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       Suspirei e fechei os olhos. Um vento frio passou por mim e tremi.

Senti alguém colocar alguma coisa em mim. Olhei para o lado vi Hino sem a blusa/parte de cima do quimono/casaco que ele usava. Ele tinha um corpo bonito, bem másculo e modulado. Ele terminou de ajeitar e apoiou o braço no joelho esquerdo e olhou para o céu.

Estava escuro e sombrio, mas a noite era o único momento que eu podia pensar.

Analisei mais uma vez ele, seu rosto estava sereno, seus olhos estavam focando-se na lua cheia que estava no céu, brilhando e dando luz a todos.

Senti a presença de uma Pérola.

- Você...

Ele rapidamente colocou o dedo em minha boca e balançou a cabeça negativamente. Tirou seu dedo e foi procurar algo no bolso. Ele tirou e ergueu a linda e rosada pérola.

Meus olhos brilharam e uma leve brisa passou por nós.

Ar. Pensei delicadamente.

Peguei a Pérola e a analisei. Ela não estava corrompida nem nada, estava limpa e pura. Coloquei próximo ao meu pulso esquerdo, onde tinha a pulseira com as pérolas, e ela foi automaticamente para o lado do Fogo.

Mas uma Pérola. Quantas Pérolas existiam? Queria saber. São muitas?

Hino assentiu com a última pergunta. Apertei os lábios e engoli em seco. Suspirei e voltei a olhar para a lua.

O que ele queria de mim? Aliás, Hino comigo é uma coisa lastimável. Ele sempre tenta passar a mão em mim... E é pra ele ouvir mesmo! Olhei para ele com a cara fechada. Ele abaixou a cabeça e fechou os olhos, rindo.

Do que você está rindo?! Pensei enfurecida.

Ele abriu os olhos e me olhou. Levantei uma sobrancelha e entendi a resposta.

Hen...

Ele se jogou em cima de mim, impedindo-me de proferir a “palavra maldita”. Olhei para ele irritada, mas seu rosto estava sério. Seus olhos vermelhos encontraram os meus e eu percebi que eu não sairia dali tão cedo.

Ele roçou seu nariz no meu e me beijou. Arregalei um pouco os olhos e comecei a me debater. Ele parou e segurou meus pulsos, dando um aperto fraco só para impedir-me de movimentar. Ele balançou a cabeça e soltou meus pulsos. Ele se sentou sobre mim e eu me sentei ainda olhando para eles.

Deu um sorrisinho e fechou os olhos, saindo de cima de mim e voltando a posição que estava antes de me atacar.

Ajoelhei-me e pousei minhas mãos em minhas coxas, apertando-as com todo o ocorrido.

Ele... Ele me beijou... Voltei a olhar para ele e ele me encarava. Eu não podia falar nada, sabia que ele estava respondendo cada pergunta apenas com gestos, pois.

Corei.

Ele gostava de mim...

Hino sorriu e assentiu a cabeça levemente, corando um pouco. Ele voltou seu olhar para a lua e o meu ainda continuou nele.

Dooshite? Por quê? Pensei.

Ele deu um risinho e voltou seu olhar a mim. Aproximou-se e tocou em minha bochecha. Não precisava falar pra saber qual sua resposta. Ele amara Inuichi e esse sentimento voltou, agora comigo...

Ele assentiu e deu um sorriso torto. Ele parecia mais envergonhado do que eu.

Seus lábios me pegaram de surpresa e, assim, deixei-me levar por aquela doce sensação. Ele me puxou para perto e nos deitou no chão. Eu estava em cima dele, coloquei as pernas para o lado de seu corpo.

Nem percebi que ele nos virou, ficando em cima de mim. Uma de minhas mãos foi em direção do seu cabelo, acariciando e sentindo o quanto era macio. Sua mão que estava em minha bochecha foi para minha nuca, trazendo-me mais perto a ele.

Seus lábios foram até meu pescoço, mordiscando e beijando. Gemi em aprovação e sorri. Meus olhos estavam fechados e as emoções a mil. Meu coração batia rápido e meu corpo aceitava isso. Essa doce sensação...

Ele parou de beijar meu pescoço e roçou o nariz nele. Continuei com os olhos fechados, eu sabia o que ele queria, mas, e se acontecesse algo?

Ele beijou meu pescoço, abri meus olhos, e seu olhar voltou para mim. Seus olhos estavam mais vermelhos, mais sedentos, mais selvagens. Ele não conseguia se controlar comigo.

Ergui minhas sobrancelhas, com dó daquele youkai vampiro que foi aprisionado por 45 anos em um corpo humano, pois uma hanyou maligna libertou seu lado de miko com ele. Aquele youkai que tanto era pervertido e que tanto era misterioso. Ele estava mostrando muitos lados a mim, porque ele confia em mim.

Ele sorriu e voltou a me beijar, agora com carinho e paixão. Eu o conhecia tão bem, isso apenas em quatro dias. Nossas línguas se entrelaçaram tão perfeitamente que pensei que fomos feitos um para o outro. Insanidade a minha.

Ele riu e continuou a me beijar, mas eu senti algo forte...

Youkai.

Paramos de nos beijar e levantamos nos recuperando. Hino pegou sua blusa e a vestiu. Ele voltou a ser o mesmo idiota de sempre... Tudo o que é bom, dura pouco.

Ele me olhou com a sobrancelha arqueada, com raiva.

Dei de ombros e voltei a sentir aquele youkai. Ele vinha rapidamente em nossa direção, continha a Pérola da Terra – que estava quase corrompida – e era perigoso.

Olhei para Hino e ele acenou. Toquei na Tasseiga e me preparei.

O youkai parou em nossa frente. Ele parecia um cavalo com corpo de humano, mas tinha uma espada que era maligna. Essa espada o possuiu no primeiro contato que tiveram. Seus olhos eram escarlates e seu cabelo laranja.

- Inuichi, há quanto tempo. – disse numa voz grossa.

- Quem é você? – perguntei na voz mais inocente do mundo, tirando a mão da Tasseiga e tombando a cabeça para o lado.

O seu poder não falhou. Ótimo, esse ia ser mais difícil.

- Não se lembra de mim, pequena Inuichi? Jiden, o líder maligno? – disse sem deixar abater.

Pisquei os olhos repetidas vezes e coloquei o dedo no queixo, fingindo pensar. Hino bateu a mão na testa e seu poder falhou.

- Sério? Não teve nenhuma visão com ele? – perguntou ele ainda com a mão na testa.

- Não. – falei envergonhada.

Ele balançou a cabeça negativamente e olhou para Jiden.

- Bem, essa é Azumi Hoshui, ela só tem a aparência de Inuichi e o cheiro, mas ela é a reencarnação de Azumi-hime-sama. – Hino explicou calmamente.

- Hime? Aquela que Sesshoumaru amou? – zombou. – Então cadê a prova que ela é a reencarnação dessa hime? – desafiou.

- Porque eu sou! – eu disse irritada. Já me cansara de tantas coisas acontecendo. Dos inimigos de Inuichi dizerem “há quanto tempo”, “finalmente”. Era irritante e padrão.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas, uma caiu lentamente em minha bochecha. Eu sabia que eu estava me demonstrando indefesa naquela situação, mas eu não queria mais lutar ou sofrer com explicações.

Eu não agüento mais!

Quantos mais youkais perigosos vão me perguntar isso?!

- Quer saber... – murmurei – pode ter sua opinião sobre mim, mas eu só quero a Pérola e pronto. – minha voz saiu tremula e embargada.

O youkai cavalo olhou para mim e riu.

- Só que a Pérola está corrompida e a própria Inuichi sabia como torná-la pura. – ele disse. Isso acabou comigo.

Ele estava dizendo que eu não chegava aos pés de uma sacerdotisa ou pessoa, só por causa dessa maldita aparência?!

Hino tocou meu ombro, mas eu tirei rapidamente.

- Eu. Só. Quero. A. Pérola. – rosnei.

O youkai riu mais uma vez e sacou a espada.

- Temos que lutar primeiro... – antes de ele terminar, eu já tinha sacado a Tasseiga e o atacado.

Ele se defendeu rapidamente do golpe.

- Azumi-sama... – ouvi a voz de Jaken.

Não me dei ao luxo de olhá-lo. Ataquei de novo aquele maldito youkai, mas ele se defendeu mais uma vez e depois me atacou.

Caí no chão e me recuperei rapidamente. A presença de Sesshoumaru me incomodava e eu sabia que ele estava assistindo isso. Não vou deixar que um youkai fale assim comigo por causa do passado daquela hanyou vagabunda! Cansei disso, cansei de ficar só falando!

Ataquei de novo o youkai, mas ele fez um movimento em falso e a Tasseiga cortou seu braço, derramando muito sangue.

Pelo canto do olho, Hino tampou o nariz e se segurou.

Ah, droga, esqueci dele!

Rosnei e ataquei mais uma vez aquele youkai, ele se defendeu depois me atacou. Senti a lamina da espada passando pelo meu ombro esquerdo, rasgando o quimono. Recuei e levei minha mão até onde estava machucado, sagrava muito e minha visão estava ficando um pouco embaraçada.

Sacudi a cabeça e olhei para o youkai.

- Só sabe atacar com golpes infantis. Da última vez que lutei com Inuichi, ela me venceu, pois era a melhor com a Tasseiga. Você... – riu debochando – nem chega aos pés dela.

- Não fale assim de Azumi-sama, maldito! – Jaken pôs-se a atacar, mas Sesshoumaru o impediu.

Senti como se a Tasseiga liberasse um poder. Um poder que nunca senti que desconheço. Ela parecia estar dizendo que eu era melhor que Inuichi. E é verdade.

Sorri malignamente e olhei para Jiden.

Ataquei-o de novo e assim desferi golpes nele, começando uma dança de espadas. A Tasseiga pulsou e eu entendi o que ela quis dizer.

A Dança de Espadas era um desenvolvimento. A Ferida do Vento era uma introdução. A Chuva de Navalha era só uma parte dessa introdução. Entendi!

Golpeei-o e recuei, ficamos frente a frente. Senti o vento entre nós, o céu fechou drasticamente e a fúria aumentou. Era esse o poder da Tasseiga!

- Agora aprecie a fúria da chuva. – murmurei cruelmente. O youkai recuou um pouco, mas foi impedido pela parede invisível. Ergui um pouco a Tasseiga e disse com um sorriso maligno: - Agora você morre!

Continua...