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Parei de correr e me encostei a uma árvore. Suspirei e olhei para cima. Por que Sesshoumaru se redimiu? Não entendia tal atitude dele. Toquei na Tasseiga e uma lembrança infestou minha mente.

***

— Ah, Sesshoumaru, você não desiste, hein! – disse uma garota de cabelos brancos, sentada em uma pedra.

Sesshoumaru a olhou com a cara fechada. Ela pareceu não se importar com a irritação dele.

— Estou procurando aquela coisa desde que nosso chichi-ue morreu. É precioso para mim. – disse grosseiramente.

— Ah, é? – disse ela com arrogância.

Ele a olhou mais uma vez. Ela o olhou nos olhos e depois riu.

— Por que está rindo? – perguntou Sesshoumaru irritado

— Seria melhor você perguntar de quem eu estou rindo. E a resposta seria você onii-chan. – disse ela o desrespeitando.

— Inuichi, para de me desrespeitar! Não ver que eu odeio isso?! – disse furioso.

— Ah, onii-chan, você deveria ter mais senso de humor. Aliás, você é meu irmão, tenho total direito do te chamar assim! – disse ela num tom despreocupado.

Sesshoumaru bufou e olhou para o riacho.

— Em falar em odiar, como se chama essa espada que você quer? – perguntou Inuichi.

— Tessaiga. – respondeu ainda olhando para o riacho.

— E por que você quer outra? Você já tem a Tenseiga.

— A Tenseiga não faz nada, baka! – disse a olhando furioso.

— Ela ressuscita pessoas que estão prestes a morrer. Humanos, no caso. – ela disse dando uma de sabichona. – Foi isso que chichi-ue disse.

Sesshoumaru voltou a olhar para o riacho, suspirando.

— Como uma pessoa tão pequena pode ser irritante. – murmurou.

— Não sou irritante, tá! Se você quiser conversar comigo, me procure na floresta! – ela disse se levantando e correu para a floresta.

Sesshoumaru, baka, baka, baka! Como ele pode ser tão... Irritante! Pensou Inuichi com raiva.

Uma lágrima caiu de seus olhos, ela secou com a costa da mão e olhou para o topo das árvores.

Chichi-ue não deixou nada para mim. Pensou triste.

Ela apertou as mãos e olhou para o chão.

Por que, chichi-ue? Por quê? Você não me amava o suficiente para me dar alguma coisa? Pensou chorando.

Inuichi olhou de novo para o topo das árvores e vi algo vindo em sua direção. Aquilo seria...

Ela desviou e olhou para o que tinha caído. Viu um youkai centopéia se recuperando da queda.

— Inuichi, filha do inu-daiyoukai. Hanyou por parte de mãe. Finalmente posso me vingar daquele bastardo! – ela a olhou e atacou.

Inuichi desviou e se levantou, começou a correr para onde Sesshoumaru estava.

— Não seja covarde, Inuichi, lute! – disse o youkai centopéia.

Não tenho nada para lutar! Pensou.

Inuichi parou e ficou frente a frente com o youkai.

— GARRAS RETALHADORAS DE ALMA! – disse atacando.

O youkai se defendeu e a olhou intacto.

Ne-nenhum arranhão... Pensou assustada.

O youkai a atacou. Inuichi foi parar em uma árvore, batendo com força.

— Você é fraca. Bem que eu pensava que você era só fardo de Sesshoumaru. – disse zombando.

Inuichi a olhou, irritada, e se levantou, segurando em seu braço esquerdo que estava machucado.

— Eu. Não. Sou. Fardo. De. Sesshoumaru. – disse pausadamente.

O youkai arregalou os olhos após perceber a mudança no poder de Inuichi. Ela a olhou dando um sorriso confiante, seus olhos não eram mais amarelo e sim roxo.

— Vocês pensam que sou só um capacho de Sesshoumaru, mas na verdade eu sou bem pior que ele. – disse dando uma risada sombria.

O youkai recuou um pouco, mais foi impedido por uma parede. Ele estava encurralado, não podia fugir.

Inuichi ativou as garras da mão direita, que cresceram mais do que o normal.

— Agora sinta a fúria nas suas entranhas. – disse numa voz dura e monótona.

Ela colocou a mão perto de seu rosto e disse:

— DANÇA DE ESPADAS!

Ela afastou a mão de seu rosto, soltando algumas garras que iam em direção ao youkai centopéia. Tinham um brilho branco e puro, mas a fúria contida neles era letal. O youkai foi atingido por elas, cortando-o em vários pedaços.

Inuichi olhou aquilo com um olhar sombrio, quase sem emoção de ver aquele youkai sendo derrotado. Aquilo não era prazeroso para ela, era cansativo.

O youkai se tornou farelo e foi levado pelo vendo.

Inuichi voltou ao normal e começou a ofegar, sentindo uma enorme dor no peito.

Sesshoumaru... Pensou assustada.

Algo a abraçou. Ela olhou para cima e viu seu irmão a olhando preocupadamente.

— Eu disse para não usar esse poder, Inuichi. – disse ele a colocando em seu colo.

Ela colocou o braço esquerdo em volta do pescoço de Sesshoumaru e encostou a cabeça na curva do pescoço dele.

— Eu... Sei... Ela... Ela... Disse que eu era seu fardo. – disse ofegante.

Sesshoumaru a olhou ternamente e começou a andar.

— Desculpe por fazer você sofrer, Inuichi. – disse ele olhando para frente.

Inuichi fechou os olhos e se acomodou mais um pouco naquele pescoço macio.

— Tudo bem. – disse parecendo uma criança. – Minha costa dói, onii-chan.

Sesshoumaru continuou a olhar para frente, ele sabia que não podia curá-la. Se uma costela dela estivesse quebrada, curaria bem devagar, pois a saúde de Inuichi – nessas condições – era debilitada.

— Calma, vou achar algo para curá-la. – disse ele preocupado.

Lágrimas caíram do rosto de Inuichi. Ela sabia que a cura não seria imediata, que demoraria. Ela passaria semanas de recuperando por causa de uma costela.

— Não chore querida imoto. – disse ele carinhosamente.

Sesshoumaru parou ao ver algo em cima da pedra onde Inuichi tinha sentado horas atrás. Era brilhante, parecia uma espada.

Inuichi sentiu algo pulsar dentro dela e abriu os olhos. Viu aquela espada que parecia a Tenseiga, mas tinha um poder maior.

— Sesshoumaru... – sussurrou.

— Será que é a espada que nosso chichi-ue deixou? Ela está liberando um poder tão...

— Glorioso. – sussurrou Inuichi.

— Não, um poder enorme. – corrigiu-a.

— Que diferença faz. – disse numa voz fraca e olhou para Sesshoumaru. – Ela está criando um kekkai calmo e seguro. Essa espada tem mais poder do que a Tenseiga, Sesshoumaru.

Sesshoumaru fitou a espada e se aproximou dela. Ele deixou Inuichi encostada na pedra e tentou tirar aquela gloriosa espada. Ele a tocou, mas ela o repeliu.

— Sesshoumaru-sama! – disse Inuichi chocada.

Sesshoumaru olhou para a mão e olhou para a espada.

— Ela não me pertence... Ela é sua Inuichi. – disse ele desviando olhar para Inuichi.

Inuichi o olhou sem entender e virou um pouco o corpo para a espada.

Ela é sua, minha querida filha, eu a fiz com o resto de meu canino. Ela, nessa forma, pode te curar e, em outra forma que você pode descobrir, ela pode te proteger. Use-a com sabedoria, minha filha. Disse o seu pai em sua mente.

— Ela pode me curar, Sesshoumaru. – murmurou.

Sesshoumaru a olhou e voltou a olhar para a espada.

— Eu permito você tira-la para me curar. – disse olhando para seu irmão mais velho.

Ele assentiu e voltou a tocar na espada, mas ela não o repeliu. Sesshoumaru tirou a espada da pedra e a analisou. Sim, era parecida com a Tenseiga, mas tinha algo mais nela. Ele a deixou perto de Inuichi e se sentou ao seu lado.

Inuichi apoiou a cabeça no ombro do irmão e fechou os olhos, cansada.

— Obrigada, onii-sama. – disse e o sono a pegou.

***

Voltei a mim e olhei para a Tasseiga, sorrindo. Então a Tasseiga curar nessa forma e protege na forma de Tessaiga.

Eu entendi o que essa lembrança quis dizer.

Sesshoumaru se preocupava muito quando Inuichi usava o Dança de Espadas. Esse poder era realmente grande para um hanyou como ela. Inuichi nunca se preocupava com a saúde dela depois de usar esse poder e Sesshoumaru tentava curá-la de todos os modos se tivesse ferimentos em seu frágil corpo.

Inuichi era considerada fardo de Sesshoumaru antes de encontrar Jaken. Ela se sentia solitária e só atrapalhava nas lutas. Ela só tinha esse poder especial e o outro era...

O mesmo que Inuyasha usa.

Toquei em minha testa e olhei para o topo das árvores de novo. Inuichi era uma pessoa muito corajosa, doce, carinhosa e irritante com Sesshoumaru; e quando Sayuri a encontrou ela era fria, rancorosa, odiosa e solitária.

Queria saber o que Naraku tinha haver com isso. Queria tanto saber no que Naraku a tornou quando... Esteve com ele.

Ela se tornou assim por culpa dele.