Contar a verdade não doeu tanto, cotar a verdade sobre Carlie só me tirou um grande peso das costas e me fez ver que apesar de qualquer circunstância Edward ama Carlie e é seu pai independente dos laços genéticos, aliás, a genética não importa. O que importa é o amor.

-Bella. Amor?

Edward me chamava me tirando de meus pensamentos eu estava abraçada a Carlie que dormia como um anjo, já passava um pouco das onze da noite.  Edward eu havíamos contado a família dele. Alice, Esme e Rose não se mostraram surpresa, Emmett ficou um pouco confuso Carlisle e Jasper entenderam logo que começamos, o bom foi que todos ficaram felizes, enfim nossa pequena Carlie realizou seu maior sonho ter uma mamãe.

-Estou bem Edward. -Eu disse já sabendo o que iria falar “Vá pra casa amor descanse um pouco, passe algum tempo com seu pai...” Mais eu não queria, eu queria apenas ficar ali ao lado dos meus amores.

Edward revirou os olhos e sorriu para mim. Ele estava como eu abraçado a nossa princesa.

-Eu estava pensando... -Disse Edward olhando para Carlie que dormia tranquila.-Agora que meus pais estão aqui podíamos tirar um diasinho para nós dois... Sabe como é né? –Ele disse rindo um pouco.

Eu sorri um pouco para Edward.

-Claro. Seria ótimo... Mas e Carlie? E se ela ficar triste?

Então Carlie se moveu na cama, e soltou um risinho baixo. Danadinha fingindo que dorme! Edward olhou para mim e riu baixinho e depois balbuciou algo como “vamos mata lá de cosquinhas” Eu apenas assenti e entrei na brincadeira.

-Ah é uma pena que Carlie esteja dormindo não é amor?-Disse Edward teatralmente.

-Realmente é uma PEEEENA que nossa princesa esteja dormindo!-Eu disse rindo.

Edward sorria feito uma criança, fazia um tempo que não nos divertíamos, quanto mais sorríamos assim de um modo verdadeiro. Edward avançou com sua mão direita lentamente pela barriguinha de Carlie, fiz o mesmo, trocamos um olhar conspirador e começamos nossa tortura de cosquinhas. Carlie abriu as bolotas de chocolate e arreganhou seu lindo sorriso enquanto gargalhava.

-PA...RA...MAMÃE...PA...RA...PA...PAAAI...-Ela dizia entre suas gargalhadas. Logo seus gritinhos alegres preenchiam o quarto, eu e Edward riamos sem cessar. Quanto tempo não ficávamos assim.

Enfim paramos de fazer cosquinha em Carlie quando nos demos conto do horário logo viriam nos expulsar do hospital.

-Pronto meu amor, paramos!-Disse Edward aninhando Carlie em seu peito.

Carlie me puxou pelo braço para entrar no “abraço familiar”.

-Viu o que dá fingir que dorme mocinha?-Eu disse enquanto beijava sua mãosinha magra.

Edward e Carlie riram em sincronia.

-Foi legal!-Ela disse alegremente. -Eu tava com saudade da gente brincar.

Eu e Edward trocamos um olhar preocupado, Carlie estava de “saco cheio” de ficar no “quarto chato”.

-O que você acha da gente trazer a sua colcha de princesa alguns bichinhos de pelú...

-O senhor bigodes!-Interrompeu Carlie sorrindo.

Edward revirou os olhos e riu juntamente a mim.

-Claro, o senhor bigodes! –Disse Edward divertido.

Carlie sorriu e apertou mais ainda seu abraço.

-Eu amo vocês. -Ela disse tombando a cabeçinha em meu peito.

-Nós também te amamos meu amor. -Eu disse beijando o alto de sua testa ela sorriu e Edward também.

Carlie suspirou fundo e baixou seus olhinhos, de repente ficou tensa.

-O que foi meu amor?-Perguntou Edward.

Carlie continuou em silêncio por algum tempo.

-Carlie?-Eu a cutuquei.

Ela suspirou fundo.

-Tudo bem meu anjo?-Perguntou Edward preocupado.

Ela olhou pra nós com suas bolotinhas arregaladas e um pouco marejadas. Meu coração gelou. Carlie estava querendo chorar?

-Carlie, meu amor o que foi?-Perguntei olhando em seus olhinhos antes felizes.

Ela pulou em meus braços e me abraçou forte. Ela já estava sem tubos intravenosos.

-Estou com medo de virar um anjinho. -Disse deixando uma lágrima escapar de  seu olhinho.

Meu coração me parou não conseguia mover meus lábios. Eu e Edward nos encaramos e tudo o que fizemos foi abraçar Carlie que soluçava. Ela tinha medo de morrer. Será que ela tinha percebido que sua doença era grave? Quando me dei conta eu estava chorando também. Se minha medula e a de Charlie não fosse compatível com a de Carlie seria muito difícil achar alguma compatível.

-Vai ficar tudo bem meu amor, eu vou te salvar. -Eu disse beijando seus cabelos  enquanto Edward nos embalava em um silêncio terrível.

Alguns minutos depois Carlie adormeceu em meus braços. Eu e Edward apenas trocamos olhares durante um bom tempo, deveria ter outro modo de salvar nossa Carlie, um jeito, qualquer jeito...

*Pela manhã*

-Bella?Bella?-Uma mão delicada me chacoalhava.

Meu corpo doía um pouco e minha cabeça doía, eu havia dormido mal após velar o sono de Carlie com Edward. Abri meus olhos lentamente, a luz do quarto já estava acessa Alice me encarava apreensiva esfreguei meu olhos e me sentei na cama que estava sem Carlie e Edward.

-Bom dia Alice. -Eu disse dando um sorriso tímido.

A baixinha se sentou ao meu lado e sorriu um pouco.

-Bom dia Bells, tudo bem?

Alice adorava falar.

-Sim e não... -Eu disse confusa.-Onde estão Carlie e Edward?

Alice tombou sua cabecinha em meu ombro.

-Edward foi acompanhar Carlie em alguns exames e achou melhor deixar você dormindo, ele disse que você estava muito cansada. -Ela disse.

Respirei fundo novamente preocupada.

-Tenho que conversar com George e fazer logo o teste de compatibilidade.

Alice olhou em meus olhos.

-Bella vai dar tudo certo confie nisto. -Ela disse segurando minhas mãos.

-Espero Alice. Eu estou... Com medo. -Eu disse segurando o choro.

Alice ficou com uma expressão angustiada.

-Bella, vai dar tudo certo!-Ela disse com a voz cortada.

Uma lágrima escorreu de meus olhos.

-Eu não quero pensar em perdê-la.

Alice também deixou lágrimas escaparem de seus olhos e me abraçou.

-Não vamos perde-lá Bella. Não vamos.

*Mais tarde no mesmo dia*

Após Carlie e Edward voltarem dos exames Charlie veio nos visitar, ele simplesmente babou pela neta, e se emocionou quando ela o chamou de vovô, Charlie sempre sonhou em conhecer a neta e agora estava todo bobo que em menos de 24 minutos Carlie o chamou de vovô. Após conversamos com George e marcamos o exame para daqui a três dias, eu estava ansiosa. Edward me fez prometer que após o exame teríamos um dia apenas para nós dois. A conversa que tive com Alice hoje durante a manhã ainda em minha mente. Olhei para o relógio de parede que havia o quarto de Carlie agora estava decorado com suas coisinhas e a deixou muito mais feliz, passava um pouco das seis da tarde Carlie estava no banho enquanto Alice a ajudava e todos os outros foram juntos de Rose e Emm descobrir o sexo do novo Cullen.

-Pronto!Já tomei banho, agora podemos ir ver a tia Rose?-Perguntou Carlie para Alice que sorria contente para a sobrinha.

-Depende... -Disse Alice pensativa.

Carlie revirou os olhinhos com Edward.

-Dependo do que tia Allie?-Perguntou a pequena impaciente.

Eu me divertia vendo as duas interagindo, Carlie era apaixonada pela “Tia Allie” e vice-versa.

-Se sua mãe for conosco hoje ela está meio murocoxo não acha?-Perguntou Alice sorrindo para sobrinha.

Carlie veio correndo em minha direção com os braços aberto e eu abri meus braços para receber seu abraço, nem parecia estar doente.

-Tudo bem eu vou com vocês. -Eu disse sorrindo.

Levantei-me da poltrona com Carlie em meu colo que cantarolava alegre e Alice vinha logo atrás de nós duas pelo corredor pálido do hospital. Se tinha uma coisa que Carlie tinha igual a mim era sua aversão a hospitais. Ela não gostava de tudo na cor “de fantasma” como dizia. Logo chegamos onde “nossa” família estava reunida.  Perguntamos para recepcionista se podíamos entrar e ela nos autorizou. Carlie quicava de alegria em meus braços.

-Chegaram bem na hora!-Disse Emmett assim que adentramos a sala que estava abarrota de gente.

Carlie sorriu contente para o tio e esticou os braços para que a pegou no colo.

-Eu estava com muita saudade de você tio Emm. -Disse Carlie apoiando a cabeça no peito largo de Emmett.

-Eu também estava chocolate.

Me juntei a Edward que envolveu minha cintura com um de seus braços, estávamos todos em silêncio em volta de Rose que estava deitada em uma maca, a e claro estávamos vidrados na telinha que mostrava o novo integrante da família. Os olhos de todos brilhavam. O silêncio perdurou por mais alguns minutos. Até que a médica que fazia o ultrassom em Rosalie falou:

-Parabéns, são gêmeos... E são duas MENINAS!

Todos ficamos boquiabertos. Rose chorava emocionada enquanto Emmett parecia procurar para respirar. Ele teria trabalho se elas fossem tão bonitas quanto Rose.

-EEEEEEEEEEEEEEEEEEBAAAAAAAAAAAAA!-Gritou Carlie alegre nos fazendo gargalhar.

“As suas mãos pequenas encaixadas ao redor do meu dedo

E está tão quieto no mundo esta noite

Suas pequenas pálpebras agitadas porque você está sonhando

Então eu te dobro, ligo a sua luz noturna favorita

Para você tudo é engraçado, você não se arrepende de nada.

Eu poderia dar tudo o que tenho querido

Se você pudesse ficar assim” Never grow Up Taylor Swift.