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       Chegamos naquela pequena clareira. O lugar onde derrotei meu primeiro youkai e onde Sesshoumaru me venceu. Minha costa começou a arder. Percebi que ia ser difícil e mais tensa essa luta. Como eu ia vencê-lo sem a Tasseiga? E ele, como ele vai me vencer sem Bakusaiga?

Se Sesshoumaru queria vencer, isso seria impossível. O mesmo vale para mim.

Ele parou a poucos metros de mim e me olhou. Percebi que meus amigos ficaram distantes de nós, apenas vendo aquela luta.

- Bem, vamos ver como você se sairá dessa vez. – disse ele tirando a Tenseiga e Tolkijin de sua cintura e as jogando no chão.

Também tirei a Tasseiga da bainha e a joguei no chão e tirei a bainha da minha cintura. Olhei-o e depois olhei para Inuyasha que olhava para Sesshoumaru furioso.

- Então, quando vamos começar? – eu disse contorcendo um pouco meus dedos, minhas garras “ativaram” e me senti confiante.

- Agora. – disse ele ativando as suas garras.

Ele começou a me atacar, chicoteando os lugares para onde eu desviava. Ativei minhas garras e comecei a chicoteá-lo também. Eu já desconfiava disso, Inuichi tinha os mesmos truques que Inuyasha e Sesshoumaru.

Desviei-me de um ataque dele e ele desapareceu. Fiquei em alerta olhando para os lados. Senti sua energia e me desviei do ataque.

- Só sabe desviar, Azumi. Ataque-me! – disse me acertando.

Defendi-me com o braço e percebi que o quimono me protegeu.

É do mesmo material do de Inuyasha. Lembrei-me do que Sayuri disse.

- Vamos, ataque-me! – disse ele me acertando repetidas vezes.

Desviei-me e ele me acertou por trás, me mandando imediatamente para o chão. Eu não entendia o que Sesshoumaru queria, mas boa coisa não era.

- Garras Retalhadoras de Alma! – eu disse o atacando, ele desviou e me chicoteou de novo.

Caí no chão e ele ficou em cima de mim. Ele segurou meu pescoço e ficou me olhando nos olhos. Senti algo me queimando.

- Argh! – gritei depois de saber que era veneno me queimando.

Tentei tirar, mas eu sabia que isso acabaria me machucando mais. Senti a Tasseiga pulsar, mas eu não a queria agora. Era uma luta sem espadas, eu tinha que usar o que Inuichi deixou para mim.

Levantei minha mão direita e segurei seu pescoço utilizando o mesmo poder. Ele percebeu e recuou.

Levantei-me, tocando com a mão direita em meu pescoço que estava sem nenhum ferimento. Fiquei olhando para a grama, respirando fundo. Eu não estava acreditando que estava perdendo. Sesshoumaru era mais forte que eu... Eu ia perder...

- Quer desistir? – perguntou ele.

- Desistir? – retruquei. – Pra que desistir?

- Você está cansada. Você nunca soube lutar. Mesmo você sendo alguém que está morto, você não sabe lutar. Só sabe se defender. Eu te criei para lutar e não para ser um fardo meu! – disse rudemente.

Meu corpo pulsou e senti meus olhos queimarem. Minha cabeça estava explodindo com o que ele dissera. Era isso que ele queria... Libertar o poder oculto de Inuichi.

Percebi que o céu começou a escurecer e o vento estava soprando mais forte.

- Eu. Nunca. Fui. Seu. Fardo. – eu disse pausadamente, sentindo o ódio em minhas veias. Sentindo todo tipo de emoção nada agradável que poderia sentir por ele.

- Sério? Tem certeza? – disse desafiando-me.

Fixei meu olhar nos dele e ele pareceu recuar. Tirei minha mão do pescoço e a posicionei perto do meu rosto, minhas garras cresceram mais. Minha íris queimou. Sabia que tinham passado de amarelo para roxo.

- Agora sinta a fúria nas suas entranhas. – repeti a mesma coisa que Inuichi disse naquela lembrança.

Ele pareceu recuar, mas a parede lhe impediu.

- DANÇA DE ESPADAS!

E com um simples movimento, minhas garras saíram e, com um brilho branco, puro e de fúria, foram na direção de Sesshoumaru.

Ele desviou e percebi que o poder tinha acabado. Ele pousou em minha frente e me segurou, assim que eu me senti fraca.

- Era isso que eu queria Azumi-chan. Desculpa se tomei suas energias fazendo isso. Era preciso despertar essa fúria em você. Desculpe-me, imoto. – ele disse carinhosamente.

Ele me abraçou e senti o carinho que ele tinha por Inuichi quando ela fazia esse tipo de poder tão arriscado.

- Onii-sama. – sussurrei e apoiei minha cabeça em seu peito, fechando meus olhos e dando um meio sorriso.

- Se algo acontecesse para Inuichi naquela época, eu a protegeria, mas eu não sabia que isso a irritada. E agora, eu posso fazer o mesmo ato, mas sabendo que minha queria imoto está a salvo. – disse ele acariciando meus cabelos.

Levantei a cabeça e olhei para ele. Eu sabia que ele tinha deixado aquele lado rude e colocado um lado mais carinhoso. O carinho enorme que sentia pela irmã.

- Azumi, desculpe-me por aquele dia. Eu não estava aceitando muito a ideia de você ser minha irmã, mas agora eu aceito. – disse ele olhando em meus olhos.

Seus olhos estavam com um brilho especial. O mesmo brilho que vi na lembrança. O brilho de quando ele via Inuichi, naquela forma infantil dela.

- Sesshoumaru, onii-sama. – sussurrei.

Ele sorriu e se afastou ainda sorrindo.

- Sesshoumaru-sama está... Está... – disse Jaken gaguejando.

- Sorrindo. – disse Sayuri alegremente.

Inuyasha olhou para Sesshoumaru com os olhos arregalados.

- Esse não é o Sesshoumaru que nos conhecemos. – disse Inuyasha.

- Esse é o Sesshoumaru-sama de Inuichi. – Jaken comentou.

- Jaken, vamos! – disse Sesshoumaru começando a andar para o leste. 

Todos ficaram fitando Sesshoumaru; ele se virou e olhou para mim. Agora ele não sorria, ele estava com o mesmo rosto de sempre.

- Vamos, Jaken. – ordenou mais uma vez.

Jaken saiu do encanto e olhou para mim se curvando.

- Até mais Azumi-sama. – disse ele correndo para seu mestre.

Os dois desapareceram em meio à floresta. Sorri e olhei para minha mão direita. Ela parecia um pouco machucada, mas eu sabia que iria me curar, lentamente, com o poder da Tasseiga.

Fui até a espada. Peguei a bainha e coloquei a espada dentro dela, ajustei a bainha em minha cintura e olhei para Inuyasha.

- Minha mão dói um pouco. – eu disse infantilmente.

Ele piscou e caminhou até mim.

- Temos que curar seus ferimentos. – ele disse me olhando nos olhos. – Vamos, gente. A festa acabou! – disse Inuyasha irritado e todos assentiram.

Continua...