Wakeru escrita por Kamui Nishimura
Notas iniciais do capítulo
Oie!
Demorei? *Pedradas*
Espero que ninguém me mate....
Boa Leitura!
“Rompi qualquer relação com essa pessoa e lhe peço que me poupe de qualquer alusão a alguém que considero morto.”
O Médico e o Monstro - Pág. 53
Kaoru POV
Assim que o Toshiya saiu do quarto, eu entrei o mais rápido que eu pude, Tooru estava sentado, encolhido, chorando.
Eu não entendi o que havia acontecido.
- Tooru...
- O Kyo... Ele... Ele não consegue voltar...
Meu coração acelerou com a noticia... Mas... Como era possível, a Wakeru, não estava pronta... Não dava esse resultado...
- Mas... Isso...
- Como eu vou sobreviver num presídio... Se eu nem sem me defender sozinho? – olhou para mim, e eu pude ver o desespero, naqueles olhos azuis...
Azuis, por causa da Wakeru...
- Calma... Deve ser temporário... Como antes... Ok?!
Ele assentiu e limpou as lágrimas.
- O que o Toshiya disse? – perguntei.
- Que eu vou aguardar julgamento preso.
- Mas... Você ainda não deu seu depoimento...
- Eu sei... Mas ele só está cumprindo o papel dele. E pra que vão me ouvir, se eu sou um assassino.
- O Kyo é um assassino! – acabei alterando minha voz, e ele se encolheu. – Desculpa...
-Kao... – ele tentou me acalmar deslizando os dedos pelo meu rosto, mas dava para ver claramente que ele não estava nada calmo. – Se eu não conseguir me livrar da acusação, você vai cuidar do meu irmão...?
- Por favor Tooru... Não fale assim...
- Eu queria poder pensar diferente... Mas é isso que vai acontecer... Eu não vou conseguir me livrar dessa acusação.
Acariciei o rosto dele, e ele me encarou.
- Promete?
- Tudo bem, eu prometo... Prometo também, que vou te salvar dessa enrascada.
- Não precisa... – Ele me abraçou, e sussurrou tão baixo, que eu quase nem escutei direito. – No fundo, no fundo, eu queria que aquele homem realmente morresse.
- Tooru-san... Hora de trocar seu curativo. – uma enfermeira entrou na sala, e eu me afastei dele.
- Tooru, eu volto daqui a pouco. – sai do quarto, e encarei o Shinya que estava sentado na sala de espera, com o Jun deitado no outro lado.
- O Toshiya não vai facilitar... – disse.
- O Toshiya não tem que se meter nessa historia.
- Eu sou um investigador, se por algum acaso, vocês dois não sabem, e estou cumprindo meu papel. – Toshiya entrou na sala, nos fazendo olhar para ele.- Mas, agora, eu já tenho um mandado de prisão, e se me dão licença, já vim buscar o Nishimura, temos que voltar logo para Tokyo.
- Mas ele ainda não teve alta... – disse Jun se levantando.
- Ele só precisa trocar o curativo, não vai morrer. – disse entrando no quarto. Eu o segui, para impedi-lo, mas assim que dei um passo, Daisuke-san apareceu e me segurou.
- Você tem que dar um depoimento oficial, e o menininho ali também.
- Mas o Jun é uma criança. – disse Shinya inconformado.
- O Toshiya falou que ele sabe sobre o que levou o irmão a cometer o ato. Ele será como uma testemunha. – disse.
Toshiya logo saiu puxando o Tooru pelas algemas, e pediu para que Daisuke levasse o Jun.
Eu e Shinya primeiramente ficamos quase sem reação, mas logo os seguimos com o carro onde estavam.
- Shinya... Como vou defende-lo? Como eu vou...?
- Kaoru... Eu não sei realmente o que poderemos fazer para ajudar o Tooru, mas se ele for réu primário, e o Jun for levado a serio, ele pode ter uma pena mais leve.
- Foi a Wakeru que deixou o Kyo pior do que já era... Ele nunca teria coragem se não estivesse sob efeito da wakeru e de outras drogas. Eu não quero perder o Tooru, eu não quero deixá-lo naquele inferno sozinho.
- Mas, a wakeru não dura muito. Ele pode estar mais protegido como o kyo.
Olhei para o Shinya inconformado.
Se o Kyo voltasse, essa seria a ultima vez que eu veria o Tooru, por que depois disso, não conseguirei convencê-lo a tomar a Wakeru novamente.
- Não acredito que ainda está preocupado com a sua formula!
- Não é com a formula! Eu amo o Tooru se você não percebeu!
- O Tooru e o Kyo são as mesmas pessoas!
- Eles são diferentes, fisicamente e psicologicamente!
- Você está escutando o que você está falando?!
- Você viu o quanto eles são diferentes! – gritei, vendo o Shinya respirar profundamente
- Kaoru... Até quando você acha que o corpo dele vai aceitar essa formula? Você sabe muito bem que quando a mesma droga é usada em tão pouco tempo, o corpo se acostuma e ela já não surte mais efeito.
- Você viu que ele ainda é o Tooru? Que esta funcionando como eu queria...
- Kaoru... Vamos falar sobre isso depois... Ok? Depois... Por que temos que pensar como vamos ajudar o Tooru.
- Você tem razão... – disse ficando calado... E tentando pensar, em algo que pelo menos amenizasse a situação do Tooru.
Se o Jun, contasse o que havia acontecido no passado, talvez a culpa do Kyo diminuísse, e também, o Kyo estava drogado, então não poderia controlar todos os seus atos, o seu lado irracional agiu deliberadamente.
Isso, o Kyo era o lado irracional.
E eu tinha que lutar para manter o lado racional. Tinha que lutar para salvar o Tooru.
Meu Tooru.
Jun POV
Depois de algumas horas dentro da viatura, chegamos na delegacia, e me levaram para uma sala, para a sala do delegado, e havia um senhor no canto, que digitava tudo o que o delegado mandava.
Ele me encarou dos pés a cabeça.
- Conte-me tudo que sabe a respeito do que aconteceu. Pode fazer isso?
- Mas não precisaria de ter um advogado aqui, para defender o meu irmão? Ou me orientar?
- Vejo que você assiste filmes demais.
- Foi isso que eu aprendi na escola.
- Certo. Mas como você é uma criança, e a acusação não é contra você, você pode falar sem um.
Apenas o olhei.
- Eu não posso esperar o Shinya-san, e o Kaoru-nii-san chegarem?
- Certo... Mas não vai mudar em nada. Você vai continuar aqui falando sem eles.
Apenas me encolhi na cadeira, e fiquei olhando para ele.
- Chame um defensor publico... – o delegado olhou para o Daisuke que ainda estava atrás de mim, que saiu logo em seguida.
- Já fizemos sua vontade, garotinho.
Assenti com a cabeça, e continuei observando cada detalhe daquele ambiente.
Demorou muito tempo, para que entrasse um homem estranho, falando que tinha lido os relatórios do Toshimasa-san e estava a par de algumas coisas.
Ele se sentou do meu lado, e disse que eu poderia responder o delegado, assim que ele desse de sinal de positivo.
- Então... Vamos começar... Você sabe o que levou ao seu irmão a atacar o padrasto de vocês?
O advogado, fez um sinal positivo e então respondi.
- O nosso padrasto abusava sexualmente dele.
- Isso foi seu irmão que lhe contou?
Olhei para o delegado.
- Não. Eu via... Meu padrasto me amarrava no pé da cama, e fazia tudo na minha frente. Nem sempre era assim, mas eu sabia acontecia... As vezes nós estávamos brincando, e ele arrastava meu irmão para dentro de casa.
- Por que não contaram para a mãe de vocês?
- Porque ela nunca quis ouvir nada que fosse contra o marido dela. Ela achava que estávamos fazendo isso por que não gostávamos dele.
- Mas você era bem pequeno.
- Tinha quatro anos.
- E se lembra de tudo?
- Coisas traumatizantes marcam as memórias de qualquer um. – respondi.
- Então... Até quando mais ou menos, você via isso acontecendo.?
- Bom... O meu irmão começou a fugir de casa, quando tinha doze ou treze anos, e como ele passava longos períodos longe, meu padrasto desistiu dele.
- Certo. O seu irmão já foi preso uma vez, antes mesmo de completar dezenove anos.
- Ele se meteu com más companhias. – respondi.
- Bom... Vejo que não tenho mais perguntas para você. Acho que a pessoa responsável por você já está te esperando. Daisuke, traga o Nishimura-san até aqui.
Sai e encontrei o meu irmão na porta, ele sorriu para mim, e bagunçou um pouco os meus cabelos.
- Obrigado, maninho... Você está ajudando bastante. . – sussurrou antes de entrar na sala.
...
Tooru POV
Entrei na sala sendo analisado pelo delegado. Ele me olhou dos pés a cabeça.
- Está bem diferente do que na ultima vez que eu te vi. – disse o delegado.
- As pessoas mudam, senhor.
- Até a cor dos olhos? – riu.
Não respondi. Apenas o olhei.
- Sente-se, sente-se, vamos terminar logo com isso.
- Sim Senhor.
Me sentei e fiquei olhando os objetos da mesa, tentando disfarçar o meu medo.
- Então... Começaremos com uma pergunta simples... Por quê?
- Ele me machucou, tantas vezes...
- Te machucou no sentido?
- Sexual, ele abusava sexualmente de mim.
- Desde quando? Tinha testemunhas?
- Desde meus nove anos. E meu irmão via tudo amarrado no pé da cama com um lençol.
- Ele chegou a abusar dele também?
- Não. Por que eu não deixava.
- Quando tudo terminou?
- Quando eu fugi de casa. Eu tinha doze anos, conheci alguns garotos mas velhos, e andava com eles. Comecei a usar drogas junto com eles, mas logo comecei a me afastar deles, e seguir um caminho errôneo sozinho.
- Então você tinha conhecimento sobre o que fazia...
- As drogas me fazem esquecer o que eu sofri por anos.
- Como você conheceu o Niikura Kaoru?
-Isso não tem haver com o assassinato do meu padrasto. – o advogado nada falava, apenas batia os dedos freneticamente na pasta.
- Certo. Você estava drogado quando atacou a vitima?
Olhei para o advogado, se eu respondesse isso, eu poderia estar me livrando ou piorando minha situação.
- Pode responder Nishimura-san. – disse o advogado.
- Estava. Naquele dia eu tinha usado vários tipos de drogas.
- A arma... O revólver que você usou... Onde conseguiu?
- Consegui com um Yakuza, que me protegia.
- O Niikura Kaoru?
- Não. O Kaoru não é da gangue... – respondi.
- Sua mãe foi testemunha... E você mesmo se confessou... A arma foi encontrada com você, e você tinha o motivo. Então você vai aguardar julgamento em cárcere. Daisuke leve ele.
- Espera aí... Quanto tempo até um julgamento...?
- Um ou dois meses...
Olhei desesperado para o advogado que estava conversando com o escrivão.
Segui para ala de detenção sem poder nem me despedir do meu irmão...
Eu tinha lembranças do Kyo, e sabia o que iria acontecer.
Me levaram numa sala, onde rasparam meu cabelo.
Realmente, bem que eu poderia voltar a ser o Kyo agora...
Me deram um uniforme, e pegaram todos os meus pertences... Alias... Eu não tinha nada, além de alguns anéis.
Logo entrei na cela, que teria que dividir com uns caras estranhos.
- Japonês do olho azul?! Coisinha rara! – riu um deles vindo próximo a mim.
- Não me enche... – respondi o empurrando. Alguns instintos do Kyo, poderiam me salvar.
- O pequenininho se acha... – um deles me segurou pela gola da blusa e me encarou.
- Me solta... – eu reconheci esse cara, ele andava com o Kyo. – Ou eu te arrebento... Koji.
- Kyo-san!
- Não minha vó! - disse me soltando, claro que era fácil para mim, imitar o Kyo.
- Você está diferente.
- Eu sempre fui assim... Vocês que nunca repararam. – dobrei a manga da blusa, exibindo as tatuagens, para provar quem eu era.
- Kyo... Mas porque você tá aqui?
- Matei meu padrasto. – respondi, sem orgulho, me sentando na beira do colchão vago.
Eu teria que me acostumar com esse ambiente passaria longos tempos ali. Disso eu tinha certeza.
Kaoru POV
O advogado se aproximou de mim, e disse que não havia muito que fazer para ajudar o Tooru, por que ele era réu confesso. Mas o tempo que ele poderia pegar na cadeia poderia ser menor por ele ter confessado.
- Você não fez nada para ajudar ele! – gritou Jun.
O advogado apenas o olhou
- Não precisaremos mais do seus serviços. – disse o Shinya. – Muito obrigado.
- Sim. Qualquer coisa, entre em contato comigo.
Ele saiu. E nos três ficamos nos encarando.
- O que vamos fazer? – perguntei para o Shinya.
- Bom... Podemos pagar o advogado para tentar amenizar a situação. – disse. – Mas agora não podemos fazer muito agora, vamos voltar para casa, descansar, amanhã, vamos conversar com o Tooru. – Shinya puxou o Jun, e eu segui.
Teríamos que esperar um pouco.
Por mais que meu coração implorasse para que eu ficasse ali, perto do Tooru, o meu corpo pedia desesperado por um descanso.
Seguimos de volta para a minha casa, e o Jun ficou encolhido no sofá.
- Jun... Por que você não vai dormir lá no meu quarto, é mais confortável para você. – sorri fazendo ele se levantar.
- Tá bom... – disse ele se levantando e seguindo para o meu quarto.
- Shinya... A culpa é minha...
- Não é sua , uma hora ou outra o Kyo iria aprontar algo do tipo.
- Como o Tooru vai ficar naquele lugar?
- Ele vai se sair bem... Ele vai ficar bem, eu acredito nisso. Bom... Eu vou deixar vocês descansarem. Amanhã, eu volto aqui... Ok?
- Ok... Você já me ajudou tanto... Espero que eu possa te recompensar de alguma maneira.
- Você é meu amigo. Já vale. Você sempre me entendeu, e sempre soube o medo que eu tinha de acabar naquela gangue.
- somos dois! – sorri levemente. – Então amanhã, nos vemos.
Esperei ele sair , para me jogar no sofá, e pensar em como eu salvaria o Tooru.
Acabei pegando no sono, e acordei horas depois, com o Jun vindo perto de mim, e se deitando perto.
- Posso ficar aqui? – perguntou.
- Claro, vem aqui... – dei um espaço para ele, e o envolvi nos meus braços, ele pegou no sono novamente, e eu fiquei ali observando ele adormecido.
Ele parecia muito com o Tooru, embora fosse menor, e muito mais elétrico.
Beijei o topo da cabeça dele, e fechei os olhos tentando adormecer novamente...
Eu estava tentando imaginar se o Tooru estava bem...claro que bem ele não estava, mas se ele não estava tendo problemas maiores...
Meus pensamentos, não deixavam com que eu adormecesse.
Respirei fundo. Tentando a todo custo, descansar, para amanhã poder estar melhor fisicamente para apoiar o Tooru.
Dormi mal a noite inteira, acordava, praticamente de meia e meia hora.
Assim que abri os olhos percebi que o Jun, já não estava ali.
- Jun?
- Kaoru!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Procurei, de onde vinha o grito, parecia que o Jun estava em apuros. E o encontrei na frente da casa, com um cara o segurando. E outro apenas olhando encostado no carro;
- Kaoru, me ajuda... – pediu.
- Quem são vocês? – perguntei.
- Até parece que você não sabe! – riu o que estava encostado no carro.
Logo surgiu, Seiichi Kamata.
- Soltem o Jun, ele não tem nada a ver com essa história ridícula.
Eles soltaram o Jun, que veio correndo na minha direção.
Me abaixei um pouco, e o olhei.
- Jun, você sabe o endereço do Shinya, vai e fica lá, ok?
- Eu...
- Vai... – o soltei, e ele saiu correndo
- Então, o garotinho já saiu correndo, então, vamos resolver nossos assuntos. – disse Seiichi, pegando o revólver e apontando na minha cabeça.
Se fosse para que eu morresse nesse dia, eu iria morrer com razão.
Lembrei, que eu ainda tinha uma seringa, com a Wakeru.
Coloquei as mãos no bolso, procurando pela seringa. Encontrei, e disfarçadamente tirei a tampa da agulha, e espetei no meu pulso, agilmente.
Senti logo o meu rosto formigando.
Sei que não deveria fazer isso.
Senti, meu ódio a flor da pele.
...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Mas enfim, como já perceberam tá chegando ao apíce...
Espero que realmente alcance as expectativas.
Estou pensando em postar mais uma fic com o DeG, antes da do Versailles (Eu tenho tanta fic pela metade, vocês não tem idéia), mas ainda estou me decidindo.
Até a Próxima!