-Cary! - Vick gritou ao longe.

Eu não conseguia mais enxergar nada ao meu redor. As lágrimas me cegaram momentaneamente. Eu estava fazendo muito esforço pra elas não caírem.

-Cary, por Deus! - ela disse ofegante ao meu lado - Calma! Você precisa falar com ele, sabe que Selena sempre arma as coisas!

-Sim, ela arma! Mas eles se beijaram!

-Eu sei, mas...

-Chega, vamos pra casa por favor - disse secando as lágrimas, melhorando minha visão.

Os meninos seguiram com minha mãe e a mãe de Vick em um carro. Eu e ela fomos sozinhas no outro. David era o único segurança mais intimo, então foi o único que deixei ir conosco no carro. Voltamos pra casa, logo após deixarmos Murilo e Pedro nas suas respectivas casas também. Tia Mary - mãe da Vick - também achou melhor ir pra sua casa. Ela deixou Vick passar a noite comigo.

Chegamos a minha casa e descemos do carro. Minha mãe veio logo atrás, então sequei as lágrimas e pus o sorriso mais disfarçado no rosto. Entramos em casa e antes de subir no quarto, ela me chamou.

-Querida... - disse minha mãe.

-Sim?

-Você se importa de ficar essa semana sozinha com a governanta? Eu preciso resolver umas coisas no Brasil, querida.

Quando ela diz “coisas” ela quer dizer meu pai novamente brigando na justiça por minha mãe me tirar do Brasil sem sua autorização. Meu coração se apertou ainda mais. Fazia quantos anos que eu desisti do sonho dele pra seguir o meu? Já havia perdido as contas.

-Tudo bem mãe - assenti.

-A Meredith chega depois de amanha porque seu filho está doente, mas você fica bem, não é? - ela me olhou aparentemente preocupada.

-Sim mãe, qualquer coisa tem a tia Mary que é como mãe pra mim - sorri fraco.

-Tudo bem anjo - ela beijou a minha testa - Vou arrumar minhas coisas e saio daqui uma hora.

-Te amo mãe. E... - segurei as lágrimas - Fala pro papai que mesmo depois de tudo isso, eu ainda amo ele. E sinto sua falta - após isso, as lágrimas caíram,

Era uma mistura de tudo agora. De Justin destruindo meu coração e meu pai.

-Tudo bem meu amor, tudo vai acabar bem - minha mãe me abraçou - Seu pai é cabeça dura, você sabe. Um dia ele vai olhar pra tudo isso e ver que está fazendo bobagem - ela sussurrou e eu assenti.

Após um beijo e outro abraço, subimos cada uma para seu quarto. Vick me esperava no meu, sentada na cama, com um “biquinho” pra mim. Sequei as lágrimas e ri fraco me jogando em cima dela. Ela me abraçou e assim ficamos por muito tempo.

-E agora Vick? - disse após o longo silencio entre nós.

-E agora que temos que nos distrair. Levante-se e se arrume. Vamos sair hoje.

-Não to afim de sair hoje, baixinha - disse agarrando o travesseiro.

-Não me venha com essa! Vamos em algum clube novo, qualquer coisa! Minha missão de melhor amiga é melhorar esse seu humor e te fazer esquecer o Sr. Cabelo dourado lá. Pelo menos até que as coisas se acertem.

-Ou seja, até que ele tome coragem e venha me dizer que vai ficar com a Selena.

-Ou não - ela disse persistente - Vai, levanta daí, toma um banho, veste algo bonito, e vamos sair.

-Quer saber? Você tem razão! Se Justin Bieber prefere a Selesma lá eu vou mostrar que não preciso dele!

-É assim que se fala - ela disse rindo - Agora vai lá tomar seu banho.

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Duas horas depois eu estava pronta. Vick também estava, havia pego umas roupas minhas emprestadas. E como sempre, tudo ficava melhor na Vick. Isso era uma tortura a minha auto-estima que já não era lá essas coisas.

Minha mãe já havia ido pro aeroporto e David aceitou levá-la. Outro segurança iria nos levar. Peguei meu celular, mais uma boa quantia de dólares e um cartão de credito, caso eu estourasse minha cota em dinheiro vivo.

Saímos de casa e entramos no carro.

-Nos leve a Playhouse - disse e Vick se animou - 6506, Hollywood Boulevard, por favor.

-Tudo bem - ele disse e começou a dirigir.

Eu encarava as ruas que passavam rapidamente pela janela. Apesar de estar tentando esquecer Justin, ele dominava a minha mente. E isso doía. Eu pensava num garoto que era de outra. Pior, eu amava um garoto que era de outra. Mas ele não me amava. Ele preferiu Selena a mim.

A rejeição parecia arrancar meu coração e jogá-lo ali, sobre as ruas de Los Angeles.

-Chegamos, Senhoritas - disse o motorista parando o carro - Devo esperá-las pelo resto da noite?

-Não, obrigada - disse a ele - Nós te ligaremos quando precisarmos voltar. Pode ir pra sua casa e descansar um pouco - eu disse e ele sorriu, agradecido.

Descemos juntas do carro e encaramos a fila que cruzava o quarteirão pra entrar na balada. Vick e eu fomos até o segurança, que ao nos ver abriu passagem.

-Sejam bem vindas a Playhouse. Tenham uma ótima noite - e dizendo isso a nós, adentramos.

A balada estava incrível. Haviam pessoas em montes dançando na pista lá em baixo, dançarinas em gaiolas penduradas no teto, dançarinas de cerda, bar tenders bem experientes - e bonitos - e muita musica.

Vick e eu infelizmente não pudemos ficar onde tinha toda essa agitação, nós tínhamos que ir pra área Vip. Um segurança nos guiou ate uma porta cercada de uma bela cortina de veludo vermelho, e então entramos. A área vip era tão espetacular quanto o resto. Haviam no Maximo umas 500 pessoas, diferente da área comum, que havia aglomerações de milhares. Alguns dançavam na pista, e outros estavam nos bancos do bar que havia ali. Eu reconhecia vários deles. Alguns, ex adolescentes da Disney, outros atores, cantores, etc. A musica era muito bem remixada, foi então que notei Calvin Harris lá em cima.

-Wow, isso sim é uma balada - disse Vick e eu só pude concordar.

Começamos a nos enturmar. Vick foi falar com alguns atores de The Avengers que estavam ali, e comecei a rir, já que de cinco deles, ela tinha uma quedinha por quatro. Decidir beber algo no bar.

-Uma coca, por favor - disse ao bartender. Eu podia beber, mas não gostava nem queria.

Fiquei sentada no bar só observando Vick que ria timidamente com aqueles homens altos ao seu redor. Ela era uma comédia.

-Hey, garota cereja! - disse alguém naquela voz que eu reconhecia de algum lugar.

-Hey, estrela da Disney rebelde! - disse animada, vendo Miley Cyrus ali.

Nos abraçamos rapidamente e ela riu. Pediu alguma bebida que eu não reconheci o nome e só pude entender “flambada” no fim. Aí então notei que sua bebida pegava fogo. Fiquei admirada.

-Servida? - ela ofereceu.

-Não, obrigada.

-Como estão as coisas? - ela perguntou após um gole em sua bebida divertida.

-Bem, eu acho - disse bebericando o refrigerante.

Miley me encarou um pouco e revirou os olhos.

-Qual é Cary! Olha essa sua cara! Esta escrito “estou mal” na sua testa.

Ri fraco. Miley entenderia, ela e Demi sempre me ouviam. Demi tinha um jeito mais sensato de falar, Miley já estourava e era direta, mas na falta de uma eu tinha a outra. E era ótimo também tê-las como ouvintes sendo que eu ainda era uma enorme fã de ambas.

-É algo entre você e o loirinho? - ela se referiu a Justin. Não olhei pra ela, somente bebi um pouco e ela pigarreou -Vamos, o que ele fez?

-Esta mais pra o que ele não fez - sussurrei.

Não aguentei. Era Miley, era a garota do Tennessee na qual eu podia confiar. Contei tudo. Desde a viajem, ao beijo na pista, do “tenho que conversar com Selena” ao beijo em frente às câmeras.

-Não acredito que esse projeto de homem fez isso?! - ela disse exaltada. Dei risada fraco e assenti - Olha Cary, eu adoro o Justin, e não sei se realmente foi o que você esta pensando porque Selena é a rainha das armações - ela continuou - Mas se foi, acho que você deveria curtir sua vida e ser feliz. Eu tive que fazer isso em relação ao Nick, e olha, hoje estou noiva do cara mais gostoso dessa balada e eu o amo cegamente - ela encarou Lian que sorria para ela a certa distancia.

-Eu sei - assenti e suspirei - Estou aqui fazendo isso.

-Bom, aproveite a noite, criança - ela deu uma piscadela, bebericou o resto de sua bebida e largou a taça sobre o balcão - Eu vou dançar ali.

Despedi-me dela e ela saiu agarrando Lian e indo pra pista. Meu celular vibrou e eu o peguei, não muito animada. Era a atualização da capa da Teen Week. Justin e Selena se beijando no aeroporto era a foto principal, com o título “Jelena 4ever”. Não senti mais uma pontada no coração. Aquilo já estava me causando ódio. Joguei o celular novamente na bolsa e encarei a taça vazia de Miley que ainda não havia sido pega.

-Ahn - murmurei chamando atenção do bartender - Você pode me fazer um desse? - apontei pro copo. Ele me olhou rapidamente e sorriu de canto, assentindo.

Uma bebida me faria bem agora.

Ele preparava a bebida. Percebi que iam muitos tipos de bebidas alcoólicas e me assustei. Miley já estava acostumada com esse tipo de bebida, mas eu raramente bebia. “Tudo bem, eu dou conta” disse a mim mesma, encorajando-me. Ele pegou por fim, uma espécie de isqueiro e acendeu. A bebida começou a pegar fogo. Colocou um canudo, e colocou no balcão.

-Aqui está - ele sorriu - Flamming Lamborghini.

-Obrigada - sorri.

Peguei a bebida e admirei-a um pouco. Agarrei o canudo e dei um gole. Quase cuspi tudo. Era extremamente forte, e por estar quente, desceu queimando a garganta ainda mais. Respirei fundo e suguei mais um pouco. Apertei os olhos e continuei a sugar. Era realmente muito alcoólica. No finalzinho da bebida, já havia me acostumado com a queimação e ela quase desaparecia. Deixava uma sensação engraçada na língua.

-Pode me dar outra? - perguntei animada ao bartender.

-Eu recomendaria que você pegasse algo diferente - ele sorriu - Costuma descer mal em excesso.

-Tudo bem, o que me recomenda?

-Uma Bloody Mary’s.

-Seja lá o que for, me faça.

O bartender riu e voltou para o fundo do balcão. Interessante, nessa ia muita vodka. Ele misturou com mais algumas coisas e a bebida ficou vermelha. Entendi o nome e ri. Ele colocou a bebida no balcão. Arranquei o canudo e virei de vez. Era picante. Não ardia tanto descendo na garganta, mas deixava com muito calor.

-Gostou? - ele me encarou sorrindo. Impressão minha ou ele estava me cantando?

-É quente - disse abanando-me e ele assentiu rindo - Acho que preciso de alguns cubos de gelo.

-Ou um ice com vodka - ele sugeriu.

Sorri animada. Por alguma razão, sentia que ele estava adorando me deixar menos sóbria possível, mas eu estava tão animada a essa altura que já não me importava. Eu ainda lembrava meu nome, endereço e onde estava, então estava tudo bem.

Logo a bebida sugerida surgiu no balcão, e novamente arranquei o canudo e virei. Era gelada e me causou arrepios. Adorei. Limpei o canto dos lábios pelo qual uma gota escorreu e sorri ao bartender. Levantei do banco e cambaleei dois passos. Ri de mim mesma.

Eu estava ótima. Nunca me senti tão bem. E que se dane tudo. Que se dane Justin e sua namorada perfeitinha, que se dane isso que eu sinto por ele, que se dane qualquer coisa. Eu sou uma das adolescentes mais ricas dos Estados Unidos e estou muito animada na balada. Isso sim é vida!

Caminhei em direção a pista de dança e sorri, extremamente animada. O som de Bruno Mars, Locked Out Of Heaven soou e eu dei um grito. Eu adorava essa musica. Entrei no pequeno aglomerado de pessoas na pista e comecei a dançar como nunca havia dançado antes. Mexia meus quadris conforme a musica e cantava. Fiquei assim mais ou menos até a metade da musica. Depois saí, já um pouco cansada e tonta. Voltei ao pequeno bar e pedi mais Ice. Ele novamente atendeu meu pedido. Peguei o copo e voltei pra pista. Tocava alguma coisa que eu não reconhecia, mas era eletrônica. Voltei a dançar e beber. Estava mais livre, mais solta e mais feliz. Se eram esses os efeitos de algumas bebidas, queria aquilo novamente e muitas vezes. Era bom poder me sentir solta de tudo.

-Cary! - Vick gritou assim que me encontrou na pista - Eu to te procurando a quase uma hora! - ela disse e eu ri - O que é isso na sua mão? - ela tomou meu copo.

-Hey, devolve! - tentei pegar sua mão mas agarrei o vento. Ri novamente e continuei a dançar.

-Isso é vodka! - ela gritou e me puxou. Tentei voltar pra pista, mas estava mole demais. Ela me puxou pra perto e cheirou meu halito - Caroline, você bebeu quanto?!

-Não me chame de Caroline! - disse entre picos, a língua enrolava um pouco. Ri disso também - Ah, um pouquinho.

-Eu não acredito que você se embebedou! - ela gritou comigo.

Eu não conseguia dizer nada, só queria dançar mais e rir. Vick puxou meu braço e cambaleei. Ela me levou até o bar e me fez sentar. Tentei pedir outra bebida, mas ela me impediu, gritando alguma coisa que eu não entendi.

-Você me ouviu?!! - ela gritou.

-Ahn?

-Fica aqui que eu vou ligar pro motorista! - ela disse e eu assenti com a cabeça, rindo - E você - ela olhou pro bartender - Se der alguma bebida pra ela, eu te mato! - e dizendo isso, ela saiu.

Bufei irritada e fiquei encarando a pista de dança, que estava animada. Eu estava entediada. Mas estava feliz e queria que Justin soubesse disso. Sorri maliciosa e abri minha bolsa procurando o celular. Peguei-o e comecei a digitar com dificuldade. “Quando que esses números ficaram tão pequenos?” pensei, irritada. Comemorei quando finalmente consegui digitar tudo e apertei “ligar”.

Chamou algumas vezes até que ele atendeu.

-Princesa? - sua voz rouca soou e a animação morreu por um mísero segundo.

-E aí Justin?! - disse rindo.

-Por que esse barulho todo? Onde você tá? Tentei falar com você o dia todo!

-Eu to no banco olhando pro bartender - disse rindo um pouco - E queria te avisar que eu estou muito feliz, ok? - minha língua estava adormecendo, mas continuei a falar - Eu não me importo mais com você e sua namoradinha escrota, pode ficar com ela, eu vou curtir a vida como eu to fazendo agora.

-Do que você está falando? Aonde você esta Cary? - ele disse e eu ignorei-o. aquilo já estava ficando chato.

-Agora eu vou desligar e vou voltar pra pista. Seja muito feliz com sua namoradinha sem sal. Beijos Jus, até nunca mais - disse e desliguei o celular.

Me senti bem. Na verdade tão bem, que comecei a rir desesperadamente. Mas tudo naquela noite me fazia rir, então não fazia diferença. Levantei do banco, sorri pro bartender que me mandou uma piscadinha e voltei pra pista.

Justin Bieber que se dane. Eu vou curtir até não poder mais.

POV VICK

Não acredito que ela havia feito isso.

O copo de bebida ainda estava na minha mão, e joguei-o na lata de lixo. Procurei um lugar menos barulhento, mas era quase impossível, então tive que sair da balada rapidamente. Peguei meu celular e quando ia digitar, a tela se acendeu e percebi que estava recebendo uma ligação.

Justin Bieber está chamando.

-O que você quer Bieber?! - disse já zangada.

-Onde você está? Está com a Cary? Ela esta estranha, me ligou, parecia bêbada. Disse algo sobre uma pista e um bartender. O que aconteceu?!

-O que aconteceu?! - gritei - Aconteceu que por sua causa minha melhor amiga está bêbada e magoada!

-O que?! Onde vocês estão?! O que houve?! O que eu fiz?!

-Você ficou com a Selena, seu imbecil! Isso acabou com ela!

-Não! Eu não fiquei! Ela armou pra mim! - ele gritou.

Contei até dez. Eu devia imaginar. Era bem a cara dessa infeliz metida a atriz fazer isso.

-Mas agora a Cary já esta extremamente bêbada e mal consegue andar!

-Me fala exatamente onde vocês estão.

-6506, Hollywood Boulevard, num clube. Playhouse - disse.

Antes de qualquer palavra ele desligou o celular. Bufei irritada e comecei a digitar o número do motorista.

Droga Cary, eu ainda te mato.

POV CARY

A batida era explosiva e meu corpo se mexia no meio de outros. Jogava os cabelos para o lado e alguns fios grudavam em meu pescoço. Alguns me encaravam fascinados, outros - lê-se do sexo masculino - tinham olhares pervertidos sobre mim. Pouco me importava agora.

Algumas garotas me puxaram pra dançar e não recusei. Dançávamos juntas, rebolando. As coisas começaram a girar e eu não conseguia me equilibrar direito, então tive que sair da pista. Voltei ao barzinho, suada e cansada. Sentei num dos bancos e pedi outro ice. O bartender não pensou duas vezes, e me lançou uma garrafa. Sorri agradecida por ele não obedecer minha melhor amiga.

Dei um gole longo na garrafa que ficou com pequenas marcas de batom vermelho. O barulho da musica ecoava na minha cabeça e eu já mal sentia o gosto da bebida. Afinal, foram quantas num total? Nem me lembrava mais.

-Quem é viva sempre aparece - sussurrou ao meu lado uma voz masculina.

Virei rapidamente, mas desinteressada, até ver a figura em minha frente. Abri meu maior sorriso. Oh Ceus, Mister hot ao meu lado.

-Hora, hora, hora - disse com um sorriso malicioso - Sr. Efron.

-Cary - ele sorriu de volta, com tanta malicia quanto eu - O que uma criança está fazendo essa hora numa balada? Já passou da sua hora de dormir.

Rolei os olhos e bebi mais um gole da substancia gelada que me causava leves arrepios. Com um pequeno truque feminino, movi minha perna de forma que o vestido caísse para o outro lado, deixando um pouco mais a mostra. O olhar de Zac foi direto para minhas pernas e ele mordeu o lábio inferior. Ri alto.

-Perdeu algo em minhas pernas Zac? - disse com um olhar inocente.

-Ahn, ér, não - ele disse embaraçado. Ri novamente - Enfim, acho que não havia percebido o quanto você mudou - ele me secou rapidamente.

-Com mudou você quis dizer...? - estava entrando no seu jogo.

-Gostosa - não contive um sorriso de vitória. Zac puxou seu banco mais próximo a mim e colocou sua mão sobre a minha coxa.

Eu não sabia direito o que fazer. Todo bem, Zac Efron era extremamente gostoso, mas era mais velho. Muito mais velho. Mas eu ainda conseguiria ficar nesse jogo por mais uns dez minutos

Antes que Zac tentasse subir mais sua mão, senti alguém bater na mesma. Era Vick, e aparentemente muito nervosa.

-O que você pensa que estava fazendo?! - ela gritou á ele.

-Estou tendo uma conversinha com sua amiga - ele me encarou e mandou uma piscadela. Ri.

-Com a mão na perna dela?! - ela gritou novamente - Que horror Efron, você é quase dez anos mais velho que ela!!! - Vick me puxou rapidamente fazendo Zac se afastar um pouco.

-Isso não a torna menos gostosa - ele disse e eu ri novamente. Zac Efron me chamando de gostosa pela segunda vez numa noite era extremamente engraçado e fascinante.

Num único movimento, ele me puxou de volta, mas eu estava tão sem equilíbrio, que caí em seu colo. Vick tentou me puxar de volta, mas ele era mil vezes mais forte. Senti seu halito de wisky e estremeci agora já um pouco assustada. Talvez eu estivesse indo longe demais com essa brincadeira.

Zac levou novamente sua mão a minha coxa e sorrateiramente tentou subi-la, ma quando tentou fazê-lo, algo o acertou em cheio, fazendo me soltar deixando Vick me puxar pra ela e ele caiu da cadeira, desequilibrado. Sua boca sangrava.

Me virei devagar para ver o que havia feito aquele estrago e simplesmente fiquei sem reação. Eu não acredito que bebi tanto a ponto de começar a ver coisas.

Com os punhos semicerrados e os lábios pressionados devido a nervosismo, Justin encarava Zac em fúrias, até que seu olhar seguiu a mim e ele passou a me encarar.

Holy Shit.