Os últimos oito anos não foram fáceis. Muitas coisas aconteceram nesses anos em que passe longe de Carlie. Eu me formei, entrei para a faculdade de Artes, me formei na faculdade e abri minha salinha de aulas de desenho. Meu pai sempre disse, aliás, sempre diz que é muito orgulhoso de minhas escolhas principalmente de ser meu pai. Sempre fui muito reservada, mas quando conheci o pai de Carlie me apaixonei perdidamente, foi inevitável não engravidar. Não me arrependo de ter tido minha princesa, porque depois que eu a carregava minha vida ganhou outro sentido. Aliás, o sentido da minha vida passou a ter nome, Carlie.

 Os últimos oito anos foram incompletos, eu estava realizada academicamente, porem arrasada emocionalmente, eu não gostava de sair, muito menos de conviver com muitas pessoas, eu me tornei uma pessoa fechada, nunca mais amei, muito menos fiquei com alguém. Sem minha pequena eu era incompleta. Quando tive certeza de que aquela menina simpática e sorridente que apareceu em minha sala era minha filha, eu já havia perdido as esperanças de ser feliz e poder tê-la mais próxima ainda de mim. Mas como sempre a vida me surpreendeu, eu me apaixonei pelo pai que escolhi (acho que podemos falar assim) para minha filha. Eu me apaixonei perdidamente por aquele homem extremamente carinhoso e amável e de vez em quando, digo, quase sempre irritante. Eu me apaixonei de forma irreversível por Edward.

Nos últimos dois meses minha vida mudou bastante apesar dos acontecidos, eu enfim encontrei a parte que faltava em mim e Carlie enfim encontrou a parte que faltava nela. Finalmente todos completos, mas nem tanto. Eu e Edward ainda não estávamos tão completos. Não que sexo seja à base de um relacionamento, mais em dois meses nunca tentamos nada. E eu queria cada vez mais fazer parte dele. 

Bem, estamos prestes a fazer parte um do outro, depois de muita insistência Alice conseguir nos despachar para uma casinha no campo. Ela realmente sabia escolher um lugar digamos... Propício para romance. O chalé era incrível e parecia ter saído de um livro de conto de fadas. Edward passou a viagem inteira se desculpando por ser um lugar simples e todas aquelas coisas. Mais o chalé não era simples ele era envolto de paz e harmonia, resumindo, ele era mágico.

-Edward pare de se torturar. -Eu disse tentando fazer com que ele acreditasse que eu realmente estava feliz com a escolha do lugar.

Estávamos sentados à frente da lareira que flamejava um fogo baixo pôr muito aquecedor disfrutando de um ótimo vinho. E ele dizendo que tudo estava muito simples... Vai entender esse homem.

-Eu acho que Alice poderia ter escolhido um lugar melhor... Maior. -Ele disse franzindo a testa.

Sorri para ele e toquei seu rosto levemente com minha mão. Ele fechou os olhos ao sentir meu toque e pôs sua mão por cima da minha afagando carinhosamente.

-Esta tudo perfeito. -Eu disse me aproximando.

Ele balançou a cabeça negativamente e suspirou fundo.

-Poderia ser melhor. -Ele disse em um muxoxo.

Aproximei-me mais de Edward e tombei minha cabeça em seu peito me concentrando em seu batimento cardíaco e contando suas respirações. Ficamos um bom tempo em silêncio e aquilo era extremamente perfeito. Sorri para mim mesma.

-Você tá vendo como tudo está perfeito?-Eu disse olha para cima para poder ver seus olhos.

Ele sorriu levemente e beijou minha testa demoradamente.

-Você faz este lugar ficar completo.

Eu sorri sem graça.

-Galanteador.

Edward riu baixinho e beijou minha boca suavemente. Nosso beijo nunca era algo desesperador ou faminto era sempre cheio de amor e paixão. Sem apelo ou algo do tipo. Era “puro” e sincero como seria em um conto de fadas.

-Eu te amo. - Ele falou a separar do beijo.

Edward me puxou paras eu colo e se levantou deixando a lareira e as taças de vinho para trás. Eu não conseguia falar nada. Acho que finalmente pertenceríamos fisicamente um ao outro. Ele andou lentamente por um corredor estreito porem aconchegante e abriu umas das três portas que haviam ali. Atrás da porta branca de madeira havia uma grande cama branca daquelas king size, dois criados mudos e várias velas aromáticas que davam um clima mais romântico ainda para o local. E Edward dizendo que tudo estava muito simplório.

-Perfeito. -Foi o que saiu da minha boca.

Edward sorriu e me beijou mais uma vez e lentamente senti minhas costas tocarem o macio colchão da cama branca. Sorri entre o beijo e suspirei fundo fazendo com que Edward parasse.

Ele olhou para mim sorridente e tirou uma mecha do meu cabelo da minha testa me olhando nos olhos.

-Bem... Você sabe que eu te amo muito não é?

Revirei os olhos e sorri para ele.

-Assim como eu amo você. -Eu respondi simplesmente.

Ele me beijou mais uma vez carinhosamente.

-Não sei como te explicar... -Ele disse franzindo o cenho.

-Explicar o que?-Eu perguntei curiosa.

Ele sustentava seu peso em seus braços sem problema algum quando olhou em meus olhos e simplesmente me tacou a maior bomba de todas.

-Isabella Marie Swan.

Ao ouvi-lo pronunciar completo eu já meio que sabia do que se tratava. Meu coração praticamente saltou da boca antes mesmo de terminar de ouvir o que ele tinha a me dizer.

-Bem... Você aceitar se casar comigo e for à senhora Isabella Cullen, tipo... Pro resto da vida?-Ele perguntou se embolando com as palavras.

Eu sorri para ele sem acreditar no que eu havia acabado de ouvir e como de não fosse o suficiente ele me fez sentar em seu colo e me deu em minha mãe um caixinha de veludo azul marinho a qual eu abri delicadamente. Dentro dela estava depositada uma delicada aliança com uma linda pedra de esmeralda verde, assim como seu olho. Perdi o ar. Eu jamais esperava ser tão feliz como estava sendo. Não precisei pesar por muito tempo. É muito óbvio que todos sabem a resposta. Mais eu não conseguia mover meus lábios. Algumas lágrimas escorreram por meu rosto e ele as socou com a ponta de seus dedos. Enfim balbuciei o tão esperado “Sim”. Edward me tomou em seus braços e pôs a caixinha no criado mudo, provavelmente esta “oficialização” ficaria para depois. Agora tínhamos que comemorar. Tínhamos que enfim fazer parte um do outro. Enfim nos amar.

Já devia ser de manhã, eu sentia o corpo de Edward colado ao meu e seu braço envolvendo minha cintura. Flashs da noite passada tomaram conta de minha mente. Suspirei fundo me dando conta de que tudo era real.

-Acordou?-Ele perguntou próximo a minha orelha.

Virei-me de frente para ele e toquei seus lábios suavemente.

-Isso responde sua pergunta?

Ele deliberou por um tempo.

-Hm... Sim. -Ele disse divertido.

-Carlie vai surtar quando souber... -Eu disse lembrando de que agora eu estava noiva.

Edward riu, parecendo saber de algo que eu não sabia.

-Que foi?-Perguntei confusa.

-Carlie já sabe. -Ele disse rindo.

Sim todos já sabiam do plano maquiavélico de Edward de me pedir em casamento, principalmente nosso maior amor. Nossa Carlie...