Pov. Bella

-Promete que vai me visitar em breve sua vaquinha?- perguntei a Ângela.

Nós havíamos acabado de voltar a Springfield depois de uma tarde em Buffalo, estava abraçada a Ang no aeroporto o meu vôo já havia sido anunciado.

-Claro nanica- ela falou dando um beijo na minha cabeça- Mas você tem que me prometer que serei madrinha do seu casamento.

Afastei-me dela ruborizada, olhei disfarçadamente para Edward que sorria.

-Ângela- a repreendi, eu não sabia se me casaria com Edward, isso era uma coisa meio distante, quer dizer ele me pediu em namoro hoje, corei mais ainda ao lembrar a cena de mais cedo, Edward falando a Charlie que estávamos meio que namorando.

Flash back on

Mamãe abriu a porta para nós assim que chegamos.

-Ângela, quanto tempo menina até parece que se mudou da cidade também- ela abraçou minha amiga e depois olhou de mim para Edward e depois para as nossas mãos unidas- Então alguma coisa mudou por aqui?- Renée perguntou como se não soubesse de nada.

-É as coisas mudaram- Edward respondeu sorrindo e eu corei, claro.

Fomos até a sala, Ângela e mamãe puxaram um assunto qualquer, Charlie estava no banho e logo desceria.

-Meus jovens- em falar nele.

-Charlie- Ângela levantou e correu para abraçar meu pai, ela tinha um certo tipo de admiração por ele, eu nunca soube explicar o porque- Que saudade do seu bigode- ela riu malignamente.

-Também senti saudade das suas piadinhas infames- ele revidou, ela torceu a boca, mas riu- Ei Bells por que não me avisou que a Ângela viria, eu teria me vestido melhor- falou se jogando ao meu lado no sofá.

-Pai você está ótimo- sorri amarelo.

-Pedófilo- Renée falou revirando os olhos.

-Não precisa ter ciúmes Renée, temos que aprender a compartilhar- Ângela cutucou minha mãe. Minha família e meus amigos não eram normais, isso era fato.

-E você Edward, o gato comeu a língua?- Charlie se inclinou para ver meu Edward no sofá- Como foi à festa ontem?

-Foi maravilhosa- Edward falou- Alguns coisas aconteceram.

-Que tipo de coisas?- Meu pai perguntou desconfiado, bom eu e Edward estávamos mesmo suspeitos, eu não tinha medo do meu pai, mas talvez ele achasse estranho o fato de Edward primeiro aparecer como meu amigo e um dia depois como namorado.

-Eu, quer dizer nós...- olhou para mim- Isabella e eu decidimos ficar juntos.

-Juntos?- meu pai repetiu e parou certamente para analisar a palavra em todos os sentidos que ela poderia ter. Ficamos todos em silencio na sala- Juntos tipo mais que amigos?- falou depois de um tempo.

-É pai, nós estamos namo...- parei no meio da palavra e encarei Edward, ele não havia me pedido em namoro, não ainda eu não sabia quais eram a intenções dele.

Edward me encarou de volta de um gesto sugestivo.

-O que estamos fazendo?- perguntei baixo, ele ficou confuso com minha pergunta.

-Agora?- perguntou de volta e eu rolei os olhos.

-Pai nós não somos apenas amigos, não mais- voltei a falar com Charlie.

-São do tipo amigos com benefícios agora?- onde Charlie ouvia essas expressões, Renée e Ângela riram certamente da minha cara.

-Eu não sei- respondi ainda meio atônica.

-Claro que não, Isabella é minha namorada agora, Charlie- Edward falou decisivamente.

-Você não havia pedido antes- voltei-me para ele- não faça isso por se sentir pressionado.

-Por minha vontade eu já tinha feito isso há muito tempo, e desculpa por não perguntar, mas e então Isabella quer ser minha namorada?- o meio sorriso dele era realmente encantador, eu estava com vergonha quem já se viu fazer esse tipo de pergunta assim na frente de todo mundo.

-Claro- mordi o lábio eu o beijaria se não estivéssemos na frente dos meus pais e da Ângela.

-Ótimo- sorriu e se inclinou beijando minha testa.

-É ótimo- Charlie bufou- Apenas eu que estou pro fora de tudo, com certeza Renée já deveria estar com patas enfiadas nesse assunto.

-A única que possui patas é a sua mãe- Renée ralhou.

-Muito respeito com a mamãe Swan, que Deus a tenha- Charlie falou apontando o dedo para mamãe- Eu queria entender como as coisas mudaram da água para o vinho...

-Simples, essa eu explico- Ângela falou chamando atenção- O bonitão de Chicago ficou interessadíssimo na Bella desde o dia que se conheceram daí ele não saiu da cola dela, ela tonta do jeito que é achou que era só amizade até o coraçãozinho dela começar a bater mais forte todas as vezes que o via, mas o gato achou que ela não estava muito interessada, equivocadamente ele pensava que ela ainda morria de amores pelo Jacob cretino Black, daí a confusão ficou armada, quando ele veio para cá trouxe a belezoca com ele e ficou tentando chamar a atenção dela, mas a garota tava confusa mesmo sabendo que o que sentia era mais que amizade, ontem a noite nós- fez sinal dela para Renée- provamos que a Belita não conseguiria ver o gato de Chicago com outra e ela se rendeu ao charme dele e deram uns amassos, fim.- respirou fundo quando terminou o relato, assenti confirmando tudo que ela tinha dito.

Charlie coçou o bigode.

-Vocês já fizeram sexo?- perguntou sem nos encarar.

-Já fizeram?- Renée perguntou com os olhos grandes e cheios de expectativas.

-Não- eu e Edward respondemos juntos.

-Mas farão em breve- Ângela completou.

Eu nem olharia para Edward ou morreria de vergonha.

-Tudo bem, eu gosto de você rapaz, mas ainda teremos que conversar sobre muitas coisas eu preciso ter certeza que vai cuidar da minha Bella direito- Charlie nos encarou, ele estava meio branco demais.

-Eu vou cuidar dela- Edward passou o braço a minha volta.

-Eu espero.

Flash back off.

-Mas então Bell safadinha, vai dizer que não quer casar- a voz de Ang me tirou dos devaneios.

-Ângela Weber- a olhei zangada.

Ela riu alto.

-Tudo bem, mas se acontecer algum casamento, eu posso ser madrinha?- perguntou cheia de empolgação, ela queria me matar de vergonha a qualquer custo.

-Ta- respondi rapidamente- Nosso vôo já foi anunciado, vamos Edward.

-Ok- ele sorriu para Ang- Até breve Ângela- ela como a safada que é se jogou nos braços dele o abraçando.

-Vou sentir sua falta bonitão e vê se cuida bem da minha Bella- ela recomendou e ele sorriu.

-Vou cuidar- Edward segurou minha mão e caminhamos até o portão de embarque, me virei para dar mais um tchauzinho para Ângela, ela acenou animada, eu sentiria a falta dela.

...

-Essa viagem foi maravilhosa- Edward comentou na poltrona- Lembra que antes de virmos pra cá passamos uns dias sem nos falarmos?

Eu recordava, pensei que ele estivesse zangado comigo.

-Eu senti sua falta- confessei.

-Eu também- dei um beijo na minha bochecha- Não deveríamos ficar muito tempo longe- falou, uma nova emoção tomou conta dele.

-O que está pensando?- perguntei curiosa.

-Seu apartamento fica longe da minha casa- que? Será que ele estava propondo uma mudança?

-Não sei se entendi direito- confessei.

-Minha casa é grande e eu sempre fico sozinho lá- deu de ombros.

-Então você estar me pedindo para ir morar com você, entendi direito?- perguntei, eu não saberia o que responder se essa fosse à proposta, seria melhor esperar mais um pouco.

-Algo do tipo- se virou mais na poltrona ficando voltado para mim- E então? Você pode ter seu próprio quarto se quiser- abri a boca e fechei varias vezes, mas não sabia o que falar.

-Bom, talvez seja cedo demais- falei finalmente- Não que eu não queira, mas talvez devêssemos esperar mais um pouco, estamos namorando desde ontem- corei com a ultima parte- temos que nos conhecer melhor e essas coisas.

Ele me encarou por um tempo.

-Tem razão- assentiu- Mas não vou esquecer isso- deu um daqueles sorrisos matadores.

-Não quero que esqueça- segurei a mão dele.

Conversarmos mais um pouco, o vôo era curto e logo estávamos de volta a Chicago.

-De volta a cidade- Edward suspirou quando estávamos andando pelo aeroporto já com as nossas malas.

-Vamos pegar um taxi ou alguém vem buscar você?- perguntei, meu braço estava ou redor do dele enquanto ele empurrava um carrinho.

-Vamos de taxi eu não liguei para Emmett- assenti e logo fomos para a frente do aeroporto, por sorte conseguimos um taxi, ele passaria em minha casa primeiro e depois iria levar Edward em casa.

Durante toda a corrida até o meu condomínio Edward segurava minha mão, estávamos como dois adolescentes apaixonados, quando chegamos ele retirou minha mala e pediu para o taxista esperar.

-Eu posso levar até seu apartamento- ele ofereceu.

-Edward a corrida vai ficar muito cara se você subir, eu as chuto até o apartamento já estamos aqui no elevador- resmunguei.

-Queria que você pudesse ir comigo lá pra casa- Edward falou segurando minha mão.

-Edward não é um bom momento, nós ainda temos que...- parei quando vi aquele sorriso bobo dele- Você é sempre tão bobo assim.

-Quando estou perto de você?- arqueou uma sombrancelha- sim com certeza.

-Vamos pensar em mudança depois- o abracei- Agora eu tenho que ir, trabalho amanhã.

-Até mais Bella- ele segurou minha cintura e me puxou para um beijo.

Eu ainda não tinha me acostumado a tudo aquilo, mas eu simplesmente adorava, retribui o beijo com a mesma intensidade.

-Te vejo amanhã- falei assim que nos afastamos.

-Com certeza- beijou minha testa- bons sonhos.

-Pra você também- apertei o botão do elevador que parou logo em seguida.

Como disse que faria chutei minhas malas até a porta do meu apartamento e após revirar minha bolsa em busca da chave consegui abrir. Empurrei a porta e liguei o interruptor, assim que olhei minha sala reparei que ela estava diferente, não estava como eu deixei.

-Olá- entrei deixando a porta aberta será que tinha alguém dentro?

Olhei o tapete da sala meio dobrado as almofadas do sofá no chão, andei até a cozinha com um coragem que não sabia que possuía, arfei quando vi o estado que estava minha cozinha, leite derramado pelo chão, comida espalhada, pratos quebrados.

-Deus- levei a mão ao peito minha cozinha estava um desastre, olhei para a torneira da pia aberta e andei rapidamente até ela a desligando- Tem alguém aqui?- perguntei ainda assustada.

Sai da cozinha e andei até meu quarto, abri a porta temerosa encontrei a cama desforrada e algumas roupas minhas fora do closet, olhei para a luz do banheiro acessa e tremi, será que o desordeiro ainda estava aqui.

-Oi- falei alto, não ouve resposta alguma, me enchi de coragem e andei até o banheiro ouvi de longe o barulho do chuveiro aberto, olhei para os lados em busca de algo que me ajudasse contra um possível agressor, peguei um dos cabides de metal no chão e caminhei até o banheiro devagar.

No chão do banheiro havia pedaços de vidro era do meu espelho e fora isso e o barulho do chuveiro estava tudo no lugar, respirei fundo não parecia ter alguém do outro do Box mesmo assim fui cautelosa, puxei o Box rapidamente ainda segurando o cabide, respirei aliviada quando não vi ninguém do outro lado.

Inclinei-me desligando o meu chuveiro e uma mão segurou meu ombro. Gritei e me virei pronta para acertar o indivíduo atrás de mim.

-Calma Senhorita Swan- puxei o ar com força tentando me recuperar do susto, era o porteiro Ronald.

-Santo Deus homem, quase me matou de susto- levei a mão ao peito- O que aconteceu com meu apartamento?- Perguntei ainda arfante.

-Eu não sei, eu queria avisar à senhora algo, mas deixaria para depois por que pensei que aquele senhor que te trouxe subiria, como vi ele voltando subi encontrei a porta aberta e vi o estado da sala- explicou rapidamente.

-O que iria me avisar?- passei a mão pelo cabelo saindo do banheiro, o porteiro me seguiu.

-O senhor Black esteve aqui- estaquei na hora.

-O que? E você o deixou subir? Por quê?- disparei me virando de frente para o homem que se assustou com minha posição agressiva.

-Calma Senhorita Swan, eu não o deixei subir ele veio na manhã depois da sua viagem, eu disse que a senhora não estava e ele queria subir a qualquer custo me chamou de mentiroso, disse que passou no hospital e disseram que a senhorita estava folgando- Jacob era um desgraçado, ele não tinha direito nenhum de procurar por mim agora.

-Se você não o deixou subir quem fez isso?- gesticulei para meu quarto bagunçado.

-Juro que não o deixei subir em nenhuma das vezes que ele esteve aqui- jurou solenemente.

-Ele esteve aqui mais de uma vez?- perguntei confusa.

-Sim- assentiu.

-Seja sincero- pedi- O senhor dormiu ou saiu em algum momento?- perguntei nervosa.

-Eu sai hoje pela manhã, mas a portaria ficou com o Matt- Matt era um jovem que substituía o porteiro de vez em quando- Ele sabe que a primeira regra de quando não estou é nunca deixar ninguém subir, voltei em duas horas e Matt disse que ninguém havia subido.

-Tudo bem, não vai adiantar nada procurar um culpado agora, vou arrumar essa bagunça- peguei algumas roupas minhas no chão- Será que o senhor pode arrumar alguém para trocar minha fechadura amanhã?

-Sim senhora quando chegar do trabalho as fechaduras já estarão trocadas- respondeu prontamente- Eu sinto muito por isso- lamentou- Ficarei duplamente atento.

-Ta tudo ok- sorri fracamente.

Acompanhei o porteiro até a saída e ele prometeu novamente que as fechaduras seriam trocadas no dia seguinte.

Acabei dormindo muito tarde, tive que limpar cuidadosamente o banheiro e a cozinha onde haviam vidro espalhado no chão, joguei toda comida fora até a que estava na geladeira ainda intocada, vai que o invasor envenenou tudo. A conta de água certamente viria muito cara esse mês e se Jacob realmente invadiu meu apartamento ele deveria estar fora de si.

Desabei na minha cama depois de tomar um banho quente, amanhã seria segunda e eu precisa trabalhar, não demorei a adormecer afinal cansaço não faltava.

...

Entrei no hospital sustentado um sorriso, por mais que o episodio no meu apartamento tenha me assustado eu não deixaria aquilo mexer com a minha cabeça, Ronald trocaria minha fechadura e se isso voltasse a se repetir eu ligaria para a policia.

-Bom dia doutora Swan- minha assistente saudou assim que me viu.

-Bom dia querida- respondi- temos um dia cheio hoje?

-Temos sim, alguns pacientes extras e algumas consultas marcadas quando a senhora estava fora.

-A lista está no meu computar?- perguntei com a mão na maçaneta.

-Sim senhora- assenti e entrei na sala.

Meu consultório estava limpo do jeito que deixei, aspirei o cheirinho de produtos de limpeza e me aproximei da minha mesa jogando minha bolsa lá. Troquei de roupa rapidamente e prendi o cabelo em um coque.

-O que temos para hoje?- abri a lista de pacientes, passei a lista e parei ao ver um nome, Victoria. Por um momento eu havia esquecido daquela mulher e do filho que ela teria com Edward.

Peguei meu telefone e disquei o numero da recepção, não havia nem um mês que Victoria esteve comigo por que marcar outra consulta? Não que eu não quisesse atendê-la, mas ficava uma coisa chata.

A recepcionista atendeu e eu logo ditei meu problema.

-A senhorita Lefreve está na minha lista de pacientes para esta tarde, eu gostaria de saber se ouve algum problema com ela ou o bebê, afinal não tem um mês que nos vimos- a tal recepcionista demorou um pouco para responder, eu nunca fui de fazer esses tipos de perguntas, mas de verdade Victoria não era a primeira pessoa que queria ver agora.

-A senhorita Lefreve deu entrada no hospital sábado à tarde após ter um sangramento, a consulta deve ser referente ao incidente- a mulher explicou.

-Obrigada- agradeci.

Desliguei o telefone e respirei fundo, será que Edward sabia disso? Ele não chegou a comentar nada lá em Springfield.

Eu deveria ligar para ele e avisar sobre isso, talvez ele quisesse saber, não pensei duas vezes logo meu celular já estava em minha mão e eu discava o numero de Edward, não demorou muito para que ele atendesse.

-Alô.

-Oi Edward, tudo bem?- relaxei na cadeira.

-Muito melhor agora- sorri levemente- eu iria te ligar, já está sentindo minha falta?- perguntou e certamente deveria estar sorrindo.

-Bom, sim- corei- mas fiquei intrigada porque hoje eu tenho uma consulta marcada com Victoria Lefreve, conhece?- ele não respondeu- Edward?

-O que aconteceu?- perguntou.

-Parece que ela teve um sangramento no final de semana, ela não te ligou?- perguntei.

-Ligou, mas eu não atendi- falou sem vergonha alguma.

-Edward ela é a mãe de seu filho achei que se importaria com o seu filho.

-E eu me importo, mas não creio que ela ligou apenas para isso.

-Você vem?- mordi o lábio inferior.

-Não, não quero- falou rapidamente.

-Não nos veremos hoje?- perguntei já me sentindo triste.

-Claro que sim- falou rápido de novo- Vou te buscar e te levar pra casa.

-Eu vim com o meu carro Edward, não posso deixá-lo aqui- avisei.

-Então eu vou até ai no final do seu expediente e seguimos até seu apartamento, daí podemos conversar e...- não terminou a frase.

-E...?- perguntei sentindo meu rosto quente.

-Até mais tarde Bella- ele falou com um sorriso na voz.

-Estarei esperando, Edward e se houver algum problema com seu filho eu irei te ligar- avisei.

-Com certeza me avise- pediu.

Desliguei o celular e o joguei sobre a mesa.

O dia no trabalho foi bastante agitado um dos motivos de não pegar folgas era o trabalho dobrado quando voltava, varias pacientes com reclamações, algumas com dores e algumas extremamente felizes pelos bebês. Eu não havia ao menos saído para almoçar fiquei todo horário de almoço vendo fichas e ligando para alguns pacientes.

Quando o relógio marcou três da tarde eu sabia que estava na hora de encontrar com Victoria, mas eu seria profissional, ela e Edward se relacionaram antes que eu me tornasse algo na vida dele e eu não poderia fazer birra me comportando como uma garotinha.

O telefone tocou e eu sabia que seria minha assistente anunciando a chegada de Victoria.

-Pois não- atendi.

-A senhorita Lefreve já se encontra.

-Peça que ela entre, por favor- pedi desligando o telefone.

Dei uma ajeitada na minha mesa retirando algumas folhas. A porta foi aberta e Victoria entrou acompanhada por minha assistente, ela agradeceu a... Como era o nome da mulher mesmo?! Eu nunca lembrava o nome da minha recepcionista isso era um problema, eu repararia mais no crachá dela.

-Boa Tarde Doutora Swan- Victoria saudou.

-Boa tarde senhorita Lefreve- sorri- sente-se, por favor- indiquei a cadeira.

Eu não seria sínica ao ponto de perguntar onde estava o pai do bebê como já fiz com outras pacientes que vinham sozinhas, afinal eu sabia onde Edward estava.

-Eu fiquei sabendo que aconteceu um problema no fim de semana- comecei.

-Esse final de semana foi bastante agitado para mim, correria no trabalho eu estava bastante estressada e acabei me sentindo mal- relatou.

-Desculpe-me eu me ausentei da cidade por alguns dias, há tempos eu não via meus pais.

-Não tem problema, meu Edward também estava viajando por isso as coisas ficaram mais difíceis- fiz de tudo para ela não reparar na minha cara quando ela falou “meu Edward” será que essa mulher não se tocava? Edward já havia a dispensado, o que ela queria?

-Vamos fazer alguns exames, preciso saber se o feto está em risco- levantei da minha poltrona pronta para começar os procedimentos.

Victoria fez alguns exames comigo, os resultados sairiam no dia seguinte, eu recomendei coisas saudáveis e bastante descanso.

-Evite se estressar- recomendei novamente enquanto a acompanhava a porta- Marcaremos em breve uma nova ultrassom, dessa vez saberemos o sexo do bebê.

-Vou combinar com o Edward e estaremos aqui- apertou a minha mão- Até logo Doutora Swan.

-Até- acenei para ela que se foi.

Até que não foi difícil, eu não ligaria para o Edward agora afinal os exames sairiam no dia seguinte e pelo que ela me disse o feto não estava correndo risco algum. Atendi mais pacientes fechando meu horário as seis. Bati meu ponto e me arrumei, estava morta de fome, rolei os olhos quando lembrei que joguei toda minha comida fora.

Peguei meu celular discando o numero de Edward.

-Já está me esperando?- perguntou assim que atendeu.

-Acabei de sair, dia cheio hoje- comentei.

-Eu também estou saindo agora- ele parecia estar caminhando.

-Será que você pode passar em algum lugar e comprar comida pra viagem?- perguntei enquanto caminhava lentamente em direção a saída- minha dispensa está vazia.

-Tudo bem, tem preferência por alguma coisa?- perguntou.

-Não você escolhe, compra alguma coisa pra beber também- pedi pegando minha chave no bolso- Te encontro em alguns minutos.

-Tudo bem beijos.

-Beijos- desliguei e apertei o alarme do meu carro.

Eu chegaria primeiro que ele com certeza seria bom verificar se o invasor não havia voltado ao meu apartamento, dessa vez pediria a Ronald que subisse comigo.

Dirigi rapidamente até o meu condomínio, estacionei e pulei do carro. Ronald estava sentado na portaria e se levantou assim que me viu.

-Boa noite- Saudei.

-Boa noite senhorita- ele ergueu a mão tinham oito chaves- Trocamos a fechadura da sua porta, do seu quarto, do quarto de hospedes, da varanda e colocamos fechaduras simples na suas janelas.

-Obrigada- Peguei as chaves e ele enfiou a mão no bolso e pegou mais oito.

-Essas são as reservas- sorri para ele.

-Obrigada novamente.

-Tem uma etiqueta com o nome do que cada uma abre- reparei as chaves e realmente todas tinham uma indicação.

-Alguém veio até aqui hoje?- perguntei guardando as chaves reservas na bolsa.

-Não- negou. Mordi o lábio eu não queria subir sozinha novamente, vai que alguém estivesse me esperando no corredor? Ou dentro do elevador?

-Será que o senhor poderia...

-Boa noite- ouvi uma voz calorosa atrás de mim, me virei sorrindo eu conhecia aquela voz.

Edward estava atrás de mim com o largo sorriso, vestindo um terno preto e segurando três sacolas. O abracei ali mesmo.

-Muito boa noite senhor Cullen- ele devolveu o abraço- Você foi rápido.

-Digamos que eu estava com pressa de fazer uma coisa- ele falou baixo.

-O que?- me afastei olhando-o.

-Você morreria de vergonha se eu fizesse o que quero fazer na frente do porteiro- eu corei e me virei para Ronald.

-Obrigada pela sua ajuda e depois conversaremos- falei rapidamente- tenha uma boa noite.

-Por nada Senhorita- ele falou e sorriu para Edward que devolveu o sorriso.

Acenei para Ronald e puxei Edward para o elevador, ele riu e assim que as portas se fecharam me puxou para um beijo, envolvi meus braços em volta do pescoço dele enquanto aprofundávamos aquilo. Paramos quando o elevador abriu no meu andar, eu ainda estava com as chaves na mão e com as pequenas etiquetas foi fácil achar a que abri a porta da frente, empurrei a porta, mas continuei fora. Entrei devagar e acendi a luz.

-Algum problema?- Edward perguntou fechando a porta atrás dele.

-Não- menti.

Eu não queira deixar Edward louco agora, eu poderia dizer que quando cheguei ontem a noite encontrei minha casa revirada, mas o que ele poderia fazer Eu teria que falar com Jacob que era o único e mais provável suspeito apesar de não saber em que ajudaria detonar meu apartamento.

-Bella?- Edward me chamou.

-Está tudo bem Edward, vamos comer- eu indiquei a sacola- não almocei hoje, muito trabalho.

-Conhecidência- ele caminhou até meu sofá- Não consegui sair do escritório hoje.

-Vamos lavar as mãos, vem- segurei a mão dele o puxando para o banheiro, eu não o levaria até o banheiro do meu quarto o grande espelho na parede faria falta até para ele que nunca entrou lá.

Lavamos a mão e saímos.

-O que comprou?- perguntei sentando no sofá e retirando meu casaco.

-Comida chinesa, gosta?- perguntou retirando caixas de dentro de duas sacolas.

-Adoro e mesmo se não gostasse comeria eu estou morrendo de fome- ele riu e retirou duas latas de refrigerante da ultima sacola.

Eu comi toda a comida que Edward me deu, e ele fez o mesmo com a dele.

Depois que comemos eu me aproximei mais de Edward encolhendo minhas pernas colando-as sobre o sofá

-Como foi com Victoria?- perguntou me encarando.

-Tudo parece estar bem, ela disse que passou por alguns momentos de estresse no final de semana e já que o Edward dela saiu da cidade...

-Que?- me olhou confuso.

-Foi assim que ela falou o “meu Edward”- rolei os olhos e ele riu- Do que está rindo?- perguntei cruzando os braços.

-Você está com ciúmes dela- ele não perguntou, mas afirmou.

-O que você faria se um cara chegasse pra você e falasse a “minha Isabella viajou esse fim de semana”?- perguntei.

-Certamente eu o corrigiria- deu de ombros.

-Vou lembrar disso da próxima vez que eu ver a ruiva- Edward me encarou por um tempo e deu um meio sorriso.

-Não precisa ficar assim, eu estou com você e não com ela- me puxou para os braços dele, eu o abracei enfiando meu rosto em seu pescoço- Eu não tenho mais nada com a Victoria.

-Eu sei- assenti- é apenas irritante saber que ela nutre esperanças- ele levou a mão ao meu cabelo fazendo uma lenta massagem.

Edward afastou o corpo e me encarou por um tempo logo me puxou para o beijo delicioso e lento, como sempre eu me derreti por inteira ele era demais para mim. Separamos-nos arfantes depois de um tempo.

Ele me olhou e riu.

-Que foi?- Perguntei desconfiada.

-Sua boca- ele falou e riu novamente.

-O que tem ela- levei a mão à boca limpando-a, mas ela não estava suja.

-Ta com gosto de molho shoyo- corei e ele riu dando um beijo em minha bochecha.

-Vou escovar os dentes- fiz menção de me afastar e ele me segurou- Edward...

-Deixa ta uma delicia- me arrepiei quando ele falou próximo ao meu ouvido, Edward virou meu rosto e me beijou novamente.

De repente eu já estava no colo dele com os joelhos afundando nas almofadas macias, as mãos de Edward estavam em minha cintura e nós só sabíamos aprofundar o beijo cada vez mais.

-Isabella- ele suspirou quando parou de me beijar, encostou a cabeça no meu ombro eu estava com as mãos no cabelo dele- Eu realmente adoro você- confessou ainda com a cabeça encostada em meu ombro- Acha mesma que Victoria tem algum motivo para nutrir esperanças?- Ele finalmente me olhou.

Neguei com a cabeça e ele sorriu me dando um selinho depois.

-Então Dona Bella- deu um tapinha em minha cintura-Eu já conheço seus pais- comentou.

-É- assenti confusa, por que ele mudou de assunto mesmo?

-O que acha de conhecer o restante da família Cullen?- Perguntou e eu puxei o ar com força.

-Tipo ir à casa dos seus pais?- mordi o lábio inferior.

-É, eu recebi um ultimato para esse fim de semana, ou eu vou pra casa dos meus pais ou eu vou, não tenho uma terceira opção- falou e rolou os olhos- Não queria deixar pra te convidar em cima da hora.

-Será que vão gostar de mim?- perguntei temerosa.

-E por que não gostariam? Você é bonita, alegre, tem um bom emprego e cuida bem de mim- me deu mais um selinho.

-Não sei- comentei.

-Não precisa ter medo Isabella, não tem como não gostar de você- fez um carinho na minha cintura ainda sobre a blusa- Olha pra mim já estou aqui rendido, não tive como lutar contra você poderosa Isabella- brincou e eu ri.

-Tudo bem Edward eu vou, mas se eles não gostarem de mim...

Edward me interrompeu me beijando, eu iria afastá-lo para terminar de falar, mas o que eu iria falar mesmo? Deixa pra lá.

Abracei-o e continuei beijando-o. Um barulhinho incomodo invadiu a sala, demorei meio segundo para perceber que era um celular e pelo toque eu sabia que não era o meu.

-Droga- Edward murmurou se afastando de mim e pegando o paletó que ele havia colocando no braço do sofá, tateou até encontrar o bolso e atendeu colocando no viva-voz- Alô- Não me dei o trabalho de sair do colo dele.

-Edward?- a voz parecia conhecida.

Edward ficou tenso.

-Oi Victoria- falou e eu entendi.

-Onde você está?- ela perguntou com uma voz autoritária.

O olhei curiosa para saber o que ele responderia.

-Não estou em casa- falou sem me olhar.

-Eu sei disso, já que eu estou na sua casa- que mulher chata.

-O que?- ele pareceu realmente irritado- Não acredito nisso, você...- Ele parou para respirar- O que você quer?

-Temos que conversar? Por que não contou que viajaria no final de semana?- fiz menção de levantar, mas Edward segurou minha cintura negando com a cabeça.

-Não falei por que não interessava a você, Victoria será que teremos que conversar novamente? Não quero que você esteja ai quando eu chegar- ele estava controlando a voz.

-Ed, aconteceu um problema com nosso bebê ele está em risco eu preciso de você agora- Edward me encarou e mordi a língua para não disparar xingamentos contra aquela mentirosa.

-O bebê está bem- bati os lábios e ele rolou os olhos.

-O que aconteceu?- perguntou.

-Eu tive um final de semana difícil te liguei varias vezes consegui uma informação do seu escritório dizendo que você viajou, eu estava muito perdida tive um sangramento terrível- relatou- Fui até a obstetra hoje.

-O que ela disse?- Edward perguntou, aquilo era muito estranho.

-Que eu tenho que ter cuidado a minha gravidez é de risco, eu preciso me alimentar melhor e não ter estresses ou poderei perder o bebê- eu realmente queria gritar que aquilo era mentira, Victoria estava querendo reconquistar Edward e usava o bebê para isso, realmente ela achava que isso funcionaria?

-Eu converso com você outro dia, e aproveite que está dentro da minha casa e deixe a chave que eu te dei- Ele estava pronto para desligar.

-Eu não vou até você chegar, se tiver com alguma vadia dispense-a seu filho precisa de você- eu tremi quando ela falou a palavra vadia.

-Em primeiro lugar Victoria eu não estou com nenhuma vadia, estou com uma mulher de verdade e em segundo lugar eu não vou dispensar ela muito pelo contrario ficarei com ela até que a mesma enjoe de mim- ele me encarou- eu vou pra casa, mas só pra colocar você pra fora- desligou o telefone sem deixar que ela dissesse uma palavra.

Eu permaneci calada.

-Desculpa por isso, se eu tivesse visto o nome dela nem teria atendido- ele se desculpou- Isabella?

-Eu estou bem- o abracei e ele retribuiu, eu não queria perder Edward ele era tão bom pra mim se tornou tão vital- Você vai?

-Eu tenho que ir, ela realmente não vai sair de lá até eu chegar, mas eu juro que se ela não me devolver as chaves hoje, eu mandarei trocar todas as fechaduras- ele não se afastou apenas continuou me abraçando.

-Ela estava mentindo, os exames ainda não saíram, mas seu o bebê está ótimo- eu contei e ele afagou minhas costas.

-Eu acredito em você linda.

-Obrigada- eu realmente tinha medo dele vacilar-Eu te verei amanhã?- perguntei me afastando para olhá-lo.

-Com certeza, eu vou estar mais folgado no trabalho e vou te buscar para almoçar- prometeu.

-Vou te esperar- dei um beijo rápido nele.

Edward levantou do sofá me levando junto com ele, sorri enlaçando minhas pernas em volta dele e me segurando firme para não cair.

-Eu realmente não queria ir agora, mas prometo te ligar assim que eu colocar ela pra fora- caminhou até a porta.

-Não seja muito mal ela não pode se estressar muito- recomendei, ele assentiu e eu senti a parede contra minhas costas e os lábios de Edward contra os meus.

Beijamos-nos mais uma vez ele me soltou devagar, firmei minhas pernas no chão voltando a ficar menor que ele.

-Até amanhã Bella- beijou minha testa.

Eu abri a porta que estava bem ao meu lado e ele saiu.

-Tenha uma boa noite- desejou.

-Pra você também- afaguei o rosto dele e ele virou indo embora, fechei a porta e suspirei, Edward era um sonho.

Olhei o sofá e vi o paletó dele sorri e corri até lá me deitando no sofá e puxando a peça até meu nariz inspirando o cheiro delicioso de Edward.

Fui para meu quarto ainda com a roupa dele e resolvi tomar um banho, após fazer toda minha higiene voltei à sala e joguei as sacolas de comida fora, Edward ainda não havia me ligado sinal de que estaria com Victoria ainda meu coração apertou e se ela tivesse conseguido o que queria?

Eu estava pronta para ligar pra ele quando meu celular tocou, corri para sala onde havia deixado e sorri ao ver que era Edward.

-Você demorou- me queixei assim que atendi.

-Desculpa pequena- pediu, ele parecia cansado e eu me senti culpada.

-Eu que peço desculpa, mas é estava enlouquecendo aqui- ele riu.

-Conversei com Victoria, tentei ao maximo me controlar ela foi embora a pouco eu deveria ter te ligado antes, mas estava tomando um banho quente pra me acalmar de verdade- suspirou- Me envolver com ela foi um erro.

-Ás vezes nos envolvemos com pessoas erradas eu bem sei disso- comentei andando pro quarto- Você esqueceu seu paletó.

-Dei falta dele quando cheguei aqui, minha mente estava meio nublada efeito de certa pessoa- comentou.

-Quem?- perguntei mordendo o lábio.

-Não seja modesta, você me deixa louco- corei profundamente sentindo todo meu corpo quente.

-Edward- falei desconcertada.

Ele riu na linha.

-Eu vou dormir Edward- falei rapidamente.

-Vai dormir linda nos vemos amanhã- ele ainda estava rindo.

-Boa noite- desejei, ele respondeu e eu desliguei o celular.

Joguei-me na cama, meu corpo estava formigando eu queria que Edward estivesse aqui novamente me agarrei no paletó dele e assim consegui dormir.