– Nezumi, agora que a No.6 finalmente foi destruída, o que pretende fazer? Afinal, seu maior sonho se realizou, certo?

Sentado numa poltrona, o garoto que se encontrava lendo uma das obras de Shakespeare espiou Sion por cima do livro; estava sentado no sofá brincando com um dos “nezumis”. Sorriu de leve e virou a página.

– Hum... O que eu deveria fazer? – cantarolou.

Sion parou de dar sua atenção ao robô e voltou-se ao amante.

– Eh... Realmente não tem nenhum objetivo? Sério mesmo? Esse não é o grande Nezumi que eu conheço – deu de ombros.

O mais alto parou de ler o livro, um pouco irritado. Levantou-se abruptamente da poltrona onde estava e jogou-se por cima de Sion no sofá, fazendo-o ficar em baixo de si. O garoto sequer esboçou reação.

– Ah, você é realmente irritante. Devia me encarar surpreso e agir como uma garotinha virgem.

– Desculpe-me se minha virtude foi tomada pela pessoa que me fala. Bom, se não tivesse sido com você, seria com Safu. – olhou para o nada, com certa nostalgia devido às lembranças da amiga que já se fora. – E seria bem menos doloroso para mim – riu.

– Ora, desculpe se você é um nanico lerdo que não serve para ser o ativo – brincou.

– Idiota... Mas estou grato que minha primeira vez tenha sido com você. Eu realmente não saberia o que fazer sendo o homem da relação. Você é bem melhor nisso, não é a toa que estive interessado em você por todo esse tempo.

O moreno corou e o soltou. Sion sorriu por seu feito, afinal, não era qualquer um que deixava aquele garoto orgulhoso envergonhado. Ajeitaram-se no sofá e Nezumi virou o rosto.

– Bom, mas você iria conseguir se virar, se fosse com Safu...

– Sim, tem razão. Na hora “h” eu daria um jeito e conseguiria. Até porque, não é como se eu não gostasse dela – olhou para o teto.

Nezumi virou-se com tudo para o amado, logo percebendo que ele estava o provocando. Bufou e logo recompôs sua postura.

– Você queria saber se tenho algum objetivo, certo? Pois eu tenho um – aproximou-se do rosto do outro – quero ser seu número um – beijou-lhe os lábios com um breve selinho.

O jovem de cabelos brancos sorriu, achando ainda mais graça da inesperada reação do amado, que já calçava os sapatos para deixar o cômodo.

– Bobo, você já é... – abraçou-o por trás, impedindo-o de ir. – Essa conversa me deu fome, o que temos para hoje? – Fê-lo virar e sorriu, olhando-o em seus olhos.

– Estava pensando em visitarmos Karam, mas parece que seu filho merece uma punição, querendo me fazer de bobo. Foi muita audácia... Hoje vou fazer com toda a força que tiver! – disse com um sorriso malicioso.

– Ehh?! Não! – gritou.

Um riso brotou nos lábios de Nezumi. Finalmente conseguira deixar Sion assustado. Em um momento de distração do outro, atacou-o, jogando-o novamente sobre o sofá.

– Hoje você não me escapa, vai gemer e gritar meu nome, pedindo por mais. Quem mandou me provocar, seu pirralho?

Ouviu-se um berro ensurdecedor vindo do menor que poderia ser escutado pela vizinhança inteira. Rapidamente foi calado, com um beijo repleto de desejos. Os dois teriam uma longa noite pela frente...