Wakeru escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 26
Capítulo 26 - Behind Blue Eyes


Notas iniciais do capítulo

Demorei, nee?
Sorry, desanimei um pouquinho, mas aqui está *--*
Sugerindo que enquanto leem, ouçam Behind Blue Eyes do Limp Bizkit *sei que a musica vai ser curta, mas vale a pena, vou sinalizar onde você podem começar a ouvi-la ^^
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/194653/chapter/26

“Tão grande e inesperada mudança indicava loucura: mas, a se levar em consideração, as palavras e os gestos de Lanyon, tudo aquilo devia ter raízes muito mais profundas”

O Médico e o Monstro – pág. 55

Tooru POV

- Hey... Kyo-san... É verdade o que tão falando?

- O que estão falando Koji? Aproveite que hoje estou de bom humor... – disse  mantendo a pose de mal.

- Que você dava uns cato em um Yakuza. – riu

Respirei fundo para que não tivesse uma reação mais agitada, e olhei para ele.

- Da onde você tirou essa idéia ridícula?

- É...que...é...

-“ É que”... O caralho, você, seu filho de uma puta, ainda tem a cara de pau de vir perguntar um absurdo desse pra mim, não tem medo de morrer não? Sorte sua, que por enquanto não quero aumentar minha pena nesse inferno. – resmunguei, me concentrando na parede que eu estava riscando. Eu não entendo como conseguem tantas informações estando trancados aqui. Simplesmente eu tenho receio do que aconteceria se descobrissem.

- Não é o que dizem, nanico, alguns que chegaram depois de você disseram o que viram com ele...

- Se vocês ficarem com gracinha de ficar com esses comentários sobre mim, eu mato os dois... – nunca me imaginei sendo tão agressivo quanto o Kyo, mas tenho que manter as aparências.

- Não quer admitir... – riu o outro – Não quer admitir que era o brinquedinho do yakuza.

-Eu vou admitir que quebrei os seus dentes quando perguntarem o porquê está sufocado.

Koji riu.

- E você cala a boca, antes que eu faça isso com você...  – gritei.

Sorte, que os dois não ficariam tanto tempo ali. E quem chegasse depois, me obedeceria sem piscar.

Terminei o desenho na parede, e percebi que meus dedos estavam machucados, fiquei com tanta raiva, que apertei a pedra com muita força, e me cortei.

O Kyo gostava de ver sangue correndo, disso eu me lembro muito bem.

Fiquei vendo o corte, enquanto o Koji ficava me encarando.

- Não sei que graça tem isso, Kyo-san, se machucar e ficar olhando.

- Você não precisa entender os meus motivos, e nem o que eu penso a respeito.

-  Que mudança, da ultima vez que alguém disse isso você mandou pro inferno e encheu de murro.

- Koji, se os murros que eu te dei não adiantaram de nada, eu não vou perder o meu tempo com você. Tenho coisas mais interessantes para planejar.

- Pensando em fugir daqui?

- Não interessa, eu já disse, seu merda. –

Ele bufou e ficou no canto dele.

Seria uma longa estadia ali, e eu teria que aturar ele e o outro por um tempo.

(Dois meses depois)

O tédio já tomava o meu ser, eu já tinha desenhado praticamente em toda a parede do lado onde eu dormia.

- Tooru Nishimura, visita. – disse Daisuke batendo na grade.

- Visita? – me levantei, se fosse o Kaoru ou o meu irmão, eu iria mandá-los embora. Segui ele, sob os olhares dos outros detentos que já se preparavam para ir ao refeitório.

...

- Shinya-san... – vi a figura loira.

- Estava tão preocupado com você, o Kaoru também... – disse, assim que Daisuke nos deixou sozinhos.

- Eu...não queria que me vissem assim,aqui...

- Você não pode afastar todos de você...

- Eles estão bem?

- Estão indo. E você teve algum problema aqui? Se tiver, talvez eu possa conversar com o advogado e ele pode apelar para mudarem você.

- Não se preocupe, um dos capachos do Kyo está junto comigo, então tem como manter algumas aparências.

- Seu irmão, está morrendo de saudades, ele quer tanto te ver...

- Fale para ele que eu estou bem... Que ele tem que se lembrar da promessa que me fez, ele tem que lembrar, ele e o Kaoru.

- Tudo bem. O Kaoru pediu para te entregar isso, foi um tanto difícil convencer os policias a deixar isso com você. – ele estendeu a mão através por baixo do vidro, e me entregou uma corrente.

Era a correntinha que eu tanto pedi para o Kaoru, e ele disse que era a preferida dele, e não iria me dar de jeito nenhum.

- Ele disse que nunca me daria. – ri, brincando com a corrente.

- Não vá perder... Ok?! – sorriu – Agora eu tenho que ir, por que eu ainda tenho que ir trabalhar, mas eu posso voltar aqui, nee?

Olhei para ele.

- Pode... Se não se importar... É que eu quero saber como os dois estão indo...

- Sim, virei a cada três semanas, ok? Não quero te largar sozinho aqui, sem noticias. – disse se levantando.

- Shinya... Promete, que não vai arrastar o Kao, nem o Jun até aqui. Não quero que eles me vejam aqui. Até com você é um pouco estranho. Esse ambiente é pesado, e não quero que saiam daqui cheios de sentimentos ruins.

- Ok, prometo. – disse se afastando.

O Shinya vai ser minha janela para o mundo exterior.

Espero que isso dê certo.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Kaoru POV

- Como foi? Ele está bem? – já o bombardeei com perguntas assim que ele abriu a porta.

- Está, está sim. Ele amou o seu presente. Ele  falou que quase implorou para que você desse isso para ele.

- Realmente, ele quase me enforcou tentando tirar a corrente do meu pescoço.

- Ok, poupe-me dos detalhes. – riu Shinya.

- Pra deixar bem claro, nunca tive nada mais profundo com ele. – respondi, vendo Shinya cair na gargalhada.

- Poupe-me dos detalhes eu já disse! – sorriu. – Bom, eu estou indo... Ah... Como foi lá na entrevista de emprego?

- Foi bem, disseram que eu serviria para o cargo, e que depois me retornariam. – sorri.

- Viu, não foi tão difícil! Agora eu vou lá que eu já estou atrasado. Depois conversamos mais.

- Ok, até mais tarde! – acenei o vendo sair correndo novamente.

Que bom que o Tooru gostou do presente, enquanto ele tiver esse pingente, esse colar, eu sei que ele vai me amar...

E isso é o que vai me fazer respirar enquanto o tenho tão longe.

Aprenderei a esperar, aprenderei na marra, mas aprenderei...

Kaoru POV End.

[...]

A luz do sol irritou  meus olhos, devia ser mais ao menos meio-dia.

Continuei caminhando, sem um rumo especifico. 

Eu não queria chegar lá, e encarar ele.

Não.

Eu não estava preparado ainda.

Caminhei pelas ruas observando cada ponto, as pessoas passavam por mim apressadas e nem me notavam.

E inconscientemente segui até onde eu passei parte da minha infância.

Me sentei no balanço, e vi que algumas crianças se afastando de onde eu estava...

- Eu estou tão assustador assim? – perguntei para mim mesmo.

Fiquei um pouco ali, me balançando.

Sei que estou velho demais  para isso, mas eu precisava me libertar um pouco, eu precisava reviver alguns sentimentos...

Nem sei quanto tempo fiquei ali, somente comecei a sentir os pingos de chuva baterem em meus ombros.

Eu me levantei, e voltei a andar sem rumo... Eu não queria simplesmente chegar lá, e bater na porta sorrindo.

Não, eu nunca fui assim, por mais que eu sempre encontrasse refugio nele, e nos sonhos que eu tinha com ele.

Segui até a perto da casa dele, e me sentei onde eu poderia  ver qualquer movimento na casa, eu tinha que me preparar psicologicamente.

A chuva aumentou um pouco, mas nada que me fizesse levantar e sair dali.

E não demorou muito, para eu ver o Jun...

Nossa, ele mudou, está loiro, e parecia bem elétrico.

Ele parou antes de abrir a porta, e se virou para trás, como se tivesse me notado...

- Nii-san?! – gritou, quando os nossos olhares se encontraram.

Sorri sem graça, e ele correu na minha direção.

- Nii-san! Por que você não nos avisou que iria chegar! Eu... Eu... – ele me abraçou, e novamente pude sentir o calor dele, a presença dele.

- Desculpa, é que eu queria me adaptar um pouco aqui fora... É estranho... -  sorri.

- O Kaoru não está, mas ele vai pirar quando te ver!

- Onde ele foi?

- Ah, ele está trabalhando... -  ele me puxou – Vamos entrar! Vamos! – sorriu.

Entrei na casa, e não tinha mudado muito, estava do mesmo jeito, ele me arrastou para onde deveria ser o quarto dele. Nos sentamos na cama, e ficamos nos olhando por alguns instantes...

- Está tudo bem, com vocês? – perguntei.

- Está... E você... Está bem, tá machucado?

- Não.... estou bem sim... Consegui me manter inteiro nesse tempo.

- Sabe... Fiquei esperando tanto tempo que nem sei como agir

- Eu também, não... Eu só quero sentir seu calor agora... – o abracei, com muita força.

- Nii-san...  Senti muito a sua falta, muito mesmo...

- Fiquei pensando em você, a cada segundo.

- Eu também, fiquei pensando em você a cada segundo. Pensando  em te ter aqui, pra ver tudo que eu fiz...

- Então por que não me conta agora?

- Ah... É que... – ele me apertou mais ainda. – Vamos ficar só um pouquinho, ouvindo o coração um do outro, como quando a gente era criança, e nos escondíamos debaixo da cama pra comer doce. – riu.

- Era engraçado... E tínhamos que ficar em silencio, senão éramos pegos! – ri.

Estar com o Jun, novamente, era como se não tivesse passado tantos anos, era como se aqueles momentos, sozinho, tivessem simplesmente sumido, simplesmente nunca tivessem existindo.

Não sei quanto tempo, ficamos ali, em silêncio...

Até que ouvi a porta principal sendo aberta, e me afastei do meu irmão...

- Ah... Que susto!  - riu Jun. – Kao?

- Sou eu...

- Vem aqui! Tenho uma surpresa pra você.

- Ah... Jun! Não... eu

- Damare nii-san... – riu.

- O que...? – Kaoru surgiu na porta.

Esperei alguns segundos para me levantar...

Ele estava com o cabelo bem comprido, com algumas mechas loiras, e um pouco enrolado.

- Tooru... – ele  estava tão surpreso ao me ver que nem saiu do lugar.

Eu apenas sorri.

Eu... Senti meu coração acelerar, como se fosse da primeira vez que nos beijamos.

Ele veio na minha direção e me abraçou tão forte a ponto de eu sentir meu corpo doer.

- Estou saindo! – riu Jun saindo do quarto, nos deixando à sós. – Vou dar uma volta por ai.... quem sabe á noite eu volte.

- Vai sai logo. – riu Kaoru. Ele tocou meu rosto. - Eu... Não acredito que você está perto de mim... Esperei tanto por isso.

- Eu também esperei, eu nem sei como reagir...

- Você está machucado?

- Não, não se preocupe, eu me sai bem. – sorri. – Só estou feio e mal arrumado.

Ele riu.

- Está perfeito, como sempre foi... – disse aproximando seu rosto do meu.

- Você, sempre bobo... Não vai mudar nunca! – ri, tirando a mecha do cabelo que estava na frente do olho dele.

- Ah... deixa essa porcaria ai, nem tenho tempo para arrumar essa juba.

- Está legal! – ri... – Agora eu quero tomar um banho, posso?

- Claro... A casa é sua também... – riu  - Mas...  – ele selou meus lábios levemente, e se afastou muito mais rápido do que eu queria.

- Ah... – reclamei vendo-o sorrir.

- Está reclamando de que? – riu.

- Eu senti tanta falta dos seus lábios... – sorri o beijando com intensidade, senti as mãos dele circundassem minha cintura. Me afastei sem querer.

- Desculpa... – disse ele.

- Não se preocupe, foi involuntário.... – ri sem graça. – Faz tanto tempo que não te sinto tão perto, que acho que ainda estou apenas sonhando.

- Não está... por que senão eu também estaria, e nesse momento já acordaríamos. – sorriu.

Apenas assenti com a cabeça, e continuei o olhando.

Eu estava tão feliz, que chegava a doer...

- Bom eu falei que iria tomar um banho nee... – me levantei, precisava descobrir se tudo era real, se eu não estava delirando apenas, por ficar muito tempo sem dormir muito bem.

Ele me seguiu com os olhos, e sorriu, daquele jeito que somente ele fazia.

Segui pelo corredor, já tão conhecido, por mim, e entrei no banheiro. Antes que eu fechasse a porta, senti que alguém  segurá-la.

- Kao...

Ele sorriu, e foi entrando.

Senti meu rosto esquentar... Isso ainda acontece comigo.

Ele se aproximou de mim, e eu apenas fechei meus olhos, senti a respiração dele tão próxima. Os seus lábios tocando os meus, seus braços me trazendo contra seu corpo, e eu pude sentir o calor de seu corpo, que eu senti tanta falta, que eu apenas sonhei todos esses anos.

Senti ele desabotoando minha camisa, e continuei de olhos fechados, de algum modo, eu ainda tinha más lembranças de momentos assim. Eu tentei me controlar para que não demonstrasse medo, eu já estou velho demais para demonstrar medo.

Eu apenas fui me deixando levar... ele tirou minha camisa, deixando o meu torso à mostra.

Senti suas mãos deslizando por minhas tatuagens. Eu não deveria ficar apenas parado, e mesmo de olhos fechados ergui as mãos tocando o rosto dele.

- Está com medo de mim? – sussurrou.

- Eu...não tenho medo de você...

- Então por que não abre os olhos?

Esperei alguns segundos, e percebi o quão infantil eu estava sendo. Abri os olhos, e encontrei Kaoru sorrindo.

Sorri.

- Eu... confio em você... – Quando eu disse isso, o medo passou. Acho que essa frase foi a chave para trancafiar o medo num lugar bem remoto.

Eu realmente confiava nele, e não deixaria o passado me fazer pensar ao contrário.

O ajudei a tirar a camisa, e observei cada detalhe dos desenhos em seu torso.

Senti seus lábios mais uma vez, e suas mãos puxando o cós da minha calça, abrindo o botão, e abaixando-a rapidamente...

Senti ele me empurrando para dentro do box, me permiti rir.

Ele também riu... e ligou o chuveiro nos molhando.

- Pra que isso? – perguntei arfando...

- Não pergunta.... – riu. – Apenas desfrute... – sorriu me soltando por alguns instantes  e tirando o jeans dele que já estava totalmente molhado, juntamente com a boxer que usava...

Ele se reaproximou de mim, fazendo nossos corpos se chocarem. E eu senti uma fisgada no meu baixo ventre.

Aquele desejo ia aumentando.... a sensação  de ter alguém tão próximo a mim, nunca fora tão...

Ele mais uma vez roubou meus lábios, e aproveitou a proximidade maior para me despir totalmente.

Ele me empurrou contra a parede me levantando um pouco... e eu circundei sua cintura com minhas pernas

Seu lábios percorreram o meu pescoço, e ele começou a dar leves mordidas por onde passava.

Eu já não podia conter meus gemidos, e eles aumentaram quando senti suas mãos em meu membro, massageando aumentando o ritmo aos poucos.

Avancei sobre o pescoço dele, beijando toda a extensão tatuada.

Ele soltou meu membro, já bem rijo, reclamei vendo ele rir mais uma vez. Ele me ergueu mais um pouco, colocando um dos dedos em minha entrada.

Senti meu corpo estremecer com aquele toque muito mais intimo, mas eu sabia que ele não me machucaria.

Apenas me concentrei em beijá-lo, enquanto ele colocava mais um dedo, movimentando-os devagar.

Nossos gemidos estavam bem altos, e mesmo com o som do chuveiro ligado, tenho certeza

que poderiam ser ouvidos fora do banheiro.

Assim que ele colocou  o terceiro, senti uma dor leve, misturada com prazer, ele moveu os dedos para que eu me acostumasse.

Depois de alguns minutos, ele tirou os dedos.

- Eu não vou te machucar...

- Eu sei que não... –  voltei a beijar seus lábios, sentindo ele se forçando para dentro de mim. – Ahhhhh... – fechei os olhos, sentindo prazer imensurável.

Assim que ele penetrou em mim, ficou estático por um tempo. Só começando a se mover depois de alguns segundos.

Os movimentos leves, faziam minhas costas baterem na parede.

Senti  ele levando novamente a mão ao meu membro, massageando conforme me estocava, aumentando o ritmo gradativamente.

Eu o arranhava com minhas unhas curtas, enquanto ele voltava a me beijar ardentemente.

Cheguei ao meu ápice, me liberando nas mãos dele.

Não demorou muito, para que eu sentisse aquele liquido quente, me preenchendo.

Abri os olhos, fitando o rosto dele.

Os fios molhados, colados no rosto.

Toquei o rosto dele, e ele abriu os olhos, e sorriu.

- Eu te amo... – sussurrou para mim.

Ele tirou o membro do meu interior, e me ajudou a voltar ao chão.

- Eu também.... – roubei-lhe os lábios mais uma vez.

Ficamos ali por mais algum tempo, em silêncio, com os corpos colados, sentindo a água quente caindo sobre nós.

Todos os meus medos, se esvaíram com a água, ralo a baixo.

Eu estava ali, de volta, e sem ser a sombra do Kyo, sem ficar oculto, e magoar as pessoas que eu amo.

Kaoru se afastou de mim, desligando o chuveiro.

Apenas o segui com os olhos.

- Tooru... Você tá dormindo em pé? – ele riu e me puxou para fora do box, e pegou uma toalha, me enrolando.

- Eu... estou te observando... – sorri, vendo ele pegar outra toalha e enrolar em sua cintura.

Saímos do banheiro, seguindo para o quarto.

Ele se vestiu enquanto eu o observava.

E eu sorri, perdido nos meus pensamentos.

- O que foi? – perguntou ele fechando o zíper da calça.

- Me lembrei de algo.... que aconteceu a muito tempo...

- O quê?

- Quando você viu todas as minhas cicatrizes... e eu quase morri de tanta vergonha.

-  Lembro... – riu. – Lembro como se fosse ontem. Foi quando nos aproximamos sorriu.

Ouvimos a campainha tocando, quase desesperadamente.

- Se troca ai... eu vou ver  quem é o desesperado.... – sorriu. – Pode pegar qualquer roupa que sirva em você...

- Sabe que suas roupas não servem em mim... – fiz um bico, o fazendo rir.

- Não reclama Tooru... você não vai andar vestido igual ao seu irmão.

- Tá me convenceu... – ri, vendo ele sair, e fui mexer no guarda roupa dele.

.........................................................................................................................................................

Kaoru POV

Era tão bom tê-lo novamente perto de mim, vê-lo sorrir.

Todo mal tinha passado, agora poderíamos ser felizes sem que ninguém atrapalhasse.

Segui para abrir a porta e ver quem era  o desesperado.

- Shinya?! Que cara é essa o que aconteceu? – perguntei vendo Shinya me olhar assustado.

- Kaoru... onde está o Jun?

- O Jun? Ele saiu por que? Aconteceu alguma coisa.

Shinya me mostrou a mochila do Jun, que estava na casa dele. Cheia de tubos e elementos que eu conhecia... mas não conseguia assimilar a nada...

- Você ensinou para ele... você ensinou para ele! – gritou.

- O que?

- A Wakeru. Você sabe que esses elementos formam a wakeru... - gritou

- Que? – depois de alguns segundos, compreendi.... aqueles realmente eram os elementos da wakeru... mas como o Jun os conseguiu? – Eu não entendo....como ele conseguiu e por que ele esta fazendo?

- Se eu soubesse não viria aqui te perguntar! – Shinya estava irritado e tinha razão. Onde eu estava com a cabeça quando ensinei ele a fazer aquilo

- Eu... eu não sei... ele saiu depois que o...

- O que houve com o meu chibi? – gritou Tooru, fazendo Shinya olhar para ele assombrado.

- Tooru?! Você não me avisou que.... -  gaguejou

- O que aconteceu com o meu irmão?! – gritou novamente, e eu pude ver um lampejo.... seus olhos ficaram castanhos por alguns segundos.

- Tooru, acalme-se! – gritei, vendo ele se encolher. – Calma... – disse mais suave, vendo ele vir na minha direção e me abraçando.

- Tooru, só queremos saber onde ele está... não fique tão agitado... ok? – disse Shinya. – Não aconteceu nada...

- Eu não sou idiota... não mintam para mim... eu ouvi que ele está fazendo a Wakeru. Ele está usando ela não está?

- Não sabemos Tooru, não sabemos o porque ele está fazendo... – respondi.

- O que ele está fazendo? Porque ele está fazendo? – murmurou baixinho, com o rosto encostado no meu peito.

- Você fica aqui... eu e o Shin vamos procurar ele.

- Eu...

- Tooru... você não pode se meter numa possível confusão... espera aqui, talvez ele volte para casa... – disse Shinya.

Levantei o rosto do Tooru, e selei brevemente seus lábios, me afastando e seguindo Shinya que já havia saído.

Assim que fechei a porta, comentei em tom baixo.

- Você viu? – Shinya me encarou e assentiu com a cabeça, já sabendo do que eu falava.

- Não se preocupe... ele não vai voltar a ser o Kyo. Agora temos que nos preocupar com o Jun.

......................................................................................................................................................

No POV

Os olhos azuis encararam a fachada da mansão, enquanto uma frase ecoava na mente.

                                                       “Eu vou acabar com eles”

Sabia muito bem o que viera fazer. Aquela frase em tom de deboche, o irritava profundamente.

Não deixaria aquele infeliz se reaproximar do Kaoru, e muito menos do irmão.

Seria agora ou nunca.

Passou meses, apenas tentando se infiltrar, sem que ninguém soubesse sua verdadeira  identidade.

Ali era apenas o Yomi.

Entrou na casa, sabendo que nesse horário, ele estaria sozinho com sua vitima.

Já sacou a arma, sabendo onde ele estaria.

Mas ao entrar no escritório sentiu o cano de um revolver contra sua cabeça.

- O que pretende nanico?

- Kisaki... eu só estou me certificando que ninguém vai tentar me matar... – sorriu se afastando.

- Não banque o espertinho.

- Não seja tão dramático. Achou que eu ia fazer o que? Matar o oyabun?

- O que houve? – a voz de Seiichi se fez presente. Yomi se virou e sorriu de leve.

- Ah... o Kisaki...  – Yomi ergue novamente o revolver, e deu um tiro na testa do velho. – Isso foi pelo Kao, e pelo Kyo. – sorriu virando para o Kisaki que tinha ficado paralisado com a frieza do garoto.

- Desgraçado.... – quando Kisaki, engatilhou o seu revolver.

- Sai Yomi...  – disse.

- Não terminei o meu serviço, Die...

- Sai daqui agora antes que eu te prenda... – gritou

Yomi revirou os olhos, e saiu rapidamente.

Aceitara a proteção de Daisuke até que cumprisse a meta, mas agora deveria sumir da cidade, ou do pais, por que iriam procurá-lo.

Ouviu outro tiro., e sabia que Die não era um policial nada convencional. Mas o Kisaki também era alguém bem esperto.

Saiu, esbarrando em um rapaz, que sabia ser o filho adotivo do Seiichi.

Lhe sorri e correu na direção da moto que conseguira com Die, e saiu em disparada.

Jun POV

Voltei ao meu normal.

Sim, me senti mal por ter feito aquilo, mas foi necessário.

Ele jurou que iria destruir a minha família, e eu não podia simplesmente ficar ali parado esperando que eles me defendessem mais uma vez.

Parei na frente da casa.

Devia pegar minhas coisas, e me despedir de todos.

Doeria, mas eu tinha que fazer...

Abri a porta, fitando os olhos azuis do meu irmão.

- Onde você estava? – percebi que a voz dele estava um pouco tremula.

- Nii-san aconteceu alguma coisa?

- Onde você estava? – repetiu com os olhos já cheios de lágrimas.

- Eu estava passeando... o que houve nii-san?

- Não minta pra mim! Por que você está fazendo a wakeru?

Fiquei boquiaberto. Como ele havia descoberto? Eu...

Eu esqueci minha mochila na casa do Shin-chan.

- Eu... eu precisava... mas não vou fazer de novo.

- Porque?

- Você não precisa saber nii-san.  – me afastei dele seguindo para o meu quarto.

- Jun!  - gritou, mas apenas permaneci em silencio.

Me tranquei lá e comecei a socar todas as roupas numa mochila.

- Jun... não me ignore... fale comigo! – pediu batendo na porta.

Não o respondi, embora ele tenha insistido quase todo o tempo que eu estive trancado ali procurando o meu passaporte...

Era o melhor a fazer era sumir do Japão.

- Jun? Jun, por favor, abre a porta.

Ouvi a voz do Kaoru. Abri a porta e encarei ele.

- O que você está fazendo?

- Eu vou embora... – respondi num tom quase que bruto.

- Em... O que? – ele se espantou e me segurou pelos ombros.

- Eu preciso ir... eu fiz algo muito grave, e preciso ir...

- Você tomou a Wakeru?

- Só pra criar coragem... – respondi.

- O que você fez? -  perguntou, já com os olhos arregalados.

E eu poderia jurar que ouvi seu coração acelerar.

Eu sei que foi errado, mas foi necessário, eu não poderia continuar sabendo daquilo, eu não podia... por que eu não queria perder nenhum deles.

- Eu só quero proteger você e o nii-san... agora podem ficar sossegados, ninguém vai tentar destruir vocês...

- Do que você está falando?

- O Seiichi... ele ameaçou vocês...

- Como você sabe disso?

- Ele ameaçou todos nós, que por causa do Nii-san ele perdeu alguns negócios, já que o Daisuke-san ficou os vigiando depois que o nii-san falou sobre eles. Ele falou que ia nos destruir de uma vez. Foi o Toshimasa-san que me alertou.

- AH...o que oToshiya forçou você a fazer? O que você fez?

- Matei o Seiichi...

-Não! – ouvi meu irmão gritando. – Você... eu não quero que siga meus passos!

- Gomen nee, nii-san... foi necessário... Mas não se preocupe comigo, ok. Eu vou ficar um tempo fora, nee... vou ficar bem... – meus olhos encheram de lágrimas, eu não queria ter que me afastar dele novamente, mas era necessário.

- Onde você vai? – perguntou Kaoru.

- Eu não sei... eu vou pegar a passagem com o Toshimasa-san... eu tenho que ir rápido.  – coloquei a mochila nas costas. – Eu tenho que ir rápido...  – ergui os olhos e encontrei o Shin-chan. – Shin... temo que o Daisuke tenha feito algo para o seu irmão.

Shinya arregalou os olhos.

- Nii-san... gomen... gomen, por me afastar de você...

- Nunca mais faça isso... nunca mais... não se torne isso que eu sou...

- Você não é uma pessoa ruim nii-san... eu sei disso... sempre irei saber... mas eu tenho que ir agora.

Tooru correu na minha direção e me apertou em seus braços, e eu apenas deixei minhas lagrimas caírem.

- Promete que vai me mandar noticias... todos os dias?

- Prometo nii-san... não todos os dias, mas pelo menos toda semana.

- Ok. – ele se afastou, e secou o rosto, e depois limpou o meu.

Me aproximei do Kaoru, e lhe abracei

- Moleque... toma cuidado... fica longe de problemas ok?

- Vou... sim... – me afastei, e olhei o Shinya que estava. – Gomen Shin-chan, se eu coloquei seu nii-san em perigo...

- Ele se meteu em perigo sozinho, você não tem culpa disso... não mesmo... – ele me abraçou. – Se cuida chibi. Vamos sentir muito sua falta.

- Arigatou...

Me afastei ouvindo som de um carro.

- Acho que minha carona já chegou... – dei um meio sorriso.

- Você não vai querer que eu te leve? Quem vai te levar? – perguntou Shinya.

- Não precisa... não se preocupem...  o Toshimasa-san  vai me levar até lá... acho que se vocês me levarem vai ser mais dificil. – nem dei tempo para que me respondessem, sai correndo, e já fui entrando no carro. Sendo encarado pelo Toshimasa.

- Cadê o Daisuke?

- Não sei. Ele ficou pra trás... – respondi, olhando a casa pela janela do carro.

- Você deixou ele???...

- Ele pediu que eu fosse... – respondi

- Tá... tudo bem... eu te levo no aeroporto, e depois vou buscar ele. – disse acelerando.

Não demorou muito para que chegássemos no aeroporto  e ele me entregasse a passagem.

- Brasil?

- Nada que passar umas férias num lugar quente... longe de gangsters da yakuza.

- Arigatou.

- Por mais que o Kaoru não queira nem me ver pintado de ouro, eu ainda vou protege-lo. E o Tooru, já pagou pelo ato dele. E você... você só nos ajudou.

- Não vejo muita diferença... Fiz a mesma coisa que o Kyo. Agora eu vou... 

- Toma cuidado... vá para o endereço que eu te dei... lá eles te ajudaram... – sorriu acenando.

Entrei no aeroporto, e segui para o check-in. O vôo não demoraria a sair.

.........................................................................................................................................................

Toshiya POV

Deixei o Jun no aeroporto, ele ficaria mais seguro longe daqui.

Passei perto da mansão, e vi que o carro do Die continuava lá...

Isso não é um bom sinal...

Continuei espiando, eu não podia simplesmente entrar lá...

Vi o Kisaki, e um garoto carregando Die, e o jogando na rua.

Eu quase parei de respirar. Ele estava...

Esperei eles entrarem... e sai correndo do carro, não me importando se seria atropelado no caminho.

- Die... – gritei., levantando ele, todo cheio de sangue. – A culpa foi minha.... eu devia ter vindo aqui... que droga...

Ele abriu os olhos, e eu me assustei...

- Toshima-sa...

- Die... você.... como?

- Colete... seu idio-ta... mas.. eu real-mente estou ferido... me leve...

- Ok... Eu...

- Anda...

- Me respeite que eu sou superior.... – sorri, mais aliviado por saber que meu amigo estava ainda vivo.

O levei para o carro e acelerei.

- Você se fingiu de morto?

- Claro.. .se-não eu realmente es-ta-ria agora...  – respondeu, apertando o ferimento quase perto do pescoço.

- Eu me surpreendo cada dia com você...

- Claro... me chamo Daisuke.

- Idiota...

.........................................................................................................................................................

No POV

- Eu vou pegar aquele naniquinho... eu vou estrunchar ele...  – gritou Kisaki.

- Quem realmente é aquele garoto? Quem realmente é o Yomi ?– perguntou o outro rapaz, olhando o corpo do pai adotivo no chão.

- Ele... eu tenho uma leve suspeita, Yuji-sama. Mas terei que vigiar um certo alguém, para confirmar.

- Não demore muito. Quero descobrir quem é esse desgraçado.

- Sim Senhor... – disse o ruivo se afastando.

- Eu vou destruir ele... nem que eu leve anos para isso... Nem que eu mova céus e terras para encontrá-lo. Ele não vai se esconder de mim.

.........................................................................................................................................................

Kaoru POV

Tooru estava sentado no sofá, ainda atônito com o que aconteceu.

Não queria se afastar assim do irmão, mas sabia que com a yakuza não tinha vez, ele devia fugir do país.

- Kao...

Olhei para ele.

- Ele vai poder voltar, nee?

- Acho que sim... O Toshiya e o Daisuke, sabem fazer o trabalho deles... e essa parte da gangue, já está se desfazendo, e agora sem o chefe, não vão obedecer o substituto.

- Eu... tenho parte de culpa nisso... se eu não tivesse sido tão fraco antes.. Nenhum de vocês  estaria metido com esses gangsters malditos.

- Tooru... De um jeito ou de outro, eu sempre estive ligado a eles, e não se culpe ok? Tudo acontece a partir de escolhas, e não devemos nos arrepender delas.

- Não nos arrepender? Kao... tudo... foi...

- Eu não me arrependo nunca de ter criado a wakeru... senão eu não teria você...

Ele sorriu.

- Eu... Arigatou, Kaoru... – ele me abraçou.

- Não precisa agradecer... é só parar de pensar que tem culpa em tudo...

- Eu... vou tentar...

- E vai conseguir... – me sentei ao lado dele, e o abracei. – Espero que o chibi esteja bem.

- Ele não falou para onde iria...

- É bom não sabermos...  – beijei a testa dele.

Ele deitou em meu colo. E eu fiquei fitando os olhos azuis.

Eu quero que continuem com esse brilho azul, que me transmite tantos sentimentos.

Por mais que haja tantas dificuldades.

Tenho quase certeza que vamos superá-las rapidamente.

- E agora, somente temos que seguir em frente...– sussurrei para ele.

- Sim. Vamos... sem Wakeru, sem yakuza, sem problemas...

- Sem problemas? A h já está pedindo demais! – ri, vendo ele sorrir.

Ele fica ainda mais lindo sorrindo.

Meu Tooru...

“Tampouco posso adiar para sempre o final desse meu escrito, porque se minha narrativa até agora escapou da destruição, foi graças a uma combinação de boa prudência e muita boa sorte.”

O Médico e o Monstro - Pág. 111

--------------------Wakeru Final--------------------- 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalmente.... um lemon! Sim, queridinhas, eu demorei com isso, mas está aqui, não garanto que seja o melhor dos lemons. Eu tentei fazer um desfecho bonitinho, e mudei de idéia o quanto matar o Die, por isso aquela cena. Enfim, a Natsu-grape, deu a idéia de uma continuação da história com o Jun, mas eu não sei se vou conseguir escrevê-la e postá-la imediatamente.
Afinal, ainda tenho que terminar a one-shot da Derby-chan antes que ela me mate kkkkk
Essa é a ultima fic, aqui no Nyah, se quiserem acompanhar minhas outras fics, o link---> http://animespirit.com.br/kamui-nishimura
Agora, mereço os ultimos reviews???