Eu não sei quando esse sentimento começou, só sei que é cada vez mais difícil ficar longe dele. E apesar de já ter lido sobre o “amor” em vários livros, eu nunca pensei que isso poderia acontecer comigo. Quero dizer, eu não conseguia me imaginar com nenhuma outra pessoa. Muito menos com ele...

                E aqui estou eu, Levy Mcgarden, tentando tomar um banho relaxante, mas nem isso eu consigo. A cena dele me protegendo do ataque do Laxus repassa várias vezes em minha mente, como se fosse um filme.

Meus pensamentos são desviados quando Lucy me chama.

– Hey, Levy-chan – Lucy começa a falar enquanto termina de se ensaboar – porque está com essa cara de paisagem? – ela tinha um sorriso simpático no rosto, o que me fez sorrir também.

– Não é nada – respondo – só estou pensando em algumas coisas... 

Eu e Lucy caminhávamos lado a lado em direção a guilda e conversávamos animadamente quando um sujeito estranho nos barrou. Ele possuía cabelos negros, e seus olhos de mesmo tom brilhavam de forma perversa, era alto e portador de um corpo musculoso.

– E ai meninas, estão a fim de me acompanhar? – O estranho possuía um sorriso malicioso estampado no rosto – Faz tempo que não tenho diversão com duas gatinhas como vocês

Ele veio se aproximando cada vez mais, fomos dando passos para trás quando ficamos cercadas por uma parede, ele parou de se aproximar e começou a nos olhar atentamente. Primeiro fitou Lucy e fez que “sim” com a cabeça, como um sinal de aprovação. Depois seu olhar voltou-se para mim. Senti uma onde de frio passando pelo meu corpo, eu não sei porque, mas algo naquele cara me dava medo.

– Ah claro, como se fossemos realmente acompanha-lo... – Lucy falou e eu dei apenas um sinal com a cabeça indicando que concordava, estava insegura.

Ele deu mais um passo a frente, seu rosto agora demonstrava raiva. Seu braço direito virou uma garra de ferro. Fiquei paralisada. Então ele também era um mago?

Percebi que Lucy procurava por suas chaves, mas pela expressão que surgiu em seu rosto, já imaginava o que vinha a seguir.

– Levy-chan, estou sem as minhas chaves! Acho que as esqueci no banheiro – sua voz demonstrava certo medo.

– E eu ainda não posso usar minha magia, ainda estou muito cansada da minha última missão – avisei. Que ótima situação nos encontrávamos! Um maníaco, pervertido está atrás de nós e estamos totalmente indefesas. O mago deu um sorriso satisfeito e veio em minha direção. 

Eu sabia que devia fazer alguma coisa, gritar por ajuda, lutar, mesmo que estivesse sem minha magia, qualquer coisa seria útil, mas o medo me dominou e eu consegui apenas ficar parada. Suas mãos estavam a centímetros de mim quando de repente um soco atingiu em cheio o rosto do homem.

– Como estão, meninas? – e lá estava ele. Gejeel Redfox.

– Arigatou, Gejeel-kun! – Lucy-chan disse animada e com os olhos brilhando. Gajeel abriu um sorriso e olhou para mim. Em seguida voltou-se para o mago que nos abordara e ambos começaram uma luta. Enquanto isso eu continuava parada, encarando a batalha que se passava. Ele havia me salvado. De novo.

Não demorou muito para a luta acabar. Gajeel havia vencido.

– Obrigada – disse timidamente – por nos salvar...

– Hã? Eu salvei vocês? – ele fez uma cara de surpresa – Não era a intenção, eu só estava precisando bater em alguém... – ARRG! Como ele consegue ser tão... tão... ARRG!

– Gajeel seu baka!! – perdi a paciência, eu estava realmente com raiva. Mas então ele apoiou seu braço em minha cabeça e de alguma forma seu toque me acalmou. Corei.

– Hey, baixinha! Acabei de achar uma função para sua estatura! – ele me provocava. Dessa vez entrei na brincadeira, ficamos um jogando provocações pra cima do outro. Rindo e gozando um com a cara do outro.

Há essas horas Lucy já havia nos deixado sozinhos com a desculpa de que precisava encontrar suas chaves. De certo modo eu não me importava de estar sozinha com o Gajeel, até agradecia Lu-chan por ter nos dado essa oportunidade. Ele não era tão ruim assim.

Paramos de rir e começamos a nos encarar, Gajeel levou sua mão até meu rosto e lá depositou um carinho. Nossos rostos estavam próximos, eu sentia sua respiração lenta e quente, a tentação de beijá-lo era grande... demais

– Eles se gosssssstam – Happy disse, nos assustamos e rapidamente nos afastamos um do outro. Ambos com a respiração acelerada e com o rosto corado. Dei um leve sorriso. Acho que talvez eu possa realmente ama-lo. Depois de hoje essa ideia não me parecia mais tão absurda.