Psicose escrita por KaulitzT


Capítulo 1
A vida é uma simples sombra que passa (...)


Notas iniciais do capítulo

Segunda fic, é.
Espero que gostem, beijos ;*



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''Diana, sua mãe foi para um lugar melhor, e você precisa ser forte...''

Pisquei rápido ao perceber que o psicólogo fitava-me com olhar de confuso. - Diana? Você ouviu o que eu disse?

– Não, desculpe-me. – chacoalhei a cabeça na tentativa de voltar à realidade, pelo menos a realidade na qual o meu corpo estava e não a minha mente.

– Esses são os remédios que você precisa tomar.

– Você acha que eu preciso de remidos Dr. McCoy?

– Sim querida, você precisa. Você vai conseguir voltar a dormir, e ter uma vida normal. – ele olhava em meus olhos.

– Você acha mesmo que é possível ter uma vida normal depois de ver sua mãe sendo morta na sua frente?

– Não. Claro que não. Desculpe-me pela expressão. Mas Diana lembre-se sempre que sua mãe não ia querer vê-la assim, ela quer que você melhore, e quer te ver bem. – ele sorria.

– É preferível suportar os males que já temos, do que voar para aqueles que não conhecemos. – murmurei baixo levantando-me e pegando os remédios.

Não foi tão baixo quanto o desejado, pois notei que ele ouvira.

– Gosta de Shakespeare? – ele levanta ao mesmo tempo que eu .

– Sim. Muito. –admiti.

– Bom essa não é uma boa citação para se guardar quando queres deixar para trás os seus males. – disse o psicólogo que meu pai havia contratado para tentar fazer com que eu ‘melhorasse’ depois da morte de minha mãe.

– Para mim é. – peguei os remédios e coloquei-os em minha bolsa. Sai de seu consultório sem despedir-me.

– Até a próxima consulta Daiana. – ele acenava.

– É Diana seu idiota. – gritei levantando as mãos e revirando os olhos. Saindo do consultório daquele que nem mesmo o meu nome sabia, mas que achava que podia me ‘curar’, fui de encontro ao carro onde meu pai estaria.

Estaria, se ele não estivesse na porta do carro ao lado, provavelmente cantando uma mulher qualquer.

– Vamos pai? Vamos, pois já estou com saudades da Shirley. – disse olhando fixamente para a mulher loira que me olhava como toda madrasta de quinta olha para tentar parecer boazinha.

– Quem é Shirley amor? – Disse meu pai virando-se para mim, e dando-me um abraço.

– Ué papai, você já se esqueceu? Shirley é aquela mulher que o senhor levou lá pra casa, que agora já deve ter acordado e deve estar sentindo dores e gritando por socorro, já que tiramos os rins dela ontem lembra-se? – disse entre os braços do meu pai.

– Ok Diana, vamos. – meu pai revirou os olhos. – eu te ligo depois Hannah.

– Ótimo pai, pelo visto essa vai ser nossa próxima vitima. – disse encarando Hannah com um sorriso maléfico no rosto.

– Claro.

Se Hannah sentiu medo ou incomodo eu não sei, só sei que ela não me olhava mais com olhinhos brilhantes e simpáticos.

– Pai, só faz dois meses desde que a mamãe morreu, e você já está ai dando em cima de outra? – olhava para ele com repreensão.

– Vem aqui sua pentelha. – ele pegou-me no colo girando-me.

– Ah pai, me solta. – eu ria.

– Tudo bem, tudo bem – disse meu pai colocando-me no chão.

– E então, como vai a minha filhota favorita? – ele me abraçava e íamos em direção ao nosso carro.

– Bom, eu sobrevivi depois que você me abandonou nesse lugar nojento durante dois meses. E convenhamos, sou sua única filha, então não disputo preferencia com mais ninguém.

– Filha, você sabe que... – interrompi-o antes que ele pudesse acabar aquela frase, que por todas as vezes que ouvi, já estava se tornando um tanto clichê.

– Você estava abalada e precisava de ajuda, e blá, blá, blá. Eu já sei disso tudo pai. Já fiquei aqui a droga dos dois meses não já? Então chega. - Ele riu, disparando-me um: Foi você quem começou. Rimos e chegamos ao carro.

Sentei-me no banco da frente. Fomos em direção a minha nova casa, aquela que eu ainda não conhecia. No caminho eu tentava entender por que as pessoas tratavam-me como louca ou perturbada. Os loucos e perturbados eram eles por não entenderem que o que eu tinha não era loucura, e sim um vazio, um enorme vazio no meu coração, depois que vi minha mãe sendo morta por alguém ou algo e eu não pude impedir. Eu me lembro como se fosse ontem...

Flash Back

Era um dia normal em minha vida. Eu acordei, escovei os dentes e me aprontei para a escola. Desci as escadas e deparei minha mãe de costas na cozinha, provavelmente lavando a louça. Caminhei pelas pontas dos pés em sua direção, e antes que ela pudesse se virar para mim...

– Bu. – eu gritei rindo.

– Oh meu Deus Ana, que susto, você queria me matar? – minha mãe disse virando seu corpo em minha direção, com mão esquerda pousada sobre seu coração. Eu nada fiz, só continuei a rir e sentei-me a mesa.

– Vai querer panquecas ou bacon? – ela me perguntava.

– Os dois. – eu disse lhe sorrindo.

– Pare de ser gulosa menina, diz que quer os dois e no final não vai comer nada. – ela colocava a mão na cintura.- Ela estava tão linda naquele dia, seus cabelos negros estavam perfeitamente cacheados e caídos no ombro, seu rosto estava feliz. Eu podia ver que ela estava bem.

Depois de tomar o café da manhã com panquecas e bacon – eu consegui convence-la de que eu comeria os dois. – meu pai entrou na cozinha dizendo.

– Diana, vamos, vamos logo. Já estou atrasado. Ou você quer ir de ônibus para a escola? – meu pai estava como sempre nervoso. Se algum dia ele não acordasse com seu mau humor matinal alguma coisa estava errado.

– Ela está tomando café Georg. – disse minha mãe num tom calmo e doce.

– Eu sei meu bem, mas não posso me atrasar, hoje temos uma reunião e o J.J aquele filho da mãe está tentando apresentar um projeto de iluminação melhor que o meu.

– Ih pai, relaxa. Seu projeto vai ser bem melhor do que o daquele Joe... Qual é o seu sobrenome? Bundão? – todos riram.

– É Buddãm filha, e é exatamente por causa desse trocadilho que ele se apelidou de J.J.

– J de Joe e o outro J seria de quê? – minha mãe perguntou.

– De jumento. – respondi rindo.

– Na verdade não é nada mal Ana, mas é o seu segundo nome é Johnson. Joe Johnson Peter Buddãm. – respondeu meu pai.

– Joe Jumento Perdedor Bundão. Acho que fica melhor assim pai. – eu e meu pai rimos.

– Aqui está o dinheiro para o lanche filha. – minha mãe esticava a mão com uma nota de 10 dólares.

– Não mãe, hoje não precisa. Esqueceu que eu disse que hoje nós vamos sair mais cedo e vamos para a casa da Liz comer pizza e assistir a alguns filmes?

– Ah, claro. Lembrei-me. Mas ainda acho que você deve levar, pois você pode precisar. – minha mãe pegou minha mochila, e colocou o dinheiro no bolso menor da frente.

– Vamos logo Diana. – o mau humor de meu pai voltara.

– Tchau Angel. – dei um beijo no rosto de minha mãe. Ela chamava-se Angélica, mas eu sempre a chamava de Angel, pois para mim isso que ela era, o meu anjo.

– Tchau Ana. – aproximou-se de mim me dando um abraço aconchegante e quente. Ana foi o apelido que ela me deu, pois dizia que quando eu era pequena eu não sabia falar meu nome então eu me chamava de Ana.

Eu e meu pai entramos no carro e partimos. Meu pai me deixou em frente à escola. Ashley, Norah, Karla e Liz, vieram em minha direção, dando gritinhos e pulinhos.

– Me fala que você vai hoje, Dill. – Liz perguntava-me.

– Bom, meus pais... eles... – fiz uma cara de quem não trás boas noticias.

– Eu sabia, eles são uns chatos mesmo. Não te deixam ir para lugar nenhum, droga. – reclamou Karla, jogando as mãos para o ar.

– Como eu ia dizendo. – elevei meu tom de voz. – eles deixaram.

– AAAAAAAAH, como seus pais são legais Dill. – Karla dizia.

– Nossa Karla, sua dupla personalidade é de assustar. – todas riramos e fomos para a sala de aula.

Depois da escola partimos para a casa da Liz, para ver filmes, comer pizza e falar sobre garotos. Foi tudo bem legal, embora tivéssemos mais falado de garotos do que visto o filme, mas foi bom. Sempre gostei da companhia das minhas amigas, que me chamavam de Dill.


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Notas finais do capítulo

Não espero que gostem, por que o primeiro capítulo é sempre uma bostinha né, kkkk. Beijos