“Mas diz porque tu vais embora
Mas diz porque tens tanto medo
Se não acorda cedo
Nem trabalha estuda ou namora.”

            Bom, uma semana se passou desde a cirurgia do Bill. Ontem deram alta para ele e mandaram-no ficar 2 semanas em repouso, ou seja, 2 semanas em minha casa! Weeeeeeeeeeeeee!

            Tom e eu ajudamos Bill na saída do Hospital. E foi ele quem levou Bill e eu para casa, já que meus pais não estavam em casa. Foi a oportunidade perfeita para ele conhecer a minha casa. Ele nunca foi lá.

            Chegando em casa, levamos Bill para a minha cama, que já estava prontinha para ele. Em seguida mostrei a Tom a minha casa. Ele achou legal. Não disse mais nada, aquele serzinho de uma figa ... ¬¬’’’

            Depois ele ficou mais um pouquinho com Bill e foi embora para o Hotel.

[Narração Thaís off – Belly on]

            Bem, acho que já está na hora de visitor o coitado do Bill. Eu não tive coragem de vê-lo enquanto estava lá internado no Hospital. Fiquei com medo de me deparar com ele. Georg, por acaso.

            Mas não posso deixar sem vê-lo para sempre, não é? Nem o Bill.

            Minha mãe me deixou na casa da Thaís depois do almoço, ela me recebeu, como sempre, muito alegre. Na verdade, mais alegre do que o normal. Só que ainda com o seu sorriso de garota inocente.

            -Por quê toda alegre, amiga? –perguntei.

            -Você verá.

            E ela me levou ao seu quarto.

            Bill estava deitado na cama dela. Repouso, eu presumo (presumindo o óbvio, na verdade.). Ele está com uma cara tão alegre, e no chão, do lado da cama, estava um colchão. OU seja, Thaís anda dormindo no colchão porque tem medo de machucar Bill se eles dormirem na mesma cam e por causa da mãe dela, para ela não ficar preocupada (eu acho).

            E sentado na cadeira estava...

            -Georg! –deixei escapar.

[Narração Belly off- Georg on]

            Meu coração deu um pulo e acelerou assim que ouvi a voz dela, falando o meu nome.

            -Belly! –desviei o olhar tristemente.

            -Er, Bill - Thaís o chamou.

            -O quê? –ele perguntou inocentemente.

            -Você poderia me ajudar em algo lá na cozinha?

            Bill entendeu na hora, eu acho, e se levantou com um pouco de dificuldade, e Belly, claro, não entendeu nada, já que estávamos falando em alemão.

[Narração Georg on – Belly on]

            -Aonde vocês dois vão?

            -Er, o Bill quer ir ao banheiro, vou levá-lo até lá!

            Boa desculpa que não me fez de boba. Eles acham que eu nasci ontem ¬¬

            -O Georg não pode levá-lo?

            -Er...

            Ela ajudou Bill a sair rapidamente do quarto. Me deixando, conseqüentemente sozinha no quarto com ele.

            -Bom... Oi! –eu comecei dizendo, em inglês, e super sem graça.

            -Você terminou comigo para ficar com um garoto tosco e me machucar, foi isso? Foi por isso?

            -Não. O fato foi que simplesmente não ia criar esperanças de nosso relacionamento ir muito longe. –me segurei para não fazer nenhuma voz rouca ou de choro, e sim, de seriedade.

            -E por que não?

            -Porque... Porque falamos línguas diferentes e moramos em países distantes.

            -Thaís e Bill falam línguas diferentes e moram em países distantes.

            -Os dois são OUTRA história. Thaís fala alemão, entende muito de cultura alemã e eu não! E também, aqueles dois são uns loucos!

            Georg deu um sorriso por um segundo, que fez meu coração saltar e em seguida ficou sério novamente.

            -Vem morar comigo então! –ele pediu, com carinha de cachorrinho esperançoso.

            -Meus pais não vão deixar! E –fui cortada por ele que simplesmente veio até mim e me beijou.

            Eu queria muito resistir àquele beijo, àqueles lábios, mas... Não consegui. E então me lembrei do Caio. Eu separei nossos rostos.

            -O que foi? Não gostou? –ele perguntou, confuso.

            -Caio.

            - ¬¬’’’ O que tem ele?

            -Como vou terminar com ele sem perder a amizade? Ele sempre foi o meu melhor amigo!

            -Esquece ele. Depois vamos resolver isso. –e ele voltou a me beijar.

            Mas esse segundo beijo foi como aqueles beijos de filme, naquelas cenas em que o casal feliz se reencontra. Um beijo de saudade. Rebelde. E estávamos realmente matando a saudade.

[Narração Belly off]

“E tudo que eu quero te dizer
Eu já cansei de escrever
Quero te ver enquanto não é dia”