agora, qualquer coisa eu volto a ligar – desligou e foi sentar ao chão junto aos demais

O Silêncio que seguiu tornou-se pesado, os três amigos olhavam para o estranho sem saber o que fazer ou o que falar. Edward abaixou a cabeça olhando os próprios dedos se sentindo muito constrangido pelos amigos terem o visto naquele momento de tanta fragilidade. E foi ali, naquele momento em que se sentia o mais humilhado dos homens, dentro de um lugar que para sua mãe sempre fora sagrado, que jurou para si mesmo que aquela seria a ultima vez que se deixaria abater daquela forma. Ele ia conseguir, ele ia superar a morte da mãe, não por que Isabella merecia um homem forte ao lado dela, não por que os irmãos mereciam ter o irmão mais velho de volta, não por que Jasper e Rosalie mereciam um amigo são e não por que era o que a mãe desejava. Ele seguiria em frente por que ele queria, por que ele devia isso ao garotinho que sonhava em conquistar o mundo, ele seguiria em frente por que precisava provar para si mesmo que sim era capaz de ser feliz independente de qualquer situação

— Vamos pra casa agora? – pediu Bella de olhos ainda vermelhos devido ao choro que não pode controlar durante o ataque do amigo. Edward a olhou e acenou positivamente. Os quatro se levantaram e Rosalie prontamente abraçou o amigo para o caso de ele desmoronar novamente

Quando passaram pelo anfiteatro sem que os amigos reparassem Edward sorriu olhando o garotinho ruivo de nove anos sair correndo dos bastidores com um sorriso enorme no rosto por ter conseguido realizar o seu primeiro solo com perfeição, mas ao contrario do que imaginava não era a mãe quem o aguardava ansiosa atrás das cortinas, mas sim o irmão mais novo vestido em um smoking exatamente igual ao seu. Emmett abriu um sorriso de covinhas expondo a recente adquirida janelinha ao ver o irmão e correu a seu encontro

— Você é o melhor do mundo! – gritou atirando-se em um salto nos braços do mais velho

...

Rosalie estacionou o carro em frente a mansão Cullen naquele começo de noite e antes que Edward terminasse de sair do veiculo da amiga, Emmett já corria para fora dos portões com expressão de preocupação sobre o rosto deixando claro que era com ele que Rosalie falava momentos antes, Edward viu o irmão trocar olhares com a loira que assentiu discretamente provavelmente respondendo a alguma pergunta muda de se ele estava bem

— Obrigada por trazer eles – agradeceu aos gêmeos e Edward não pode deixar de notar que a amiga corou quando o irmão a beijou no rosto – E então mano? Foi dar um passeio né? – falou em uma falsa animação, Edward olhou no fundo dos olhos de Emmett, vendo ali que o irmão estava tão quebrado quanto ele naquele dia, mas que ainda assim estava ali, preocupado com ele, zelando por ele ao invés de se prender em seu próprio sofrimento

Isabella subiu com ele e Emmett até o sótão, e o estranho tinha absoluta certeza de que ambos queriam garantir que ele não ficaria mais quatro dias trancado no quarto se alto mutilando. Os dois entraram com ele e sentaram-se a cama encarando o estranho de forma constrangedora

— E então? O que vamos fazer de bom? – perguntou Emmett esfregando as mãos freneticamente nas coxas

— Podíamos jogar pife – respondeu rápido Isabella olhando o irmão do meio da família Cullen

— Verdade! Pife é muito bom, eu adoro esse jogo – respondeu Emmett aparentando nervoso e Edward revirou os olhos, foi ate a mesa de cabeceira e pegou a chave extra que tinha ali entregando-a a Emmett que o olhou espantado, antes que o irmão começasse a falar qualquer coisa o estranho começou a pegar as coisas necessárias para um banho, estava precisando relaxar e sair daquela bolha de proteção que Emmett e Isabella estavam criando em torno dele. Antes de entrar no banheiro retirou a chave da porta e a jogou para Emmett também, que a pegou no ar de olhos arregalados pela surpresa

Deixou os dois para trás e se fechou no pequeno cômodo azulejado, com pesar tirou as roupas e olhou-se no espelho, a barba crescida, os olhos cercados por olheiras, vários hematomas espalhados pelo corpo das inúmeras vezes em que se mutilou procurando uma dor maior do que a da perda da mãe. Não seria fácil deixar tudo aquilo na passado, talvez seria melhor que procurasse ajuda profissional, alguém que entendesse como sua mente funcionava

Abriu a porta do armário pegando a lamina guardada ali dentro e iniciou o processo de tirar aquele emaranhado de pelos do rosto, depois entrou no chuveiro sentindo a agua quente escorrer pelas costas

Não sabia calcular quanto tempo ficara ali, mas quando finalmente saiu do banho, nem Enmett nem Isabella estavam mais no sótão e no fundo ele agradeceu por isso, queria se manter afastado das especulação dos dois por um tempo

Alguém bateu a porta e em seguida a empurrou, mas não era ninguém que ele esperava passando pela porta com uma bandeja em mãos. Olhou curioso a mãe de Bella entrar em seu sótão tão intrometida quanto a filha e colocar a bandeja em cima da mesa de cabeceira

— Eu trouxe algumas frutas para você – falou a mulher receosa e então ele olhou a bandeja de frutas com uma rosa vermelha a enfeitando, não conseguiu sentir-se ofendido com a atitude da mulher, assentiu para ela que sorriu de forma gentil e Edward não pode deixar de reparar em como o formato do rosto da mulher lembrava um coração

Exatamente como a filha na primeira vez ali, a mulher ficara hipnotizada olhando a imagem de sua mãe presa a parede e Edward acompanhou seu olhar suspirando melancólico

— Ela era realmente muito bonita. Sabe Edward, quando uma mãe perde um filho, todas as outras mães perdem um pedacinho junto com ela, por mais que não tenhamos perdido filho algum podemos imaginar o tamanho do terror pelo qual ela está passando só de pensar no desespero de viver em um mondo onde o nosso coração fora do peito não bata mais. – o estranho olhou a mulher que parou de encarar o quadro e voltou-se para ele – Quando um filho perde uma mãe tão novo quanto você e seus irmãos perderam, todas as outras mães se tornam um pouquinho mães dele também, sei que eu não estava aqui antes, mas eu estou agora... E eu sou uma mãe, se você estiver precisando de colo sabe onde me encontrar – timidamente a mulher deu um beijo no rosto do estranho e marchou para fora dali

Edward olhou para o quadro da mãe e sorriu para a mulher ali que o olhava. Ele ia conseguir, estava buscando dentro dele a força para conseguir e ia encontrar. Sentou no piano dedilhando as teclas e logo a nova melodia que formava-se em sua cabeça já a algum tempo começou a fluir naturalmente

De repente a luz se apagou, ele parou por um momento de tocar olhando para o teto como se esse ato fosse trazer a energia de volta, mas logo estava tocando novamente concentrado nas notas que soavam pelo cômodo

Não demorou muito a porta do sótão abriu-se e a pentelha passou por ela segurando um castiçal com três velas acesas e ele novamente parou de tocar

— Ângela ligou na companhia elétrica, parece que um caminhão se chocou contra o poste de energia aqui perto, vão demorar pra arrumar – informou fechando a porta atrás de si e Edward engoliu em seco olhando a fina camisola que a pentelha usava, a mesma que certa vez ele a desenhara, os longos cabelos ainda pesados pela água indicando que a amiga também tomara banho recentemente – Continue tocando, estava tão bonito – falou colocando as velas em cima do piano e sentando-se ao lado dele enquanto o observava

Edward se concentrou em mandar as imagens da pentelha com tão pouca roupa sentada inocente a seu lado em bora e voltou a tocar, logo já estava concentrado em sua música novamente, as notas chegaram ao fim e Isabella começou a bater palmas a seu lado

— É linda! Não reconheço, quem a toca? – perguntou ainda sorrindo como criança encantada e Edward bateu no próprio peito se sentindo orgulhoso por ter a agradado

— Foi você quem compôs? – perguntou entusiasmada tal como se estivesse a frente de seu ídolo escutando a nova faixa exclusiva dele. O estranho acenou abaixando o olhar sentindo-se um pouco constrangido com toda a atenção direcionada a ele

— É maravilhosa! Como se chama? – o estranho deu de ombros – Não tem nome? – Edward negou – Vamos dar um nome a ela então. Melhor ainda – disse correndo ate a cama e pegando o caderno de desenho e um lápis jogados ali – Vamos dar uma letra a ela – falou empolgada voltando para junto do amigo

Pianistas não colocam letras em suas músicas, as notas contam a historia por si só, mas Edward não teve coragem de contar isso a Isabella e estragar a empolgação da amiga

— Vamos lá, toque o começo de novo e pensamos em um verso – com um sorriso torto o estranho fez o que a pentelha pedira, pensando na historia que sua música contava, a historia de como ficara arrasado depois de perder a mãe e o quanto queria conseguir seguir em frente. Lembrou-se de todas as vezes que somente de olhar para ele a mãe já sabia o que estava sentindo e o quanto ele tinha medo de seguir sem esse olhar atento, e então pegou o lápis da mão de Bella e escreveu o primeiro verso

“Ter o dom de ler vozes e olhares
Estar na estrada e não ter medo de tomar rumo errado”

Isabella olhou as palavras escritas no caderno e fechou os olhos escutando Edward recomeçar a tocar, sem que permitisse sua mente viajou para a manhã de natal quando encontrou o pai morto no chão da sala e uma lágrima solitária escorreu por seu rosto, então foi a vez da menina pegar o lápis e escrever o próximo verso

“Ser mais um entre tantos milhares
Que conseguem rir do inverno passado”

Olhou o estranho que acariciou o seu rosto limpando a lagrima que tinha escorrido e a menina sorriu para que ele soubesse que estava tudo bem, e então ele mais uma vez recomeçou a tocar, lembrando-se de todas as vezes em que desmoronou com a falsa ideia de que o fantasma da mãe o estava castigando por ainda estar vivo, todas as vezes que acordou transtornado depois de ser aterrorizado em sonho por aquele maldito dia em que perdera a mãe, e foi a vez dele de deixar uma lágrima escorrer pelo canto do olho e então pegou o lápis

“Não ter medo de dormir com a luz acesa
Acordar e sorrir”

Isabella sabia exatamente por que o amigo escrevera aquelas palavras, ela própria queria acordar e sorrir depois de um pesadelo com a morte do pai, então antes que o estranho voltasse a tocar tomou-lhe o lápis acrescentando palavras ao verso dele

“Foi só um sonho ruim”

Os dois se olharam em cumplicidade e sorriram. Edward voltou a tocar e mais uma vez Bella se permitiu voltar aqueles fáticos dias, os abraços sem calor no cemitério, a mãe chorando com cartas de despejo sobre a mesa, ela jurando diante a sua antiga casa que compraria outra ainda melhor para a mãe, todos os medos que a afligiam de não conseguir cumprir com tal promessa, e novamente pegou o lápis

“Entender as cartas sobre a mesa
Saber que a duvida é o que há de melhor em mim”

Edward nem precisou tocar novamente, sabia exatamente que verso viria a seguir... Seria tão fácil se eles de fato conseguissem, se fossem tão fortes quanto desejavam naquela letra. Pegou o lápis da mão da amiga já acrescentando aquele que para ele seria o refrão

“Seria tão fácil”

Isabella concordou com um aceno olhando o papel e novamente tomou o lápis acrescentando mais três palavras ali

“Parece tão fácil”

— Refrão? – perguntou esperançosa para o amigo que acenou positivamente a olhando e então ela sorriu – vamos repetir essa parte duas vezes então

Edward tocou a música desde o começo com Bella cantando a letra baixinho a seu lado concentrada no papel, e foi a vez de Carlisle tomar seus pensamentos, no exato momento em que as notas ficaram mais agitadas, lembrou-se do homem pedindo-lhe que o escutasse, alegando que o filho não sabia das coisas do coração, que não sabia tudo o que estava acontecendo em seu casamento. Com revolta o estranho pegou o lápis rabiscando o papel

“Estar feliz por nem tudo saber”

“Caminhar mesmo sem chão eu ter”— acrescentou Isabella lembrando-se o quanto se sentia sem chão as vezes e que ainda assim, tinha que seguir em frente pela mãe

“Viver, sorrir, chorar, mas viver" – anotara Edward convencido de sua decisão. Ele iria viver!

“Mas viver”— acrescentou Bella e o olhou convencida e podendo reconhecer o firmeza da decisão do estranho nas obres verdes. Naquele momento… os dois estavam muito mais do que dividindo suas dores, estavam selando um pacto. Ambos se comprometiam a viver.

O brilho das chamas da vela brincavam sobre o rosto pálido da pentelha a deixando com um ar sobrenatural, os olhos brilhavam emocionados devido ao momento compartilhado com o estranho… que em um afago prendeu uma mecha de cabelo húmido atrás da orelha dela admirando toda a beleza angelical daquele rosto de menina ingênua

Bella se via cada vez mais submersa na imensidão verde dos olhos do outro que também se encontravam lacrimejantes de emoção, aproveitou do afago do estranho para fechar os olhos em forma de fuga a prisão que aqueles olhos verdes lhe causavam, mas fora ainda pior, de olhos fechados era como se sua pele tivesse ainda mais consciência do toque do outro enviando uma corrente elétrica por todo o seu corpo

Abriu os olhos preguiçosamente tentando não olha-lo nos olhos o que a fez cair na armadilha da boca entreaberta e extremamente convidativa, voltou aos olhos novamente que a fitavam intensamente, também revezando olhadas entre sua boca e seus olhos

Ambos foram aproximando-se lentamente cada vez mais inebriados pelo cheiro um do outro, até que sem aguentar mais Edward eliminou a distância tomando os lábios da pentelha sobre os seus, com calma, apreciando o sabor que eles tinham

Subiu uma mão pelo rosto dela a acariciando com todo o cuidado e carinho que tinha para com aquela pentelha, enquanto que a outra desceu espalmada para o centro das costas dela a puxando para ainda mais perto dele, sentia os cabelos húmicos enrolarem-se em seus dedos como cordas o prendendo ali, como se ele quisesse ir a qualquer outro lugar

Isabella passou os braços sobre o pescoço do estranho infiltrando os dedos pelos cabelos rebeldes cor de cobre, mas logo somente esse contato não fora mais o suficiente para ela. Deixou uma mão ali e a outra correu para o rosto alisando a pele recém raspada

Abriu os olhos no mesmo momento em que o estranho e ambos sorriram por serem pegos espiando, mas logo estavam de volta ao beijo repleto de paixão. Bella desceu a mão espalmada pelo peito do outro até a barra da camiseta de uma banda qualquer que ele usava infiltrando seus dedos por baixo do tecido e o puxando para cima.

O estranho não se fez de rogado e a ajudou a tirar aquela peça de pano. Isabella mordeu os lábios olhando a pele clara do outro iluminada pelas chamas das velas e sem poder conter-se, com as duas mãos acariciou com a ponta dos dedos toda a região exposta

Edward fechou os olhos sentindo a pele formigar por onde os dedos da pentelha passavam quentes e leves, abrindo os olhos apreciou feliz o tom de vermelho que começava a lhe subir pelo pescoço até as bochechas a deixando ainda mais convidativa

Antes que a razão lhe voltasse a pegou pela cintura colocando-a sentada em seu colo, os cachos da garota se espalharam sobre as teclas do piano, e enquanto beijava a pele do pescoço claro, Edward se perguntou como seria tê-la entregue a ele sobre o seu instrumento preferido

Mas afinal o que ele estava pensando? Era obvio que não a teria, nem sobre o piano, nem sobre lugar algum. Ele não a merecia! Mas a duvida de se ela o desejava tanto quanto ele a desejava estava por tira-lo do sério. Com as mãos espalmadas acariciou as duas cochas da pentelha enquanto voltava a beijar-lhe a boca, subia e descia as mãos até a altura do quadril, enquanto que deixava os polegares roçassem próximo a virilha, e o movimento estava o torturando enquanto tão delicada ela continuava a acariciar o rosto agora com as duas mãos

A pentelha desceu as mãos urgentes por seu tórax até o cós da calça que ele usava tentando abrir desajeitada o botão. Edward interrompeu o beijo a olhando em duvidas. Estava ficando louco, ou ela realmente queria aquilo?

Como que se pudesse ler a mente dele, Isabella afirmou com a cabeça mordendo o lábio e passando a mão em uma mecha do próprio cabelo constrangida

— Eu... Eu, - engoliu em seco e o olhou nos olhos – Eu nunca fiz... Mas.. – não teve coragem de terminar a frase e desviou os olhos pro lado deixando os cabelos lhe caíssem sobre o rosto

Edward tirou os cabelos da garota do rosto e puxou gentilmente o queixo a forcando a olhar para ele, ele também nunca tinha feito, e ficaria muito feliz que sua primeira vez e todas as outras, fossem com aquela pentelha por quem tinha absoluta certeza estar apaixonado. Mas sabia o quanto aquilo era muito mais importante para as mulheres e faria tudo a seu alcance para que aquele momento se tornasse especial para ela

Voltou a beija-la com todo o sentimento que guardava no peito e como que em câmera lenta puxou a fina camisola para cima. Bella levantou os braços acima da cabeça deixando que o tecido passasse por sua cabeça, os longos cabelos caíram atrás das costas em uma dança ondulada e Edward prendeu a respiração olhando os dois volumes expostos para ele pequenos e pontudos, dignos da descrição de um artista descrevendo ninfas

Beijou a pele sentindo os bicos rígidos roçarem em seus lábios, passou a língua ali provando levemente do sabor e quase ronronou quando a escutou arfar. Antes que perdesse totalmente o controle a pegou no colo a levando para a cama. Colocou-a com cuidado sobre o colchão, tirou a própria calça junto com a cueca e deitou-se ao lado da pentelha a admirando sobre a pouca luz das velas ainda no piano,

Pegou a rosa deixada por Esme na bandeja em cima da mesa de cabeceira e deslizou as pétalas sobre o rosto dela, descendo pelo pescoço, passando pelos seios, o ventre plano e retomando o caminho, acompanhando com os olhos cada lugar em que a rosa passava com devoção. Isabella Swan era em definitivo a mulher mais linda que já vira na vida

Voltou a beija-la deitando entre as pernas da pentelha. Pegou um morango na bandeja levando até os lábios da garota que mordeu a fruta sugando o caldo que escorreu por entre seus lábios, Edward observou o formato dos lábios dela em torno do morango e sem poder conter-se mais a tomou para si. Em sua mente, a total consciência de que ambos pertenceriam um ao outro para sempre

...


Quando acordou Edward se remexeu na cama procurando pela pentelha que agora era sua de todas as formas que alguém pode pertencer a outro, mas não a encontrou, abriu os olhos para se dar conta de que realmente estava sozinho no sótão, sentou-se na cama puxando os lençóis para cima das pernas e sorriu vendo as pelas vermelhas espalhadas por ali, lembranças da noite anterior inundaram sua mente. E então era isso? Oficialmente ele era um homem. Então estava na hora de começar a agir como um

Puxou o relógio de cabeceira vendo que logo estaria não hora do colégio, mas ainda tinha um tempo para algo antes, algo de extrema importância para ele.

Levantou da cama em um salto se arrumando o mais rápido que pode, em seguida desceu para o jardim em passos rápidos, agradecendo mentalmente por não encontrar nenhum curioso pelo caminho

Quando chegou ao bonito jardim caminhou a passos lentos admirando tudo ali, quase podia ver a mãe rodopiando entre os canteiros com um enorme sorriso no rosto e os cabelos esvoaçando com o vento. Chegando a roseira branca escolheu a flor mais bonita na opinião dele e com cuidado a arrancou da planta

Voltando ao segundo andar parou diante a porta e com um suspiro audível adentrou o quarto. Emmett que passava algum produto que ele não prestou atenção em qual no cabelo parou o movimento o olhando em surpresa

— Bom dia Edward. Está tudo bem? Você precisa de alguma coisa? – não podia julgar o irmão, a quantos anos não entrava ali? Anos o suficiente para o mais novo ter mudado toda a decoração a ponto do estranho não conseguir reconhecer o quarto do outro, o que deixava ainda mais necessário aquele momento

Edward abaixou a cabeça envergonhado e dando mais alguns passos a frente estendeu a rosa branca ao irmão, que se possível, olhou ainda mais confuso da flor estendida ao rosto do mais velho. Por fim pegou a rosa a levando ao nariz como era a tradição

— Por que exatamente eu devo te perdoar? Você não me fez nada – Edward olhou o irmão confuso ainda segurando a rosa e respirou fundo tentando se lembrar de como fazer aquilo

— Exatamente! – a voz lhe soou estranhamente rouca e sua garganta arranhou em protesto pelos anos de não utilização, ele pigarreou tentando aliviar aquele incomodo - Eu não fiz nada, estive aqui esse tempo inteiro mas era como se não estivesse. Não te ajudei quando precisou, não te apoiei em suas conquistas, não zelei por Alice a seu lado – os olhos de Emmett estavam tão saltados olhando petrificado para ele que por um momento se preocupou que saltassem para fora do crânio – Você me perdoa por todos esses anos de negligência? Por todos os anos em que te obriguei a velar a morte de um irmão que estava vivo? Por todos os anos em que eu não fui seu irmão?

 

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oie RS. Bom vamos lá a explicação da demora no cap...
Gente não é fácil escrever esse Edward tão complexo, vcs n imaginam como é difícil para mim escrever OES, eu tinha todo o capitulo pronto na minha mente, toda a sequência das senas escrita em um papel, mas quando ia colocar em palavras simplesmente não saia. E eu n ia fazer qualquer coisa principalmente nesse cap q para mim é o mais importante para a recuperação dele. Sabe eu queria deixar claro todo o turbilhão de sentimentos que vieram juntos com essa decisão de seguir em frente e não conseguia encontrar as palavras
Mas em fim... O cap finalmente saiu, n está perfeito mas eu gostei muito do resultado.
Quero agradecer todos os comentários, as mega de apoio, a minha amiga do porão que disse q estava trancada no porão em protesto pela demora kkkk em fim muito obrigada a todas e pfv n fiquem chateadas comigo pela demora

Sobre a primeira vez espero n ter decepcionado ninguém, mas desde o inicio nunca foi minha intenção escrever algo erótico, ate pq a indicação da fic é 13 anos rsrs
Oficialmente OES está em reta final, nos vemos nos comentário
PS pelo amor de deus comente kkkkk
Ps²: vou colocar no grupo o link da música, quem não esta no grupo e quiser procurar no YouTube é: seria tão fácil Leilah moreno



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Estranho no Sótão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.