Sonhos Rompidos escrita por judy harrison


Capítulo 5
A mais bonita das noites


Notas iniciais do capítulo

_ Por quê? - não era uma pergunta comum. Nicole sentia um nó na garganta e queria chorar muito. Quantas coisas ela passou e quantas vezes ela pediu ajuda, socorro. E justo um homem que não lhe devia nada compreendia seu desatino e ofereceu ajuda verdadeira, sem pedir nada em troca.



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Nicole observou Doug e em seu íntimo imaginava que ele fosse igual aos outros, apenas seus cabelos eram pretos e ele era mais tímido. Mas seus olhos castanhos e a pele clara eram tão desejáveis quanto sua beleza, nada diferente de Andy e Robson.

_ Agora sei como eles são! Nunca mais me apaixono por roqueiros.

Mas ela não sabia que Doug era muito diferente de seus amigos.

Ao ouvir uma gritaria no interior da casa, ela foi para dentro e ouviu a discussão.

_ Até onde chega sua inveja! – era Robson e Andy gritando um com outro, enquanto Doug pedia calma.

_ E seu egoísmo, aonde chega! Ela agora e seu brinquedinho? Não quer que eu a toque?

_ Exatamente! O meu “brinquedinho” me pertence, não é da sua conta! Arrume outra pra você!

Nicole não acreditava nas coisas que falavam. Devia sentir-se vaidosa ao vê-los brigando por sua posse, mas o que sentiu foi um grande vazio.

Doug se virou e a viu na beira da porta da antessala e foi até lá. Viu, pela sua feição que ela escutava tudo.

_ Não precisa ouvir isso, Nicole!

_ Me leve embora daqui, por favor!

Era um pedido de socorro e ele atendeu prontamente.

Depois de pegar suas coisas ela foi com Doug, pediu que ele a levasse direto para o aeroporto.

_ Não quero ficar aqui nem por um minuto mais!

Seu coração agora sentia raiva por ter se deixado levar pelo galanteio de dois homens irresponsáveis e egoístas.

Numa mesinha da lanchonete, no aeroporto, ela esperava por Doug. E quando o viu chegando pensou:

_ E você, quem é? Não vou mais cair em cantadas e promessas!

Ele havia se oferecido para comprar as passagens, pois sabia desde o começo que seus amigos estavam mentindo, e que os voos para o Brasil eram diários, sempre às 8 da manhã.

_ Eu já comprei. – ele disse com um sorriso. Nicole esperava qualquer palavra de galanteio e coisas que ela ouviu até aquele momento, mas se enganou com Doug – Seu voo sairá amanhã, às 8 horas. Quer comer alguma coisa? Quer que eu vá embora?

Mas ela sorriu, logo ficou séria, não queria ficar vulnerável de novo.

_ Obrigada, se quiser ir, tudo bem. Vou ficar num hotel aqui perto.

_ Sim, eu já vou. – sentou-se à mesa, em sua frente e olhou diretamente para ela – Mas antes, não quero que vá sem saber que... Eu fui seu confidente ontem à noite quando você estava diante daquela porta de vidro. Eu ouvi cada palavra e senti sua dor. – ela escutava aquilo pasmada enquanto seu coração acelerava – Eu só não abri a porta por que fui pego de surpresa, não sabia o que fazer. Quero que saiba que se um dia, mesmo que seja dinheiro, qualquer coisa que eu puder lhe ajudar, não hesite em me ligar, ou voltar aqui. Não lhe prometo nada, mas tentarei fazer algo por você.

_ Por quê? – não era uma pergunta comum. Nicole sentia um nó na garganta e queria chorar muito. Quantas coisas ela passou e quantas vezes ela pediu ajuda, socorro. E justo um homem que não lhe devia nada compreendia seu desatino e ofereceu ajuda verdadeira, sem pedir nada em troca.

_ Por que sei que a solidão é ruim, e estar só, com um coração quebrado é ainda pior.

Nicole não segurou seu pranto. Chorando pediu que ele a tirasse dali.

Doug a levou para o carro e a abraçou, deixou que ela soltasse suas lágrimas até cessarem.

_ Eu não queria acreditar que em um lugar como esse não pudesse ser feliz. – ela falou quando estava calma – Fui boba em acreditar em contos de fada.

Ainda abraçado a ela ele a consolava.

_ Você acreditou em seus sonhos, e foi isso. Foram as pessoas que os destruíram.

_ Ninguém tem esse direito, Doug!

_ As pessoas fazem muitas coisas sem direito, Nicole.

Ela procurou olhar em seus olhos.

_ Você também?

_ Não sou um santo, nem diferente de Andy e Robson. Mas nunca faria com você o que fizeram, mesmo sem ter presenciado aquilo.

_ Fala da noite, na piscina?

_ Sim.

Ela voltou a deitar em seu peito.

_ Sinto vergonha por ter sido fraca.

_ Todos nós choramos, Nicole.

_ Quero dizer... ter sido usada por eles.

_ Você é uma mulher bonita. Os homens a desejam, e não há nada de errado nisso. Não se condene por isso.

Relutante, ela disse:

_ Você não é assim.

Ele a segurou em sua frente.

_ Não, eu sou como eles. Só não quebraria seu coração como fizeram. Mas, como disse, não sou um santo.

Ainda vendo as lágrimas no rosto de Nicole, Doug o secou com as costas da mão, então ambos sorriram um para o outro.

_ Doug, se não for pedir muito, pode me ajudar com a hospedagem no hotel?

Foi então que Doug perdoou seus amigos. Nicole era encantadora e inconscientemente sedutora!

Doug ficou com ela durante aquela noite e ambos se amaram, enquanto estiveram juntos. A presença de Doug se diferenciava dos seus amigos por que ela sabia que aquilo não era duradouro e que eles se despediriam no outro dia.

Aproveitaram para fazer seu próprio conto de fadas, e vivê-lo enquanto podiam.

No aeroporto Heathrow, eles se despediam.

_ Você é famoso e não é assediado aqui?

_ Quando eu canto uso peruca e óculos. Ninguém sabe quem eu sou aqui, com cabelos compridos e roupas simples.

_ Esse é você, ou quem está no palco?

_ Eu sou quem você conheceu, Nicole, por completo! No palco sou um artista, não misturo as coisas.

_ Então é isso que difere você deles.

_ Talvez! – ele a beijou – Precisa estar lá para seu check–in. Eu não posso acompanha-la para não ter que mostrar meus documentos, ok?

_ Tudo bem, o que fez por mim foi tudo que eu precisava.

Ela o abraçou com ternura e se despediram sem lágrimas. Doug deu a ela seu telefone pra que se comunicassem.

Então Nicole embarcou para o Brasil.

Graças a Doug, sua sensação de desprezo e humilhação por tudo que viveu já não existia mais, pois ele explicou muitas coisas e ensinou muitas coisas. E Nicole estava preparada para enfrentar seus problemas.

Mas havia um que ela não sabia que enfrentaria alguns meses depois.

_ Alô! Gina?

_ Alô! Olá, Nicole. Como está?

_ Estou gravida! E não sei quem dos três é o pai!

Vinte anos depois...

(Continua...)


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Notas finais do capítulo

Esta estória tem sua continuação na fic "Sonhos Rompidos 2" que você encontra no acervo desta autora que vos escreve. Abraços e obrigada pela leitura!



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