Depois da linda cena de nervosismo daquele tal Carlos, percebi que tinha alguma coisa MUITO errada naquela casa. Quer dizer, como eu fui tão burro e não percebi isso antes?? Aquele cara era muito esquisito, tratava a anna como se ela fosse uma completa estranha, mal educada, e não a sua enteada!!!

Carlos não disse nada coerente, nada que fizesse sentido. Então, não absorvi nem uma coisa boa da nossa conversa produtiva!

O dia ja tinha se passado e eu andava que nem um bobo pelas ruas quando vi uma coisa muito legal numa lojinha de rua. Um colar. Tinha a cara da ana. Quer dizer, não era caro e nem nada do tipo que a ana deveria estar costumada a ganhar, mas eu gostei.

- oi... quero ver aquele colar – disse para a moça do balcão. Ela sorriu e se dirigiu ao colar. O pegou e o trouxe até a mim.

- para sua namorada?

- hm... não, minha amiga

- e voce tem certeza disso? – ela disse com um sorriso no rosto

- não sei – eu ri – vou levar...

- presente?

- sim

- só um minutinho...

- ok.

 A moça pegou o colar das minhas mãos e foi coloca-lo em um daquelas sacolinhas pra presentes. Vou ter que sair com isso na mão?

- Aqui...

- Obrigado – sorri e dei meu dinheiro a ela. Ela sorriu e eu sai

Sai caminhando pela rua e então para num banco, pego meu celular e ligo pra ana.

- alo? – ela diz com a voz manhosa

- ana? É o justin

- aah oi justin. Ta... ta tudo bem com voce? – ela diz com um pouco de medo

- eu to bom e voce?

- é, bem...

- escuta ana, voce pode ir la no quintal daqui uns 15 minutos?

- não sei... Carlos ta aqui...

- faz um esforço! Por favor!

- ta, vo tenta...

- ok – sorrio – então, nos vemos lá

- ok..

Desligo o celular e saio andando e sorrindo feito bobo. Será que ela vai gostar?

Bom, acho que andei rápido de mais  cheguei cedo de mais na casa da ana. Ela ainda não tava ali. Me sentei na pedra e fiquei a esperando. O sol já tava se pondo e o vento gelado começava a aparecer.

- oi.. – escutei a voz doce da ana atrás de mim.

- ana! – sorri e me virei. Ela tava com uma roupa bem simples e segurava os braços. Ana sorriu e me abraçou – o que queria falar comigo?

- na verdade, queria te dar uma coisa... – entrego o pequeno pacote para ela, que me olha com os olhos brilhando. Ana pega o pacote e se senta na grama. O abre e depois me encara

- voce não precisava ter comprado isso! – ela sorri

- mas eu quis – eu ri e me sentei com ela – gostou?

- muito, é linda! – ela ri e coloca o colar nas mãos – coloca em mim?

Ana me entrega o colar e segura seu cabelo num rabo de cavalo para eu poder prender o colar. Foi ai que eu vi uma coisa esquisita nela. Um roxo. Um hematoma enorme na sua nuca, indo para o ombro.

- o que é isso ana? – pergunto colocando a mao em cima do roxo. Ela solta o cabelo com pressa e se vira, me olhando assustada

- nada – ana se levanta

- como nada? – me levanto também -  nem tem como fazer um hematoma desse sozinha, ainda mais na nuca! Quem fez isso ana?

- ninguém, eu cai da cama de mau jeito e foi isso!! – ela tava nervosa. Mexendo as mãos freneticamente

Não cai naquela desculpa. Se ela mesmo se machucou, então porque tava tão nervosa? Quer dizer, só se ela tive vergonha de admitir que caiu da cama... mas mesmo assim.

- ta – disse tentando disfarçar que cai na conversa para deixa-la mais calma – e como ta as coisas ai?

- bem – ela sorri tímida – o que... o que Carlos disse pra voce ontem?

- nada interessante... – sorri - ele não fez nada com voce não é?

- não.. – ela olha pra baixo – mas não quero falar disso agora.

- tudo bem.

Olhamos para o céu que já estava escuro, cheio de estrelas. Ela sorriu e eu fiquei a encarando Logo ana me encara envergonhada

- voce ta me saindo um ótimo amigo sabia? – ela ri e eu também

- que bom... pensa que tudo isso começou com voce me atropelando!

- não foi minha culpa! – ela riu – um ouço se enfiou na frente do meu carro!

- quem sabe não foi o destino? -  falo rindo

- não acredito nessas coisas – ela sorri – mas agora falando serio, porque fez aquilo?

- desespero talvez...

- desespero de que?

- de estar sozinho, de nunca fazer nada certo, de ser eu...

- nossa – ela me olha assustada – nunca mais fale assim, ou pense em fazer uma coisa como essa!

Ana m olha brava, parece que ela levou minha tentativa de suicídio muito a serio

- não pense mais em se matar por que se não eu vou me desesperar! Voce é meu único amigo, a única pessoa que eu conheço aqui, e a única que eu tenho confiança de conversar... – ela sorri tímida – e.. e voce é muito bonito para morrer

Sorrio com aquilo.

- é serio justin! Gosto muito de voce e não quero que nada de mal o aconteça...

- tudo bem ana – sorrio e coloco  mao em seu cabelo

- nem sonhe mais com isso... – ela me olha brava ainda

- ok ok mamae! – sorrio e ela ri – não se preocupe tanto comigo, eu não mereço!

- e por que não? Todo mundo merece ser cuidado... uns mais e outros menos, mas todos merecem!

Ficamos ali por mais um tempo e logo ela foi para dentro pois já tava tarde. Eu também fui embora com a cabeça aliviada por ter visto ela, mas por outro lado, com a cabeça cheia de merdas graças aquele hematoma horrível. Eu não vou sossegar até descobrir quem fez aquilo e por que fizeram aquilo!

Continua...