Desejos Inconsequentes escrita por Bruno Silfer


Capítulo 7
Capítulo 7: Descobertas




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Ino teve um sono pesado naquela noite. Ela dormia tranquila e volta e meia sorria, mostrando que realmente estava sonhando com o que queria. Sorrisos, pequenas contrações nos músculos, por vezes abraçava o travesseiro; isso já era previsto, pois muitos humanos se movimentam durante o sono, principalmente quando tem sonhos bons. Ino acordou com um sorriso no rosto e a primeira visão que teve foi a do semideus sentado na mesma poltrona de sempre. Ele a olhou e disse:

- Vejo que dormiu bem.

- Muito bem! – respondeu a garota esticando-se.

- Teve bons sonhos?

- Maravilhosos.

Ela se levantou e foi até ele.

- Obrigada Gaara. Foi o melhor sonho da minha vida. E obrigada por você estar nele.

- Fico contente que tenha gostado. Fazer você feliz também é uma das minhas missões.

Ino ficou um pouco vermelha, mas muito feliz ao ouvir essas palavras. Ela foi para o banho saltitando e cantarolando, sendo acompanhada com o olhar pelo ruivo. Ver aquela loirinha feliz e sorrindo o fazia se sentir tão bem! Era a primeira vez que algo desse tipo acontecia. Enquanto acompanhasse a Ino, ele tinha a certeza que usaria todos os seus poderes para nunca a ver chorar e, se não fosse possível impedir, saber encontrar as palavras certas para consolá-la. Ao pensar assim se sentiu dramático em excesso, mas o que importava já que nenhum humano poderia censurá-lo? Ino saiu do banho, se arrumou muito bem (como sempre fazia) e foi à escola ainda sorrindo. Ela sabia que aquele era o primeiro dia do pagamento da consequência do pedido que fez e aquilo a deixava apreensiva, mas ao mesmo tempo curiosa. Emoções que buscava esconder com aqueles sorrisos.

Chegando à escola Ino pôde notar a tremenda mudança de reação dos garotos com a sua chegada. Não que se fizesse festa ou soltassem fogos por isso, mas ela sempre atraía muitos olhares quando chegava. Agora nada era observado, nenhuma reação. Ino ameaçou ficar triste, mas Gaara a deteve.

- Não abaixe a cabeça! – exclamou Gaara imperativo – Você não é assim.

- Mas o que...

- Esqueça os olhares. Siga em frente.

Era a primeira vez que um homem levantava a voz para a loira. Ela não gostou daquilo, mas percebeu que ele só queria ajuda-la mesmo que tivesse que ser duro. Ela seguiu para a sala de aula e encontrou Hinata e Sakura que, além de perceberem a mudança de atitude dos garotos em relação a amiga, agora também podiam ver o semideus a acompanhando.

- O que está acontecendo Ino?

- Como assim?

- Por que nenhum homem sequer te olha hoje?

Então Ino achou por bem explicar a história completa, dando maior ênfase à consequência do pedido que fizera.

- Então isso vai durar cinco anos?

- Isso mesmo.

- E por minha causa? – perguntou Hinata.

- Não se preocupe Hinatinha. Eu aceitei porque quis e lhe digo que valeu a pena já que você e o Naruto estão mesmo juntos.

- Mas você vai...

- Eu disse que está tudo bem.

A conversa prosseguiu até Sakura virar-se para o ruivo e perguntar um pouco alterada:

- E você? Como foi impor um custo desses para a Ino?

- Acalme-se. – respondeu o semideus tranquilo como sempre – Você não sabe o que eu pretendo fazer.

- Nem quero saber! Você é muito...

Ela tentou em vão completar a frase. Sua boca estava bem selada ao passo que Ino viu o dedo do ruivo levantado, tal como fizera com ela quando se encontraram pela primeira vez.

- Eu deveria deixar você assim o dia todo. – disse Gaara – Mas não seria conveniente. Só tome cuidado.

O semideus abaixou o dedo e Sakura pôde falar novamente. Fora apenas uma pequena demonstração, mas deixou a sensação de que ele tinha muito mais poder oculto.

- Parem vocês dois! – interveio Ino – Não quero brigas aqui. – e tratou de mudar de assunto – O Naruto ainda não chegou?

- Ainda não. – respondeu Hinata – Ele sempre chega tarde.

- Quem chega tarde?

O autor dessa última pergunta era justamente Naruto que havia acabado de chegar e abraçava a namorada pelas costas. Não demorou muito tempo para eles se separarem do grupo e sumirem de vista. Passou a ser sempre assim a partir do dia que começaram a namorar. Saíam e só voltavam pouco antes da aula começar.

- Agora aqueles dois não se desgrudam mais.

- Deixa eles. – respondeu Ino – Eu sei como ela se sente.

Sakura sabia do desejo da amiga de namorar sério como suas amigas. Ela não entendia qual o benefício que Gaara via em deixar sua “protegida” mais cinco anos sem poder realizar seu sonho.

- Escuta Ino. Eu sei que você queria ajudar a Hinata e tudo mais, mas e o seu sonho? O que vai fazer?

- Não tem problema. Eu também estava um pouco triste ontem, mas o Gaara me fez entender que o amor não é aquilo que eu pensava.

- Como assim?

Ela ia começar a explicar, mas nessa hora o professor chegou. Esse assunto foi retomado no intervalo onde Ino explicou o que tinha ouvido no dia anterior e mostrou o ponto de vista que ela nunca havia pensado até então. Ali Sakura viu que Ino realmente havia mudado. Agora estava mais séria, pensativa e graças ao “gênio” nunca estava triste. Aquele método poderia dar certo, mas só o tempo diria.

A volta para casa foi silenciosa. Apesar do silêncio, Ino não tinha rosto triste ou aborrecido, o que deixou o semideus satisfeito. Chegando em casa e cansada como estava, ela caiu de bruços em sua cama. Essa posição de bruços, combinado com as meias brancas até o joelho e a saia curta do uniforme deu a Gaara uma visão privilegiada da beleza daquela loirinha. Ele não sentiu desejo algum, mas tinha a sensação que um sentimento diferente crescia dentro dele.

- Como se sente? – perguntou Gaara sentando-se perto da cabeceira da cama.

- Não foi tão ruim assim. – respondeu a bela garota apoiando-se nos braços ainda deitada – Mas se não fosse você eu teria chorado naquela hora.

- Você não precisa daquilo para saber que é linda.

Foi a primeira vez que Gaara a chamou de linda. Ino ficou um pouco corada, mas ainda disse:

- Durante esses cinco anos você será o único homem com quem irei conviver. Só não quero que me deixe sozinha antes disso.

- Enquanto você quiser a minha companhia, eu estarei por perto de um jeito ou de outro.

Era um mundo novo que estava diante deles. Tanto Ino quanto Gaara agora se sentiam a vontade na presença um do outro e nem percebiam que eram tão diferentes. Ino encantava e sabia cativar qualquer pessoa, mesmo sem as provocações, sendo que Gaara estava cada vez mais encantado. Gaara entendia Ino mais do que qualquer pessoa e essa atenção exclusiva que recebia do semideus passou a mudar os pensamentos da garota que a partir daquele dia passou a vê-lo cada vez mais como homem e não como um semideus. Chegou a hora do almoço e Ino avisou que iria demorar um pouco. Na verdade era apenas uma desculpa para conversar mais tempo sozinha com seu guardião.

- Eu me sinto estranha. Mesmo sendo só uma humana, quando você está do meu lado eu me sinto tão protegida...

- Indiretamente você tem razão.

- Seria tão bom se você estivesse ao meu lado desde o início...

- Naquele tempo você não precisava de mim.

- Será que não?

- Vamos comer?

Sorrindo Ino levantou, tomou banho e foi almoçar. O semideus a acompanhava e passou a gostar cada vez mais daquele ambiente familiar. Ele observava aquela alegria e tranquilidade imaginando como ficaria toda aquela casa depois que Ino fizesse os dois pedidos restantes. A consequência do segundo pedido era irrelevante, o que não aconteceria com o terceiro. Em seus mais de vinte e um séculos de vida era a primeira vez que se sentia em família, o que lhe fez sentir vontade de saber como era ser um humano, mesmo que somente por alguns momentos.


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